15° DOMINGO DO TEMPO COMUM B: “VAI PROFETIZAR”!

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

“VAI PROFETIZAR”! A Liturgia de hoje nos convida a refletir sobre a dimensão profética de nossa vocação onde no Evangelho de S. Marcos recebemos de Jesus os mandamentos do missionário, que, necessáriamente, para ser digno deste nome, tem que ser profeta, como todo cristão. E o que significa “profetizar” significa anunciar e denunciar. Anunciar a Boa Nova do Evangelho e denunciar todas as injustiças e mentiras que se opõem ao Evangelho nas quais vive mergulhado o mundo.
A segunda leitura nos diz qual é essa Boa Nova do Evangelho que devemos anunciar, a verdade de que somos filhos de Deus, não fomos criados para ser escravos de nada, muito menos dos vícios do pecado que, depois de cometidos serão sempre usados contra nós pelo “sedutor deste mundo que não cessará de nos acusar até nos levar ao desespero porque ele tem ódio de Deus e de seus filhos. É preciso gritar ao mundo aquilo que nos ensina a segunda leitura: “Pelo Seu Sangue, nós estamos libertados.Nele nossas faltas são perdoadas”!! Sim! Não precisamos ficar arrastando pesadas correntes de um passado que já foi redimido no Seu Preciosíssimo Sangue!
“vai profetizar!” Mas profetizar é também denunciar as injustiças e tudo o que se opõe ao Evangelho porque Cristo veio para que todos tenham vida e vida plena! É preciso se saber amado para poder espalhar o amor que torna as pessoas mais humanas, que nos liberta de todo mal. É preciso anunciar que “de tal maneira Deus amou a cada um de nós que nos deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça mas tenha a vida eterna”! Só assim as pessoas deixaram o mal e, sentindo-se amadas reencontrarão seu verdadeiro centro. Não basta denunciar as injustiças é preciso capacitar o mal a deixar a maldade e a se converter para o bem!
Mas anúncio e denúncia é muito mais do que belas e eloqüentes palavras, é uma vida toda coerente com o Evangelho que, por si só se constitui em anúncio e denúncia, por isso todo batizado precisa seguir os conselhos dados por Cristo no Evangelho de hoje que podemos resumir em 3:
1. Não levar nada pelo caminho. O que significa viver exclusivamente da Providência divina ou melhor, não estar presos a nada deste mundo a exemplo de Oséias que na primeira leitura se recusa a ser identificado com os profetas da corte que trabalhavam por salário que recebiam do rei por isso anunciavam somente o que ele queria ouvir descurando inteiramente a dimensão da denúncia que inclui a vocação profética. O profeta, ou seja, o cristão, não pode estar apegado a nada deste mundo para não correr o risco de se vender ou de, por respeito humano deixar de dizer o que tem que ser dito.
2. “Quando entrardes numa casa ficai ali até a vossa partida” o que significa que o cristão tem que se contentar com a hospedagem que lhe é oferecida, por pior que possa parecer, deve resistir à tentação de ficar mudando de casa atrás de um melhor conforto pois sua preocupação nunca deve ser consigo próprio mas em testemunhar a Cristo justamente no lugar que Ele nos colocar pois devemos pregar o Evangelho a toda criatura, especialmente aos pobres com os quais se identificou Aquele que nos envia, que não tinha nem onde reclinara a cabeça.
3. “Se em algum lugar não vos receberem, nem vos quiserem escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés em testemunho contra eles” Isso significa não somente a resolução firme de não compactuar com aqueles que se recusam a aderir à Verdade, como também a inteira responsabilidade daqueles que passam a conhecê-la, como nos disse Cristo: “antes não soubessem não teriam pecado”.
Aqui está a responsabilidade de nossa vocação profética e o segredo para a exercermos bem, para que todos tenham a vida plena que,  conforme lemos na segunda leitura já foi dada a todos pelo sangue de Cristo que já nos libertou da escravidão do pecado pois “Ele nos predestinou a sermos seus filhos adotivos” e um filho de Deus é livre como Ele, jamais pode permanecer escravo de nada nem de ninguém, muito menos do pecado que nos rebaixa tanto.


14° DOMINGO  BCOMUM


BASTA-TE A MINHA GRAÇA

por: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF


A Liturgia de hoje nos mostra que jamais devemos pôr limites às possibilidades de Deus, principalmente quando nos deparamos com algo em nossa fé que vai além de nossa compreensão. Nestas horas é preciso repetir a frase dita pelo Arcanjo Gabriel a Nossa Senhora no momento da Anunciação: "Para Deus nada é impossível" e pronto! Não podemos ficar, diante dos fatos, questionando as possibilidades de Deus! Se o planeta terra é um grão de poeira em relação à nossa galáxia o que é você e o que sou eu em relação ao universo!! E em relação a Deus, então???? Então é preciso, de uma vez por todas, desistir de questionar e querer entender as razões e as possibilidades de Deus se não quizermos ser vítmas da nossa pouca fé, como os conterrâneos de Jesus que, poderiam ser os mais agraciados com Seus milagres foram os que menos os obtiveram ao ponto de o Evangelho de hoje dizer: "E admirou-se da falta de fé deles".
Se Jesus se admirou da falta de fé deles é porque o comum, o normal é termos fé em Deus pois é muito mais irracional acreditar que do nada possa ter surgido um universo no qual até a mais simples e microscópica forma de vida é intrincada e inteligente, do que acreditar que tudo isso tenha vindo do nada!!! É preciso fazer muito mais esforço para não crer do que para crer que é um movimento natural do ser que se depara com a grandeza, beleza e harmonia da criação!!! Ora, se é tão natural e simples crer em Deus, mais natural ainda é crer que Deus para ser Deus TEM QUE SER TODO-PODEROSO! Senão não seria Deus!!! Ora, se Ele é Todo-Poderoso pode ou não fazer com que "o filho de Maria e do carpinteiro" seja não somente o Messias esperado como também, nãosomente o mais poderoso profeta jamais surgido, o próprio Filho de Deus feito homem???????
Diante das aparentes barreiras à fé temos que dar livre curso a elas, tirando os olhos de nossas ínfimas possibilidades e colocando-os nas infinitas possibilidades de Deus!
Viver de fé é um exercício constante daqueles que se esforçam para se lembrar que a todo momento sáo vistos pelo TODO-PODEROSO que rege o universo em cada um de seus mínimos movimentos!!!
Somente com essa fé os profetas de todo o Antigo Testamento puderam levar a mensagem que Deus lhes confiava porque, conscientes de sua absoluta fraqueza, como vemos S. Paulo na segunda Leitura, podiam, a cada cada momento olhar para Deus e contar com Ele e justamente, ao constatar nossa fraqueza e nossa total dependência dEle no exato momento que a Ele recorremos experimentamos seu socorro e então neste preciso momento é que somos fortes e podemos constatar com S. Paulo: "Quando sou fraco, então é que sou forte".
Jamais sejamos povo de cabeça dura e coração de pedra como constatamos que eram os antepassados de Jesus aos quais fora enviado o Profeta Ezequiel na primeira leitura e que os conterraneose contemporaneos de Nosso Senhor herdaram. É preciso romper de vez com essa herança negativa pois embora sejamos filhos de Adão e Eva Cristo rompeu a escravidão do pecado e em Maria nos fez filhos da fé que ela herdou conosco de nosso Pai Abraão. Por menor que ela seja podemos com ela transportar montanhas como Cristo nos fez ver!!
Basta-te  a minha graça. A graça de Deus nunca nos falta tanto para vencermos nossos limtes como também nossa razão que a todo momento tenta obstaculizar o impossivel de Deus.
É preciso sermos como criancinhas não só para entrarmos no Reino de Deus como também para aceitarmos Suas intervenções neste mundo mesmo sem entedê-las para que as palavras de Cristo se apliquem a nós: "EU TE BENDIGO PAI SENHOR DO CÉU E DA TERRA PORQUE ESCONDESTES ESTAS COISAS AOS SÁBIOS E ENTENDIDOS E AS REVELASTES AOS PEQUENINOS".


PASTORES EVANGÉLICOS QUE SE TORNARAM CATÓLICOS (continuação)




Em síntese: A revista norte-americana SURSUM CORDA ! Special edition 1996, refere a notícia de que nos últimos anos cinqüenta pastores protestantes se conver-teram ao Catolicismo, sendo que outros mais estão a caminho da Igreja Católica. Cita vários casos de tal ocorrência, expondo os motivos que levaram tais cristãos à conversão. As três razões mais freqüentemente apontadas são as seguintes: 1) o subjetivismo que reina nas denominações protestantes em conseqüência do princípio do "livre exame da Bíblia"; cada cristão é tido como apto a interpretar a Palavra de Deus segundo lhe pa-reça ;2) o retorno à literatura patrística ou dos oito primeiros séculos da Igreja, eviden-ciando o modo de entender a Bíblia pelos antigos cristãos ; 3) a definição do Cânon da Bíblia, que não é deduzida da própria Bíblia, mas sim da Tradição Oral, que é anterior à Bíblia e a identifica ou abona, indicando o respectivo catálogo.* * *

A revista norte-americana SURSUM CORDA ! Special edition 1996, refere a notícia de que nos últimos anos cinqüenta pastores protestantes se converteram ao Catoli-cismo, sendo que outros mais estão a caminho da Igreja Católica. O artigo respectivo, da autoria de Elizabeth Althau, tem por título Protestant Pastors on the Road to Roma (pp. 2-13). Cita vários casos de tal ocorrência, expondo os motivos que levaram tais cristãos à conversão. Visto o significado muito atual de tal fenômeno, publicamos, a seguir, em tradu-ção portuguesa, quatro de tais relatos.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos dez anos, no mínimo cinqüenta pastores protestantes, na maioria evangélicos, renuncia-ram às suas funções e encontraram o caminho para a Igreja Católica. Cada qual passou por conflitos de mente e de coração ; cada qual sacrificou conforto e segu-rança. Muitos haviam sido induzidos, por especial doutrinação, a temer e desprezar a Igreja Católica ; os demais simplesmente consideravam-na como a mais errônea de todas as seitas. Já que um dos fatores mais penosos dessa caminhada é a solidão, alguns dos ex-pastores constituíram uma sociedade chamada The Network ( A Rede ) para se ajudarem mutuamente na caminhada. Dos cento e cinqüenta membros dessa sociedade, cerca de cem ainda estão desenvolvendo seu processo de conversão. E a lista vai crescendo...

2. EXCOMUNGADO: BILL BALES

Bill Bales cresceu em ambiente presbiteriano progressista em Bethesda, Md. "Eu tinha uma espécie de fé adormecida em cristo", lembra ele. "Eu não tinha vida de oração regular nem praticava o estudo da Bíblia. Essas coisas eram, para mim, secundárias". Bales matriculou-se num curso preparatório para a Faculdade de Medicina numa Universidade americana ; jogava futebol. Contraiu uma lesão pulmonar, que o obrigou a penosa cirurgia. "Comecei a contemplar tais coisas como a morte. Passei a conviver com cristãos que tinham uma fé robusta. Comecei a rezar: ‘Se Deus existe, que Ele se revele !". Se existisse realmente, eu ficaria feliz por crer nele. Comecei a ler a Bíblia, e algumas pági-nas da mesma tomaram sentido para mim". Passou a freqüentar uma igreja presbiteriana mais tradicional, e ficou im-pressionado com a conduta de muitos de seus membros. "Cristo era uma realidade. Você podia ter um relacionamento com Ele. Não era um feixe de palavras vazias". Bales deixou de lado seus planos de estudar Medicina. Pôs-se a trabalhar dois anos numa Pastoral de Juventude de uma igreja presbiteriana ; depois fez-se pastor numa igreja não denominacional ( não convencional ) protestante. "Mas eu tinha que entrar num Seminário, caso eu quisesse continuar o meu ministério pastoral. Eu desejava mais aprendizado - e também algum tempo para pensar a respeito de certas idéias e possíveis soluções. Havia tantas indagações que me surgiam na mente !". Bales entrou para o Gordon Conwell Theological Seminary, instituição séria interdenominacional em South Hamilton, Mass. Essa época foi, para ele, maravilhosa. "Reverenciavam a Escritura. Alguns dos professores que eu freqüentava, in-terpretavam o Antigo Testamento de maneira semelhante à dos Padres da Igreja1 e bem me-lhor do que muita gente no evangelismo. Não estudávamos a fundo os Padres. Tratava-se mais de uma escola de treinamento para pastores do que uma escola de graduação". Terminados os estudos em 1985, Bales aceitou o encargo de pastor associado na igreja presbiteriana de Gainesville, na Virgínia. A princípio ele esteve ali muito feliz. "Mas na primavera de 1988, algumas das questões que eu nunca considerara realmente ou que abordara superficialmente, começaram a emergir. A mais crucial era a definição do Cânon das Escrituras. Quem tinha a autoridade necessária para definir o conte-údo do catálogo sagrado ? É esta uma questão fundamental. Senti-me mais e mais estranho à resposta calvinista, que eu sempre professara2 ; as outras sentenças proferidas no mundo protestante, fora do Calvinismo, pareciam-me muito lacunosas. Eu não estava a ponto de ser atraído pelo Catolicismo, embora eu acreditasse que devia haver uma resposta para as perguntas que eu levantava. Desde que Scott Hahn, meu amigo dos tempos de Seminário, se convertera ao Catolicismo, estava a conversão no meu subconsciente. Na seqüência dos tempos, eu sentia que devia ser plenamente honesto, reconhecendo a minha fragilidade da minha posição relativo ao Cânon. "Uma saída, não satisfatória, porém, seria passar-me para uma modalidade de protestantismo mais liberal. Se Deus não instituiu uma autoridade sobre a terra capaz de decidir a respeito de certos problemas, então parecia que tudo ia pelos ares. Eu não conse-guia contornar esta questão". Mas, se o Catolicismo era uma possibilidade, Bales tinha uma série de leitu-ras a fazer, uma série de respostas a confrontar. Ele encontrou o Development of Christian Doctrine, de Newman, o The Spirit of Chatolicism de Karl Adam, e algumas obras de Louis Bouyer especialmente interessantes. "Mais e mais me convenci, através do estudo da História, de que a doutrina católica já era professada na antigüidade, talvez em termos menos desenvolvidos, mas já presente nos antigos. Convenci-me também, mediante as Escrituras, de que, na maioria dos casos que havia uma definição ( como a do Primado de Pedro ) ou ainda nos casos contro-vertidos, a Igreja Católica tinha a melhor argumentação ; isto não quer dizer que eu havia de decidir minha filiação à Igreja por efeito de alguma passagem bíblica. Eu via também que, de modo muito lógico e compreensível, a Igreja Católica tinha crescido, favorecida pela ação de Deus. Parecia mais razoável pensar assim". No fim de 1989, Bales se sentia pouco à vontade no exercício do seu minis-tério e da sua pregação. Renunciou a eles no começo de 1990. "Eu tentava conceber uma imagem pouco atraente do presbiterianismo. Os presbiterianos tinham sofrido outras defecções: as de Scott Hahn e Gerry Matatics, por exemplo. Havia um punhado de crentes que não queriam deixar-me partir". Bales julgava que podia ter evitado uma excomunhão formal se se transferisse primeiramente para uma igreja episcopal. Mas ele estava sinceramente certo de que a Igreja Católica era o seu destino, e ele não o queria negar de público. Em conseqüência, o pro-cesso de excomunhão contra ele foi iniciado. "Encontrei-me três ou quatro vezes com pequenas comissões. Da primeira vez tentaram-me compreender e colheram informações para instituir o processo. Não houve ja-mais alguma mesquinhez. A terça parte do presbitério votou pela não excomunhão ; não houve unanimidade". Quais aso as conseqüências da excomunhão no presbiterianismo ? Existe a concepção generalizada, declara Bales, de que o excomungado tem que se arrepender, pois está imerso em determinado pecado. O modo de tratar o excomun-gado varia de paróquia para paróquia. A minha era de linha muito dura. Essa dureza intimi-dava. Abandonar a paróquia era molesto. Eu o via como se fosse morrer para toda aquela gente. A voz dos nossos amigos era suave. Mas a chefia estava em absoluto interes-sada em que algum membro da congregação continuasse a ser meu amigo... A comunidade era muito fechada. Ali havia amizades profundas, um monte de gente boa". Bill Bales foi recebido na Igreja Católica na festa dos Santos Anjos da Guarda ( 2/10 ) de 1990.