QUARTO DOMINGO DA PASCOA
CHAMADOS E AMADOS COMO FILHOS



POR: PE. TARCISIO AVELINO


“Jesus é a pedra que vós os construtores desprezastes e que se tornou a pedra angular”. Com esta afirmação de Pedro temos a revelação de um Novo Testamento que Cristo veio inaugurar que supõe também a criação de um novo povo de Deus, a Igreja no qual todos somos filhos dEle e não mais servos: “já não vos chamo servos mas amigos pois vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”.

Com a Sua Encarnação Cristo passou a viver entre nós como homem, se tornou semelhante a nos para que nós sejamos semelhantes a Ele para que possamos nos unir eternamente com Ele quando o virmos tal como Ele é. Ele é a pedra rejeitada pela sinagoga do povo do Antigo Testamento que se constitui na pedra angular, de amarração de todo o edifício do novo povo do Novo Testamento. Neste redil da Igreja, todas as ovelhas do Bom Pastor são conhecidas pelo nome numa comunhão com Deus que se consumará na eternidade.

Cristo se compara com o Bom Pastor, diferenciando-se de todos os demais pastores que, trabalhando somente pelo salário, fogem mediante a presença do lobo, não amam cada ovelhinha ao ponto de arriscar a vida para salvá-la do perigo, já que não as conhecendo desde seu nascimento, não lhes tem amor algum.

O Bom Pastor é o dono das ovelhas que as conhece desde o momento do nascimento pois ajudou no parto e deu o nome a cada uma delas. Jesus é o Bom Pastor que antes do nosso nascimento já no conhecia e havia chamado pelo nome (Jr.1,1ss). Embora essa passagem diga respeito à consagração de Jeremias como profeta, diz respeito também a cada cristão que, no momento de seu Batismo foi consagrado como filho de Deus e recebeu um nome que Ele já conhecia desde toda eternidade.

“Pois não existe debaxo do céu um outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” já que slavação aqui é a expressão do livramento completo e duradouro de tudo o que ameaça a humanidade que, quando dEle se separou pelo pecado, causou a si o maior de todos os danos que poderia se causar, a morte.

Cristo nos salvou porque se tornou homem como ós sem deixar de ser Deus para poder sofrer em si as consequencias de nossos pecados.

O Bom Pastor conhece as suas ovelhas num nivel muito mais profundo que um pastor dono de suas ovelhas que as conhece desde seu nascimento, uma vez que Ele não somente nos criou por amor, nos deu o ser, planejando cuidadosamente cada uma das caracteristicas de nosso corpo, alma e espírito.

“Ele é a pedra angular” que amarra todas as pedras da Igreja em todos os seus niveis: triunfante, padecente e militante, sendo que nesta última dimensão se compõe também daqueles que não estando ainda no mesmo redil recebeu uma prece daquele que por elas deu a vida pedindo que haja um só rebanho e um só pastor, para que todos tenham vida e vida em abundancia (JO.10,10).
III DOMINGO DA PASCOA:

 TEMOS UM DEFENSOR JUNTO DO PAI!!!!!
POR PE. TARCISIO AVELINO

“E vós sereis minhas testemunhas”. Embora não seja ainda Pentecostes quando o Espírito Santo cumulará os Apóstolos e discípulos com toda sorte de dons e carismas necessários para testemunhar a Cristo, hoje, primeiro dia da Semana, dia em que Ele ressuscitou, Ele sopro O Mesmo Espírito específicamente para constituí-los testemunhas da paz que Ele obteve ao reconciliar na cruz, os homens com Deus e entre si, pagando o preço de nossos pecados e rompendo o muro que nos separava de Deus e do próximo.

“Ele é a Nossa Paz”, portanto, O Espírito Santo a nós concedido no Batismo nos constitui testemunhas de Cristo e hoje Ele nos faz testemunhas especificamente, no Sacramento da Confissão do Seu perdão.

Não existe testemunha credível que não tenha sido ocular ou que tenha provas claras daquilo que vai atestar. Se pretendemos ser testemunhas de Deus precisamos ter intimos de Deus, estar unidos com Deus. Por isso a Segunda Leitura diz que para reconhecermos que estamos unidos com Ele é só observarmos se guardamos a Sua Palavra. Pecar é romper com Deus como desde o princípio o fizeram Adão e Eva.

As de hoje nos exortam a não nos separarmos mais de Deus, depois que conhecemos o quanto Ele sofreu para reatar  a comunhão conSigo, mas, nos revela a Primeira leitura: “no entanto se pecarmos temos um forte intercessor junto do Pai”. Que revelação mais poderosa e que nos faz lembrar a de Rm.8,31ss.: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”? Assim, podemos concluir com S. Paulo que se quando éramos inimigos de Deus Ele nos deu O Seu Filho, quanto mais agora estando já reconciliados com Ele não nos dará todas as coisas?”
II DOMINGO DA PÁSCOA: DOMINGO DA MISERICÓRDIA

COMO O PAI ME ENVIOU
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF


Não é à toa que Noss Senhor em uma de suas Aparições a S. Faustina Kowalska escolheu e o Papa João Paulo II, confirmou o Segundo Domingo da Páscoa como o Domingo da Misericórdia pois neste dia temos o Evangelho da Instituição do Sacaramento da misericórdia por excelência que é o Sacramento da Reconciliação ou Confissão, no qual o Próprio Cristo, através do sacerdote, nos oferece a perdão de nossos pecados que Ele já comprou na cruz, oferecendo-nos a reconciliação com Deus e com os irmãos.

O sopro do Espírito nesta Aparição de Cristo ressuscitado aos seus discípulos, ainda não é o cumprimento da Promessa do envio do Espírito que se dará daqui a 50 dias quando em Pentecostes teremos a fundação universal da Igreja. Este sopro do Espírito Santo sobre seus apostolos, no Evangelho de hoje, tem uma finalidade específica, conferir aos Apóstolos o poder de perdoar ou de reter os pecados.

Mas sabemos que não podemos saber, ou conhecer por revelações  os pedados dos outros por isso Cristo está instituindo o Sacramento da Reconciliação como lemos em 1Jo,1,9: “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça”. Mas como eu poderei absolver pecado que eu nem conheço? Daí Cristo ter instituído este sacramento como grande sinal da Sua Misericórdia Infinita por desejar fazer ressoar a sua voz nos ouvidos de cada pecador, servindo-se para isso, uma vez que, ressuscitado não se encontra mais encarnado, da voz do sacerdote para gravar em nós Seu imenso desejo de nos perdoar, mas, mais do que isso o que importa á a Sua graça a devolver nos a comunhão com Deus e com os irmãos.

“A paz esteja convosco” repete por tres vezes o Senhor aos seus, para expressar Seu imenso desejo de se dar a nós em comunhão, uma vez que a paz e Ele mesmo.”Ele é a nossa paz” (Ef.2,14), por sua vez, Seu imenso desejo de se dar a nós é porque o fruto da comunhão com Cristo é a comunhão com os irmãos pelo que assim Ele pode se utilizar de nós para socorrer-nos uns aos outros como vemos na primeira leitura que “tinham tudo em comum e não havia necessitados entre eles” e ouvimos na segunda leitura que “quem ama aquele que gerou alguem, amará tambem aquele que dele nasceu”, Ora o fruto do amor a Deus, comunicado a nós por Seus Espírito, tem que ser a comunhão com aqueles que Ele gerou, Seus filhos, nossos irmãos, do mesmo modo que a expressão do amor a Deus deve ser a obediencia aos Seus mandamentos que nada mais são do que uma forma de assegurar que não façamos mal ao nosso semelhante mas somente o bem. Assegurando o bem do próximo estamos demonstrando nosso amor por Deus uma vez que sendo Pai,tem Sua glória quando vê bem os Seus filhos que ama com amor eterno.

A dura repreensão que Tomé recebe, seguida de uma bem aventurança para os que creem sem ter visto expressam o imenso desejo de Cristo que nos unamos a Ele, já que, como vemos na segunda leitura é pela fé que aderimos a Ele e, consequentemente passamos a viver da Sua vida, objetivo de toda Sua missão neste mundo.

Que a Misericórdia dEle revelada em Sua vida entre nós seja o nosso único sustentáculo e nossa única tábua de salvação para que possamos ter a certeza de nossa salvação eterna. AMÉM!!

PASCOA: QUEM PODE CORRER MAIS


POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF.
“Os dois corriam juntos mas o outro discípulo correu mais depressa e chegou primeiro”. A liturgia deste domingo de Páscoa já nos mostra a grande importância destes dois discípulos que ocupavam lugar de destaque entre os doze Apóstolos de Cristo, João, o discípulo amado, que em Seu Evangelho, como no de hoje, se auto-denomina de “o outro discípulo” e Pedro aquele que Jesus elegeu como chefe dos demais, É a eles dois que Madalena vai anunciar a irregularidade de ter encontrado o túmulo vazio quando esperava ainda encontrar entre os mortos Aquele que está vivo. Os dois saem correndo para constatar por si mesmos o fato, mas o discípulo amado, protótipo de todo o discípulo de Cristo chegou primeiro, mostrando o primado do amor sobre todos os mandamentos e Deus. Quem ama mais sempre chegará primeiro e é neste sentido que a Segunda Leitura nos exorta: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, ode está Cristo”. Ele esta vivo como havia anunciado e é entre os vivos que devemos procurá-los não num túmulo! No entanto, apesar de ter corrido mais e chegado primeiro, os discípulo amado não entrou antes de entrar Aquele que seu Mestre havia constituído seu chefe pois o amor é obediente. O amor sempre chega primeiro, mas “não busca Seus próprios interesses e sim os dos outros” (I Cor.13).
Embora Pedro o chefe tenha entrado primeiro não foi ele mas o discípulo amado quem primeiro acreditou. Pedro apenas constatou o túmulo vazio ao passo que João “viu e acreditou”. Viu o que? Um sepulcro vazio e acreditou não ainda na ressurreição mas que ali estava o dedo de Deus, pois “ainda não haviam compreendido a Escritura segundo a qual Ele deveria ressuscitar dos mortos”. João, pelo Seu amor Ao Mestre, sabe com uma certeza interior que “o amor é mais forte do que a morte” mas ainda não havia concluído que Ele ressuscitara dentre os mortos”. A primeira que acreditou foi A Mãe de Jesus que não vai ao túmulo com as outras mulheres para ungir o corpo de Seu Filho, pois “guardava todas as Suas Palavras meditando-as em seu coração”, sabendo que Ele é o Filho de Deus, aguardava Sua ressurreição pacientemente.
“O outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro” pois ainda seria necessário que Pedro reparasse sua tríplice negação por uma tríplice confissão do seu amor, antes que pudesse confirmar seus irmãos na fé, presidindo-os no seguimento de Cristo, como testemunha abalizada de Sua ressurreição. “Pedro tu me amas?” “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. Esta foi a terceira resposta que ele dera a Cristo em uma de suas aparições como ressuscitado que lhe deu a oportunidade de, com seu tríplice ato de caridade reparar sua tríplice negação. Só então estava em condições de ouvir: “Apascenta minhas ovelhas” e receber a confirmação de seu encargo de chefe da Igreja nascente, para só então estar em condições de testemunhar como ouvimos na primeira leitura: “Eles O mataram pregando-O numa cruz. Mas Deus O ressuscitou no terceiro dia”... e “disso nós somos testemunhas”.
Ser testemunhas de Cristo, eis o modo como corremos ao Seu encontro, e quanto mais O amarmos mais depressa correremos porque esta corrida é a  nossa conformação com Ele que se dá pela nossa purificação através de Seu amor acendido em nós pelo Seu Espírito que nos foi dado. Este Espírito é que nos impulsiona a “buscar as coisas do alto e não as da terra”. O discípulo amado correu mais e chegou primeiro, quanto mais amarmos a Cristo mais desejaremos a Ele nos assemelhar e mais depressa correremos, ou seja galgaremos os degraus da perfeição que nos aproximam do céu mais depressa chegaremos no destino no qual pusermos nossos olhos.
Praza aos céus que não sejam num túmulo que colocamos nosso alvo pois “Ele não está aqui, ressusciou como havia dito”!!! ALELUIA!!!!!!!!
VIGÍLIA PASCAL: "ELE RESSUCITOU!"
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

As leituras deste dia da Vigília Pascal são um verdadeiro resumo de toda a História da Salvação, que vai desde a criação do mundo(Primeira Leitura) até Pentecostes, já que a sétima leitura, extraída do livro do Profeta Jeremias é uma descrição do que aconteceria com cada pessoa depois do envio do Espírito Santo em Pentecostes, que foi o coroamento da História da Salvação embora ainda ainda faltando o Juízo final, já que com Pentecostes Cristo coroou Sua missão de salvação da humanidade. “Derrarei sobre vós uma água pura e sereis purifcados... tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um novo coração”...
Foi exatamente isto que Cristo fez em sua missão sobre a terra, levou sobre si as consequencias do nosso pecado morrendo a nossa morte, quebrado o muro do pecado que nos separava de Deus, e, pelo Seu Espírito derramado em Pentecostes a nós dado no Batismo, fez de nós filhos de Deus.
Sendo assim vemos que A Paixão e morte de Cristo foi a resposta de Deus à maldade do homem: resgatar o homem para a felicidade para a qual fora criado, devolvendo sua condição de filhos, pela qual podemos recobrar a comunhão com Deus por toda a eternidade.
Sedo assim, as leituras de hoje não só resumem para nós os motivos pelos quais O Filho de Deus se encarnou, sofreu e morreu, como também nos relatam o modo pelo qual nos apropriamos dos frutos de Sua obediência Ao Pai, bem como a missão daqueles que aceitaram a oferta gratuita de Seu perdão oferecido na cruz. Vejamos primeiramente o  qual foi a missão de Cristo neste mundo para depois passarmos aos benefícios que a humanidade recebeu com o coroamento desta Sua missão e qual é a missão daqueles que aderindo a  Ele se fazem seus discípulos.
1.    A segunda leitura nos mostra que Aquele que morreu crucificado foi O Cordeiro que o Pai providenciou no lugar do filho de Abrão, simbolizando o direito que Satanás tinha sobre cada pessoa que, desobedecendo a Deus se faz filho daquele que foi desobediente desde o princípio. Se quizermos colher os frutos da Redenção de Cristo precisamos ser obedientes como Ele o foi até a morte.
2.    Pela terceira leitura vemos que O Verbo Encarnado é a coluna de nuvens que abriu caminho no mar vermelho, protegeu e guiou Israel em sua travessia para a terra prometida, vendo sepultados seus inimigos enquanto saía livre da escravidão, símbolo da nossa libertação da escravidão do pecado e da vida nova que recebemos pelo batismo cujas águas são santificadas por Cristo, simbolizado no Círio pascal assim como Cristo mergulhou nas águas do Rio Jordão para santificar as águas nas quais seriam batizados todos os que nEle viessem a crer.
3.    Pela quarta leitura vemos que a missão de Cristo neste mundo foi desposar a nossa humanidade decaida pelo pecado para elevá-la novamente a nossa condição de filhos de Deus do mesmo modo como uma mulher adúltera que é perdoada pelo marido que, ao recebê-la devolve-lhe a dignidade que havia perdido quando repudiada por seu adultério. O pecado é o adultério do homem contra Deus nos criara para Si.
4.    Pela quinta leitura vemos que a missão de Cristo foi fecundar esta terra com a Palavra de Deus pela qual tudo foi recriado da mesma maneira que tudo havia criado desde o principio (primeira leitura).  
5.    A oitava leitura nos ensina que morrendo a nossa morte ao levar sobre si as conseqüências de nosso pecado, Cristo libertou todos aqueles que aceitarem, pelo Batismo, morrer com Ele renunciando ao homem velho, aquele que desobedecia a Ele seguindo O Seu caminho de obediência até as últimas conseqüências.
Passemos agora aos efeitos ou frutos da Encarnação morte e ressurreição de Cristo segundo a ordem em que estão as leituras propostas para essa Vigília Pascal:
1.    Segundo as leituras desta Vigília, mãe de todas as Vigílias, o primeiro fruto foi uma posteridade mais numerosa que as estrelas do céu que Abrãao herdou por ter sido o primeiro a acreditar contra todas as esperanças ao ponto de atender o pedido de Deus que lhE sacrificasse o seu único filho através do qual esperava ver, sem saber como o cumprimento desta promessa de Deus, de que, mesmo na velhice e tendo uma mulher estéril teria tamanha descendência. Este primeiro fruto, é a Igreja, Nov povo de Deus fundada por Cristo, povo da Nova Aliança, composto de todos os que nEle crêem, através do qual são “beditas todas as nações da terra”(Segunda Leitura).
2.    Na sequencia das leituras o segundo fruto foi o conhecimento da Sabedoria de Deus a nós revelada pela vida de Cristo como lemos na sexta leitura extraída do livro do Profeta Baruc: “Aquele que tudo sabe e tudo criou descobriu-te todos os caminhos da sabedoria ... manifestou-se na terra e começou a viver entre os homens”.
3.    Mantendo a seqüência das leituras chegamos ao principal fruto da Missão de Cristo neste mundo, O Espírito Santo que convence do pecado que Cristo já redimiu e que move-nos aos únicos meio de alcançar  este perdão que é o Sacramento da Confissão. Mas é pelo Batismo que recebemos o Espírito Santo, quando Ele se torna para nós o “novo coração” onde Deus inscreve Suas Leis e mandamentos conforme lemos nesta leitura do livro do Profeta  Ezequiel, onde O Espírito Santo é comparado com a água pura que nos purifica de todo pecado.
4.    E finalmente vemos pela oitava leitura, a Epístola aos Romanos, que O Batismo, um dos sete sacramentos que, segundo a doutrina da Igreja, jorrou de seu lado aberto na cruz, é o princípio da vida nova que Ele conquistou para nós, no qual com Ele somos sepultados e com Ele ressuscitamos para vida nova na graça que é o princípio da Vida Eterna.
E, finalmente, pela nona leitura que é O Evangelho vemos que a missão de todo cristão é obedecer aos três imperativos  que O Anjo ordenara às mulheres que tinham ido cedo ungir o corpo de Jesus o tumulo: “Procurais Jesus de Nazaré que foi crucificado? Ele ressucitou! Não está aqui. Vede o lugar ode o puseram. Ide, dizei a seus discípulos”... Essa é a nossa missão: Primeiro: “vede” para dizer, conhecei a Jesus, ouça Suas Palavras, contemple Seus gestos e SEGUNDO, “ide”, ou seja, sejam missionários, vão atrás daqueles que, por ignorância ainda jazem nas trevas da morte e, TERCEIRO: “Dizei”, ou seja anunciai que Deus lhes ama tanto que lhes deu Seu Filho único para sofrer em si as conseqüências do nosso pecado, que Ele se tornou homem como nós em tudo menos no pecado, que já morreu mas que ressuscitou conquistando para nós a vida eterna que pelo pecado havíamos perdido e está entre nós.
Portanto, a grande lição desta Vigília Pascal é que o amor de Deus revelado na Paixão, morte e Ressurreição de Cristo, é infinitamente maior do que as infidelidades do homem pois “se lhe somos infiéis Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo”(2Tm.2,13) Já que Ele é amor, um amor que vai até a morte pelos seus inimigos, que é o que éramos pelo pecado
Assim Cristo é o cumprimento perfeito de todas as promessas do Pai especialmente desta que ouvimos na quarta leitura: “Ainda que os montes oscilassem e as colinas se abalassem, não vacilará jamais meu pacto de paz”. Assim é o Nosso Deus!!!!.


SEXTA FEIRA SANTA: "EU SOU,  EU NÃO SOU"
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF




Celebrar a Paixão de Cristo é celebrar as últimas consequencias da liberdade humana na qual Deus nos criou pois a morte de Cristo é o clímax da maldade do homem sem Deus e do tamanho do amor de Deus pelo homem ao ponto de se entregar livremente nas mãos de daqueles, que, desobedecendo A Soberana Vontade de Deus, romperam com A Vida e se depararam com a morte e com todoso os sofrimentos que a antecede.

“Guarda a tua espada na bainha. Então não vou beber o cálice que meu Pai me preparou”. Essa pergunta de Cristo mostra a sua absoluta liberdade de optar ou não pela vontade do Pai e que na verdade, não foi Judas que O entregou, mas foi o próprio Jesus que voluntáriamente se entregou por amor a nós, em conformidade com O Pai que O havia entregado a nós desde Sua Encarnação no ventre de Maria, como lemos: “Então Jesus, consciente de tudo o qu ia acontecer, saiu ao encontro deles”. Vemos que quem dirige a cena é Cristo.  Ele “foi levado como ovelha ao matadouro” (primeira leitura”, sim. Ele foi levado, mas não obrigado, foi levado porque, na verdade se deixou levar para oferecer a “sua vida em expiação” pelos nossos pecados, para nos justificar “carregando sobre si as nossas culpas”.

“Por causa de nossos pecados” diz a primeira leitura, foi porque o homem livremente escolheu romper com Deus que Ele livremente se fez homem para sofrer em nosso lugar as consequencias de nossa ruptura com Ele que é A Vida.

Celebrar a Paixão de Cristo é contemplar a verdadeira identidade de Deus que é amor e a verdadeira identidade do discípulo de Cristo, que se quizer viver em comunhão com O EU Sou que livremente se apresenta como Deus para se entregar aos soldados que lhe vem prender, precisa, também, diferentemente de Pedro responder “EU SOU” discípulo de Cristo, quando por causa de Cristo nos virmos em perigo de morte, já que Ele disse que aquele que perder por Ele a sua vida a encontrará novamente na eternidade.

“SOU EU”, revela Cristo sua verdadeira identidade divina ao se entregar para nossa salvação. “Não sou eu”, responde Pedros tres vezes negando ser discípulo de Cristo para livrar-se de uma morte que, para aqueles que não se envergonham de Cristo é apenas passagem para uma vida que não tem fim, ao passo que para aqueles que dEle se envergonharem diante dos homens também Ele, deles se envergonhará diante do Pai.

A negação de Pedro se dá justamente no momento em que Seu Mestre está sendo julgado pelo sumo sacerdote que lhe pergunta por Seus discípulos ao que Cristo responde que nada ensinou ‘as  escondidas para que se salvassem o maior número daqueles que escutassem suas palavras, ao passo que, Pedro, como discípulo, cuja função é passar os ensinamentos de Seu Mestre, se esconde para salvar sua própria vida em detrimento da de muitos.

Celebrar a Paixão de Cristo, é, portanto, celebrar a revelação plena da identidade de Deus que é amor, no grau máximo que a mente humana pudesse compreender sem gozar da visão beatífica quando “seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é”. E, ao contemplar na cruz o quanto Ele nos ama vemos que, desde o princípio Ele anseia por se unir em esponsais desposando a nossa humanidade mas, tendo nos criado livres, preferiu correr o risco de ter que tomar vinho estragado quando na cruz desposou de tal forma nossa humanidade que se desfigurou completamente com todas as feridas com as quais nos ferimos nos caminhos espinhosos que são os caminhos do pecado que não nos levam ao Céu, a tal ponto que, como lemos na primeira leitura, diante Do Nosso Noivo “tapávamos o rosto; tão desprezível era, que não fazíamos caso dEle”.

“Tenho sede”, eis o Seu grito na cruz que revela o motivo de Sua Paixão. Tenho sede de me dar a cada um de meus filhos, por isso me fiz homem como eles para demonstrar o quanto lhes amo e através das consequencias de meu amor, sem forçá-los mas respeitando a sua liberdade atraí-los a mim, mas Ele, O Noivo que vem inaugurar a Nova Aliança, onde, nas Bodas de Caná transformou a água parada da Lei que é incapaz de justificar o homem, nos tornou justos, concedendo-nos o melhor vinho que poderia nos oferecer, o vinho da graça de Seu perdão total e gratuito.

Assim, Ele que nos dá O Seu Sangue, ou seja a Sua vida sob a espécie do vinho eucaristizado, tem que beber vinagre quando revela Sua sede do amor de suas criaturas, pois o coração do hmem se tornou incapaz de amar quando foi ferido pelo egoísmo que nele se acendeu depois do pecado original.


QUINTA FEIRA SANTA: LAVA-PÉS, INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA E DO SACERDÓCIO
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF


   

 “Tendo amado os seus que estavam no mundo amou-os até o fim”, essa é a principal mensagem da quinta feira santa, onde o amor de Deus antecipou o que vai acontecer amanhã, na cruz do calvário como uma forma de permanecer  entre nós com o mesmo corpo que recebeu no ventre de Maria, por meio do qual quer entrar em comunhão com  nosso corpo e com todo o nosso ser.


“Amou-os até o fim”, no sentido de que amou-nos até onde não poder mais, amou-nos infinitamente ao ponto de antecipar sua morte no calvário instituindo O Sacramento da Eucaristia, como forma não só de perpetuar sua presença física entre nós de maneira sacramental, como também de permanecer em comunhão conosco da forma mais intima que fosse possível enquanto estamos em nosso corpo mortal, em comunhão com Ele que é eterno e puro espírito, só haveria este meio, o meio do saramento da Eucaristia, e para que a Eucaristia pudesse se tornar realidade instituiu, também, ao ordenar a seus apóstolos: “fazei isto em memória de mim”, o sacerdócio ministerial.

“Amou-os até o fim” no sentido de que amou-nos até ao rebaixamento de Sua condição divina a uma condição de coisa, ou seja, de alimento para poder se dar totalmente e inteiramente a nós numa comunhão que fosse o mais íntima possivel.

“Amou-os até o fim”, no sentido de que sendo Ele o Mestre e Senhor, se rebaixou ao máximo para se fazer nosso escravo! Porque Deus é amor e amar é se dar, então amar até o fim significa se dar inteiramente até se esgotar, como veremos amanhã no Seu sangue derramado até jorrar água de Seu lado aberto.

“Amou-os até o fim”, no sentido de que seu serviço ao Seus discípulos foi o ensinamento vivo de como podemos ser felizes em plenitude quando assumimos nossa condição de filhos Do Amor, amando-nos como Ele nos amou, esse é o Seu Novo Mandamento, o mandamento de nos amar até nos consumir pelo próximo como Ele mesmo nos diz no Evangelho de joje:  “Se Eu vosso Mestre e Senhor vos lavei os pés é para que vós também façais o mesmo”, aqui Jesus não nos manda fazer um gesto meramente ritual mas a conservar sempre a doação e o serviço ao próximo como nosso distinvo: “Nisto conhecerão que vós sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”, ou seja, se vos doardes uns aos outros como servos uns dos outros, como Eu vos fiz.

Lavar os pés uns dos outros siginifica o oposto do orgulho de Adão e Eva de querer ser como Deus no entanto não para servir como Deus mas para dominar no lugar de Deus.

A instituição da Eucaristia que lemos na segunda leitura foi a invenção de Deus para ter em comunhão consigo cada um deus seus filhinhos que Ele ama com amor eterno.

Lida em relação com a primeira leitura, a segunda nos mosrta que a Eucaristia é a nova forma de celebrar a Páscoa, celebração que lembrava a passagem do povo eleito de Deus, da escravidão do Egito para a terra Prometida de Canaã, e, da mesma forma que eles comeram aquele pão sem fermento na pressa de partir, nós também, na pressa de partir deste mundo para a pátria definitiva do céu, precisamos deste maná do Corpo e Sangue do Senhor, com o qual somos fortalecidos, pelo recebimento de suas virtudes, nos combates que teremos que travar com o Malino, até entrar no céu.