3° DOMINGO DA QUARESMA ANO A
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                                       DÁ-ME DE BEBER
POR PE. TARCISIO AVELINO, TF

O Evangelho de hoje nos apresenta  o encontro de duas sedes, por incrível que pareça nos ensina que é possível uma fonte sentir sede pois nos mostra Jesus, “A Fonte de Água Viva que jorra para a vida eterna” antecipando o pedido que em breve O ouviremos fazer do alto da cruz na Sexta feira Santa, “tenho sede” no qual revelará ao mundo o motivo de todo o Seu sofrimento.
Neste poço de Jacó, cansado da viagem, Aquele que não se cansa, feito homem igual a nós em tudo manifesta sua sede de água revelando-nos Sua sede profunda: a sede do amor de Suas criaturas. Foi para isso que Ele se encarnou, porque sendo O Próprio Amor, que do nada nos criou simplesmente para se dar a nós, não encontrando em nós correspondência ao Seu amor, vem ao encontro de Suas criaturas e lhes estende a mão mendigando um pouco de amor, por que? Por que amar é se dar, por isso O Amor não podendo esperar o dia do Juízo para se dar aos pouquíssimos que ainda lhE eram fiéis, vem ao nosso encontro nos estender a mão para mais uma vez nos oferecer o Seu amor que tudo perdoa, para nos capacitar novamente a amá-Lo sobre todas as coisas.
“Dá-me de beber”, ou dito de outro modo, “tenho sede” sede de vos ajudar, de vos socorrer de vos proteger, é o que Deus nos diz nesta sua necessidade expressa aos samaritanos de todos os tempos que tentam preencher sua sede de amor nos braços de tantos maridos e amantes, coisificando as pessoas e aumentando o vazio que tentam desesperadamente preencher sem alcançar êxito algum pois este abismo que Deus pois em cada um de nós é uma abertura para Ele que, sendo infinito nos fez incapacitados para encontrar fora dEle nossa realização.
“Dá-me de beber”, ou melhor, “Tenho sede” da resposta de minhas criaturas para que, pelo Batismo eu lhes transforme em filhos, é o que está nos dizendo Jesus no Evangelho de hoje, mas sede de um amor com o qual Ele já nos capacitou a amá-lO sobre todas as coisas e ao nosso próximo como Ele nos ama, pois “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Deus nos deu, no Batismo o Seu próprio amor para que tenhamos condição de responder ao Seu amor.
“Ferirás a rocha dela brotará água para que o povo possa beber”  essa afirmação de Deus ao povo sedento no deserto como vemos na Primeira Leitura era também a promessa de que, depois da crucifixão de Jesus, a rocha sobre a qual todos podem construir sua casa, sua existência, nunca mais teria sede aqueles que a Ele aderissem pelas águas do Batismo que do alto da Cruz jorrou com o sangue que nos purifica de todo o pecado capacitando-nos a amar como Ele.
Recebendo o Espírito Santo no dia de nosso Batismo, e confirmados por este mesmo Espírito no dia de nossa Crisma, todos nós como a Samaritana nos convertemos de mendigos de amor dos outros, em fontes de água viva a jorrar para a vida eterna pois com o nosso testemunho conduziremos a muitos a Esta fonte que é Cristo, então como essa mulher samaritana também eles esquecerão seus cântaros junto ao posso quando experimentarem a água da Fonte, no seu afã de saciar os outros com seu testemunho.
                               HOMILIA DO     II DOMINGO DA QUARESMA ANO A


A VOCAÇÃO DE ABRAÃO, A DE CRISTO E DO CRISTÃO
                                                    

           DO TABOR AO CALVÁRIO
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF


A Liturgia de hoje nos especifica em que consiste essa conversão que por sua ez, conseite toda a vida huma na terra qe que é o resumo de toda a Quaresmoa, consiste em viver entre o Tabor e o Calvário.
Cristo sempre agiu assim como seus discípulos de todos os tempos, Ele tempera o fogo das provações e tentações que nos purificam com seus consoloos e alegrias, estes raros momentos de Tabor com os quais nos fortifica para retomarmos o caminho da cruz pois para se chegar ao Céu é preciso nos oferecermos a Deus como hóstia no calvário que todos os discípulos de Cristo terão que subir com Ele para, cada um em sua cruz, consumar a oferta de suas vidas ao Pai.
Foi assim também com Abraão que, na Primeira Leitura somos convidados a contemplar como Pai na fé, de todos os crentes, porque também Ele, antes de ser por Deus solicitado a crer e partir para a Terra Prometida, foi levado a um alto monte onde lhe foi mostrada a grande extensão da terra que seus descendentes habitariam, e a ele foi dado contemplar as estrelas do céu para perceber a multidão de crentes que nasceria de sua fé em todos os tempos, para, somente depois, começar a por em prática seu chamado, sua vocação.
A vida do Cristão consiste numa constante subida com Cristo ao calvário, porque, como Ele, todos teremos que oferecer nossa vida ao Pai como hóstias vivas, como Ele temos que tomar nossa cruz de cada dia e seguir, conformando-nos a cada passo com a Vontade do Pai que é que não se perca nenhum de Seus filhos, por isso somos, como Cristo chamados a dar a vida para que todos tenham vida plena.
Na segunda Leitura vemos Paulo tentando reanimar Timóteo, escandalizado pela prisão de Paulo: “Sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Deus nos chamou com uma vocação santa”. Qual vocação? Repito: A de dar a vida com Cristo, para que todos tenham vida. Mas o momento da consumação desta entrega se dá no calvário e para que não nos escandalizemos do que Deus nos pedirá mais tarde Ele nos leva hoje ao Tabor, permitindo-nos antever um pouco da recompensa que terão os que seguirem fielmente com Cristo a subida do Calvário de suas vida, será uma vida transfigurada com Cristo num gozo tão grande que finalmente poderemos dizer como Pedro, “mas, como está escrito:As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que O amam”. (ICor.2,9)






Milagres: Por que são tão raros hoje?


Ao comparamos as páginas do livro de Atos à Igreja Cristã de hoje, percebemos uma nítida diferença. A Igreja primitiva era uma Igreja de milagres, sinais e prodígios e, no entanto, hoje não vemos o mesmo acontecendo na Igreja e nos perguntamos... Por quê?

Primeiramente penso que o evangelho vivido hoje é um evangelho bastante diferente do vivido há 2000 anos atrás. As pessoas largavam tudo para seguir a Cristo, viviam exclusivamente para Ele, enquanto hoje vivemos numa sociedade por demais secularizada. Os Apóstolos que haviam convivido três anos com o mestre estavam vivos e, sem dúvida, a nossa fé nem de longe pode ser comparada com a deles.

Outro ponto interessante a frisar é que grande parte dos milagres eram realizados por intermédio dos Apóstolos¹, os quais provavelmente tinham uma autoridade especial concedida por Jesus visto que sempre que Jesus aparece nas páginas dos evangelhos fazendo promessas mirabolantes em relação à oração, como por exemplo “tudo que pedirdes crendo, recebereis”, ele se dirigia ao grupo de apóstolos e não à multidão. Tendo convivido três anos com Cristo provavelmente eles, mais do que qualquer um, saberiam quais orações contribuiriam para o avanço do Reino de Deus e quais seriam mera vaidade. Esse mesmo poder em nossas mãos provavelmente nos motivaria a segui-lo simplesmente por conforto e comodidade. O Cristianismo, diferente de hoje, começou com um pequeno grupo que enfrentou todo tipo de situações adversas, grande perseguição, tribulações, risco de morte. Nero iniciara uma grande perseguição aos cristãos em 66dC, culpando-os pelo incêndio em Roma e todos os apóstolos, com exceção de João, morreram martirizados. Um pequeno grupo de frágeis indivíduos não seria capaz de suportar e muito menos se expandir em tais condições se não fosse com a notória ajuda divina. Os milagres eram, então, necessários para a expansão do Cristianismo. Como se não bastasse, não havia imprensa na época, não havia Bíblias de estudo em diversos idiomas, concordâncias, dicionários, comentários. Até o puro texto bíblico em si era raro e inacessível, restrito às mãos de uns poucos homens, já que o trabalho de produção de livros era trabalhoso e manual, além disso o Novo Testamento ainda não existia, as pessoas não tinham informação sobre Jesus. Assim, os milagres eram necessários como comprovação divina da veracidade da pregação dos apóstolos.

(...) Hoje temos acesso a registros históricos do que se passou na época. Temos a Bíblia, que testemunha a respeito de Jesus, tudo que precisamos saber está em nossas mãos, não precisamos de milagres e novas revelações divinas, tudo está escrito. Devemos é dar graças a Deus por permitir que vivamos um evangelho tão confortável como vivemos hoje. Mais do que com milagres, devíamos nos preocupar em refletir o caráter da Igreja primitiva, amor pelo próximo, serviço, comunhão. Quem sabe dessa forma os milagres não voltam?...

( POR: VITOR PEREIRA - EXTRAÍDO DO BLOG DESPERTAI BREANOS)

Eu só acrescentaria que embora, em Mc. 16,15 esteja escrito "estes milagres acompanharão os que crerem"... talvez os milagres estejam tão raros hoje, e só vejamos o carisma das curas, por causa do pecado alastrado e generalizado de forma escandalosa. Mas não entendo porque não ocorram por meio de alguns consagrados, sacerdotes e leigos que vivem realmente uma vida coerente com sua fé e que oram tanto pelas pessoas usando os carismas...

Pe. Tarcísio Avelino