V DOMINGO PASCAL ANO C


COMO EU VOS AMEI, Passaporte para o CÉU
 

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

Estando próximo de celebrar a Ascenção de Jesus ao Céu, quando se ausentará da forma visível com a qual esteve presente com Seus conterrâneos durante mais de trinta anos, a Liturgia retoma o Evangelho da Quinta Feira Santa, quando Jesus deixa Seu testamento anunciando a forma nova de ser relacionar com Seus discípulos de todos os tempos, o amor conforme dissera: “onde dois ou três se reunirem em meu Nome eu estarei presente”. Em Seu Nome significa, entre outras coisas “na qualidade de discípulos Seus” cuja identidade fica clara no Evangelho de hoje quando o próprio Jesus define Seus seguidores: “nisto conhecerão que vós sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

Chama-nos a atenção o fato de que no Evangelho de hoje no exato momento que Judas sai do Cenáculo onde Jesus se encontra com Seus discípulos Jesus diga que será glorificado pois o que Judas está indo fazer é justamente desencadear um processo que culminará na Cruz e morte de Cristo e Jesus fala em glorificação. No entanto, para compreendermos isso é necessário compreendermos a raiz da palavra “glória”.  “glorificar” significa “fazer visível” a alguém no luminoso esplendor de sua verdadeira realidade; glorificar: é “evidenciar”, “visibilizar” o mais profundo do outro, “sacar à luz” seu grandioso mistério escondido. Assim, Jesus está nos dizendo que na cruz manifestará Sua completa identidade divina ao mundo e como Ele e O Pai são um, ao revelar Sua glória estará também revelando a glória do Pai que é amor.

“Dou-vos um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”. Chama de novo o mandamento antigo de nos amarmos uns aos outros porque na Antiga Aliança o Mandamento era que nos amássemos uns aos outros como a nós mesmos no entanto o amor humano é sempre limitado ao passo que o amor de Deus nos eleva até Deus, único que pode nos realizar plenamente. Amar como Jesus amou é amar até o extremo de dar a vida para que todos tenham vida plena e abundante, a vida de Deus, a vida eterna.

“Nisto conhecerão que vós sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”, mas com o mesmo amor com que Jesus nos amou e isso só é possível porque “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado” (Rm.5,5) ou seja, Deus nos capacitou a amar como Jesus nos amou porque nos concede o Seu próprio amor que é O Espírito Santo, desde o dia de nosso batismo.

E o que significa amar como Jesus amou? É se doar até a morte, por isso na Primeira Leitura lemos que “é preciso passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” porque O Reino de Deus é a Comunhão eterna com Aquele que é amor e que o que a Segunda Leitura nos apresenta sob a figura da Jerusalem celeste que desce do céu adornada como uma esposa para o Seu Marido. Deus é o Esposo de nossas almas. A Jerusalem celeste é a Igreja Triunfante, composta por todos aqueles que se assemelharam a Jesus amando como Ele amor e que por isso, foi se assemelhando a Ele mais e mais até estar em condições de ser um com Ele eternamente.
O amor é a chave que nos abre o céu que é a própria vida em Deus.
IV DOMINGO DO TEMPO PASCAL C
 
 

O BOM PASTOR E SUAS OVELHAS
POR: PE. TARCISIO AVELINO
 
Convinha que neste quarto Dominigo da Páscoa, quando estamos para encerrar este tempo máximo da fé cristã, a liturgia nos oferecesse uma visão panorâmica de tudo o  que temos celebrado desde o inicio da Quaresma até aqui para que, compreendendo aonde Deus nos quer conduzir e o que Ele pede de nós depois de tudo o que sofreu por nós, nos preparemos agora para fazer a nossa parte.
A Segunda Leitrua nos oferece uma antevisão da gloria que aguarda a todos os que se deixaram atrair pelo imenso amor revelado por Deus em Seu Filho crucificado pelo amor de nós: “uma  multidão que ninguém podia contar, de todos as nações, povos, raças e línguas, estavam trajando vestes brancas e traziam palmas na mão (...) de pé diante do Trono de Deus e lhe prestavam culto noite e dia”. Esta é a meta a qual Deus veio nos conduzir e o modo para lá chegar é o que nos ensina hoje, Jesus. Sendo Suas ovelhas porque Ele é nosso Bom Pastor.
Como vivemos num mundo inflacionado de Palavras e falsas promessas, a Liturgia coloca essa apresentação de Jesus bem depois daquilo que por nós sofreu, porque dizendo que não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos, depois que o fez por nós, quando, pelo pecado nos havíamos tornado Seus inimigos, ninguém pode duvidar de Sua idoneidade e de Seu amor total e absoluto por cada um de nós, apresentando sua duvida como desculpa para não segui-Lo. Hoje Ele se apresenta como Bom Pastor para se diferenciar dos maus pastores que eram aqueles que só cuidavam das ovelhas por causa do salário que receberiam no fim do mês, totalmente diferentes dos pastores pobrezinhos que não podendo pagar salario para funcionários, eles próprios cuidavam de suas ovelhinhas e ajudavam no parto de cada uma delas colocando-lhes o nome de acordo com as características próprias com as quais cada ovelha nasce ou de acordo com as circunstancias que envolveram o dia de seu nascimento. Os pastores mercenários não tiveram a chance de ver nascer, e de ministrar os primeiros cuidados nas ovelhas de seu patrão, por isso não tem afeição por cada uma delas nem lhes conhece o nome.
Jesus é O Bom Pastor que nos conhece pelo nome e que já provou ter dado a vida a vida por cada um de nós. Ele foi que nos criou e que planejou cada traço de nossa pessoa, personalidade e temperamento.
Depois de nos revelar aquele que pede nosso seguimento a Liturgia nos faz saber o que Ele espera de nós para que possamos entender se fazemos ou não parte do Seu rebanho, ou seja, se realmente fazemos parte do número daqueles que, agradecidos por tudo o que Ele fez por nós, querem responder pelo seguimento, ao Seu amor infinito. Assim, para sabermos se de fato somos ou não discípulos, ovelhas que por Ele se deixam guiar a Palavra de Deus nos revela as características das ovelhas do Bom Pastor. Diz Ele: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, me seguem”.
Escutar a voz do Bom Pastor é uma comparação com a diferença dos pastores mercenários que, por não saber o nome de cada uma das ovelhas do rebanho que cuidavam apenas como funcionários, elas não lhes reconhecem a voz, mas Jesus afirma que as Suas ovelhas, ou seja, aqueles que fazem parte de Seu rebanho, reconhecem A Sua voz, não no sentido do timbre da voz mas na busca do conhecimento de Sua vontade, pela leitura assídua de Sua Palavra, pela escuta atenta da Palavra proclamada em cada Santa Missa e de uma atenção constante a tudo o que nos fala em cada acontecimento do dia-dia.
Além de lhE escutar a voz as ovelhas de Jesus O Bom Pastor O seguem, não basta conhecer a Sua voz no sentido de saber o que Ele pede de nós, é preciso obedecer o que Ele nos pede, isso é o que significa segui-lO, para termos certeza de chegarmos aonde Ele nos quer levar, “ás fontes da Água Viva” onde “nunca mais terão fome nem sede”, ou seja, Ao Próprio Deus que “enxugará todas as lagrimas de seus olhos”.
Estas pastagens eternas são para todos, por isso S. JOAO viu “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, que ninguém podia contar” porem para lá se chegar é necessário passar pela “grande tribulação”, ou seja, por todas as provações e sofrimentos desta vida, reservados a todos os que obedecem Ao Bom Pastor cujo fim foi a crucifixão e morte para que todos tenham vida e vida abundante.
Isto é o que significa pertencer ao rebanho do Bom Pastor Jesus, é ser seu discípulo que escuta Sua voz, ou seja, que obedece a Sua vontade e a vontade dEle é que nos amemos como Ele nos amou, dando a vida pela salvação de todos. É morrer para que todos tenham vida plena. É por isso que Ele deixou bem claro” “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”.
 
 
 
 
 
 
 



III DOMINGO PASCAL ANO C


ANTES A DEUS DO QUE AOS HOMENS
POR PE. TARCISIO AVELINO, TF

Para nos ensinar a necessidade de obedecermos a Deus acima de tudo, a Liturgia de hoje nos revela um pouco da glória, força, poder e majestade das quais Cristo se havia despojado para nos redimir como homem e que Joao contemplou, como lemos na Segunda Leitura, mas mostra nos também, no Evangelho, a necessidade que temos da humildade, para, como Pedro, diferentemente de Judas aproveitarmos as ocasiões que Deus sempre nos oferece de reparar, pelo amor, as ofensas que cometemos contra Ele para que estejamos em condições de dar um verdadeiro testemunho de Seu amor perante os homens.

O testemunho destemido e lúcido de Pedro que contemplamos na Primeira Leitura só foi possível porque ele, depois de sua tríplice negação aceitou humildemente o mesmo olhar que, com ternura lhe chamara nas margens do mesmo mar no qual hoje recebe a oportunidade de se redimir de sua tríplice negação por uma tríplice confissão de seu amor.

Dentre as muitas lições que nos ensinam o Evangelho de hoje, destaco a lição de que Deus jamais nos deixa sem ocasião de reparar nossos pecados, de nos arrependermos de cada um deles, ainda aqui neste mundo, daí a importância do mandamento não matar pois ele é a garantia de que cada pessoa tenha o seu tempo necessário, enquanto em caminho para a Pátria definitiva, terá o tempo necessário, não só para sua conversão, como também para se arrepender perfeitamente de seus pecados e de sanar os danos por eles causados por um amor dado pelo próprio Deus.

Pedro já havia sido chamado por Cristo para ser pescador de homens, e já tinha concluído a Escola do discipulado de Cristo na qual tivera a oportunidade de aprender como pescar homens, no entanto, retorna a pescar peixes, ainda não havia chegado o momento de deixar tudo de vez para se dedicar exclusivamente à sua vocação, faltava-lhe a oportunidade de declarar na mesma medida de sua traição, o seu amor por Aquele que renegara, só então, pôde, não só tomar consciência do quanto amava a Cristo, mas ao mesmo tempo do quanto é fraco para sustentar o testemunho que dEle era chamado a dar, para pescar homens. A rede lotada de tantos grandes peixes que um só não conseguira arrastar é então por ele arrastada, significando que chegara o momento de assumir o primado sobre os demais no qual Seu Mestre lhe havia constituído. De agora em diante estará, como vemos na Primeira Leitura, em condições de dar a maior prova de amor que se pode dar a um amigo, morrendo por causa de Seu testemunho do mesmo gênero de morte que morrera Aquele que por Ele dera a vida.

Uma vez consciente de sua fraqueza e pequenez, mas confortado pela oportunidade que tivera de declarar seu amor na mesma medida que traíra Seu Salvador, não teme quando face a face com os responsáveis pelo cruel assassinato de Seu Senhor, revela a eles a culpa e responsabilidade que tinham na morte deste inocente Cordeiro que livremente se entregou por nossa salvação.

“´É preciso obecer antes a Deus do que aos homens”. Sim! É preciso porque, Ele é Deus e a Deus, O Criador  é que todos devem obedecer porque só Ele é O Senhor, o dono absoluto de tudo e de todos. Porém, tendo colocado, desde a criação tudo nas mãos do homem para que dominassem e subjugassem a terra, Deus, como que perdera os direitos sobre Sua própria Criação quando, o homem, lhe virando as costas se coloca, com tudo que tinha em suas mãos, nas mãos daquele que “veio para roubar matar e destruir”, é então que Deus se fez homem como nós e, pelo preço de Seu sangue resgatou o homem e tudo o que havia a ele submetido por isso, a Segunda Leitura nos revela a Liturgiia do Céu, espelho da Liturgia com a qual honramos a Deus na terra, onde vemos que é por meio de Cristo que devemos oferecer nosso culto, oferendas e tudo a Deus e com eles dizemos sempre: “Digno é O Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, e a força, a honra, a glória e o Louvor”. Sim! Ele é digno porque é Dono de tudo e de tudo, principalmente de Si mesmo,fez dom aos homens. Por isso é DIGNO de todo bem porque tudo é dEle. É digno não só por direito mas por reconhecimento de nós Seus filhos, como resposta ao quanto nos ama. É por isso que convém obedecer antes a Deus do que aos homens porque Deus é o único que “vive para sempre” e pode dar a vida eterna àqueles que, como Pedro, à imitação de Seu Mestre Jesus, não fizeram caso de suas vidas neste mundo dando para a salvação da humanidade.
APARIÇÃO DE N. SENHORA EM PONTMAIN
 
 
 
 
      Depois de Paris, 1830, La Salette, 1846, e Lourdes, 1858, Nossa Senhora voltou a manifestar-se na França; em 1871, no pequeno povoado de Pontmain, na Bretanha. Nessa época, os quase 200 moradores estavam desesperados, pois o país tinha sido invadido pelo exército prussiano, e a região estava na rota dos invasores.
        
         Ao entardecer de 17 de janeiro de 1871, Eugênio Barbadette, 12 anos, José Barbadette, 10 anos, Francisca Richer, 11 anos e Maria Joana Lebosse, 09 anos, viram a Aparição de Nossa Senhora, por sobre a casa de um morador, chamado Agostinho Guidecoq.
       
        Todas as crianças afirmavam: “É uma bela Senhora, que sorri”. Segundo os pequenos videntes, a Mãe de Deus vestia-se da seguinte forma:
       
        Um manto azul escuro que ia do pescoço aos pés, sem faixa na altura da cintura, bem farto e com pregas. As mangas também eram bem largas e chegavam a tocar as mãos. Usava nós pés delicados chinelos, decorados com laços dourados, porém da mesma cor do manto. Usava um véu preto caído sobre os ombros, que lhe cobria o cabelo, as orelhas e o início da testa. Sobre o véu tinha uma pequena coroa de ouro. Aparentava ter 18 anos, e a ternura em seus sorrisos emoldurava seu lindo rosto.
 
Nessa Aparição, a Santíssima Virgem MARIA não ditou mensagens as crianças, pois em nenhum momento chegou a falar. Apenas sorria com muita doçura. Nossa Senhora aparecia como se estivesse no interior de uma tela emoldurada. Porém elas se alteravam lentamente no visual, tendo formado em torno de cinco telas diferentes, onde se destacavam frases:
 
“Mais priez mes enfants”. (Mas, rezem Meus filhos). “Dieu vous exaucera en peu de temps”. ( Em breve DEUS atenderá as suas orações). “Mon Fils se laisse toucher”. (Meu filho está prestes a se comover).
 
A grande maioria das pessoas acreditou na Aparição, vendo nela um sinal profético, que mais tarde se confirmaria, de que Deus iria proteger o povoado dos horrores da guerra.
        
        Em 02 de fevereiro de 1875, o bispo Wicart de Laval, afirmou: “Julgamos que MARIA Imaculada, Mãe de Deus, realmente apareceu em 17 de janeiro de 1871, para Eugênio Barbadette, José Barbadette, Françoise Richer e Maria Joana Lebosse, na aldeia de Pontmain. Com toda a humanidade e obediência submetemos este julgamento ao julgamento supremo da Santa Sé Apostólica, centro de unidade e órgão infalível da verdade em toda a Igreja”.
        
        Depois foi confirmado que as forças invasoras brecaram seu avanço sobre a diocese de Laval no mesmo dia e hora em que começara a Aparição da Mãe de Misericórdia. De Pontmain retornaram ao povoado, que Deus, por intercessão da Virgem Santíssima, defendeu.
        
       Em 15 de outubro de 1900 foi solenemente consagrada a Basílica, construída junto ao local onde Nossa Senhora Apareceu.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



II DOMINGO DA PÁSCOA: FÉSTA DA MISERICÓRDIA
 
 
 


               "VIMOS O SENHOR!"
                                          POR PE. TARCISIO AVELINO


II DOMINGO DA PÁSCOA: FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA

 “VIMOS O SENHOR!”

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

É significativo o fato de que Jesus tenha revelado Sua insondável e inconcebível misericórdia a Santa Faustina Kovalska, pedindo que fosse instituída no Segundo Domingo da Páscoa, uma  festa em honra a Ele com o título de Jesus Misericordioso, justamente neste dia em que o Evangelho da Missa é o da Instituição do Sacramento da Penitencia, tribunal de Sua Misericórdia.

No Evangelho de hoje vemos Jesus comunicando, justamente o primeiro e maior fruto de Sua Paixão, morte e Ressurreição, a Paz, que, por sua vez é justamente fruto da reconciliação entre os homens consigo mesmos, entre seus semelhantes e com Deus, e não podia ser de outro modo, uma vez que o Evangelho faz questão de frisar que nestas duas Aparições do Ressuscitado aos Seus as portas estavam fechadas por causa do medo que estavam sentindo, então Jesus entra atravessando portas fechadas e lhes permite ver e tocar em Suas chagas, que são, justamente o preço da Paz que agora, lhes pode comunicar, investindo-os da capacidade de comunica-la, investindo Seus escolhidos dos poderes do ressuscitado: “e soprando sobre eles o Espírito Santo diz: como o Pai me enviou assim também Eu vos envio”. E como O Pai lhE enviara? Como ministro da Paz e é assim que Ele também os envia.

Ao puxar as orelhas de Tomé dizendo: “creste porque me viste? Felizes aqueles que crerão sem terem me visto” de fato, somente um milênio depois Ele revelaria ao mundo a tabua de salvação para este tempo em que nunca como antes a humanidade acumulou pecados que mesmo profetizados como sinais precursores do próximo regresso do Filho do Homem, nos fazem pasmar. Mais uma vez a Misericórdia, principal atributo de Deus supera Sua justiça, e nestes quase dois mil anos, desde que, apartir do Evangelho deste dia instituiu o Sacramento da Reconciliação, vem fazendo perdurar o tempo da Misericórdia, sendo que em breve virá o tempo da Sua Justiça, quando, por dez anos fará a humanidade experimentar um pouquinho mais das consequências de seus pecados que por tanto tempo Deus tem segurado, por amor, minimizando os sofrimentos que deveriam ser causados quando dEle, o Amor e A Vida, nos separamos.

Ó feliz incredulidade de Tomé que nos valeu um testemunho mais claro da Ressurreição do Senhor! Pois, o fato de Ele ter tocado nas profundas cicatrizes das Suas chagas nos fazem entender que Aquele que atravessara as paredes não é um fantasma, que a ressurreição é realmente ressurreição da Carne e que O Ressuscitado é o mesmo que fora crucificado para nossa salvação. Além disso, o fato de que Jesus tenha atravessado portas fechadas para alcançar os corações amedrontados de Seus discípulos nos mostra a absoluta liberdade que teremos quando formos semelhantes a Ele depois da Ressurreição no último dia, uma liberdade na qual nossos corpos não estarão mais sujeitos as limitações de espaço e tempo.

Vimos O Senhor! Eis o feliz anúncio que podemos levar a todos pois como os primeiros discípulos somos testemunhas oculares da Ressurreição do Senhor, já que mesmo sem te-Lo visto com os olhos da carne o vimos e tocamos pela fé, não somente quando em cada Eucaristia participamos de Sua mística morte e ressurreição, como também porque a testemunha principal de todos os fatos conhecidos e desconhecidos relacionados a Jesus é o Espírito Santo que O testemunha em nós fazendo de nós testemunhas ousadas como os primeiros discípulos que morreram sofrendo atrozes martírios por causa de Sua fé, como haveria de ser a morte do próprio Tomé que tão maravilhosamente comprovara sua divindade ao tocar Sua humanidade ressurrecta, e como S. João o discípulo amado que, como lemos na Segunda Leitura, justamente na ilha de Patmos onde fora aprisionado, como ele mesmo diz: “por causa da Palavra e do testemunho que eu dava de Jesus” foi, justamente no “dia do Senhor”,  “pelo Espírito”, testemunha da glória que O Ressuscitado ocultou ao se deixar tocar por Tomé para que este, ainda em seu corpo não morresse esmagado pela grandeza de Seu Poder, Beleza, grandez, glória e majestade.

“Não tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para sempre. Eu tenho a chave da morte e da região dos mortos”. Eis os poderes do Ressuscitado, que, por misericórdia Ele hoje comunica aos Seus escolhidos para que estes, por sua vez, deles se utilizem para servir a todos.

A festa da Misericórdia nos ensina tantas maravilhas que nem no céu seremos capazes de conhece-las todas, isso foi o Próprio Jesus que revelou a sua confidente Santa Faustina, mas dentre os muitos ensinamentos que conhecemos desta festa, se destaca, como podemos aprender na Liturgia de hoje o fato de que Deus escolha homens para serem ministros de Sua Paz através de Seu perdão e isso fica claro não só no Evangelho de hoje  como também na Primeira Leitura onde lemos: “nenhum dos outros ousava se juntar a eles” e lemos ao mesmo tempo: “crescia mais e mais o número dos que aderiam ao Senhor pela fé”, mostrando que há uma diferença entre os leigos e os ministros que Deus escolhe para conceder Seu perdão através do Sacramento da Confissão, diferentemente do que pensam aqueles que dizem que se confessam diretamente com Deus. Se fosse assim Ele teria dito a toda uma multidão e não somente aos que escolhera: “os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados e os pecados daqueles que vocês retiverem serão retidos”, pois lemos na Carta aos Hebreus que ninguém pode se apropriar da honra de ser sacerdote, a não ser aqueles que Deus escolheu.

Que estes quase dois mil anos nos quais no tribunal da Misericórdia que é o confessionário tenham sido suficientes para nos fazer dizer com fé a oração que Jesus Misericordioso pediu-nos para repetir sempre que nos vemos novamente traindo a Deus pelo pecado: “JESUS, EU CONFIO EM VÓS”. AMÉM!



PORQUE JESUS DEIXOU OS LENÇOIS DOBRADOS?
 
 
A TRADIÇÃO DO LENÇO... UMA TRADIÇÃO JUDAICA



Porque Jesus dobrou o lenço?
Porque Jesus deixou os lençóis no sepulcro depois de sua ressurreição?



Eu nunca havia notado isto......
João 20:7 nos conta que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus não foi deixado de lado como os lençóis do túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.
Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara, disse ela, ´´Eles tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde eles o levaram. ´´
Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou a frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis lá, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis deixados lá, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado.
Isto é importante? Definitivamente.
Isto é significante? Sim.
Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época. O lenço dobrado tem que haver com o Amo e o Servo, e todo menino Judeu conhecia a tradição.
Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria. A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição.
Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos, sua boca e limparia sua barba e embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: ´´Eu terminei.
``Eu não sabia a respeito....
Se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa porque ... o lenço dobrado queria dizer:
"Eu voltarei!"