HOMILIA DO 27 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C: SE TIVERDES FÉ!

POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD 

Como temos estudado neste ano o Evangelho de S. Lucas que concebe a vida de Jesus como uma grande caminhada rumo a Jerusalém, onde consumará sua missão neste mundo, a Liturgia de hoje nos traz o tema da fé necessária para não nos escandalizarmos da Cruz, modo que Deus escolheu para que o Messias Prometido nos libertasse da raiz de toda escravidão que é o pecado. 
Quantos de nós nunca sentiu sua fé ameaçada ao se confrontar com experiências chocantes de violência com nossos queridos como o Profeta Habacuc na Primeira Leitura? Ele viveu no  interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado… Deus, em resposta, confirma a sua intenção de actuar no mundo, no sentido de destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o momento oportuno, de acordo com o seu projecto; ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o “tempo de Deus”. Não se sabe quase nada sobre esse profeta mas menção dos “caldeus” (Hab 1,6) parece situar a proclamação de Habacuc na época em que os babilónios, depois de desmembrarem o império assírio, procuravam impor o seu domínio aos povos de Canaan. Estaríamos, pois, nos finais do séc. VII a.C.… O rei de Judá é, nesta altura, Joaquim (609-598 a.C.). Trata-se de um rei fraco, incompetente, que explora o povo, que deixa aumentar as injustiças e cavar um fosso cada vez maior entre ricos e pobres; além disso, o rei desenvolve uma política aventureirista de alianças com as super-potências da época… Apesar das simpatias pró-egípcias de Joaquim, Judá sente já o peso do imperialismo babilónio e vê-se obrigado a pagar um pesado tributo a Nabucodonosor. Prepara-se a queda de Jerusalém nas mãos dos babilónios, a morte de Joaquim, a deportação do seu filho e sucessor Joaquin (que reinou apenas três meses – cf. 2 Re 24,8) e a partida para o exílio de uma parte significativa da classe dirigente de Judá (primeira deportação: 597 a.C.). Portanto o profeta terá que esperar mais de quinhentos anos para ver respondida sua oração quando, Deus enviaria Seu Filho para que todo aquele que nele cresse tivesse a vida eterna onde não haverá mais injutiças. 
No Evangelho de hoje, tendo terminado  a parábola do rico e do pobre Lázaro Jesus ensinou as duas ultimas exigências  para os que O querem seguir, a de perdoar sempre, o que chocou tanto os discípulos que estes pedem a Jesus que lhes aumente a fé. Jesus aproveita essa ocasião para contar a parábola do servo inútil ensinando-nos que a última exigência para segui-lO é a fé,  exigência esta, que engloba e resume todas as que Jesus mensionou anteriormente.
Para mostrar que por pequena que pareça ser a fé que temos, ela já é suficiente até para transportar montanhas compara a fé que precisamos para segui-lo com um grão de mostarda, sugerindo que não é Deus que tem a incumbência de aumentar a nossa fé mas nós mesmos pois, assim como o grão de mostarda e a menor das sementes mas que, semeada torna-se a maior das hortaliças conhecidas de então, mostra para com a nossa fé se aplica a mesma lei da semeadura e da colheita, quem tem o trabalho de plantar e cultivar vai colher certamente pois a semente da fé é de excelente qualidade já que é um dom de Deus. Neste sentido, a segunda leitura nos apresenta o modo como podemos ver aumentar a nossa fé pois o autor escreve para o bispo Timóteo numa época em que as heresias haviam se infiltrado de tal forma nas comunidades cristãs que fazia-se necessário não só o bispo reavivar o ministério que recebera pela imposicao de suas mãos como também o de proteger a fé dos fiéis fazendo um compendio das verdades recebidas dos apóstolos que deveria ser sempre ensinado. Assim existem muitos meios de progredirmos na fé além deste destacado na segunda leitura que é o de recorrer sempre às Escrituras onde se encontra o conteúdo de nossa fé, o de protegê-la de tudo o que a põe em risco, como as heresias que hoje são veiculadas por tantas e tantas seitas, músicas, livros e programas de tv e sites da internet. 
Ao pedido a Jesus que lhes aumente a fé Jesus ensina que o dom da fé que recebemos de Deus no dia do nosso batismo já é suficiente para coisas que impressionariam o mundo e a nós próprios mas se a quisermos ver aumentada precisamos protege la e cultiva-la pela assídua leitura e estudo da Palavra de Deus, pela oração onde através da intimidade com Deus nossa amizade com Ele vai aumentando nossa confiança na Sua Santíssima Vontade e finalmente, podemos aumentar nossa fé quando, no exercício de nossa missão não exigirmos direitos de Deus pois não há nada de bom em nós que dEle não tenhamos recebido pelo que Ele resiste aos soberbos mas da sua graça aos humildes, ou seja, àqueles que, mesmo sendo servos fiéis que fazem sempre tudo o que teem que fazer nunca presumem direitos nenhum perante Deus e se reconhecem servos inúteis já que Deus se basta a si mesmo e não precisa de nossos serviços, mas nós dá a graça de servi-lo para nos conceder o privilégio de nós assemelharmos mais e mais a Ele que sendo O Próprio amor se fez servo de todos. Amém. 












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