II DOMINGO DA PÁSCOA: DOMINGO DA MISERICÓRDIA

                                                                         A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF


Desde que iniciamos o Tríduo Pascal temos sido convidados a refletir sobre os três sacramentos da Iniciação Cristã, que são A Eucaristia que meditamos na Quinta Feira Santa quando celebramos a Instituição da Eucaristia e do sacerdócio cristão ministerial, sobre o Batismo na Vigília Pascal e finalmente, hoje, no Segundo Domingo Pascal, celebramos a Instituição do Sacramento da Confissão quando Jesus, na noite do dia de Sua Ressurreição, encerra este que foi o dia mais importante da humanidade, soprando sobre seus discípulos o Espírito Santo e lhes diz: “ 1. “A Paz esteja convosco” comunicando o principal fruto de Sua Paixão que é a paz, ou seja, a reconciliação do homem consigo mesmo, com Deus e com o próximo. Esta paz é fruto do perdão comprado com o preço de Seu Preciosíssimo Sangue, dom que Ele mal pode esperar para comunicar no mesmo dia de Sua vitória sobre a morte.
2. “Como o Pai me enviou assim também eu vos envio”. Jesus diz isto depois de ter lhes mostrado suas chagas porque elas foram o preço que pagou para pode nos reconciliar com Deus o que se dará pela resposta pessoal de cada um a este presente gratuito, aderindo a Ele pela fé através do Batismo e sempre renovado pelo Sacramento da Confissão, toda vez que o trairmos com nossos pecados, é por isso que Ele diz : “como  O Pai me enviou”; E como O Pai O enviou? Como Sacerdote, pontífice ou seja, ponte que, pelo perdão religa os homens a Deus pelo perdão dos pecados pelos quais dEle, voluntariamente se haviam separado. E é assim que Cristo nos envia, como sacerdotes, ministros de Seu perdão, concedido no alto da cruz a todos que nEle viessem a crer e atualizado para todos os que arrependidos depois de te-lO traído, pedem perdão com o propósito de se emendarem.
3. “Recebei O Espírito Santo”, O Espírito Santo é a mesma unção que Cristo recebeu no dia de Seu Batismo que é transmitida capacitando cada pessoa batizada a se configurar a Cristo para ser canal de uma das graças que por meio dEle o Pai quer nos comunicar, no caso, aqui, o perdão dos pecados que Ele quis conceder somente por meio daqueles que Ele escolher para agir in persona Christi, ou seja, para permitir que O Próprio Cristo continue agindo de forma visível e eficaz entre nós, por meio dos Sacramentos, que são os Sacerdotes que agem na Pessoa dEle, o único Sacerdote.
4. “Os pecados daqueles a quem perdoardes serão perdoados, os pecados daqueles que não perdoardes não serão perdoados”. Aqui mostra o único meio ordinário, ou seja, comum pelo qual Deus quer conceder seu perdão ao pecador arrependido, por meio da confissão pois o ministro de Deus não poderá perdoar pecados que não conheça por isso faz se necessário, segundo as determinações da Igreja, que para que a Confissão seja válida, é necessário que se acuse, ou seja, que se confesse todos os pecados mortais lembrados, do contrário, se tornaria um pecado gravíssimo tentar enganar  O Próprio Deus já que é Ele, na pessoa do Padre que perdoa os pecados.

Tendo dito isto, entendemos perfeitamente porque Jesus, séculos depois apareceu para Santa Faustina, neste tempo em que os pecados superaram em quantidade e grau o de todos os séculos passados, escolhendo o Segundo Domingo da Páscoa para nos dar de presente a maior promessa jamais feita depois da promessa da salvação eterna para os que nEle cressem, foi a promessa de que todos os que comungarem em Estado de Graça, ou seja sem pecado mortal neste dia, receberiam, não somente o perdão da culpa como também o cancelamento de todas as penas dos pecados cometidos. Porque na Confissão recebemos o perdão da culpa infinita que o pecado mortal acarreta sobre nós e Deus perdoa a parte dEle e Satanás perde o direito que adquire sobre nós quando pecamos gravemente, no entanto, o dano que todo pecado causa naquele peca e sobre o  mundo, que são as penas do pecado, precisam ser satisfeitas e isso só se recebe no Batismo, na Unção dos Enfermos e pela comunhão em Estado de Graça no dia do Batismo.
VIGÍLIA PASCAL       ALEGRAI-VOS!

                        

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É NOSSA VITÓRIA!
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
As Leituras da Vigília Pascal são um resumo de toda a história da Criação que podemos resumir na constante procura de Deus pelo homem desde que este se separou de Deus desde o princípio.
A Primeira Leitura nos mostra que Deus só criou o que é bom, pois ao concluir cada etapa da criação “concluiu que tudo era bom” mas ao criar o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança concluiu que tudo era MUITO BOM. Surge então imediatamente a pergunta: E de onde surgiu o mal que desfigurou tanto a Jesus na cruz?
A Bíblia nos fala no livro do Apocalipse que houve uma batalha no céu entre Miguel e seus anjos e Lúcifer e seus anjos. Trata-se de uma batalha mental como falam os anjos que são puros espíritos pois também eles, como os homens foram criados livres, no entanto, puros espíritos como são conhecem as coisas de maneira completa, e também eles tiveram um momento, o único em que puderam escolher se queriam viver para sempre na visão beatífica de Deus ou não, pois embora eles tenham sido criados num conhecimento superior de Deus, ainda não gozavam da visão beatífica de Deus até o momento em que O Espírito Santo lhes informou que chegara o momento de escolherem se a queriam ou não pois se  optassem por ver Deus face a face essa opção seria irrevogável, teriam que servi-lO para sempre, por toda a eternidade, uma vez que sendo Deus tão grande, poderoso, belo e bondoso, uma vez tendo –O visto, fica impossível escolher não servi-lO. Foi então que todos os anjos, através de raciocínios sucessivos foram fazendo sua escolha individual, até que Lúcifer e alguns anjos foram se distanciando de tal maneira da presença de Deus pensando que seria melhor “ser livre do que ter que servir a alguém para sempre e Miguel tenta dissuadi-los de seguir por estes raciocínios até que ultrapassaram uma fronteira que não tinha mais volta pois cristalizaram-se no orgulho de recusar servir. Foi a partir do orgulho de Lúcifer que o mal entrou no mundo surge então o inferno que é o ódio eterno de Deus. Não podendo atingir a Deus Satanás investe então sobre Adão e Eva, como estes também foram criados livres precisavam também ter seu momento de escolha, de opção ou continuar obedientes a Deus no Paraíso ou então provariam a morte: “no dia em que comerem do fruto da ciência e do mal, morrereis”.
A partir do pecado original o homem foi se distanciando mais e mais de Deus mas Deus nunca desistiu do homem escolhendo, por meio de Abraão um povo para si cuja missão seria a de revelar ao mundo dominado pela idolatria do Politeísmo O Único Deus criador.
A segunda Leitura mostra que para que Abraão se tornasse o Pai de todos os crentes também teve que ter seu momento de opção, quando Deus lhe pede que sacrifique seu único filho por meio do qual esperava a descendência numerosa como as estrelas do céu como Deus lhe havia prometido. Abrãao passa no teste e Deus não precisou do sacrifício de Isaac pois chegaria o tempo em que sacrificaria Seu próprio Filho por nós.
A terceira Leitura mostra que o povo que Deus escolhera para sim havia caído na escravidão do Egito e a libertação que Deus concedeu a eles fazendo-os atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto afogando em suas aguas os inimigos que vinham no seu encalço, era a prefiguração do modo como Deus atualizaria a Páscoa de Cristo para cada pessoa que aderisse a Ele pela fé, O Batismo.
A oitava leitura, que é a Epístola nos fala justamente que pelo batismo “fomos de certo modo configurados a Cristo por Sua morte para nos assemelharmos a Ele em Sua ressurreição”. De fato, assim como no mar vermelho ficaram sepultados o povo que  escravizava o povo de Deus e tendo atravessado o mar saíram livres da escravidão, no Batismo todos nós passamos da morte para a vida pois no batismo, pelo Espirito Santo que passa a habitar em nós recebemos uma capacidade acima de nossa natureza, isso é sobrenatural de viver como Deus, como filhos de Deus, possibilitando-nos pelos dons da FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, a nos unir com Deus eternamente.
Este é o mistério de nossa salvação celebramos hoje, quando Satanás, pelos pecados dos homens havia adquirido o direito de possuir a todos eternamente, O Filho de Deus se torna homem como nós para poder pagar com a Sua vida o preço de nosso resgate, dando-nos a Sua graça para voltarmos a obedecer a Deus e, ao mesmo tempo, ensinando-nos com Sua vida a viver como filhos de Deus conforme lemos na sexta e sétima leitura: “Israel, alegrai-vos pois a nós foi dado conhecer o que agrada a Deus pois nos foi aberto o livro da Sabedoria”. Cristo é A Palavra de Deus encarnada para nos ensinar com Sua vida o que agrada a Deus que nos mereceu as graças necessárias para vencermos todas as tentações que o Inimigo não cessará de armar contra nós.
Ele morreu por nós mas ressuscitou, como lemos no Evangelho, provando que é Deus que se tornou homem para nos tornar divinos por isso Cristo pode nos dizer no Evangelho de hoje: “não temais! Alegrai-vos!” pois morri pelos vossos pecados e ressuscitei para vos dar a vida eterna.
Eis o motivo pelo qual o cristão é sempre invadido por uma alegria que subsiste em meio as maiores tribulações, porque sabemos que sabemos que O Todo Poderoso criador de todas as coisas nos ama de tal maneira que deu Sua vida por nós e que por isso, todos aqueles que aceitam Seu Perdão gratuitos recebem a redenção, por isso. já estamos salvos.


                     DOMINGO DE RAMOS                      


                                                          
              "HOSANA" OU "CRUCIFICA-O"?
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

Mais uma vez é domingo de ramos e somos, novamente convidados a meditar sobre a volubilidade do das opiniões e decisões humanas. Confrontados os dois evangelhos de hoje ficamos estarrecidos como pode que dentro de cinco dias mude completamente para o lado oposto as opiniões das pessoas sobre Jesus bem como seu posicionamento em relação a Ele.
Neste dia a Igreja coloca em nossos lábios, numa só celebração a aclamação “hosana” e a aclamação “crucifica-o” para que reflitamos bem na total dependência de Deus que temos para sustentar nossas palavras e decisões. Para que tenhamos uma vida coerente, nas mínimas coisas, com a fé que professamos, senão, chegaremos ao fim de nossa jornada terrestre do jeito que vivemos todos os dias, confessando Cristo como Senhor de nossas vidas, como é forçado a concluir todos os que meditam na Segunda Leitura, e no mesmo dia, como Pedro O traímos, na maioria das vezes, não com palavras, mas, o que é pior com nossas ações, ou seja, com nossos pecados que nada mais é do que o beijo de judas traidor.
A oferta d sacrifícios a Deus parece constituir, em todos  os povos a expressão mais significativa do senso religioso do homem. Despojando-se de algo que lhe pertence por conquista ou trabalho, o homem reconhece que tudo pertence a Deus e lho restitui em agradecimento. Isto é o que explica a absoluta docilidade de Cristo a tantos ultrajes espancamentos, Seu amor infinito pelo Pai, cujo zelo quer reparar todas as ofensas a Ele infligidas e ao mesmo tempo Seu infinito amor por cada pessoa humana cujo zelo reclama salvação. Cristo é a oferta por excelência, a única oferta digna de Deus que poderia ser oferecida em reparação dos nossos pecados, pois sendo Deus que ama infinitamente, pôde compensar no lugar dos homens que não só não amaram, como também ultrajaram o amor infinito de Deus por nós, o amor que lhE negamos.
“Encontrado em aspecto humano, humilhou-se a si mesmo , fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz”. Porque os homens desobedeceram e romperam com A Vida que é Deus, quando satanás tinha direito de levar a todos para a morte eterna do inferno, Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade se fez homem para poder obedecer a Deus em nosso lugar reparando nossa desobediência, para amar a Deus em nosso lugar para reparar nossa traição a tão Bondoso Pai e para morrer em nosso lugar para que vivamos a Sua vida eterna, por causa de Seu amor, total, pessoal e incondicional por cada filho de Deus.

Por isso, porque do nada Ele nos criou pelo poder eficaz de Sua Palavra e porque nos resgatou pelo preço de Seu Preciosíssimo Sangue, Ele é duplamente ou melhor, infinitamente Nosso Senhor. “Assim, ao Nome de Jesus, todo joelho se dobre, no céu, na terra e abaixo da terr, e toda língua proclame: Jesus Cristo é O Senhor, para a glória de Deus Pai.”  Amém!