CONHECENDO AS APARIÇÕES DE N. SRA II

AS APARIÇÕES E A MENSAGEM DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Sempre sonhei em dar a conhecer neste blog as mensagens e a APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, não só por serem os videntes desta  aparição os nossos padroeiros principais, mas principalmente porque nossa Regra de Vida está principalmente, baseada nas MENSAGENS DE FÁTIMA. Sendo assim eis abaixo um resumo de cada uma das Aparições de Nossa Mãe Celeste em Fátima, para que possamos pôr em prática tudo o que Ela nos pede, uma vez que, em todas as suas Aparições, nada mais faz do que relembrar as verdades esquecidas do Evangelho.
Deus abençoe a todos. Pe. Tarcísio Avelino
PRIMEIRA APARIÇÃO
Quando Nossa Senhora apareceu pela primeira vez em Fátima, no dia 13 de maio de 1917, Lúcia acabara de completar 10 anos; Francisco estava para completar 9; e Jacinta, a menor, tinha pouco mais de 7 anos.

                                         
A aparição era de uma donzela formosíssima, que parecia ter dezoito anos de idade, e vinha rodeada de claridade fulgurante, tanto que as crianças na primeira vez se assustaram e pensaram em fugir. A aparição, porém, de voz dulcíssima, as tranquilizou, e assim ficaram. O folheto publicado pelo Visconde de Montelo sobre as aparições diz o seguinte: "O vestido da Senhora era de uma alvura puríssima de neve, assim como o manto, orlado de ouro que lhe cobria a cabeça e a maior parte do corpo. O rosto, de uma riqueza de linhas irrepreensíveis e que tinha um não sei que de sobrenatural e divino, apresentava-se sereno e grave e como que toldado de uma leve sombra de tristeza. Das mãos, juntas à altura do peito, pendia-lhe rematado por uma cruz de ouro, um lindo rosário, cujas contas brancas brancas de arminho, pareciam pérolas. De todo o seu vulto, circundado de um esplendor mais brilhante que o sol, irradiavam feixes de luz, especialmente do rosto, de uma formosura impossível de descrever, incomparavelmente superior a qualquer beleza humana. 

                                          
As crianças, surpreendidas, pararam bem perto da Senhora, dentro da luz que a envolvia. Nossa Senhora então deu início a seguinte conversação com Lúcia:

- Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.

- De onde é Vossemecê?

- Sou do Céu.
- E que é que Vossemecê quer?

- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez.

- E eu vou para o Céu?

- Sim, vais.

- E a Jacinta?

- Também.

- E o Francisco?

- Também; mas tem que rezar muitos Terços. Lucia lembrou-se então de perguntar por duas jovens suas amigas que haviam falecido pouco tempo antes:

- A Maria das Neves já está no Céu?

- Sim, está.

- E a Amélia?

- Estará no Purgatório até o fim do mundo.

Nossa Senhora fez então um convite explícito aos pastorinhos:

- Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?
- Sim, queremos.

- Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Nossa Senhora ainda acrescentou: "Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra". Depois, começou a Se elevar majestosamente pelos ares na direção do nascente, até que desapareceu.


A aparição convidou as criaturas a voltarem todos os meses no dia treze, durante seis meses no dia treze, durante seis meses consecutivos àquele local, popularmente conhecido pelo nome de Cova da Iria, situado a pouco mais de dois quilômetros da igreja paroquial de Fátima.

A princípio ninguém prestava crédito às afirmações das crianças, que eram apodadas de mentirosas por toda a gente, mesmo pelas pessoas de suas famílias. A 13 de junho (dia da 2ª aparição) umas 50 pessoas acompanharam os videntes, na esperança de presenciarem o que quer que fosse de extraordinário. Nos meses seguintes o concurso de curiosos e devotos aumentou consideravelmente, reunindo-se talvez 5.000 pessoas em julho, 18.000 em agosto e 30.000 em setembro, junto a azinheira sagrada.

No momento em que se verificava a aparição, inúmeros sinais misteriosos de que muitas pessoas fidedignas dão testemunho, se sucederam uns após outros na atmosfera e no firmamento.

A aparição recomendou insistentemente que todos fizessem penitência e rezassem o terço do Rosário. Comunicou às crianças um segredo, que não podiam revelar a ninguém, e prometeu-lhes o céu. 
 
 
SEGUNDA APARIÇÃO

A 13 de junho, os videntes não estavam sós, mais 50 pessoas haviam comparecido ao local.

A pequena Jacinta não conseguira guardar o segredo que os três haviam combinado, e se espalhara a notícia da aparição.

Desta vez, foi Lúcia que principiou a falar:

- Vossemecê que me quer?

- Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias, e que aprendais a ler. Depois direi o que quero.

Lúcia pediu a Nossa Senhora a cura de um doente.

- Se se converter, curar-se-á durante o ano.

- Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu.

- Sim, a Jacinta e o Francisco, levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer Servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono.

- Fico cá sozinha?

- Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio, e o caminho que te conduzirá até Deus.

Nossa Senhora, como da primeira vez, elevou-se com majestosa serenidade e foi-se distanciando, rumo ao nascente.
 
TERCEIRA APARIÇÃO


A 13 de julho, mais de 2 mil pessoas haviam comparecido à Cova da Iria.

As pessoas presentes notaram uma nuvenzinha de cor acinzentada pairando sobre a azinheira; notaram também que o sol se ofuscou e um vento fresco soprou, aliviando o calor daquele auge de verão.

Novamente foi Lúcia que iniciou a conversação:

- Vossemecê que me quer?

- Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.
- Queria pedir-lhe para nos dizer Quem é; para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.

- Continuem a vir aqui, todos os meses. Em outubro direi Quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão de ver para acreditar.
Lucia fez então alguns pedidos de graças e curas. Nossa Senhora respondeu que deviam rezar o Terço para alcançarem as graças durante o ano. Depois, prosseguiu:

- Sacrificai-vos pelos pecadores, e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Deu-se então a visão do Inferno, descrita, anos depois, pela Irmã Lúcia. Esta visão constitui a primeira parte do Segredo de Fátima, revelada apenas em 1941, assim como a segunda parte a seguir:

Após a terrível visão do inferno, os três pastorinhos levantaram os olhos para Nossa Senhora, como que para pedir socorro, e Ela, com bondade e tristeza, prosseguiu:

- Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. 

Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal de Deus vos dá, de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á, a Rússia se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal, se conservará sempre o Dogma de Fé; etc...


(Aqui se insere a terceira parte do Segredo de Fátima, revelada pelo Papa em 13 de maio de 2000.)

- Isso não digais a ninguém. ao Francisco sim, podes dizê-lo.

Após uma pausa prosseguiram:

- Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.

- Vossemecê não me quer mais nada?

- Não. Hoje não te quero mais nada.

E como das outras vezes, começou a se elevar com majestade na direção do nascente, até desaparecer por completo.
 
QUARTA APARIÇÃO


Os três pastorinhos foram sequestrados, na manhã do dia 13 de agosto, pelo administrador de Ourém, a cuja jurisdição pertencia Fátima. Ele achava que os segredos de Nossa Senhora se referiam a um acontecimento político que abaria com a República, recém instalada em Portugal.

Como eles nada revelaram do segredo-mesmo tendo sido deixados sem comida, presos juntamente com criminosos comuns e sofrido forte pressão - o truculento administrador acabou por desistir do intento e devolveu os videntes a suas famílias. Mas com isso, eles tinham perdido a visita da Bela Senhora, que descera à cova de Iria, mas não os encontrara.

Dois dias depois, entretanto, a Virgem novamente lhes apareceu,em um local chamado Valinhos.

Como das outras vezes, seguiu-se o diálogo:

- Que é que Vossemecê me quer?

- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13; que continueis a rezar o Terço todos os dias. 

No último mês, farei o milagre para que todos acreditem.

- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?

- Façam dois andores. Um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas, vestidas de branco; o outro, que leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário; e o que sobrar é para a ajuda de uma capela, que hão de mandar fazer.

- Queria pedir-Lhe a cura de alguns doentes.

- Sim, alguns curarei durante o ano. Rezai, rezai muito; e o que fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.

Em seguida, como de costume, começou a se elevar e desapareceu na direção do nascente.


Pediu que naquele local se erigisse uma capela em sua honra e declarou que no dia 13 de outubro havia de fazer um milagre para que todo o povo acreditasse que Ela realmente tinha ali aparecido. Em 13 de agosto, momentos antes da hora da aparição, as crianças foram ardilosamente raptadas pelo administrador do Conselho, que as reteve em sua casa durante dois dias, ameaçando-as de morte se não se desdissessem ou pelo menos não revelassem o segredo que a aparição lhes tinha confiado.
 
 
 
QUINTA APARIÇÃO


A 13 de setembro, já eram 15 ou 20 mil as pessoas presentes no local das aparições. A Virgem assim falou:

- Continuem a rezar o Terço, para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. (que usavam cingida aos rins) 

Trazei-a só durante o dia.

- Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo.

- Sim, alguns curarei. Outros, não, Em outubro farei o milagre para que todos acreditem. 

Em seguida, começou a se elevar e desapareceu no firmamento.
 
SEXTA APARIÇÃO (Milagre do Sol)
 
 
A 13 de outubro, era imensa a multidão que acorrera á Cova da Iria: 50 a 70 mil pessoas. A maior parte chegara na véspera e ali passara a noite. Chovia torrencialmente e o solo se transformara num imenso lodaçal.

A multidão rezava o terço quando, à hora habitual, Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira:

- Que é que Vossemecê me quer?

- Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem sempre a sempre rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar, e os militares voltarão em breve para suas casas.

- Eu tinha muitas coisas para lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc. ...

- Uns sim, outros não. É preciso que se emendem; que peçam perdão dos seus pecados. Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.

Nesse momento, abriu as mãos e fez com que elas se refletissem no Sol, e começou a Se elevar, desaparecendo no firmamento. Enquanto Se elevava, o reflexo de sua própria luz se projetava no Sol. Os pastorinhos então viram, ao lado do Sol, o Menino Jesus com São José e Nossa Senhora. São José e o Menino traçavam com a mão gestos em forma de cruz, parecendo abençoar o mundo.

Desaparecida esta visão, Lúcia viu Nosso Senhor a caminho do Calvário e Nossa Senhora das Dores. Ainda uma vez Nosso Senhor traçou com a mão um sinal da Cruz, abençoando a multidão.

Por fim aos olhos de Lúcia apareceu Nossa Senhora do Carmo com o Menino Jesus ao colo, com aspecto soberano e glorioso.

As três visões recordaram, assim, os Mistérios gasosos, os dolorosos e os gloriosos do Santo Rosário.


Enquanto se passavam essas cenas, a multidão espantada assistiu ao grande milagre prometido pela Virgem para que todos cressem.

No momento em que Ela se elevava da azinheira e rumava para o nascente, o Sol apareceu por entre as nuvens, como um grande disco prateado, brilhando com fulgor fora do comum, mas sem cegar a vista. E logo começou a girar rapidamente, de modo vertiginoso. Depois parou algum tempo e recomeçou a girar velozmente sobre si mesmo, à maneira de uma imensa bola de fogo. Seus bordos tornaram-se, a certa altura, avermelhados e o Astro-Rei espalhou pelo céu chamas de fogo num redemoinho espantoso. A luz dessas chamas se refletia nos rostos dos assistentes, nas árvores, nos objetos todos, os quais tomavam cores e tons muito diversos, esverdeados, azulados avermelhados, alaranjados etc.

Três vezes o Sol, girando loucamente diante dos olhos de todos, se precipitou em zigue-zague sobre a terra, para pavor da multidão que, aterrorizada, pedia a Deus perdão por seus pecados e misericórdia.

O fenômeno durou cerca de 10 minutos . Todos o viram, ninguém ousou pô-lo em duvida, nem mesmo livre-pensadores e agnósticos que ali haviam acorrido por curiosidade ou para zombar da credulidade popular.

Não se tratou, como mais tarde imaginaram pessoas sem fé, de um fenômeno de sugestão ou excitação coletiva, porque foi visto a até 40 km de distância, por muitas pessoas que estavam fora do local da aparições e portanto fora da área de influência de uma pretensa sugestão ou excitação.

Mais um pormenor espantoso notado por muitos: as roupas, que se encontravam encharcadas pela chuva no início do fenômeno, haviam secado prodigiosamente minutos depois. 
 

Toda imprensa, inclusive a de grande circulação se referiu, em termos respeitosos e com bastante desenvolvimento de Fátima. As apreciações destes fatos, mesmo no campo católico, não foram unânimes. As afirmações das crianças relativas ao próximo fim da grande guerra européia, contribuiram para essa divergência de opiniões. Mas apesar disso, de ano para ano, a devoção a Nossa Senhora do Rosário de Fátima aumenta e propaga-se por toda a parte. O concurso de peregrinos é enorme e verifica-se especialmente no dia 13 de cada mês, nos domingos, nos dias consagrados à Santíssima Virgem e, mais do que nunca, no dia 13 de maio e no dia 13 de outubro de cada ano.
 
 
A história e o tempo deixaram registradas ocorrências de inúmeras graças, curas prodigiosas e milagres atribuídos à intervenção de Nossa Senhora de Fátima.

Diante dos acontecimentos de Fátima, a Igreja deixou-se ficar na maior reserva e teve muita cautela, investigando e analisando o fatos por não curto espaço de tempo. O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Antônio Mendes Belo (falecido em 04 de agosto de 1929, na idade de 87 anos), só em 26 de junho de 1927, isto é, 10 anos depois das aparições, foi a Fátima, onde benzeu a via sacra colocada junto a estrada de Leiria a Fátima, muito depois de outros bispos e prelados terem visitado Fátima, por exemplo, o Arcebispo de Évora, o Primaz D. Manoel Vieira de Maos, o Núncio Apostólico de Lisboa e o Bispo de Funchal. Em 1931 o Episcopado Português fez a solene consagração do país a Nossa Senhora do Rosário de Fátima. 
 
Lúcia,  viveu até os 97 anos de idade, e morreu santamente no dia 13/02/2005 no mosteiro Carmelita de Coimbra, onde estava reclusa desde 1948. (Clique aqui para ver detalhes)
 
Tópicos Relacionados: 
  - Reportagem  da época sobre as aparições de Nossa Senhora - Jornal "O Século", Lisboa (edição da manhã) 37 (l2.876) de 15 Outubro de 1917, p. 1, cols. 6-7; p. 2, col. 1.- 
  - Homilia do Santo Padre em 13/05/2000 e beatificação de Francisco e Jacinta 
  - Revelação do Terceiro Segredo e sua interpretação teológica firmada pelo Vaticano - 13/05/2000
                                                                     
     (Extraído do BLOG PÁGINA ORIENTE)

 Aproveite para aprender a rezar o rosário clicando abaixo pois, como podemos resistir aos apelos da mais terna de todas as Mães, que só quer nos socorrer? Pe. Tarcísio Avelino 

A PALAVRA DO FUNDADOR: DOM. PÁSCOA

 “VIU E ACREDITOU”
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF
Nossa religião se baseia na fé naquilo que os apóstolos de Jesus dão testemunho. Começemos pelo discícipulo amado. O Evangelho de hoje nos diz que ele viu e acreditou. João viu o quê? Um túmulo vazio e acreditou nas palavras de Jesus. A religião cristã, é a maior do mundo e o seu fundamento é a fé. É por isso que é tão importante para nós a palavra testemunho que, só na primeira leitura que tem apenas 8 versículos, esta palavra aparece por 3 vezes! O testemunho é a base da religião Cristã. Foi o próprio Cristo quem ordenou que o testemunhássemos, isso também aparece na primeira leitura: “Jesus mandou pregar e testemunhar que Deus O constituiu Juiz dos vivos e dos mortos”.
A humanidade tinha pecado tanto que Deus só tinha duas saídas, dar largas à Sua Justiça e deixar que os homens sofressem a consequência última destes pecados como nos diz a Escritura: “O SALÁRIO DO PECADO É A MORTE” (Rm. 8,23), ou dar largas ao Seu amor misericordioso e resgatar a humanidade. Como Ele é onipotente, fez as duas coisas ao mesmo tempo, sem suspender as implicações da liberdade na qual nos havia criado, se fez homem para poder ser justo, sofrendo em si as consequências de nosso pecado, e, ao mesmo tempo, levando Seu amor até as últimas consequências como lemos no salmo 102,10: “O SENHOR É BOM E MISERICORDIOSO... NÃO NOS TRATA SEGUNDO NOSSOS PECADOS NEM NOS CASTIGA EM PROPORÇÃO ÀS NOSSAS FALTAS”.
Assim é o nosso Deus. Como não amar um Amor que nos seduz assim? É muito mais difícil resistir do que dar largas e este amor. Como eu dizia ontem, é preciso fazer grande violência a si mesmo para resistir a Essa corrente tão impetuosa! É por isso que mais rápido correu João do que Pedro. Pedro representa a Igreja institucional à qual Cristo o havia posto a frente e João representa a Igreja Carismática em sua constante liberdade de atualização. O amor corre mais rápido. João chega antes mas não entra porque é preciso respeitar a precedência que Cristo deu a Pedro, mas Pedro, talvez por ter negado três vezes ao Mestre, não estava ainda em condições para dar este passo na fé. Dele se diz apenas: “viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus”, ao passo que de João se diz: “Ele viu e acreditou”, porque “o amor tudo crê”(Icor.13).
Maria Madalena vai bem cedo, ainda era escuro, ao túmulo. Isto simboliza a crença de que as trevas apagaram a luz. Sua caminhada em direção ao túmulo significa as buscas das comunidades que anseiam a vida, mas que a procuram em lugar errado.
O texto diz o que Maria viu e, não o que não viu. Viu a pedra afastada e não viu o corpo de Jesus, Maria é a primeira mensageira do túmulo vazio. Por outro lado, os lençóis e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus, estavam lá, deixados, abandonados, pois uma pessoa viva não precisava deles. São prova mais evidente do que o sepulcro vazio. O "outro discípulo", João, o discípulo amado, viu o túmulo vazio e creu. Quem ama acredita, o amor dá créditos, gera a fé.
 para onde caminho? Para o túmulo vazio, no escuro? Ou sob o impulso do amor que me leva a descobrir a vida nova, Jesus Cristo vivo na minha comunidade? “O amor tudo crê” e foi o discípulo amado quem estava em condições de ser o primeiro a dar o salto da fé.
“Todo aquele que crê em Jesus recebe, em Seu nome, o perdão dos pecados” porque assim como alguém que ganha um presente só passará a desfrutar dele quando abrir o pacote, também nós só vamos começar a desfrutar da vida abundante que brota da união com Cristo, quando começarmos a nos relacionar com Ele. Assim como todo relacionamento começa pela confiança e, para que seja um relacionamento duradouro é preciso que a confiança aumente gradativamente, assim também, o nosso relacionamento com Deus começa pela fé, “sem fé é impossível agradar a Deus pois para se achegar a Ele, primeiro é necessário crer que Ele existe” (Hb.11,6).
É por isso que Cristo disse a Tomé: “Creste porque me viste. Bem-aventurados os que não viram e contudo creram” (Jo 20, 29). É por isso que na primeira leitura Cristo ordena que O testemunhemos, porque o amor que temos por Ele é o canal pelo qual o Espírito Santo vai infundindo a fé naqueles que nos ouvem. Nele crer ou não crer é sempre um ato de decisão pessoal, embora a fé seja um dom de Deus, Ele  nos criou livres deixando-nos sempre a possibilidade de resistir ou de cultivar esse dom.
Para nós que nos decidimos a acreditar no testemunho que nos foi transmitido sobre Jesus, resta-nos ser coerentes com a nossa fé, como nos ensina a segunda leitura que nos exorta a buscar as coisas do alto e não as da terra pois onde estiver nosso tesouro ali estará também o nosso coração, se recebemos em nós a fé que nos impulsiona a chegar onde Cristo está, é preciso lá fixar os olhos e nos pôr a caminho seguindo Seus passos, isto é buscar as coisas do alto. Desta coerência dependerá a eficácia de nosso testemunho.
De nosso testemunho depende a libertação de muitos irmãos nossos que jazem nas trevas da ignorância, escravos dos vícios de seus pecados. “todo aquele que nEle crê, recebe em Seu nome o predão dos pecados”
FELIZ PÁSCOA A TODOS!!! PE. TARCÍSIO AVELINO

A PALAVRA DO FUNDADOR: VIGÍLIA PASCAL

ELE NÃO ESTÁ AQUI! RESSUSCITOU!
por: Pe. Tarcísio Avelino

As leituras da vigília pascal nos colocam de cheio dentro do tema batismal para mostrar que é pelo Batismo que recebemos todos os frutos da Páscoa como lemos na oitava leitura onde, na carta aos Romanos, que, pelo Batismo somos configurados a Cristo tanto em Sua morte, quanto em sua Ressurreição, no sentido que, assim como Ele desapareceu de nossas vistas ao ser sepultado como morto e saiu vitorioso do túmulo, também nós que desaparecemos nas águas do Batismo, emergimos novas criaturas pelo Espírito Santo que passa a habitar em nós. Permanecerá em nós a concupiscência da carne que é a propensão ao pecado, no entanto, não somos mais escravos desta pecaminosidade uma vez que mais forte é o Espírito de Cristo que passa a habitar em nós. Vivendo em comunhão com ELE, tudo podemos (Fl.4,13).
A coluna de fogo que vemos atravessar com o povo de Deus o mar vermelho na terceira leitura, é a prefiguração de Cristo ressuscitado, simbolizado no círio pascal que doará a luz a cada vela que aos poucos vai nele se acendendo até iluminar toda a igreja que antes estava em trevas, para lembrar a humanidade que jazia nas trevas e que, em Cristo viu se cumprir a promessa que dizia: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”, por isso o lugar escolhido por Cristo para se reencontrar no dia de sua ressurreição foi a Galiléia das Nações, assim chamada, justamente porque lá fora palco de diversas disputas, por isso, lá residiam pessoas de diversas nações, para dizer que Cristo veio para todos os que nEle haveriam de crer.Cada vela que se acende no círio pascal representa justamente os incrédulos que passam a ser luz do mundo no momento em que recebem a luz da fé em Cristo Ressuscitado.
Depois este círio será mergulhado nas aguas nas quais fomos e serão batizados todos os neófitos.
Assim como no primeiro dia da criação Deus fizera a luz, como vemos na primeira leitura, foi no primeiro dia da semana que Cristo ressuscitou. Ele a Luz do Mundo volta a brilhar neste mundo até o derradeiro dia em que nos mergulhará em Seu clarão para sempre.
Assim como Cristo comunicou o Seu Espírito aos seus discípulos no dia de Sua Páscoa, passagem da morte para a vida, é no dia do Batismo que se cumpre para nós a profecia que lemos na sétima leitura: “derramarei sobre vós uma água pura... e porei o meu Espírito dentro de vós e farei com que sigais meus mandamentos”. É por isso que a quarta leitura diz assim: “o teu esposo é Aquele que te criou”, porque assim como no ventre de Maria Cristo desposou a nossa humanidade, pelo Batismo, embora não assumamos a natureza divina como, na Encarnação Ele assumiu a nossa natureza humana, sem contudo, deixar de ser Deus, pelo Batismo passamos viver numa comunhão tão íntima com O Espírito Santo que adquirimos todas as condições necessárias para vencer todas as tentações e permanecer fiéis aos mandamentos de Deus. Por isso a oitava leitura diz que morremos ao pecado e passamos a viver a vida nova de Cristo. O Batismo é a nossa Páscoa.
Cristo foi crucificado exatamente na hora sexta em que os cordeiros eram sacrificados na antiga páscoa dos judeus, para  mostrar que Ele é o cordeiro da NOVA PÁSCOA prefigurado no cordeiro que Deus providenciou para Abraão, como lemos na segunda leitura, para que não precisássemos ser sacrificados, pagando o salário do pecado que é a morte.
Cristo ressuscitou para que se cumprisse todas as profecias que O Pai fizera ao seu povo, comprovando aquilo que lemos na quinta leitura: “A Palavra que sair de minha boca não voltará vazia, antes realizará tudo que fôr de minha vontade” e qual é a vontade do Pai? Cristo responde: “Que não se perca nenhum daqueles que Ele me deu”. Continua a quinta leitura dizendo: “e produzirá os efeitos que eu pretendi ao enviá-la”. Cristo é A Palavra, O Verbo de Deus encarnado pelo qual tudo foi criado no princípio (por isso a primeira leitura é o relato da criação) e pela qual tudo foi recriado na plenitude dos tempos.
Oh! Quanto são belas as verdades reveladas na Páscoa! E, ao mesmo tempo, quanto é triste entendermos até onde vai o amor de Deus por nós e constatar o quão poucos aceitaram esta vida nova pela qual Ele pagou por nós tão alto preço! Mais triste ainda é constatarmos que, apesar de nos sabermos tão amados, ao ponto de Ele desposar a nossa miserável condição humana quando mergulhada no pecado, continuamos pecando, no entanto, jamais podemos desanimar ou desistir de nós mesmos uma vez que Ele nos faz, na quarta leitura, esta comovente promessa: “Podem os montes vacilar e as colinas se abalar, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor”. Oh! Como não corresponder ao apelo que ouvimos na quinta leitura? “Buscai O Senhor,  enquanto pode ser achado, invocai-O, enquanto Ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho e o homem injusto suas maquinações; volte para o Senhor , que terá piedade dele, volte para o Nosso DEUS, QUE É GENEROSO NO PERDÃO!!!!
Até quando amado leitor, continuaremos a resistir a TÃO GRANDE AMOR? Se continuarmos assim, adoeceremos mais e mais, não só porque separ-se da Vida é morrer aos poucos, mas principalmente porque é preciso uma tensão enorme para resistir a essa impetuosa corrente que O BOM DEUS SE DECIDIU DERRAMAR NO MUNDO ATRAVÉS DE NÓS DESDE O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO!!!!!!! FELIZ PÁSCOA PARA TODOS! É O QUE DESEJA O EDITOR DESTE BLOG, PE. TARCÍSIO AVELINO.

PORQUE O PAI QUIZ QUE SEU FILHO MORRESSE NA CRUZ?

Queridos irmãos, sempre sonhei em escrever um artigo que respondesse a essa pergunta, como hoje o ato litúrgico é mais cedo, nem sei se terei tempo de postar minha prédica de hoje, por isso posto abaixo esta resposta que achei muito parecida com tudo o que eu gostaria de dizer hoje porque quando vemos o sofrimento inaudito que O Pai permitiu que o seu filho passasse por nós, se não temos bem clara a resposta à pergunta que é título desta postagem, fica uma certa suspeita de que realmente DEUS SEJA AMOR, uma vez que a mãe mais desnaturada deste mundo prefere morrer do que ver sofrer um de seus filhos. Com 16 anos de sacerdócio nunca vi uma mãe seque, que tenha conseguido se esquecer de um aborto praticado, então porque O Pai que é amor não veio Ele morrer e sim mandou Seu filho? A resposta de antemão que eu dou é justamente para que pudesse sofrer, também Ele, O Pai, ao máximo, as conseqüências de nossos pecados, enviando Seu Filho o Pai nos deu uma prova de amor muito maior do que se Ele próprio viesse sofrer e morrer por nós, uma vez que sofreu muito mais vendo sofrer Seu Unigênito do que sofreria se tivesse Ele passado tudo o que Jesus passou. É IMPOSSÍVEL RESISTIR A TANTO AMOR, RENDEI-VOS A ESTE AMOR QUERIDOS IRMÃOS!!!!!!!!!! E TODOS OS QUE PASSAM PELO TEU CAMINHO TERÃO VIDA A VIDA PLENA QUE SÓ ELE PODE NOS DAR!! Santa Sexta Feira Santa par todos vocês. Pe. Tarcísio.
Por que Jesus tinha que morrer? Qual a necessidade do derramamento de sangue dEle? Se desde o Éden ficou provado que Satanás era mau, por que Deus tinha ainda que provar Seu amor para os mundos não caídos (Universo)?
Por que "sem derramamento de sangue, não há remissão" de pecados (Hebreus 9:22). Claro, isso é algo complexo para ser racionalizado por um ser humano pecador e, por isso, apresentarei um resumo do que a Bíblia revelou sobre o assunto. Jesus morreu porque nos ama (João 3:16; Jeremias 31:3). Na onisciência divina, as três Pessoas da Trindade viram que a eternidade não seria a mesma coisa sem nós. Por isso, elaboraram o plano de salvação antes mesmo de o mundo existir (Hebreus 9:14; 1 Pedro 1:18-20; Apocalipse 13:8) para nos levar de volta para perto de Si. Jesus morreu porque apenas Deus é suficientemente perfeito para pagar a dívida que tínhamos para com a Lei dEle. Quando lemos Levítico 22:19 e 20, percebemos que o cordeirinho sacrificado (símbolo de Cristo: João 1:29) tinha que ser perfeito. Por quê? Isso nos ensina que somente um sacrifício perfeito poderia de uma vez por todas pagar a penalidade que o ser humano merecia: a morte eterna (Romanos 6:23). E só Deus é perfeito o suficiente para cumprir esse requisito porque Ele - Jesus - é o Autor da vida, Atos 3:15. Sendo Jesus o Autor da Vida (juntamente com as outras duas Pessoas da Trindade), Ele era o único ser perfeito que poderia resolver a gravidade do pecado com a morte dEle mesmo. Para isso, teve que se encarnar (João 1:14) e sofrer a morte eterna no lugar de cada ser humano. Isso deu a Deus o "direito judicial" de resgatar todo aquele que pela fé vai a Cristo (João 3:16).  Cristo morreu porque o universo todo precisava ter evidências de que o diabo havia mentido a respeito do Criador (no Éden, os anjos e outros seres ainda não tinham pleno conhecimento de quem era na verdade Lúcifer. Só o poderia mostrar). Em 1 Coríntios 4:9, lemos que todo o "mundo" (no grego vem da palavra que significa "universo") está acompanhando o desenrolar da história humana. Os anjos não são oniscientes (1 Pedro 1:2 - só Deus) e, por isso, a cruz foi uma resposta de Deus às acusações do diabo. Ali, o Senhor deu a prova máxima do amor dEle por todas as criaturas e do quanto o pecado e a rebeldia são terríveis a ponto de causar a morte do próprio Criador! Isso foi uma garantia para que jamais qualquer criatura se rebelasse contra o Todo-Poderoso.
Portanto, Jesus precisava morrer para (1) pagar o preço pelo nosso resgate e para (2) promover a segurança do Universo, a fim de que todos testemunhassem de uma vez por todas que não vale a pena ir contra a Lei do Criador. Uma lei amorosa, que tem como objetivo nos proteger e proporcionar saúde física, mental e espiritual, e, principalmente a vida eterna.
Leandro Quadros (extraído do blog OUTRA LEITURA)
 Portanto querido irmão, a conclusão que tiramos é que na cruz ficou patente até onde vai a maldade do homem sem Deus, a ponto de, ao invés de matar seu semelhante, torturá-lo até ao extremo, porque, eu lhes garanto, se Deus não tivesse sustentado Jesus com Sua graça, Ele teria morrido antes de  chegar nem à metade dos sofrimentos pelos quais passou por mim e por você, mas era preciso que ficasse claro de uma vez por todas até onde vai a maldade do ser humano sem Deus, e, até onde vai o amor de Deus por voce e por mim.
Era preciso, de uma vez por todas, que ficasse claro aos olhos do mundo quem é satanás e qual é a recompensa que ele dá para aqueles que fazem sua vontade, ou seja, para aqueles que pecam. Para aqueles que obedecem a satanás ele dá como recompensa, a traição, a tortura, a enfermidade, a ruína, o desespero e, finalmente o suicídio, o exemplo clássico disso foi Judas. Quão diferentes foram as respostas que ele, Pedro e Jesus deram diante da vontade de Deus que fora ficando cada vez mais claras para sua missão nesta terra... A grande diferença é que Cristo tinha plena consciência de tudo o que teria que sofrer para uma grande maioria que não somente o rejeita, mas principalmente o despreza, blasfema e ridiculariza, no entanto Ele aceitou sofrer tudo isso livremente e o aceitaria por um só filho Dele que Ele ama como se fosse filho único.
Até quando ficaremos resistindo a esse amor? Aqui está o segredo de uma felicidade plena que já começa aqui e se consumará no céu. Já começa aqui, mesmo em meio às tribulações, porque consiste em saber que se está no centro da vontade dAquele que me ama desta maneira.
Ele havia dito que quando fosse elevado da terra atrairia todos a Si, e, de fato, do alto da cruz, mostrando o quanto nos ama e como se deve sofrer as conseqüências do pecado, nos seduziu a todos. Até o centurião e os soldados que nem sequer conheciam as Escrituras reconheceram que só Deus poderia sofre desta maneira, com tanta dignidade e serenidade e perdoando os seus inimigos. Por isso o testemunho deles ecoa para todos nós: "verdadeiramente este era o Filho de Deus", no entanto, eles eram pagãos até aquele momento e não sabiam que DEUS É AQUELE QUE É, desde toda eternidade, que não tem princípio nem fim pois é eterno, por isso nós temos que corrigir a frase deles dizendo "verdadeiramente este é o FILHO DE DEUS.
Foi preciso que um pagão reconhecesse o que os sacerdotes e doutores da lei não foram capazes de reconhecer, a partir de agora o véu do santuário fora rasgado de alto a baixo porque, ainda que continue sendo necessário se purificar para entrar na presença de Deus como o sumo sacerdote o fazia uma vez por ano, agora O SANTO DOS SANTOS se misturou com os pecadores, lhes estendeu a mão e os atraiu para si. Antes era preciso se purificar para entrar na presença de Deus, agora, é preciso entrar na presença de Deus para se purificar pois Ele veio, justamente para os pecadores e não somente para os justos. 
Deus abençoe a todos. PE. TARCÍSIO AVELINO

QUINTA FEIRA SANTA: AS LIÇÕES DO LAVA-PÉS


Evangelho: Jo 13, 1 – 15

 É interessante notar: João 13 não fala da Eucaristia como Mateus 26,26-29; Marcos
14,22-25; Lucas 22,17-20). João sequer nomeia a Páscoa dos judeus nem a faz coincidir com a Páscoa de Jesus (13,1). Jesus não celebra a Páscoa judaica.
3. A verdadeira Páscoa é a que Jesus celebrará com sua morte na cruz. Reforçando
esse argumento, há o fato de João não mencionar Jerusalém. Jesus havia rompido definitivamente com o sistema opressor instalado na capital, para inaugurar uma nova era de serviço e de partilha, na qual o próprio Deus toma a iniciativa, consciente de ser o grande servidor.
O Evangelho de hoje deixa claro que Cristo, diferentemente de Pedro tinha plena consciência do que estava fazendo, antecipando sacramentalmente, a entrega total que de Si fará na cruz do calvário. "Amou-os até o fim", quer dizer, amou-os inteiramente gastou-se inteiramente por eles e por cada um de nós, até culminar com a maior prova de amor que se pode dar, dar a vida por um amigo, mas Ele, mostra até aonde vai o Seu amor por nós, a ponto de dar Sua vida por nós quando ainda éramos, pelo pecado inimigos de Deus.
O que ele vai fazer, não o fará arrastado pelas circunstâncias, mas consciente de que abre o caminho de acesso para o Pai.  "Amou-os até o fim”, – até a perfeição do amor. O que vem a seguir quer exemplificar o que significa “amar até as últimas conseqüências”.
O Lava-pés
Sentar-se à mesma mesa, tomar refeição juntos, comer do mesmo alimento é sinal
de intimidade, de comunhão e partilha (em qualquer lugar do mundo). Mas Jesus vai além. João diz que a Ceia já começara e Jesus teria ocupado o lugar de honra. E Jesus vai mostrar concretamente – com fatos – de que honra se trata. Não é aquela de Judas de quem o diabo havia tomado conta do coração (=ambição, concentração de bens, espírito de não-partilha)  .
 Jesus,  consciente de estar realizando o projeto de Deus (v.3), – mostra na práticaqual é a norma de vida da comunidade cristã: despoja-se do manto (sinal da dignidade do “senhor”), e pega o avental (toalha, ferramenta do “servo”). É o Senhor que se torna servo (Fl 2,6-7: “ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a seme-lhança humana”). Despojar-se do manto significa dar a vida sob a forma de serviço. De fato, quem devia lavar os pés eram os escravos não-judeus ou as mulheres (filhas, esposas). Daí o escândalo de Pedro.
  Vale notar que, ao dizer que retoma o manto, não se diz que tirou o avental, dando  a entender que ele tenha vestido o manto por cima. Isso significa que o serviço continuará, culminando na cruz: “está consumado”. O Lava-pés de Jesus, portanto, se prolonga até a cruz, e nela tem seu ponto culminante.
 Pedro ainda está mergulhado nas suas categorias de “senhor x servo”, de uma
sociedade de relações desiguais (sociedade, não comunidade). Espanta-se que o Senhor lhe lave os pés (v.6). O súdito não aceita a igualdade (o súdito tem a cabeça do patrão, a desigualdade). Por isso, Jesus  diz que Pedro não pode agora, mas só mais tarde compreen-derá, quando, depois de ter chorado amargamente sua tríplice negação, terá a oportunidade de satisfazer este pecado por uma tríplice declaração de amor. Pedro se firma na posição de que a desigualdade é legítima e até necessária para
a ordem na comunidade. A resposta de Jesus é radical: se não for assim, será impossível ter parte com Ele, ou seja, não pode ser seu discípulo e o projeto de Deus não se cumpre. O processo de conversão exige adesão total ao projeto de Deus realizado em Jesus-servo. Pedro então, como sempre, levado por um entusiasmo impensado, supera a primeira fase: “Senhor, lava então não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça” . Mas ele ainda não aderira ao que Jesus faz, nem mesmo entendera bem. Para ele, o Lava-pés era um rito de purificação, ao qual, como todo judeu, ele estava acostumado: lavar-se para eliminar a impureza legal e ritual. Porém, Jesus mostra que mesmo purificando-se ritualmente, é possível continuar  impuro, como é  o caso de Judas: lavados os pés , sua impureza permanece, porque seu coração aderiu ao diabo, o espírito anti-fraterno que leva à cobiça e afasta do serviço e da partilha.
A purificação judaica contemplava só o lavar as mãos; ao lavar os pés Jesus dá a dimensão verdadeira do ser discípulo: ser servo dos outros, não se colocar acima dos outros, mas estar sempre disposto a servir e a partilhar (a começar do coração, do amor… e de um amor sem limites… até o fim!).
Então Jesus retoma o manto e se põe de novo à mesa (volta à posição de homem livre, pois os escravos não se sentavam à mesa), mas conserva a disposição de servo (não tira o avental). A cena é fortemente simbólica: ele continua sendo sempre aquele que serve. De fato, Jesus só é despojado do avental na cruz, pois é aí que concluiu o seu serviço. (Aí … lhe é tirado o avental!).
 O que segue tem valor de testamento-mandamento: “vocês me chamam Mestre e Senhor eu o sou! Ora, se Eu, vosso mestre e Senhor vos lavei os pés vós também deveis fazer o mesmo".
1ª. Leitura: Ex 12, 1-8 . 11 -14 Neste texto vemos que a Páscoa marca o início de um novo tempo, tempo da libertação: “este
mês será para vocês o começo dos meses, será o primeiro mês do ano. Inicia-se nova vida. Chegou a libertação. A festa vai determinar o futuro do povo: será um povo para a libertação. É o inicio da vitória do povo sobre as estruturas do poder opressoras (do Egito, da Babilônia, e dos nossos dias…).Esse novo tempo é marcado pela partilha, onde ninguém tenha demais e a
ninguém falte o que comer: “se a família for pequena demais para um animal, convidará também o vizinho mais próximo de acordo com o numero de pessoas” . O que sobrar, o fogo devorará .È uma festa de preservação da vida: o sangue afugentará os maus espíritos, mas também servirá de sinal para a preservação de Israel enquanto povo, ameaçado que estava de desaparecer pela política de morte dos poderes opressores: o Faraó que controla os nascimentos (Ex 1,15-16) e todo e qualquer sistema impositivo que controla a origem da vida.
21.4. é uma festa de memória histórica. Lembra o passado desastroso (ervas
amargas). É celebrada às pressas (pães sem fermento). Os que dela tomam parte devem estar preparados para uma longa viagem (v.11), que os leve longe do sistema opressor e os introduza numa sociedade plenamente humana e fraterna, onde reine a liberdade e a comunhão.
2ª. Leitura: 1 Cor 11, 23 – 26
. Os versículos de hoje contemplam basicamente a narrativa da instituição da Eucaristia. Paulo (que não estivera na última ceia) afirma tê-la recebido do Senhor e transmitido às comunidades de Corinto. Esta é a garantia maior de autenticidade: “eu a recebi do Senhor e transmiti a vocês”,
 A ceia do Senhor está vinculada a um fato e data históricos: – a noite em que o Senhor Jesus foi entregue. Essa noite é mais importante que a noite da saída do Egito (Ex 12), celebrada na ceia pascal judaica e se reveste de caráter pascal insuperável.
Trata-se de um memorial que não é simples repetição mecânica de um rito. Memorial é reviver os acontecimentos passados, experimentando hoje os seus efeitos que implicam, exatamente, no contexto em que Paulo escreve este texto da instituição da Eucaristia e do sacerdócio que hoje celebramos, porque assim como os corintios estavam querendo celebrar a Eucaristia sem se importar com os mais pobres da comunidade, sem partilhar com eles seus alimentos, nós também comemos a nossa própria condenação quando recebemos Cristo na comunhão, sem querer imitar o exemplo que Ele nos deu antes de Insituir Este Sacramento que antecipa Sua entrega total no Calvário. Para poder comungar o corpo e o sangue do Senhor é preciso comungar com a vida do irmão. Amar é se dar, é se gastar pelo outro como Cristo que, lavando os pés dos seus discípulos nos diz: "Se eu vosso mestre e senhor vos lavei os pés é para que vós façais o mesmo". Se a função do mestre é ensinar, Cristo ensinou com Sua vida e nós seus discipulos temos a função de imitá-lO.
 A liturgia de hoje nos ensina a amarEnsina-nos a amar,  não sabemos amar, muito menos amar até o fim. Quem no-lo ensina é Jesus. “Antes da Páscoa … amou-os até o fim … eu dei o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu vos fiz” (Jo 13,1.15).
 A 1ª. leitura de Êxodo fornece o fundo histórico para situar a última Ceia como refeição pascal na vida de Jesus e nas raízes judaicas da liturgia cristã. Conta a instituição da refeição do cordeiro pascal no antigo judaísmo, com o sentido salvífico que Israel aí reconhece: a libertação da escravidão. A história que João nos relata situa-nos nesse contexto da páscoa. Para os
judeus a ceia pascal é a principal celebração em memória de sua história, e, portanto, de sua identidade como povo. Comemoram a passagem do Senhor Deus, que os libertou da escravidão e fez deles seu povo. Jesus, celebrando a Páscoa com seus doze discípulos, fez da Páscoa o memorial de sua passagem: sua missão da parte de Deus e sua volta ao Pai, através do dom de sua vida na cruz. Fez da Páscoa o memorial do seu amor até o fim.
 O gesto do Lava-pés é  um gesto profundamente inquiridor: por isso, deve levar-nos a entender a sua profundidade e a sua ingerência na nossa vida. Estamos muito distantes da atitude do Senhor.  Mais do que um gesto de humildade, o Lava-pés é uma demonstração muito concreta de compromisso de amor, de fraternidade.  “Amai-vos como eu vos amei”. Dai a vida como eu a dei por vós.   Deus é amor. E amar é sair de si e ir ao en-
contro do outro. Essa é a definição básica e fundamental de amor, aliás, a única. Não dá para ajustá-la ao nosso jeito… Esta é a grande questão! Queremos que Deus nos ame. Queremos sentir-nos aconchegados por Deus. Mas não sabemos, não nos dispomos e não temos coragem de sair de nós mesmos (deixar nossos interes-ses) e ir ao encontro dos outros para levar aconchego, carinho, compreensão, soli-dariedade, perdão, … abrir o coração e deixar que os outros entrem!
 Por quê celebrar a Páscoa? Para entendermos Jesus Cristo!
 É um memorial: revivemos o gesto de amor do Filho de Deus, hoje atualizado
na nossa vida… aqui na nossa celebração. Amor por nós: por mim, por você!
 É uma vida nova. O amor do Filho de Deus nos libertou para sempre: o mal e a morte não tem mais a palavra final. Cristo nos abre  o horizonte para sairmos das trevas da ignorância, da ganância, do acumular quanto mais melhor e depois não saber nem o que fazer com tudo o que acumulamos. E pior ainda, depois de tudo, não alcançamos a felicidade, a tranquilidade, a alegria, e a tão almejada paz de espírito.
Um novo modo de viver: a partilha. Se abrirmos os olhos e o coração à mensagem do Filho de Deus, descobriremos que a partilha, ela, sim, traz alegria, contentamento, felicidade, paz.
 Jesus que nos toma pela mão (e nos leva ao seu coração) para ensinar-nos a abrir o nosso coração  a ele, ao Pai e aos irmãos. Somente assim celebraremos com Jesus a Páscoa que nos renova verdadeiramente: a Páscoa de Jesus, a nossa Páscoa de hoje em caminho para a nossa Páscoa definitiva na casa do Pai.

O VALOR DA AMIZADE

por: Pe. Tarcísio Avelino


Queridos amigos, hoje gostaria de falar um pouco sobre a amizade, justamente neste tempo em que temos meditado sobre a traição Judas, a propósito do seguinte email que recebi ontem de uma filha espiritual de Macapá:

Boa noite Pe. Tarcísio,

O motivo de eu estar lhe escrevendo é um fato que aconteceu aqui em macapa que me deixou bastante pensativa.
Sábado a noite eu, o Robelino e meus sobrinhos vínhamos voltando a noite da casa da mamae que mora no bairro do pacoval, depois de termos deixado a Regina e o Cambraia na casa deles, quando derrepente um rapaz surgindo do nada com o braço ensaguentado passou correndo desesperadamente na frente do carro quase causando um acidente mortal, claro que para ele, por pouco não aconteceu; mas tarde ficamos sabendo que havia acontecido isso devido ele esta jogando baralho com seu melhor amigo em uma ponte, ocorrendo um desentendimento entre eles e aí esse seu melhor amigo lhe deu quatro facadas. O rapaz esfaqueado foi socorrido por uma senhora e levado as pressas ao hospital de emergencia para cuidados médicos. Hoje pela manha viemos a saber que este rapaz nao resistindo aos ferimentos sendo 2 facadas no braço e 2 no pulmão veio a óbito. Aí eu lhe pergunto, se ele era o melhor amigo dele por que tirou o bem mais valioso que era a sua vida? Que amizade era essa? Qual o valor da verdadeira amizade? Deus não é o nosso melhor amigo? Se nao for lhe pedir muito, gostaria que o senhor escrevesse no seu blog algo sobre a amizade verdadeira, que é a  com Deus. Os jovens estao se acabando devido essas falsas amizades, e aí novamente eu lhe pergunto, Que futuro será da humanidade?
Abraços

De sua filha Rosilda Pires

Vejamos então o que diz a Palavra de Deus no capítulo 6 do Eclo.:
7." Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; mas não te apresses em confiar nele.

8. Porque há amigo de ocasião, que não persevera no dia da desgraça.
9. Há amigo que passa a inimigo, e que revela as desavenças contigo.
10. Há amigo que é companheiro de mesa mas que não persevera no dia da necessidade.
11. Quando fores bem sucedido, ele será como teu igual e, sem cerimônia, dará ordens a teus criados.
12. Mas, se fores humilhado, ele estará contra ti e se esconderá da tua presença.
13. Afasta-te dos teus inimigos e toma cuidado com os amigos.
14. Amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um tesouro.
15. Ao amigo fiel não há nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é.
16. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo.
17. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo".

Gostaria de destacar aqui o vs. 17 para dizer que as verdadeiras amizades são aquelas fundamentadas em Deus. Que colocam Deus acima de tudo, como diz o Primeiro Mandamento. Não existe amizade verdadeira que não tenha Deus como fundamento e princípio não só porque toda edificação que não estiver sobre a Rocha que é Cristo, está sobre areia e desabará, mas, principalmente porque DEUS É AMOR se estivermos separados desta Fonte de amor. de onde receberemos amor para que possamos nos querer bem ao ponto do que Cristo nos ensinou dizendo que, "não há maior prova de amor do que dar a vida pelo amigo"?
Todo amigo que lhe aconselha a fazer coisas que não são de acordo com a Palavra de Deus, pode até lhe querer muito bem, mas na verdade, não é seu amigo, uma vez que a amizade é uma forma de amar e separado da Fonte do amor ninguém está capacitado a se querer realmente bem, uma vez que, depois do pecado original o homem se separou desta Fonte de amor que é Deus e seu coração ficou contaminado com o veneno do orgulho e do egoísmo que faz do homem um monstro capaz de fazer o que Judas fez com Seu melhor amigo, Jesus. Capaz de fazer o que os algozes de Jesus fizeram com Ele ao ponto de que Ele tenha ficado semelhante a um verme diante do qual todos cobrem o rosto, como lemos em Isaías cap. 53.
Jesus é o caminho que nos coloca novamente em comunhão com O Pai. Basta nEle crer e confessar os nossos pecados, receber o Batismo e já estamos salvos, mesmo em meio às nossas fragilidades.
Somente unidos a Essa Fonte é que podemos amar verdadeiramente como lemos na carta Magna sobre o amor que é a Primeira carta de São Paulo aos Coríntios no cap. 13:

4."O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho;

5. não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido;
6. não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade.
7. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.
8. O amor jamais acabará.
Ora,se o amor jamais acabará é falsa toda palavra de amigo ou de esposo que termina um relacionamento dizendo que o motivo é que o amor acabou. MENTIRA!!!!!!!! O que aconteceu foi a falta do perdão diário, que faz com que as mágoas e os ressentimentos nos envenenem ao ponto de nos cegarem para enxergar o amor que está em nós.
Eu lhes desejo um amigo como os que eu tenho,
Abraços. Santo Tríduo Pascal. Pe. Tarcísio.

A PALAVRA DO FUNDADOR:QUARTA FEIRA SANTA


O MISTÉRIO DA LIBERDADE HUMANA
por: Pe. Tarcísio Avelino

Durante a Semana Santa vamos contemplando as diversas pessoas que conviveram com Jesus nos últimos momentos de sua vida e ficamos impressionados com o Mistério da iniquidade, ou seja com o mistério do mal no mundo e, ao mesmo tempo com o mistério da liberdade humana confrontado com a liberdade de Cristo. Ontem analizamos as conseqüências das respostas livres que Judas e Pedro deram a Jesus. Ambos O traíram, no entanto, um se arrependeu e outro se suicidou e ficamos realmente perpléxos com a grande diferença do fim a que cada um chegou neste mundo, embora não tenhamos certeza do fim eterno de Judas, mesmo que no Evangelho de hoje ouçamos Cristo dizer "ai daquele que trair o filho do homem, melhor seria que nunca tivesse nascido", nem essa frase de Jesus nos dá certeza sobre o destino eterno de Judas o que me faz remeter mais para a Palavra que diz que um segundo para Deus é como mil anos, para dizer que se Judas tiver se arrependido perfeitamente de tudo, o que é muito difícil, poederá ter se salvado uma vez que depois que empurrou o apoio dos pés, no ato do enforcamento ainda he restava um milésimo de segundo, tempo suficiente para que Deus o levasse ao arrependimento.
Digo que teria sido muito difícil que Judas tivesse se arrependido de seus pecados nos últimos momentos justamente porque sabemos que a teologia católica ensina que preciso corresponder com a graça de Deus nas pequeninas coisas do dia-dia para que eu tenha a força necessária quando precisar vencer as grandes tentações, como esta que é uma das características da blasfêmia contra o Espírito Santo, a de se desesperar da Misericórdia de Deus, acreditando que exista algum pecado maior do que o amor de Deus, que, por ser essa a sua própria natureza, é infinito.
É interessante notar que um por um dos discípulos perguntavam se seriam eles que trairiam a Jesus e, embora todos eles como nós, fossem traí-lO com seus inúmeros pecados, pois a Escritura diz que o justo peca 7 vezes por dia, Nosso Senhor não os considerou como traidores, mas somente aquele que se desesperaria de Sua misericórdia, talvez seja esse o motivo pelo qual Cristo tenha dito que melhor seria que não tivesse nascido.
Outro ponto que vale ressaltar é o vs.16 onde lemos que depois que ficou combinado o preço, "Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus", onde o Evangelista usa a mesma palavra com a qual manifesta a liberdade de Jesus em se entregar ao sofrimento, como lemos na primeira leitura, para o ato com o qual Judas trairia O Seu Mestre, ressaltando, que, assim como Cristo foi completamente livre na sua decisão de sofrer e morrer por nós, Judas também o foi, em sua decisão de permanecer fiel a Jesus ou de traí lo quando  entendeu que o Seu messianismo era muito diferente da concepção de messias político que libertaria sua nação do jugo romano. Judas foi completamente livre quando se decidiu entregar Jesus e não simplesmente abandoná-lo, deixando de fazer parte do grupo de Seus discípulos como era costume na época, a liberdade de um discípulo poder abandonar, a qualquer momento, o grupo de de discípulos do Mestre de seu interesse.
A lição que fica para nós neste dia de hoje é que, embora tenhamos sido criados livres por Deus, nossas escolhas sempre têm um preço a ser pago e conseqëências que determinam nosso fim, sendo que as escolhas que vamos fazendo vão cristalizando hábitos dentro de nós, pela força da repetição, que facilitarão ou dificultarão as opções futuras, ao ponto de, no derradeiro instante de nossa vida ser, determinante o estado em que formos encontrados, na hora de nossa morte.
Que nesta Semana Santa, também chamada de Semana Maior por ter sido aquela na qual se deu a nossa salvação, possamos, vendo o amor com o qual Cristo se entregou livremente para sofrer e morrer por nós, nos dê forças para optarmos sempre pelo bem.
Abraços a todos. DEUS ABENÇOE. PE. Tarcísio.

A PALAVRA DO FUNDADOR: TERÇA FEIRA SANTA

PREDESTINADOS À SALVAÇÃO
por: Pe. Tarcísio Avelino

"Antes que tu fosses gerado no ventre de sua mãe eu já te conhecia e te consagrei". Embora esta palavra se aplique, primeiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo, diz respeito a cada um de nós, o que nos faz quedar perpléxos se imaginarmos essa palavra aplicada a Judas. Vem logo á mente esta pergunta: "se antes de ser gerado no ventre da mãe Deus, que é onisciente, já sabia que Judas haveria de entregar Jesus, porque então O Pai o criou? Somente para se perder eternamente?" Mas a verdade é que não sabemos se Judas se salvou ou se condenou, mesmo que tudo indique que ele tenha se perdido eternamente, uma vez que A Misericórdia de Deus, é a Sua Própria natureza, ou seja, é infinita. No entanto, permanece a pergunta:"Se a onisciência de Deus lhE permite saber quem se salvará e quem se condenará, porque não permite que nasça morto, aqueles que haveriam de se condenar eternamente?
O fato é que Deus poderia ter criado todos como robozinhos programados para obedecê-lO, no entanto, isso não seria Sua imagem e semelhança. São Paulo diz em uma de suas cartas que Deus predestinou todos os homens a serem Seus filhos, ora, para sermos filhos de Deus era preciso que tivéssemos uma alma imortal como Ele é imortal, mas também era necessário que nos assemelhássemos a Ele que é totalmente livre, a Ele que é amor. Assim, era necessário que aqueles que Ele criou por e para o amor fossem livres pois amor obrigado não é amor verdadeiro.
Concluímos então que, se fomos criados livres era necessário que nossa liberdade implicasse a responsabilidade, senão não seria liberdade, ora, se as conseqüências da separação dA Vida que é Deus é a morte, era necessário que todos os que dEle se haviam separado morressem, então, Ele que é imortal, se fez homem como nós para poder morrer no nosso lugar e ressuscitando, comunicasse vida à nossa carne, ferida de morte, pela separação da vida. Era necesário que A Vida se encarnasse  para, com Sua vida mostrar-nos novamente o caminho para a casa do Pai, o caminho da obediência e da humildade, oposto daquele pelo qual Dele nos havíamos separado, o do orgulho e da desobediência.
É interessante que, assim que Judas sai para entregar Jesus, este diz que agora foi glorificado o filho do homem e Deus foi glorificado nEle. Porque, foi precisamente por esta traição que, Cristo, morrendo na cruz revelou todo Seu amor por nós. Deus é amor e quando tem oportunidade de manifestar ao máximo o Seu amor, maior é a glória que recebe pois, sendo essa a Sua natureza, é assim que quer ser reconecido.
E o Evangelho se conclui com a previsão de outro que haveria, também, de entregar Jesus, sendo que a glória de Deus que é o Seu amor, manifestado em Seu olhar que arrancou lágrimas de arrependimento de Pedro, quando plenamente revelada na cruz e selada pelo Espírito Santo em Pentecostes, o capacitaria a cumprir a promessa que ora faz, impensadamente Ao Seu Mestre, só então poderá seguir Jesus para onde Este afirma estar indo.
Deus abençoe a todos. Santa semana santa. Abraços. Pe. Tarcísio Avelino.

A PALAVRA DO FUNDADOR:O DOMINGO DE RAMOS

"ESVAZIOU-SE A SI MESMO"
Por: Pe. Tarcísio Avelino

Poderíamos dizer que O Domingo de Ramos é como que, não somente, a síntese de toda a liturgia da semana Santa, como também de toda nossa vida neste mundo, uma vez que a liturgia nos coloca no papel da multidão que, ao mesmo tempo que aclamava Jesus como Rei, gritará, em breve, "crucifica-o". Essa multidão é composta de cada um de nós que, num mesmo dia, com nossas atitudes declaramos que Jesus é o Rei e Senhor de nossas vidas, mas logo em seguida o crucificamos com nossos pecados.
somos hoje convidados a refletir, analizando as atitudes de cada pessoa que aparece no Evangelho de hoje, com qual delas eu me identifico quando me defronto com A Vontade de Deus na minha vida. Observemos as atitudes de alguns daqueles que conviveram com Jesus nos últimos momentos de Sua vida terrena e examinemos nossa consciência para que possamos colher os frutos destes 40 dias de Quaresma quando, todos os dias, nos foi pedido a mesma coisa: CONVERSÃO. Confrontemos nossa vida com as atitudes deles e vejamos no que precisamos mudar para corresponder ao Amor deste Deus que tanto aceitou sofrer para nos dar a Vida plena e eterna.
 Gostaria de começar pelo exemplo de  Judas que preferiu se suicidar,quando percebeu que Jesus não era o Messias político, forte e conquistador que libertaria, pela espada, o povo judeu do jugo da dominação política dos romanos sobre o seu povo de Israel. Essa é a atitude daqueles que, quando percebem que a vontade de Deus em suas vidas, implica em sofrer com Cristo pela salvação do mundo, preferem desistir da Vida que é Cristo, suicidando-se ou passando a vegetar num mundo de ilusões, mergulhando nas drogas, no consumismo, nas paixões e vícios, para tentar anestesiar a consciência, como se dela pudéssemos fugir, o contra-ponto desta atitude de Judas que, mesmo arrependido de ter vendido por 30 moedas o Seu Mestre, é a atitude de Pedro, que, mesmo tendo traído e negado Seu mestre, como Judas, foi humilde para aceitar continuar convivendo com a culpa e, com ela, encarar de frente Aquele que traíra, para que O Seu olhar de amor fizesse brotar o único bálsamo capaz de apagar nossos pecados, as lágrimas de arrependimento que nos movem à confessar esses pecados.
Outra atitude com a qual precisamos nos confrontar é a de Pilatos que, mesmo sabendo que Jesus era inocente, lavou as mãos, eximindo-se da responsabilidade do gesto de entregar Jesus para ser crucificado, quantas vezes nos acovardamos diante de covardias aplicadas contra inocentes, esquecendo-nos de que tudo o que fazemos ao menor de nossos irmãos é a Cristo que o fazemos. Quantas vezes, com nossas omissões, O crucificamos!
Outro personagem que nos faz pensar é o Cireneu que, ajuda Cristo a carregar a cruz, mas obrigado pelos guardas, quantas vezes em nossas vidas aceitamos ser colaboradores de Deus cumprindo nossa missão de renunciar a nós mesmos e tomar nossa cruz para seguir Jesus, mas o fazemos a contra-gosto, resmungando, senão exteriormente, deixamos que se instale uma batalha de questionamentos em nosso interior.
Uma atitude que nos deixa bem perpléxos a cada semana santa é a dos sacerdotes, fariseus e doutores da Lei, que, como ninguém conheciam as Escrituras e sabiam que, em Jesus se cumpria todos os sinais de que O Messias havia chegado, como Ele mesmo respondera aos discipulos de João Batista, enviados para perguntar: "És tu o messias que esperávamos ou devemos aguardar outro?" Resposta de Jesus: "Ide dizer a João: os paralíticos andam, os cegos enxergam, os mudos falam e os mortos ressuscitam". Mesmo sabendo que as evidências confirmavam a chegada do Messias, preferiram eliminá-lo, convencendo o povo a pedir a Sua morte e procurando motivo de O acusar, do que, humildemente, assumir que, sua concepção de Messias estava equivocada. Quantas vezes também nós, preferimos eliminar de nosso caminho as pessoas que desmascaram nossas incoerências! A conversão dói, porque implica humilhação, sendo que depois do pecado original o orgulho passou a nos escravisar, no entanto, se o caminho pelo qual de Deus nos separamos foi o orgulho o caminho pelo qual a Ele podemos voltar, é o caminho oposto, a nós ensinado por Cristo, como lemos na segunda leitura: " Sendo de condição divia, não se apegou a ser igual a Deus mas esvaziou-se a si mesmo fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz". Ele se fez homem como nós para reabrir o caminho na nossa frente, levando sobre si as conseqëências de nosso pecado, cuja principal é a morte e, descendo ao mais profundo abismo do pecado onde havia se colocado o homem, morreu a morte destinada aos piores criminosos. Uma vez descendo ao mais profundo, só havia uma saída: subir. "Por isso Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.. e toda língua proclame: "Jesus é o Senhor". Ele é O Senhor porque comprou com Seu próprio sangue tudo o que Dele havíamos tomado, dEle nos separando com nossos pecados.
Como nos esquecer de José de Arimatéia que era discípulo secreto de Jesus, que, talvez, por temor de assumir-se como Seu seguidor, só pode dar a Seu Mestre uma sepultura, porque chegara tarde demais. Quantas vezes o respeito humano nos faz sepultar Jesus, sufocando em nós a voz que tanto anseia poder manifestar a verdade que a nós e a tantos pode salvar!
Além disso temos o grupo das mulheres fiéis, no mei delas, Maria Santíssima que, mesmo sem poder se aproximar da cruz, permaneceram firmes, juntamente com João, numa tentativa de consolar, com sua solidariedade Seu mestre tão ultrajado. Muitas vezes não nos restará na vida outra saída, no entanto, como eles permaneçamos firmes fazendo o possível para consolar Aquele do qual a primeira leitura diz que viveu sua vida escutando como um discípulo, a vontade do Pai, para poder estar em condições de cumpri-la quando esta a Ele se revelasse plenamente, podendo, com seu sofrimento consolar todos os sofredores.
À medida que vamos acompanhando a vida de Cristo, vemos que, para Ele vai se tornando mais clara a vontade do Pai a seu respeito e, ao mesmo tempo, na vida dEle, vamos percebendo também qual é a nossa missão, que como Ele possamos assumir o chamado de Deus para nossas vidas, mesmo quando percebermos que o cumprimento da vontade do Pai implica doação até a morte, para que todos tenham vida plena. Assim seja.
DEUS ABENÇOE A TODOS, PE. Tarcísio Avelino

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

 

 

 Com este artigo pretendo lançar algumas idéias que nos ajudem a falar de Deus também para os pretensos "ateus" pois até a tão controvertida Teoria Evolutiva de Darwin parece indicar a origem comum de todas as coisas, claro, Deus, comprovando a veracidade de da Bíblia que afirma que Deus é o criador de tudo. Vejamos:1 - As variações surgem nos indivíduos de uma espécie bruscamente, em conseqüência de alterações do material genético transmitido de pais a filhos através dos gametas. As modificações impressas aos indivíduos nessa condição são também hereditárias e se constituem em mutações.


2 - Se algumas mutações determinam a manifestação de caracteres indesejáveis, outras, entretanto, tornam os indivíduos mais adaptados para as exigências do meio ambiente, fazendo-os mais aptos para vencer na luta pela vida.
3 - Como conseqüência da luta pela vida, resulta um seleção natural dos mais adaptados ou mais aptos e a extinção dos menos aptos.
Assim a ciência consegue explicar, satisfatoriamente, as mudanças que ocorrem nas espécies. Por isso, cada animal é adaptado ao ambiente em que vive. Por isso existem peixes que suportam grandes pressões vivendo em grande profundidade e aves perfeitamente adaptados para o vôo. As sucessivas evoluções tornaram possível as adaptações.
Você pode dizer que os cientistas podem estar enganados; quem sabe eles não estudaram a fundo a questão?
Felizmente, eles estudaram a questão profundamente, encontrando muitas provas que a evolução é real. Vamos ver as principais delas:
Provas anatômicas - O estudo da anatomia comparada revela fatos surpreendentes que falam a favor da evolução. Observe, por exemplo, que a grande maioria dos mamíferos (e não só dos mamíferos, mas também dos demais vertebrados terrestres, comos sapos, lagartos, crocodilos, aves) possui membros pendáctilos, isto é, com 5 dedos. Por quê? Não seria de pouco senso considerar esse fato apenas como uma "coincidência"? Se fosse verdade a Teoria da Criação Especial, pela qual Deus teria criado todos os seres a um só tempo, cada um independente do outro, não seria mais compreensível que os animais pudessem variar infinitamente nas suas estruturas, sem qualquer padrão de repetição? A "padronização estrutural" das espécies só tem uma explicação: o parentesco que as une no tempo, através da evolução.
Provas embriológicas - A embriologia comparada também fornece provas que reforçam a teoria da evolução. Já no século passado, Ernst von Baer chamava a atenção para a semelhança que existe entre embriões de espécies diferentes nos estágios iniciais de desenvolvimento. Por que razão o embrião de um peixe, o de um anfíbio, o de um réptil, o de uma ave e o de um mamífero, incluindo o embrião humano, se assemelham em certo momento de sua formação? Que outra razão justifica essa semelhança senão o verdadeiro parentesco que os liga ao tronco inicial do qual resultaram todos os vertebrados atuais?
Provas bioquímicas -  Agora, nos laboratórios das grandes universidades americanas e européias, os cientistas procuram desvendar a semelhança que aproximam seres de espécies muito distantes na complexidade bioquímica de suas células e de seus organismos. Sabe-se que as enzimas são substâncias produzidas pela atividade celular sob controle específico de genes. Ora, a cada dia descobrem-se novas enzimas que estão presentes ao mesmo tempo em organismos muito distantes uns dos outros nos sistemas de classificação dos seres. Várias enzimas digestivas do homem têm sido encontradas nas células de animais inferiores. A tripsina, por exemplo, enzima proteolítica integrante do suco pancreático e da atividade intestinal, está presente em numerosos animais, desde os protozoários até os mamíferos.
O mesmo ocorre com relação aos hormônios. Os hormônios tireiodianos do gado bovino podem ser administrados com absoluta segurança a seres humanos portadores de hipotireiodismo. Entre a hemoglobina humana e a do chipanzé não há nenhuma diferença. Mas, entre a hemoglobina humana e a do gorila, já se observa duas trocas de aminoácidos. A hemoglobina do macaco Rhesus tem 12 aminoácidos trocados em relação à nossa hemoglobina e 43 em relação à do cavalo.
Parece incrível como a cada pesquisa que se faz, tudo comprova que há Uma origem comum para todas as coisas, justamente como lemos no livro do Gênesis, que Deus é o criador de tudo.
Provas cromossômicas - Numerosos cientistas dos grandes laboratórios de pesquisa do mundo têm dedicado seus esforços no sentido de fazer um cariotipagem comparada entre organismos diversos. A comparação entre os cariótipos de espécies diferentes também parece confirmar que há um parentesco entre seres de grupos diversos. Isso é feito pela análise do números de cromossomos nas células de animais e de plantas e por um estudo comparativo entre esses cariótipos. As diversidades de banana bem conhecidas (banana-ouro, banana-prata, banana-maçã, banana-d'água, banana-da-terra) revelam cariótipos de 22, 44, 55, 77 e 88 cromossomos, o que indica que resultam de mutações por euploidias (respectivamente; 2n=22; 4n=44; 5n=55; 7n=77; 8n=88). Já o trigo tem variedades com 14, 28 ou 42 cromossomos, que correspondem a indivíduos haplóides, diplóides e triplóides, respectivamente. Nas plantas, essas mutações cromossômicas são muito comuns e mostram a evolução das espécies.
Gorilas, chimpanzés e orangotangos possuem todos o cariótipo de 2n = 48 cromossomos. O homem possui 2n = 46, o que faz os geneticistas presumirem que tenha havido a fusão de dois pares de cromossomos no cariótipo humano em relação ao dos antropóides. O gibão (macaco asiático) possui um constante cromossômica de 2n = 44. Deduzimos, então, que o gibão, o gorila e o chimpanzé são todos parentes afastados do homem (mas nem tão afastados assim!...). Outro exemplo: o rato tem 42 cromossomos nas suas células diplóides, mas o camundongo só possui 40. Essa diferença de apenas um par não é sugestiva? Enfim, tudo indica que o estudo do cariótipo comparado das espécies pode servir para mostrar o grau de parentesco entre aquelas que se mostram mais vizinhas dentro dos sistemas de classificação dos seres, mais uma vez comprovando que se há um parentesco entre todos os seres vivos é porque tiveram uma origem comum. Deus.
Provas zoogeográficas - Qualquer observador atento poderá notar que as faunas do hemisfério norte (América do Norte, Europa e Ásia) são bastante semelhantes entre si, num flagrante contraste com as faunas das terras do hemisfério sul (América do Sul, África e Oceania), que são sensivelmente diferentes umas das outras. No primeiro caso, os cervídeos (rena, alce, veado galheiro, as raposas, os castores, os lobos, etc.), apenas com algumas diversidades regionais, próprias dos grupamentos alopátricos. Já no segundo caso, a fauna da América do Sul (onças, pequenos macacos, tatus, preguiças, tamanduás e uma grande diversidade de aves), a fauna da África (leões, tigres, rinocerontes, zebras, girafas, elefantes, gorilas etc.) e a fauna da Oceania (canguru, quivi, ornitorrinco etc.) revelam profundas diferenças. É interessante questionar a razão desse contraste.
Os geólogos são unânimes em afirmar que todos os continentes da Terra estiveram há muitos milhões de anos atrás fundidos num só, chamado de Pangéia. Há, talvez, 200 milhões de anos, a Pangéia se fragmentou em blocos, originando a Laurásia e a Godwana. Esses dois imensos blocos passaram, lentamente, a deslizar sobre a vasta massa de material incandescente, que fica abaixo da crosta terrestre. A Laurásia, de situação setentrional, originou a América do Norte, a Europa e a Ásia. A Godwana, situada meridionalmente, também se fragmentou, por sua vez, dando origem a América do Sul, a África, a Oceania e a Antártica. Essa conclusão passou a constituir a chamada teoria da derivação continental ou do deslizamento continental.
Pela deriva continental, as terras do hemisfério sul ficaram logo separadas. E, progressivamente, a distância entre ela se tornou cada vez maior. O isolamento das espécies em cada continente foi total. Hoje, são passados 200 milhões de anos desde que o isolamento geográfico se instalou entre aquelas populações. O somatório das mutações e o trabalho da seleção natural fizeram com que as faunas e floras destes continentes se tornassem profundamente diversificadas. As terras do hemifério norte, a despeito de se afastarem também pelo deslizamento continental, mantiveram ainda contato por muito tempo. Aliás, a Europa nunca se separou da Ásia. O isolamento que se instalou entre os animais foi em decorrência da civilização que muito se desenvolveu entre as florestas européias e asiáticas, separando-as. Por sua vez, a Ásia se manteve ligada à América do Norte por um istmo que a comunicava ao Alasca e que submergiu a cerca de vinte mil anos, dando lugar ao atual estreito de Bhering. Só então houve o total isolamento das faunas da América do Norte e do bloco asiático europeu. Como se vê, as terras do norte estão separadas há, relativamente, pouco tempo. O isolamento entre as suas espécies é recente e, por isso, elas ainda não se diversificaram muito. O interessante é que, mesmo reconhecendo a evolução como um FATO, a maioria dos cientistas americanos acredita em Deus (de acordo com pesquisas, em torno de 86% dos cientistas americanos acreditam em Deus). NOTA DO AUTOR DESTE BLOG: não seria então, mais sensato admitir que a Teoria da Evolução prova simplesmente que há um Criador que imprimiu em tudo o que criou, em graus diferentes uma irradiação da Grandeza e criatividade infinita de Seu Ser perfeitíssimo?Sendo assim, impede que Deus tenha criado um mundo mutável que vai se evlouindo, no entanto o que não se pode aceitar é que do nada tenha se originado o mundo, uma vez que isso contradiz inteiramente a razão como veremos logo abaixo nas 5 provas de existência de Deus de Santo Tomás de Aquino.

A EXISTÊNCIA DE DEUS



"Ninguém afirma: `Deus não existe' sem antes ter desejado que Ele não exista".
Esta frase, de um filósofo muito suspeito, por ser esotérico - Joseph de Maistre - tem muito de verdade.
Com efeito, o devedor insolvente gostaria que seu credor não existisse. O pecador que não quer deixar o pecado, passa a negar a existência de Deus.
Por isso, quando se dá as provas da existência de Deus para alguém, não se deve esquecer que a maior força a vencer não é a dos argumentos dos ateus, e sim o desejo deles de que Deus não exista. Não adiantará dar provas a quem não quer aceitar sua conclusão. Em todo caso, as provas de Aristóteles e de São Tomás a respeito da existência de Deus têm tal brilho e tal força que convencem a qualquer um que tenha um mínimo de boa vontade e de retidão intelectual.
É para essas pessoas que fazemos este pequeno resumo dos argumentos de São Tomás sobre a existência de Deus, tendo por base o que ele diz na Suma Teológica I, q.2, a.a 1, 2, 3 e 4.
Inicialmente, pergunta São Tomás se a existência de Deus é verdade de evidência imediata. Ele explica que uma proposição pode ser evidente de dois modos:
  1. em si mesma, mas não em relação a nós;
  2. em si mesma e para nós.
Uma proposição é evidente quando o predicado está incluído no sujeito. Por exemplo, a proposição o homem é animal é evidente, já que o predicado animal está incluso no conceito de homem.
Quando alguns não conhecem a natureza do sujeito e do predicado, a proposição - embora evidente em si mesma - não será evidente para eles. Ela será evidente apenas para os que conhecem o que significam o sujeito e o predicado. Por exemplo, a frase: "O que é incorpóreo não ocupa lugar no espaço", é evidente em si mesma e é evidente somente aqueles que sabem o que é incorpóreo.
Tendo em vista tudo isso, São Tomás diz que:
  1. A proposição "Deus existe" é evidente em si mesma porque nela o predicado se identifica com o sujeito, já que Deus é o próprio ente.
  2. Mas, com relação a nós, que desconhecemos a natureza divina, ela não é evidente, mas precisa ser demonstrada. E o que se demonstra não é evidente. O que é evidente para nós não cabe ser demonstrado.
Portanto, a existência de Deus pode ser demonstrada. Contra isso, São Tomás dá uma objeção, dizendo que a existência de Deus é um artigo de fé. Ora, o que é de fé não pode ser demonstrado. Logo, concluir-se-ia que não se pode demonstrar que Deus existe. São Tomás ensina que há dois tipos de demonstração:
1) Demonstração propter quid (devido a que)
É a que se baseia na causa. Ela parte do que é anterior (a causa) discorrendo para o que é posterior ( o efeito).
2) Demonstração quia (porque)
É a que parte do efeito para conhecer a causa.
Quando vemos um efeito mais claramente que sua causa, pelo efeito acabamos por conhecer a causa. Pois o efeito depende da causa, e é, de algum modo, sempre semelhante a ela. Então, embora a existência de Deus não seja evidente apenas para nós, ela é demonstrável pelos efeitos que dela conhecemos.
A existência de Deus e outras verdades semelhantes a respeito dele que podem ser conhecidos pela razão, como diz São Paulo Rom. I, 19), não são artigos de fé. Deste modo, a fé pressupõe o conhecimento natural, assim como a graça pressupõe a natureza e a perfeição pressupõe o que é perfectível.
Entretanto, alguém que não conheça ou não entenda a demonstração filosófica da existência de Deus, pode aceitar a existência dele por fé.
É no artigo 3 dessa questão 2 da 1ª parte da Suma Teológica que São Tomás expõe as provas da existência de Deus. São as famosas 5 vias tomistas.

Iª Via - Prova do movimento

É a prova mais clara.
É inegável que há coisas que mudam. Nossos sentidos nos mostram que a planta cresce, que o céu fica nublado, que a folha passa a ser escrita, que nós envelhecemos, que mudamos de lugar, etc.
Há mudanças substanciais. Ex.: madeira que vira carvão. Há mudanças acidentais. Ex: parede branca que é pintada de verde. Há mudanças quantitativas. Ex: a água de um pires diminuindo por evaporação. Há mudanças locais. Ex: Pedro vai ao Rio.
Nas coisas que mudam, podemos distinguir:
  1. As qualidades ou perfeições já existentes nelas.
  2. as qualidades ou perfeições que podem vir a existir, que podem ser recebidas por um sujeito.
As perfeições existentes são ditas existentes em Ato.
As perfeições que podem vir a existir num sujeito são existentes em Potência passiva. Assim, uma parede branca tem brancura em Ato, mas tem cor vermelha em Potência.
Mudança ou movimento é pois a passagem de potência de uma perfeição qualquer (x) para a posse daquela perfeição em Ato.
M = PX ---->> AX
Nada pode passar, sozinho, de potência para uma perfeição, para o Ato daquela mesma perfeição. Para mudar, ele precisa da ajuda de outro ser que tenha aquela qualidade em Ato.
Assim, a panela pode ser aquecida. Mas não se aquece sozinha. Para aquecer-se, ela precisa receber o calor de outro ser - o fogo - que tenha calor em Ato.
Outro exemplo: A parede branca em Ato, vermelha em potência, só ficará vermelha em Ato caso receba o vermelho de outro ser - a tinta - que seja vermelho em Ato.
Noutras palavras, tudo o que muda é movido por outro. É movido aquilo que estava em potência para uma perfeição. Em troca, para mover, para ser motor, é preciso ter a qualidade em ato. O fogo (quente em ato) move, muda a panela (quente em potência) para quente em ato.
Ora, é impossível que uma coisa esteja, ao mesmo tempo, em potência e em ato para a mesma qualidade.
Ex.: Se a panela está fria em ato, ela tem potência para ser aquecida. Se a panela está quente em ato ela não tem potência para ser aquecida.
É portanto impossível que uma coisa seja motor e móvel, ao mesmo tempo, para a mesma perfeição. É impossível, pois, que uma coisa mude a si mesma.
Tudo o que muda é mudado por outro.
Tudo o que se move é movido por outro.
Se o ente 1 passou de Potência de x para Ato x, é porque o ente 1 recebeu a perfeição x de outro ente 2 que tinha a qualidade x em Ato.
Entretanto, o ente 2 só pode ter a qualidade x em Ato se antes possuía a capacidade - a potência de ter a perfeição x.
Logo, o ente 2 passou, ele também, de potência de x para Ato x. Se o ente 2 só passou de PX para AX, é porque ele também foi movido por um outro ente, anterior a ele, que possuía a perfeição x em Ato.
Por sua vez, também o ente 3 só pode ter a qualidade x em Ato, porque antes teve Potência de x e só passou de PX para AX pela ajuda de outro ente 4 que tinha a qualidade x em Ato. E assim por diante.
PX ---> AX PX (5) ---> AX PX (4) ---> AX PX (3) ---> AX PX (2) ---> AX(1)
Esta seqüência de mudanças ou é definida ou indefinida. Se a seqüência fosse indefinida, não teria havido um primeiro ser que deu início às mudanças.

Noutras palavras, em qualquer seqüência de movimentos, em cada ser, a potência precede o ato. Mas, para que se produza o movimento nesse ser, é preciso que haja outro com qualidade em ato.
Se a seqüência de movimentos fosse infinita, sempre a potência precederia o ato, e jamais haveria um ato anterior à potência. É necessário que o movimento parta de um ser em ato. Se este ser tivesse potência, não se daria movimento algum. O movimento tem que partir de um ser que seja apenas ato.
Portanto, a seqüência não pode ser infinita.
Ademais, está se falando de uma série de movimentos nas coisas que existem no universo.
Ora, esses movimentos se dão no espaço e no tempo. Tempo-espaço são mensuráveis. Portanto, não são movimentos que se dão no infinito.
A seqüência de movimentos em tempo e espaço finitos tem que ser finita.
E que o universo seja finito se compreende, por ser ele material. Sendo a matéria mensurável, o universo tem que ser finito.
Que o universo é finito no tempo se comprova pela teoria do Big Bang e pela lei da entropia. O universo principiou e terá fim. Ele não é infinito no tempo.
Logo, a seqüência de movimentos não pode ser infinita, pois se dá num universo finito.
Ao estudarmos as cinco provas de S. Tomás sobre a existência de Deus, devemos ter sempre em mente que ele examina o que se dá nas "coisas criadas", para, através delas, compreender que existe um Deus que as criou e que lhes deu as qualidades visíveis, reflexos de suas qualidades invisíveis e em grau infinito.
Este primeiro motor não pode ser movido, porque não há nada antes do primeiro. Portanto, esse 1º ente não podia ter potência passiva nenhuma, porque se tivesse alguma ele seria movido por um anterior. Logo, o 1º motor só tem ATO. Ele é apenas ATO, isto é, tem todas as perfeições.
Este ser é Deus.
Deus então é ATO puro, isto é, ATO sem nenhuma potência passiva. Este ser que é ato puro não pode usar o verbo ser no futuro ou no passado. Deus não pode dizer "eu serei bondoso", porque isto implicaria que não seria atualmente bom, que Ele teria potência de vir a ser bondoso.
Deus também não pode dizer "eu fui", porque isto implicaria que Ele teria mudado, isto é, passado de potência para Ato. Deus só pode usar o verbo ser no presente. Por isso, quando Moisés perguntou a Deus qual era o seu nome, Deus lhe respondeu "Eu sou aquele que é" (aquele que não muda, que é ato puro).
Também Jesus Cristo ao discutir com os fariseus lhes disse: "Antes que Abraão fosse, eu sou" (Jo. VIII, 58). E os judeus pegaram pedras para matá-lo porque dizendo eu sou Ele se dizia Deus.
Na ocasião em que foi preso, Cristo perguntou: "a quem buscais ?", e, ao dizerem "a Jesus de Nazaré", ele lhes respondeu:
"Eu sou". E a essas palavras os esbirros caíram no chão, porque era Deus se definindo.
Do mesmo modo, quando Caifás esconjurou que Cristo dissesse se era o Filho de Deus, Ele lhe respondeu: "Eu sou". E Caifás entendeu bem que Ele se disse Deus, porque imediatamente rasgou as vestes dizendo que Cristo blasfemara afirmando-se Deus.
Deus é, portanto, ATO puro. É o ser que não muda. Ele é aquele que é. Por isso, a verdade não muda. O dogma não muda. A moral não evolui. O bem é sempre o mesmo.A beleza não muda.
Quando os modernistas afirmam que a verdade, o dogma, a moral, a beleza evoluem, eles estão dizendo que Deus evolui, que Ele não é ATO puro. Eles afirmam que Deus é fluxo, é ação, é processo e não um ente substancial e imutável.
É o que afirma hereticamente a Teologia da Libertação. Diz Frei Boff:
" Assim, o Deus cristão é um processo de efusão, de encontro, de comunhão entre distintos enlaçados pela vida, pelo amor." (Frei Boff, A Trindade e a Sociedade, p. 169)
Ou então:
"Assim, Mary Daly sugere compreendermos Deus menos como substância e mais como processo, Deus como verbo ativo (ação) e menos como um substantivo. Deus significaria o viver, o eterno tornar-se, incluindo o viver da criação inteira, criação que, ao invés de estar submetida ao ser supremo, participaria do viver divino." (Frei Boff, A Trindade e a Sociedade, pp. 154-155)
É natural pois que Boff tenha declarado em uma conferência em Teófilo Otono:
Como teólogo digo: sou dez vezes mais ateu que você desse deus velho, barbudo lá em cima. Até que seria bom a gente se livrar dele." (Frei Boff, Pelos pobres, contra a pobreza, p. 54)

IIª Via - Prova da causalidade eficiente

Toda causa é anterior a seu efeito. Para uma coisa ser causa de si mesma teria de ser anterior a si mesma. Por isso neste mundo sensível, não há coisa alguma que seja causa de si mesma. Além disso, vemos que há no mundo uma ordem determinada de causas eficientes.
Assim, numa série definida de causas e efeitos, (se o resfriado fosse causado pela chuva  diríamos): o resfriado é causado pela chuva, que é causada pela evaporação, que é causada pelo calor, que é causado pelo Sol. No mundo sensível, as causas eficientes se concatenam às outras, formando uma série em que umas se subordinam às outras: A primeira, causa as intermediárias e estas causam a última. Desse modo, se for suspensa  uma causa, fica suspenso o seu efeito. Supressa a primeira, não haverá as intermediárias e tampouco haverá, então, a última.
Se a série de causas concatenadas fosse indefinida, não existiria causa eficiente primeira, nem causas intermediárias, efeitos dela, e nada existiria; ora, isto é evidentemente falso, pois as coisas existem. Por conseguinte, a série de causas eficientes tem que ser definida. Existe então uma Causa Primeira que tudo causou e que não foi causada.
Deus é a causa das causas não causada. Esta prova foi descoberta por Sócrates que morreu dizendo: "Causa das causas, tem pena de mim". A negação da Causa primeira leva à ciência materialista a contradizer a si mesma, pois ela concede que tudo tem causa, mas nega que haja uma causa do universo.
O famoso físico inglês Stephen Hawkins em sua obra "Breve História do Tempo" reconheceu que a teoria do Big-Bang (grande explosão que deu origem ao universo, ordenando-o e não causando desordem, como toda explosão faz devido a Lei da entropia) exige um ser criador. Hawkins admitiu ainda que o universo é feito como uma mensagem enviada para o homem. Ora, isto supõe um remetente da mensagem. Ele, porém, confessa que a ciência não pode admitir um criador e parte então para uma teoria gnóstica para explicar o mundo.
O mesmo faz o materialismo marxista. Negando que haja Deus criador do universo, o marxismo se vê obrigado a transferir para a matéria as qualidades da Causa primeira e afirmar, contra toda a razão e experiência, que a matéria é eterna, infinita e onipotente. Para Marx, a matéria é a Causa das causas não causada.

IIIª Via - Prova da contingência

Na natureza, há coisas que podem existir ou não existir. Há seres que se produzem e seres que se destroem. Estes seres, portanto, começam a existir ou deixam de existir. Os entes que têm possibilidade de existir ou de não existir são chamados de entes contingentes. Neles, a existência é distinta da sua existência, assim o ato é distinto da potência. Ora, entes que têm a possibilidade de não existir, de não ser, houve tempo em que não existiam, pois é impossível que tenham sempre existido.
Se todos os entes que vemos na natureza têm a possibilidade de não ser, houve tempo em que nenhum desses entes existia. Porém, se nada existia, nada existiria hoje, porque aquilo que não existe não pode passar a existir por si mesmo. O que existe só pode começar a existir em virtude de um outro ente já existente. Se nada existia, nada existiria também agora. O que é evidentemente falso, visto que as coisas contingentes agora existem.
Por conseguinte, é falso que nada existia. Alguma coisa devia necessariamente existir para dar, depois, existência aos entes contingentes. Este ser necessário ou tem em si mesmo a razão de sua existência ou a tem de outro.
Se sua necessidade dependesse de outro, formar-se-ia uma série indefinida de necessidades, o que, como já vimos é impossível. Logo, este ser tem a razão de sua necessidade em si mesmo. Ele é o causador da existência dos demais entes. Esse único ser absolutamente necessário - que tem a existência necessariamente - tem que ter existido sempre. Nele, a existência se identifica com a essência. Ele é o ser necessário em virtude do qual os seres contingentes tem existência. Este ser necessário é Deus.

IVª Via - Dos graus de perfeição dos entes

Vemos que nos entes, uns são melhores, mais nobres, mais verdadeiros ou mais belos que outros. Constatamos que os entes possuem qualidades em graus diversos. Assim, dizemos que o Rio de Janeiro é mais belo que Carapicuíba. Nessa proposição, há três termos: Rio de Janeiro, Carapicuíba e Beleza da qual o Rio de Janeiro participa mais ou está mais próximo. Porque só se pode dizer que alguma coisa é mais que outra, com relação a certa perfeição, conforme sua maior proximidade, participação ou semelhança com o máximo dessa perfeição.
Portanto, tem que existir a Verdade absoluta, a Beleza absoluta, o Bem absoluto, a Nobreza absoluta, etc. Todas essas perfeições em grau máximo e absoluto coincidem em um único ser, porque, conforme diz Aristóteles, a Verdade máxima é a máxima entidade. O Bem máximo é também o ente máximo.
Ora, aquilo que é máximo em qualquer gênero é causa de tudo o que existe nesse gênero. Por exemplo, o fogo que tem o máximo calor, é causa de toda quentura, conforme diz Aristóteles. Há, portanto, algo que é para todas as coisas a causa de seu ser, de sua bondade, de sua verdade e de todas as suas perfeições. E a isto chamamos Deus.
Por esta prova se vê bem que a ordem hierárquica do universo é reveladora de Deus, permitindo conhecer sua existência, assim como conhecer suas perfeições. É o que diz São Paulo na Epístola aos Romanos (I, 19). E também é por isso que Deus, ao criar cada coisa dizia que ela era boa, como se lê no Gêneses capitulo 1. Mas quando a Escritura termina o relato da criação, diz que Deus, ao contemplar tudo quanto havia feito, viu que o conjunto da criação era "valde bona", isto é, ótimo.
Pois bem, se cada parcela foi dita apenas boa por Deus como se pode dizer que o total é ótimo? O total deve ter a mesma natureza das parcelas, e portanto o total de parcelas boas devia ser dito simplesmente bom e não ótimo. São Tomás explica essa questão na Suma contra Gentiles. Diz ele que o total foi declarado ótimo porque, além da bondade das partes havia a sua ordenação hierárquica. É essa ordem do universo que o torna ótimo, pois a ordem revela a Sabedoria do Ordenador. Por aí se vê que o comunismo, ao defender a igualdade como um bem em si, odeia a ordem, imagem da Sabedoria de Deus. Odiando a imagem de Deus, o comunismo odeia o próprio Deus, porque quem odeia a imagem odeia o ser por ela representado. Nesse ódio está a raiz do ateísmo marxista e de sua tendência gnóstica.

Vª Via - Prova da existência de Deus pelo governo do mundo

Verificamos que os entes irracionais obram sempre com um fim. Comprova-se isto observando que sempre, ou quase sempre, agem da mesma maneira para conseguir o que mais lhes convém.
Daí se compreende que eles não buscam o seu fim agindo por acaso, mas sim intencionalmente. Aquilo que não possui conhecimento só tende a um fim se é dirigido por alguém que entende e conhece. Por exemplo, uma flecha não pode por si buscar o alvo. Ela tem que ser dirigida para o alvo pelo arqueiro. De si, a flecha é cega. Se vemos flechas se dirigirem para um alvo, compreendemos que há um ser inteligente dirigindo-as para lá. Assim se dá com o mundo. Logo, existe um ser inteligente que dirige todas as coisas naturais a seu fim próprio. Este Ser é  Deus.
Uma variante dessa prova tomista aparece na obra "A Gnose de Princeton". Apesar de gnóstica esta obra apresenta um argumento válido da existência de Deus.
Filmando-se em câmara lenta um jogador de bilhar dando uma tacada numa bola, para que ela bata noutra a fim de que esta corra e bata na borda, em certo ângulo, para ser encaçapada, e se depois o filme for projetado de trás para diante, ver-se-á a bola sair da caçapa e fazer o caminho inverso até bater no taco e lançar para trás o braço do jogador. Qualquer um compreende, mesmo que não conheça bilhar, que a segunda seqüência não é a verdadeira, que é absurda. Isto porque à segunda seqüência faltou a intenção, que transparece e explica a primeira seqüência de movimentos. Daí concluir com razão, a obra citada, que o mundo cego caminha - como a flecha ou como a bola de bilhar - em direção a um alvo, a um fim. Isto supõe então que há uma inteligência que o dirige para o seu fim. Há pois uma inteligência que governa o mundo.
Este ser sapientíssimo é Deus.

 

Análise da Afirmação - Deus Existe

"A fé é o fundamento da esperança, a certeza daquilo que não se vê." Hb 11,1
Muitos há que procuram a certeza absoluta da existência de Deus. Creio que não há um ser humano que nunca se perguntou: Quem criou o mundo em que vivo?
Muitos desistem dessa procura, pois se acham incapacitados de encontrar a Verdade que está diante de nós, só que o orgulho e a soberba não permitem que vejamos a Sua existência com os olhos da fé, mas sim com os olhos da razão.
A fé, como já foi dito logo acima na epístola de Paulo, é a certeza daquilo que não vemos. (...) Como cremos no invisível, não temos razões físicas para provar Sua existência, mas graças ao poder de Deus, podemos sentir S
ua presença através de prodígios que só Ele pode realizar em nossas vidas.
(...)Muitos "ateus" acreditam em outras idéias que explicam a criação do universo, como por exemplo a idéia do "Big-Bang", que consiste em uma grande explosão fazendo com que as partículas de um todo se espalhassem por todo o planeta. Mesmo com esta idéia científica, seria necessário que Alguém agisse para ocasionar a grande explosão. Esse Alguém que menciono é Deus.
Só um Ser muito poderoso poderia fazer coisas tão bonitas e perfeitas (como por exemplo: o corpo humano, os animais, os astros, etc.); obras tão perfeitas como o próprio Construtor.
A Bíblia (...) mostra a criação do mundo feita por Deus, onde nos ensina que Deus é o único e verdadeiro criador, que usa de nós como instrumento para o aperfeiçoamento de suas obras.
Através dos fatos mencionados, podemos chegar a uma magnífica conclusão: DEUS EXISTE!
( Coletânea de Édson Falcão em Portal do Espírito)
Nota do autor deste blog: Sim Ele existe e para os que não querem acredita basta que examinem as muitas pistas que Ele deixou impressa em Sua obra prima da crição.
Tudo o que nesta postagem estiver com letras itálicas e verdes como estas, são acréscimos e modificações do autor deste blog dos Teresinianos.