HOMILIA DO 22 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

A HUMILDADE E A GRATUIDADE, ROUPA DO BANQUETE CELESTIAL

POR PE. TARCISIO AVELINO, OMD 

A Liturgia de hoje, continua a nós ministrar os ensinamentos de Jesus antes de dar Sua vida na Cruz onde por amor de cada um de nós ocupará o último de todos os lugares, morrendo a morte destinada aos piores criminosos para pagar o preço o salário de nosso pecado.
A Bíblia revela que fomos criados por Deus mas desde o princípio o homem usou de sua liberdade para se excluir do convívio íntimo com Deus que desfrutava no Paraíso. Desde então Deus não cessou de enviar convites de reconciliação convidando a humanidade a participar do banquete que O Pai preparou para todos os Seus filhos Pródigos e é neste sentido que Nosso Senhor, no Evangelho de hoje, aproveita-se do banquete no qual se encontrava para nos ensinar as vestes necessárias para entrar neste banquete, fornecendo, ao mesmo tempo, uma chave de leitura para o que em breve está para realizar na cruz, da qual se escandalizam todos os que não entendem a lógica da mensagem desta parábola do banquete nupcial. 
A Primeira Leitura do Livro do Eclesiástico traz a exortação de um pai a Seu filho, ensinando que quanto maior ele fosse um dia pela projeção que pudesse vir a ter perante a sociedade, mais humilde ele deveria ser, por dois motivos, primeiro pela experiência comprovado de que o soberbo pode levar vantagem neste mundo mas não goza da amizade de ninguém já que sua prepotência o leva a desprezar os outros ao passo que o humilde, tem mais amigo do que os ricos que usam de suas riquezas para fazer o bem. É essa leitura se encerra com o segundo argumento a favor da humildade, dizendo que Maior que Deus não há, no entanto Ele se compraz em ser servido pelos humildes. De fato, se Deus é a fonte de todas as virtudes, Ele é a fonte de toda humildade o que se comprova pelo fato de, mesmo sendo O Senhor de todos não se cansa de nos servir em todos os sentidos, para nos criando o planeta e todo o universo com suas leis inteiramente programadas para o bem do homem e, como se não bastasse, quando o homem elevou ao infinito, pelo pecado, a distância que o separava de Deus, Deus se rebaixou três vezes para nos alcançar no abismo de nossa miséria, primeiro, vindo a nós como uma criancinha, os mais desprezados na cultura de Jesus, segundo, se dando a nós na Eucaristia pela ficou se rebaixou a condição de alimento e ficou conosco mudo e imóvel, prisioneiro do nosso amor até o fim dos tempos e, finalmente, na cruz do calvário, onde aceitou ser vítima da maldade humana até as últimas consequências, para nos revelar a hediondidade do homem sem Deus e até onde vai o amor gratuito de Deus por cada um de nós. É esta humildade de Deus revelada em Jesus Cristo que a Segunda Leitura invoca para nos alertar para a imensa responsabilidade diante da Nova Aliança que Deus, em Jesus Cristo selou conosco, na singeleza do modo como se encarnou para nos alcançar, totalmente diferente do modo como selou a Primeira Aliança no Sinai, com manifestações tão terríveis de Sua Santidade, Majestade e Poder que o povo e até Moisés suplicaram não mais se manifestasse. Isto é uma advertência para nos lembrar que não é porque Deus tenha ocultado, em Jesus Cristo, para não nos intimidar de aceitar seu convite, que nós podemos protelar a aceitação de Seu chamado pois assim como o povo judeu desprezou o convite e Deus mandou seu servo Jesus sair pelas encruzilhadas chamar os mendigos, cegos, coxos e aleijados, símbolo de como os judeus consideravam os pagãos, nós uma vez convidados podemos ser rejeitados por Deus se desprezarmos esse convite como fizeram os judeus.
Nós estamos vivendo no tempo da Graça, ainda há lugar no banquete e Deus ainda está convidando para as núpcias que terão lugar no fim do mundo quando Ele mesmo quer saciar todos os anseios de nosso coração como um noivo que desposa sua bem amada.
As desculpas descabidas que os primeiros convidados apresentaram para não comparecer ao banquete, na parábola de Jesus, representa o tremendo desprezo a Deus quando assim agimos, já que na cultura de Jesus, rejeitar um convite significava total desconsideração do convidado para com o anfitrião tanto que a fúria daquele que convidou se justifica em ter respeitado o costume que havia, já que não se tinha muito atenção com os horários, de enviar um servo para relembrar ao convidado o compromisso assumido uma vez que a festa era planejada de acordo com os convites aceitos. A ira do anfitrião da parábola se explica pelo fato do tempo e dinheiro desperdiçados num banquete para o qual os convidados já haviam aceitado o convite, comprometendo se em comparecer. 
O fato de que o anfitrião diga que não quer que fique nenhum lugar vago a mesa significa o quanto Ele ama a cada um de nós e nos espera para se dar a nós por toda a eternidade no Céu pois as iguarias do banquete será Ele mesmo.


























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