AS DUAS COLUNAS DA IGREJA
POR PE. TARCISIO AVELINO, TF
Celebramos neste Domingo a
Solenidade das duas colunas da Igreja, assim chamados pelos santos padres não
só porque Pedro fora por Cristo instituido fundamento da Igreja, como lemos no
Evangelho de hoje, como também porque Paulo foi o sistematizador de toda a
doutrina católica como podemos ver por suas tão profundas cartas.
Pedro e Paulo, dois estilos diferentes
mas com a mesma vocaçao missionária, Pedro apóstolo dos judeus e Paulo Apóstolo
dos gentios ou pagãos. Pedro, humilde pescador da Galiléia e Paulo douto
fariseu de Tarso, que tocados por Cristo converteram-se em dois apaixonados
pela difusão da Mensagem do Senhor até o martírio, em Roma, Pedro no ano 64 e
Paulo em 67.
O Evangelho nos lembra a Promessa do
Primado onde, uma vez revelada por Pedro a verdadeira identidade e missão de Cristo, Cristo revela a verdadeira
identidade e missão de Simão, que passaria a se chamar, daquela hora em diante,
Pedro, que vem de Pedra, porque, por ter sabido, no meio de tantas respostas
sobre quem é Cristo, ouvir, acreditar e testemunhar a verdade sobre Cristo que
não lhe foi revelada por carne ou sangue, como diz Cristo, significando que não
foi por si próprio que chegara e esta conclusao nem fora ninguem da raça humana
que lhe havia feito esta revelação mas O Pai que está no céu. Então, que mérito
tivera Pedro para ser, apesar de toda sua fraqueza e covardia que Cristo tão
bem conhecia, ser escolhido para ser a pedra fundamental da Igreja? Seu mérito
é justamente o de ter captado, escutado a voz de Deus que sempre fala ao nosso
coração, como também ter nela acreditado e de ter testemunhado o que ouvira,
professando a Sua fé.
Tanto a Primeira Leitura quanto a
Segunda nos mostra a que grau de fé chegaram Pedro e Paulo no final de sua
vida, quando, aprisionados estavam na iminência de sofrer o martírio,
configurando-se também Seu Mestre que se fez obediente até a morte de Cruz.
Paulo, como cidadão romano não pôde ser crucificado como Pedro que pediu para
ser crucificado de cabeça para baixo, julgando-se indigno de morrer como o Seu
mestre, conforme a tradição que também testemunha que Paulo teria morrido
decapitado e que sua cabeça havia dado tres pulos no chão surgindo uma fonte de
água em cada lugar onde batera, dando origem ao mosteiro trapista de Trés
Fontana, que ainda hoje existe em Roma.
Quem de nós conseguiria dormir numa
prisão na noite anterior ao dia de sua execução e morte? Pois a Primeira
Leitura diz que Pedro dormia e que o anjo teve que toca-lo para despertá-lo e libertá-lo e sabemos que esse
milagre foi o resultado das orações que a Igreja fizera em favor de Seu
Pontífice, como hoje somos convidados a fazer pelo Papa Francisco, o ducentésimo
sexagésimo sexto sucessor de S. Pedro.
Também a Segunda Leitura nos mostra
a que grau de fé chegara S. Paulo no fim de Sua vida ao ponto de contar como
certa a recompensa da “coroa da vida que o Senhor justo juiz” daria não somente
a ele mas a todos os que, como ele, “esperam com amor a sua manifestação
gloriosa.” Trata-se do testamento de S. Paulo que nos revela a paz de um
consciencia limpa e tranquila, grata pela satisfação de poder olhar para trás
e, num balanço de toda a sua vida ter a certeza de que seu dever, sua missão
foi cumprida, que como Ele e S. Pedro todos nós possamos ao final de nossa vida
também dizer “combati o bom combate, terminei minha carreira guardei a fé” e
que para isso, como Pedro e Paulo combatamos realmente “o bom combate” que é
aquele contra nós mesmos e as tendencias do homem velho que em nós insistem em
sobrepujar a graça de Deus bem como o verdadeiro combate externo que temos que
travar que é aquele com o mundo das trevas como lemos em Efésios 6,10 “não é
contra homem de carne e sangue que temos que lutar mas contra os principados e
potestades, contra as forças espirituais do mal espalhados pelos ares”.
Que o exemplo de S. Pedro e São Paulo
colunas da Igreja nos anime a seguir em frente sem jamais desanimar para que
assim possamos nos orgulhar de, como eles sermos chamados verdadeiros
discípulos de Cristo.