XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM C
O VERDADEIRO SENTIDO DA POBREZA E DA RIQUEZA
POR PE. TARCISIO AVELINO, TF
Se no domingo atrasado vimos duas atitudes que não se deve adotar perante a riqueza, nem o esbanjamento como o filho pródigo nem a mesquinhez como o filho mais velho que trabalha anos a fio sem desfrutar nada do fruto do seu trabalho, no domingo passado com a Parábola do Administrador Esperto, aprendemos como utilizar as riquezas com esperteza para fazer amigos que nos recebam nos céus, neste vigésimo sexto domingo comum aprendemos as consequencias do mal uso das riquezas neste mundo.
De fato, o rico epulão não recebeu a salvação final não simplesmente por ter sido rico e sim por ter permitido que as riquezas o possuíssem ao ponto de se tornar completamente cego para as necessidades dos outros, mesmo daqueles bem próximos a ele como o pobre Lázaro que se alimentava das migalhas que caíam de sua mesa. Do mesmo modo o pobre Lázaro não se salvou simplesmente pelo fato de ter sido pobre mas pela sua resignação perante a pobreza ao ponto de nem sequer enxotar os cães que lhe vinham lamber as feridas o que não quer significar que Deus não queira que nos empenhemos por fazer valer nossa dignidade de Seus filhos neste mundo e sim que os pobres em espírito são bem aventurados neste mundo e no outro justamente por não serem dominados pela ambição das riquezas, tornando-os muito mais abertos para a ação da graça de Deus.
A atitude interior do rico epulão é que foi a causa de sua condenação e para que a conheçamos e possamos evitá-la a Palavra de Deus no-la descreve apresentando-nos a atitude dos ricos que viveram no tempo do Profeta Amós que antecedeu o exílio, justamente pela decadência moral daqueles que, cegos pelo amor ao prazer coisificam as pessoas e “não se preocupam com a ruína” de seus irmãos.
Estamos no último domingo do mês da Bíblia e é justamente por te la desprezado que se condenou o rico epulão que, depois de sua morte percebendo o mal que fizera, justamente por ter deixado de fazer o bem pede para que Lázaro vá avisar seus irmãos que mudem de vida para não irem, como ele parar naquele “lugar de tormento” o que o fez escutar de Deus, representado na Parábola por Abrãao: “eles têm Moisés e os Profetas que os escutem”. De fato, toda a Bíblia se resumia nos escritos que contavam a história de Moisés e nos profetas e com isso Cristo está nos dizendo que a maneira de não nos deixarmos cegar pelas riquezas nem nos revoltar contra a pobreza é justamente conhecer e praticar a Palavra de Deus, tanto que, diante da insistencia do rico epulão no sentido de que Lázaro pudesse ir avisar a seus irmãos, escuta esta resposta: “ Se não escutam a Moisés nem os profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”.
Ou seja, se nós hoje e em todos os tempos não escutarmos, (lembrando que escutar é muito mais do que simplesmente ouvir, escutar é dar ouvidos, pôr em prática, aceitar), o que a Palavra de Deus nos diz não há milagres que possam nos convencer pois só se deixa convencer quem dócilmente procura conhecer a verdade  por trás de cada palavra ou acontecimento. Não podemos nos esquecer que Cristo está contando esta parábola para os fariseus que, mesmo conhecendo tanto as Escrituras, como ninguém, eram tão apegados ás riquezas que não deixavam A Palavra de Deus modelar a sua conduta, excluindo os pobres e os que não conseguiam observar as muitas prescrições do culto a Deus, esquecendo-se que o verdadeiro culto a Deus é o amor a Ele que se traduz pelo serviço ao próximo como aparece na ordem dos Mandamentos que Ele havia dado nos quais unia o amor que pedia para Si ao amor de seus filhos.
É nas Escrituras, na Palavra de Deus que encontramos mais uma vez a resposta da atitude que devemos adotar perante as riquezas conforme S. Paulo depois de ter dito que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” diz a Timóteo e a todos nós neste dia de hoje: “foge destas coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna para a qual foste chamado”
Assim, somos hoje convidados a enxergar para onde estamos  encaminhando nosso destino eterno, examinando justamente a postura que temos adotado perante as riquezas deste mundo, sejamos nós ricos ou pobres porque tanto a pobreza quanto a riqueza podem ser caminho para o céu sem nenhuma nem outra nos impedir de amar a Deus sobre todas as coisas  e ao próximo como Jesus nos amou.


XXV DOMINGO COMUM C
O VERDADEIRO ADMINISTRADOR DO REINO
POR PE. TARCISIO AVELINO
O Evangelho de hoje é uma conclusão do Evangelho precedente no qual vimos um pai que tinha dois filhos, um que era pródigo e que esbanjou toda sua herança vindo não só a passar necessidades, como tambem ao ponto de perder sua dignidade de pessoa humana que nem comida de porco podia comer, ao passo que seu irmão mais velho, ao contrário, que era fiel em fazer aumentar os bens do pai sem nunca ter sequer pedido um cabrito para festejar com seus amigos, também tinha uma atitude errada perante o uso dos bens e do dinheiro pois, embora o pai lhe tenha dito que tudo o que é dele é também do filho, este filho mais velho, tendo tudo, não só não desfrutava de nada pois vivia se remoendo em murmurações que vieram a tona no momento em que viu o pai usar de misericórdia para com seu irmão esbanjador. Ora, se em relação ao dinheiro e aos bens nem o mais velho que não esbanja e faz aumentar os bens nem o mais novo que usou de seus bens para se divertir estão certos, então qual é a atitude correta perante o dinheiro e os bens materiais? É o que nos responde este Evangelho de hoje onde vemos Cristo contar a Parábola do administrador infiel que tendo sido demitido por ter sido acusado de esbanjar os bens de seu patrão, se mostrou, ao final de seu mandato, um bom administrador pois soube usar o dinheiro desonesto para fazer amigos. Então Cristo conclui dizendo que “os filhos deste mundo são  mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” e pede-nos para usarmos a mesma esperteza usando o dinheiro injusto para fazer amigos, pois quando acabar eles vos receberão nas moradas eternas”.
São varias lições que Cristo aqui nos ensina:
1.   Que quem quiser ganhar o céu tem que ser tão esperto no uso dos bens materiais quanto o são os filhos deste mundo.
2.   Que em relação aos bens deste mundo somos apenas administradores, nada nos pertence pois nada daqui levaremos, tudo nos foi confiado pelo patrão que é Deus, o dono de tudo, para que administremos, ou seja, para que façamos render ao máximo e tiremos o máximo proveito, é para isso que se requer esperteza para  fazer isso de modo que não venhamos a perder o verdadeiro bem que é a vida eterna. “Pois se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?” Ora, se nada aqui nos pertence então o que realmente é nosso? A vida eterna, foi isso que Cristo comprou para nós com o preço de Seu Sangue.
3.   Que “quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes” ou seja, que para entrar no céu é preciso ser honesto e isto começa nas pequeninas coisas. Honesto é a pessoa que é justa e responsável, dando a cada um aquilo que lhe é devido, no tempo estabelecido.
4.   Que não podemos servir a Deus e ao dinheiro do que se depreende que se em relação ao dinheiro temos uma atitude diferente da de administradores do que não é nosso, viveremos o tempo todo ser donos do dinheiro e daquilo que por ele pode ser comprado, no entanto na verdade ninguém é dono de nada neste mundo já que ninguém conseguirá levar nada daqui consigo depois da morte. Tudo é de Deus e se não usamos o dinheiro para servir a Ele que é O Dono de tudo, estamos servindo ao dinheiro como se fosse um Deus, já que ninguém consegue possuir o dinheiro e toda vez que tenta possuílo, na verdade é por ele possuído.


PORQUE CRISTO TEVE QUE MORRER NA CRUZ?????
O drama de um Deus crucificado por amor ao homem

Jamais o mundo viu ou verá um acontecimento como este: o Filho de Deus humanado é crucificado e agoniza durante três horas numa cruz. Três longas horas de dores indizíveis, sofrimentos inenarráveis na pior forma de suplício que o Império Romano impunha a seus opositores, bandidos, malfeitores... Foi o drama de um Deus crucificado por amor ao homem, criatura moldada à Sua "imagem e semelhança" (cf. Gen. 1,26).

Um mistério insondável de amor e de dor que projeta luz sobre o quanto cada um de nós é importante para Deus. Cristo não mediu esforços para resgatar cada um de nós para Deus... foi até as últimas consequências. São João expressou isso como ninguém: "Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 15,1).

A dívida dos pecados dos homens, sendo, de certo modo infinita, exigia um sofrimento redentor também infinito para reparar a ofensa contra a majestade infinita de Deus. Então, o sofrimento de Deus feito homem, infinito, triunfou do pecado. O resgate de cada um de nós foi pago. Pelo sofrimento de Jesus, Homem e Deus, a humanidade honrou a Deus incomparavelmente mais do que O ofendera e poderá ainda ofender. O homem, resgatado agora pelo Filho do Homem, pode voltar para os braços de Deus. A justiça foi satisfeita.

Podemos perguntar: mas por que foi necessário que um Deus morresse na Cruz para nos salvar? São Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja, nas suas homilias de Natal, lança luzes sobre o mistério da nossa Redenção:

“Mas, o fato, caríssimos, de Cristo ter escolhido nascer de uma Virgem não parece ditado por uma razão muito profunda? Isto é, que o diabo ignorasse que a salvação tinha nascido para o gênero humano, e, escapando-lhe que a concepção era devida ao Espírito, acreditasse que não tinha nascido diferente dos outros aquele que ele não via diferente dos outros.

Com efeito, aquele no qual ele constatou uma natureza idêntica à de todos tinha, pensava ele, uma origem semelhante à de todos; ele não compreendeu que estava livre dos laços do pecado aquele que ele não viu isento das fraquezas da mortalidade.  Porque Deus, que, em sua justiça e em sua misericórdia, dispunha de muitos meios para elevar o gênero humano, preferiu escolher  para isso a via que lhe permitisse destruir a obra do diabo, apelando não a uma intervenção de poder, mas a uma razão de equidade.

Porque, não sem fundamento, o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava direitos de tirano sobre todos os homens e, não sem razão, oprimia sob seu domínio aqueles que ele tinha prendido ao serviço de sua vontade, depois que eles, por si mesmos, tinham desobedecido ao mandamento de Deus. Por isso não era de acordo com as regras da justiça que ele cessasse de ter o gênero humano como escravo, como o tinha desde a origem, a não ser que fosse vencido por meio do que ele mesmo tinha reduzido à escravidão.

Para esse fim, Cristo foi concebido de uma Virgem, sem intervenção de homem... Ele [o demônio] não pensou que o nascimento de uma criança gerada para a salvação do gênero humano não lhe estava sujeito como o estava o de todos os recém-nascidos. Com efeito, ele o viu vagindo e chorando, viu-o envolto em panos, submetido à circuncisão e resgatado pela oferenda do sacrifício legal. Mais tarde, reconheceu os progressos normais da infância, e até na idade adulta nenhuma dúvida lhe aflorou sobre o desenvolvimento conforme a natureza.

Durante este tempo ele lhe infligiu ultrajes, multiplicou injúrias, usou de maledicências, calúnias, blasfêmias, insultos, enfim, derramou sobre ele toda a violência do seu furor e o pôs à prova de todos os modos possíveis; sabendo com qual veneno tinha infectado a natureza humana, ele jamais pôde crer que fosse isento da falta inicial aquele que, por tantos indícios, ele reconhecia por um mortal.

Ladrão atrevido e credor avaro, ele se obstinou em levantar-se contra aquele que não lhe devia nada, mas exigindo para todos a execução de um julgamento geral pronunciado contra uma origem manchada pela falta, ultrapassou os termos da sentença sobre a qual se apoiava, porque reclamou o castigo da injustiça contra aquele no qual não encontrou falta. Tornando-se, por isso, caducos os termos malignamente inspirados na convenção mortal, e, por causa de uma petição injusta, que ultrapassava os limites, a dívida toda foi reduzida a nada. O forte é atado com os seus próprios laços, e todo o estratagema do inimigo cai sobre a sua cabeça. Uma vez amarrado o príncipe deste mundo, o objeto de suas capturas lhe foi arrancado. Nossa natureza, lavada de suas antigas manchas, recupera sua dignidade, a morte é destruída pela morte, o nascimento é renovado pelo nascimento, porque, ao mesmo tempo, o resgate suprime nossa escravidão, a regeneração muda nossa origem e a fé justifica o pecador” (Sermão XXII , segundo Sermão do Natal).

XXIII DOMINGO COMUM C



CONDIÇÕES PARA SER DISCÍPULO DE JESUS
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

Ao sair do banquete na casa do fariseu, Jesus, incia sua subida para Jerusalem, onde consumará a oferta de Sua vida para nossa salvação e precebe que, muitos dos que estavam no banquete, encantados com Suas palavras, O estão seguindo, volta-se para eles e põe, de maneira bem clara, as condições para ser Seu discípulo. São as últimas consequências do Seu seguimento, nas quais deixa bem claro que, nada devemos antepor ao Seu amor, porque está se dirigindo para Jerusalém onde O aguardam sofrimentos atrozes e a morte mais dolorosa que havia em Seu tempo, que Ele, livremente aceitou, desde o princípio, sofrer em nosso lugar, as consequências de nossos pecados.
Como somos livres para aceitar ou não ser Seu discípulo, coloca, claramente as condições, não para dizer que não será admitido aqueles que não preencherem as condições necessárias mas apenas para advertir-nos no sentido de que não nos intitulemos Seus discípulos sem antes termos conhecimento das implicações do Seu seguimento e se temos as condições para tanto ou se pelo menos estamos dispostos a tudo para conseguí-las, co contrário, pior do que a humilhação de um arquiteto que veja interminada sua obra por falta de planejamento e pior do que um rei que perde a batalha por não calcular, previamente se tem condições de fazer frente ao inimigo que vem contra ele, pior do que tudo isso é o que acontecerá com aqueles pelos quais veem os escândalos.
Escandalizar alguém significa ser causa de tropeço e de queda e é exatamente isso que provoca nos desejosos de seguir a Cristo, aqueles que, dizendo-se cristãos, por sua vida incoerente com a fé que professam, desanimam completamente aqueles que tentam atrair para o seguimento de Cristo. Daí a seriedade da advertência de Cristo a nós no Evangelho de hoje onde Ele, como que, nos coloca contra a parede, ensinando-nos a radicalidade para que devem ter os Seus discípulos, ou seja, aqueles que desejam aprender com Ele, exatamente a radicalidade de todas as renuncias às quais teve que nos submeter para nos salvar.

Exige um total desprendimento de nós próprios, de tudo e de todos não por mero capricho mas simplesmente porque fora dEle que é O Amor Encarnado, somos incapazes de amar o nosso próximo seja ele pai, cônjuge ou amigos, Ele é a fonte de todo amor.  
PASSOS PARA A BEATIFICAÇÃO DE ODETINHA





o dia 18 de janeiro, iniciou-se oficialmente, a abertura do processo de beatificação de Odetinha. Após este ato jurídico canônico, um Tribunal fará a investigação da vida, das virtudes e da fama de santidade de Odetinha.
Segundo o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, em uma das entrevistas concedidas:
“Nunca é demais recordar que, quando há um certo clamor popular, a Igreja sempre procura investigar para poder colocar aquele ou aquela que morreu com fama de santidade como um exemplo de vida que pode ser sinal também para que saibamos que em todas as épocas da humanidade e em todos os momentos das nossas vidas temos a oportunidade de nos santificar”.
Agora que o Vaticano já autorizou o prosseguimento do processo de beatificação da Odetinha, o próximo passo será dado por peritos da Congregação para as Causas dos Santos, que investigarão, também com documentos históricos, se a candidata realizou milagres que a Medicina não conseguiu explicar.
Em uma entrevista concedida recentemente a WebTV Canção Nova, Dom Roberto Lopes, delegado episcopal para a causa dos santos da arquidiocese do Rio- juiz do tribunal canônico instalado para investigar a santidade de Odetinha- afirmou que: “O mais importante agora, é a comissão estar atenta, e o povo de Deus que por ventura pedem a intercessão de Odetinha nos relatem suas graças ou aquilo que tenha sido alcançado para que isso possa ser anexado ao processo.”
Outro fato curioso é que já há muito tempo, na quadra 6 do cemitério de São João Batista, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde fica o jazigo de Odetinha, milhares de pessoas passam por ele, e até já podemos encontrar várias mensagens de agradecimento pelas graças alcançadas, vindas de diversas partes do Brasil.
Fonte: http://www.webtvcn.com/canal/noticias/odetinha_06_11_12?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
http://www.news.va/pt/news/aberto-oficialmente-processo-de-odetinha-pode-se-t
http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/11177-dom-orani-comenta-processo-de-beatificacao-de-odetinha

O Vaticano II em perguntas e respostas





*Estas perguntas e respostas serão adicionadas ao artigo "O Vaticano II e seus frutos"


Excelente compilação retirada do blog http://auxiliodoscristaos.blogspot.com.br

Quando aconteceu o Concílio Vaticano II?
O Vaticano II foi aberto pelo Papa João XXIII em 11 de outubro de 1962. João XXIII morreu no ano seguinte; mas seu sucessor, Paulo VI, continuou o Concílio e encerrou-o em 8 de dezembro de 1965.

O Concílio durou mais de três anos ininterruptos?
O Concílio Vaticano II compreendeu quatro sessões de menos de três meses, em cujo intervalo os bispos retornavam às suas dioceses. A primeira sessão (11 de outubro a 8 de dezembro de 1962) – a única que se deu no pontificado de João XXIII – não promulgou nenhum documento: dedicaram-se, sobretudo, a descartar o trabalho da Comissão Preparatória.

Qual é o lugar do Vaticano II entre os demais concílios?
O Vaticano II foi o 21° Concílio Ecumênico. Foi, quanto ao número de participantes, o mais importante de toda a História: dois mil bispos ali se reuniram.

Em que o Concílio Vaticano II difere dos Concílios anteriores?
O Concílio Vaticano II declarou não querer ser mais que um “Concílio Pastoral”, que não define as questões de Fé, mas dá diretivas pastorais para a vida da Igreja. Renunciou à definição de dogmas e assim, à infalibilidade que pertence a um Concílio. Seus documentos não são, portanto, infalíveis.

Quais são os objetos ordinários de um Concílio?
Na sua carta de convocação do primeiro Concílio do Vaticano, Pio IX indica que os Concílios Gerais foram convocados, sobretudo “nas épocas de grandes perturbações, quando calamidades de todo gênero se batiam sobre a Igreja e sobre os povos”. Todos os Concílios Ecumênicos do passado foram convocados para vir ao encalço de uma heresia (como foi o caso dos sete primeiros), ou para corrigir um mal então dominante (simonia, cisma, corrupção do clero, etc). Pio IX resume assim os principais fins de um Concílio:
“Decidir com prudência e sabedoria, tudo o que poderia contribuir para definir os dogmas da Fé; para condenar os erros que se espalham insidiosamente; para defender, colocar à luz, explicitar a Doutrina Católica; para conservar e reorganizar a disciplina eclesiástica; para corrigir os modos corrompidos da população.” (Bula de Convocação para o Concílio Vaticano I. AAS, 1868, vol IV, p.5.)

Nunca houve, então, outro Concílio “pastoral” antes do Vaticano II?
Todos os Concílios da Igreja foram pastorais. Mas o foram definindo os dogmas; desmascarando os erros; defendendo a Doutrina Católica; e lutando contra as desordens disciplinares e morais. A originalidade do Vaticano II foi a de querer ser “pastoral” de uma maneira nova, recusando-se a definir dogmas, a condenar erros, e mesmo a apresentar a Doutrina Católica de modo defensivo.

O Vaticano II não promulgou documentos dogmáticos?
O Vaticano II promulgou dezesseis textos: nove decretos, três declarações e quatro constituições. Dentre estas, duas são ditas “Constituições Dogmáticas”: Lumen Gentium(sobre a Igreja) e Dei Verbum (sobre a Revelação). Isso não significa que tenham proclamado dogmas ou que sejam infalíveis, mas apenas que tratam de uma matéria referente ao dogma. O Vaticano II se recusou a definir o que quer que seja de modo infalível; Paulo VI o sublinhou explicitamente em 12 de janeiro de 1966, algumas semanas após seu encerramento:
“Tendo em vista o caráter pastoral do Concílio, este evitou proclamar de modo extraordinário dogmas dotados da nota da infalibilidade.”

A “pastoralidade” do Vaticano II caracteriza-se pela adaptação da Igreja ao nosso tempo?
Todos os Concílios adaptaram a Igreja ao seu tempo. Mas o fizeram anatematizando os erros do dia; punindo os desvios morais ou disciplinares da época; armando a Igreja contra seus inimigos. A adaptação não visava a se conformar com o século, mas a melhor resistir-lhe. Não se tratava de agradar ao mundo, mas de confrontar e de o vencer, para agradar a Deus. João XXIII e Paulo VI procuraram, ao contrário, tornar a Igreja Católica sedutora para o homem moderno.

João XXIII e Paulo VI exprimiram essa intenção?
João XXIII declarou, em 14 de fevereiro de 1960:
“O fim primeiro e imediato do Concílio é o de apresentar ao mundo a Igreja de Deus, no seu perpétuo vigor de vida e de Verdade, e com sua legislação adaptada às circunstancias presentes, de modo a ser sempre mais conforme à sua divina missão e estar sempre mais pronta para as necessidades de hoje e de amanhã. Em seguida, se os irmãos que se separaram e que ainda estão divididos entre si virem se concretizar o comum desejo de unidade, poderemos lhes dizer então, com uma viva emoção: é a vossa casa; a casa daqueles de trazem o sinal de Cristo.” (João XXIII, discurso ao Conselho Geral da Ação Católica Italiana, em 14 de fevereiro de 1960).
O Cardeal Montini, futuro Paulo VI, declarava, em abril de 1962:
“A Igreja se propõe, pelo próximo Concílio, a entrar em contato com o mundo (...) Ela se esforçará para ser (...) amável em sua linguagem e na sua maneira de ser.”
E, durante o Concílio, Paulo VI afirmava, em sua encíclica Ecclesiam Suam:
“A Igreja poderia se propor a realçar os males que podem se encontrar no mundo, a pronunciar anátemas e suscitar cruzadas contra eles (...); parecem nos, ao contrário, que a relação da Igreja com o mundo (...) pode se exprimir melhor sob a forma de um diálogo” (§80).

O Vaticano II se quis, desde o início, portanto, como um Concílio de abertura e diálogo?
De fato, os membros da Comissão Preparatória estabelecida por João XXIII, pensavam dever organizar um Concílio normal. Tiveram um enorme trabalho para esboçar esquemas que pudessem servir de base aos debates conciliares. Mas, durante esse tempo, o Secretariado para Unidade dos Cristãos igualmente estabelecido por João XXIII (em junho de 1960), trabalhava em outro sentido. Finalmente, a verdadeira intenção de João XXIII prevaleceu: no início do Concílio, livraram se dos esquemas preparatórios, julgados demasiado “doutrinais”, e o Concílio se comprometeu com a via preparada pelo Secretariado de Unidade.

Como o Secretariado para a Unidade preparou o Concílio?
Sobre a presidência do Cardeal Bea, o Secretariado para a Unidade preparou o Concílio perguntando aos católicos o que esperavam da Igreja. Estabeleceu contatos com os ortodoxos, os protestantes, os judeus, os comunistas e os maçons, e comprometeu-se mesmo a que alguns de seus desiderata fossem satisfeitos.

Quais foram as exigências dos ortodoxos e dos comunistas?
Para contar com a presença de observadores ortodoxos no Concílio, João XXIII se comprometeu à não condenação do comunismo no Concílio. Monsenhor Roche, amigo e confidente do Cardeal Tisserant, testemunha: “O Cardeal Tisserant recebeu ordens formais tanto para negociar o acordo como para supervisionar sua exata execução durante o Concílio. Foi assim que, a cada vez queria abordar a questão do comunismo, o Cardeal, de sua mesa do Conselho da Presidência, intervinha”. (Itinéraires 285, p.157.)

Quais foram os pedidos dos judeus?
No número 1001 da Tribune Juive (1987), Lazare Landau conta:
“Numa noite brumosa e glacial de inverno de 1962-63, atendi a um convite extraordinário no Centro Comunitário da Paz, em Estrasburgo. Os dirigentes judeus recebiam, em segredo, no subsolo, um enviado do papa. Na saída do Shabat, éramos uma dezena para acolher um dominicano de vestimenta branca, o reverendo padre Yves Congar, encarregado pelo Cardeal Bea, em nome de João XXIII, de nos perguntar, no início do Concílio, o que esperávamos da Igreja Católica (...)”.
“Os judeus, mantidos há vinte séculos à margem da sociedade cristã, frequentemente tratados como subalternos, inimigos e deicidas, pediam sua completa reabilitação. Provindos, em linhagem direta, do tronco abrâmico, de onde saiu o Cristianismo, pediam para serem considerados como irmãos, parceiros de igual dignidade, da Igreja Cristã (...).”
“O mensageiro branco – despojado de qualquer símbolo ou ornamento – retornou a Roma, portador das inumeráveis solicitações que reforçavam as nossas. Depois de debates difíceis (...), o Concílio atendeu as nossas expectativas. A declaração Nostra Aetate n° 4 constituiu – Padre Congar e três redatores do texto me confirmaram – uma verdadeira revolução na doutrina na Igreja sobre os judeus (...)”.
“Homilias e catecismos mudariam em poucos anos (...). Desde a visita secreta do Padre Congar, num lugar escondido da sinagoga, durante uma noite muito fria de inverno, a doutrina da Igreja tinha conhecido uma total mutação.”

Quais foram os pedidos dos protestantes e dos maçons?
Em setembro de 1961, o Cardeal Bea encontrou, secretamente, em Milão, o Pastor Willem A. Visser’t Hooft, secretário-geral do Conselho Ecumênico de Igrejas (organismo de origem protestante, de tendência maçônica). A liberdade religiosa foi um dos temas mais importantes do encontro. Mas tarde, em 22 de julho de 1965, na véspera da última sessão conciliar, o mesmo Conselho Ecumênico de Igrejas publicou a lista de suas sete exigências fundamentais em matéria de liberdade religiosa. Todas foram satisfeitas pelo Concílio no documentoDignitatis Humanae.

Que conclusões se pode tirar dessa política de abertura levada a cabo pelo Concílio Vaticano II?
Percebe-se claramente que o Vaticano II não foi um Concílio como os demais. Os textos que promulgou, fruto de um “diálogo” com o mundo, são mais textos diplomáticos ou “publicitários” (destinados a dar uma boa imagem a Igreja) do que textos magisteriais (ensinando com autoridade e precisão Verdades de Fé). Nenhum dos textos conciliares é, de si, infalível.

Qual foi a influencia desse Concílio na Crise da Igreja?
As forças liberais e modernistas, que já minavam a Igreja, conseguiram colocar as mãos sobre o Concílio Vaticano II. Pode-se então dizer, que o Vaticano II foi a faísca que deflagrou uma crise que se preparava já de longa data na Igreja.
A quando podem-se remontar as origens dessa crise?
São Pio X já constatava na encíclica Pascendi, que o modernismo não era um inimigo exterior à Igreja, mas que havia penetrado no interior, apesar de seus adeptos ainda esconderem suas verdadeiras intenções.

O Papa São Pio X não combateu vigorosamente esses modernistas?
São Pio X combateu o modernismo energicamente. Seus sucessores até Pio XII fizeram o mesmo, com mais ou menos vigor; mas não conseguiram verdadeiramente vencê-los. A Encíclica Humani Generis, de Pio XII, condenando o que se chamou “Nova Teologia” (1950), foi aceita exteriormente; mas, nas realidade foi desprezada por muitos. Continuaram a se interessar nas teses condenadas e, nas casas de formação, encorajavam se os futuros padres a fazer o mesmo.

Pode-se dizer que o Vaticano II foi uma revolução na Igreja?
Que o Concílio foi uma revolução na Igreja, alguns de seus defensores clamam-no, eles mesmos. Assim, o Cardeal Suenens fez um paralelo entre o Concílio e a Revolução Francesa, dizendo que o Vaticano II havia sido o 1789 na Igreja. O Padre Yves Congar, teólogo conciliar, comparou o Concílio à Revolução bolchevique: “A Igreja fez pacificamente sua Revolução de Outubro.” (Yves Congar, O.P. Le Concile au jour Le jour. Deuxième session, Paris, 1964, p.215)

Como os liberais colocaram as mãos sobre o Concílio?
Graças ao apoio de João XXIII e de Paulo VI, as forças liberais e neomodernistas introduziram nos textos do Concílio, um grande número de ideias. Antes do Concílio, a Comissão Preparatória havia preparado com cuidado, esquemas que eram o eco da Fé da Igreja. É sobre esses esuqmas que a discussão e os votos deveriam ter sido feitos, mas eles foram rejeitados na primeira sessão do Concílio e substituídos por novos esquemas preparados pelos liberais.

Não houve no Concílio defensores da Doutrina tradicional?
Houve no Concílio um grupo de mais ou menos de 250 a 270 bispos decididos a defender a Tradição da Igreja. Acabaram por formar o Coetus Internatinalis Patrum. Mas contra ele, estava já constituído e perfeitamente organizado, um grupo de Cardeais e Bispos liberais, que se chamou Aliança do Reno.

De onde vem esse nome, Aliança do Reno?
O nome Aliança do Reno vem do fato de os dirigentes desse grupo liberal eram, quase todos, bispos de dioceses às margens do Rio Reno. A cada dia esse grupo inundou o Concílio com folhas datilografadas, nas quais se diziam aos bispos em que sentido deviam votar. É por isso que um jornalista, o padre Ralph Wiltgen, pôde intitular O Reno se Lança no Tibre, seu livro que contava a história do Concílio.

Os inovadores eram majoritários?
Como toda revolução, o Vaticano II não foi conduzido pela maioria, mas por uma minoria bem ativa e organizada. A maioria dos bispos estava indecisa e pronta para seguir os conservadores. Mas, quando viram que os dirigentes da Aliança do Reno eram amigos pessoais do papa e que alguns dentre estes (os Cardeais Dopfner, Lecaro e Suenens) tinham até sido nomeados moderadores do Concílio, eles os seguiram.

Os textos do Vaticano II, portanto, não são representativos do que pensava a maioria dos bispos na abertura do Concílio?
Um teólogo da ala progressista, Hans Kung, exprimiu um dia, sua alegria de que um sonho de uma pequena minoria se havia realizado no Concílio: “Nenhum daqueles que vieram aqui para o Concílio voltará para sua casa igual ao que era antes. Pessoalmente nunca teria esperado que os bispos falassem de modo tão ousado e tão explicito na aula conciliar.” (O Reno se Lança no Tibre, pag. 65)

Quem é esse teólogo Hans Kung?
Hans Kung manifestou, desde o Concílio, a que espírito se filia. Além da infalibilidade pontifícia e da Divindade de Cristo, esse eclesiástico nega a maior parte dos dogmas cristãos de tal maneira que mesmo a Roma conciliar teve que lhe retirar a autorização de lecionar.

Outros teólogos hereges exerceram influência no Vaticano II?
O jesuíta Karl Rahner (1904-1984), mesmo sendo mais prudente e menos explicito, espalhou teses análogas em suas obras. O Santo Ofício, desde 1949, impôs-lhe silencio sobre certas questões. Teve, no entanto, sobre o Concílio Vaticano II uma influência imensa; Ralph Wiltgen chega a dizer que foi o teólogo mais influente do Concílio:
“A posição dos bispos de língua alemã sendo regularmente adotada pela Aliança europeia (Aliança do Reno), e a posição da Aliança sendo, por sua vez, a mais frequentemente adotada pelo Concílio, bastava que um só teólogo fizesse suas visões serem adotadas pelos bispos de língua alemã para que o Concílio as fizessem suas. Ora, um tal teólogo existia: era o padre Karl Rahner.” (O Reno se Lança no Tibre, pag. 85)

Há outros testemunhos sobre a influência de Rahner no Concílio?
O padre Congar conta:
“O clima virou: Rahner dixit, ergo verum est [Rahner disse, então é verdade]. Dou um exemplo. A Comissão Doutrinal era formada pelos bispos, cada um tendo a seu lado seu próprio perito, mas também por alguns Superiores Gerais (como o dos Dominicanos ou dos Carmelitas). Ora, sobre a mesa da Comissão havia dois microfones; mas Rahner praticamente havia tomado um somente para si. Rahner era um pouco intrometido e muito frequentemente o Cardeal de Viena, Franz Konig, cujo perito era Rahner, virava-se em sua direção e dizia lhe para que falasse: Rahner, quid? Naturalmente, Rahner intervinha (...)”. (Yves Congar, em Trinta Dias, edição francesa, n° 3, 1993, pag.26)

Qual era o pensamento de Karl Rahner?
Karl Rahner era um revoltado contra o ensinamento tradicional da Igreja que, para ele, era só “monolitismo” e “teologia de escola.” Uma carta que escreveu em 22 de fevereiro de 1962, por ocasião da tradução italiana de seu Pequeno Dicionário Teológico esclarece-nos sobre seus sentimentos em relação ao Magistério da Igreja:
“(...) Uma tradução italiana é claramente um problema especial, em razão da presença, em Roma, de lideres e guardiães da ortodoxia. Por outro lado, estou cada vez mais fortificado em minhas posições. Também se poderia dizer que esse pequeno léxico está redigido de tal modo que essas pessoas não compreendam nada e não vejam, portanto o que está dito contra sua estreiteza.” (Herbert Vorgrimler. Karl Rahner verstehen, Friburgo, Herder, 1995, pag.175)

Karl Rahner manifestou, durante o Concílio, sua revolta contra a Tradição e o Magistério da Igreja?
Durante o Concílio, o Cardeal Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício, exprimiu um dia em seu discurso sua inquietação quanto a algumas inovações. Falava sem texto, por estar quase cego e ultrapassou seu tempo para falar. Então, o microfone simplesmente lhe foi cortado. Rahner comentou o acontecimento em uma carta escrita a Vorgrimler, em 5 de novembro de 1962:
“Você já deve ter sabido que Alfrink, de novo, simplesmente cortou a palavra a Ottaviani, por que ele falava por muito tempo. Começou-se a aplaudir (o que não é habitual). Moral: A alegria sádica é a alegria mais pura.” (Deutsche Tagespost, 10 de outubro de 1992).

Encontra-se na correspondência de Karl Rahner, outros elementos sobre seus sentimentos sobre o Concílio?
A publicação, em 1994, da correspondência trocada entre o padre Karl Rahner e a poetisa austríaca Luise Rinser (1911-2002) fez estourar o escândalo: no momento mesmo em que mandava chover e fazer bom tempo no Concílio, Karl Rahner estava em correspondência amorosa com essa mulher, escrevendo-lhe, em sua paixão, até três cartas por dia (276 somente no ano de 1964).

Outros maus teólogos influenciaram o Vaticano II?
Pode-se citar, entre outros, os Padres Congar e De Lubac, já apresentados anteriormente, o padre Schillebeeckx, o padre John Courtney-Murray, etc.

Qual foi a influencia do padre Congar no Concílio?
Monsenhor Lefebvre conta:
“No início do Vaticano II, eu ia às as reuniões [dos bispos franceses] em Saint Louis-des-Français. Mas ficava estupefato de ver como aquilo acontecia. Os bispos se comportavam literalmente como garotinhos diante dos Congar e outros peritos que gritavam em torno. Opadre Congar subia à mesa da presidência e, sem o menor pudor, dizia: ‘Monsenhor Fulano, o senhor fará tal intervenção sobre tal assunto. Não tenha nenhuma preocupação. Nós lhe prepararemos o texto e o senhor só terá que ler.’ Não podia crer no que meus olhos viam, nem no que meus ouvidos ouviam! E parei de ir a essas reuniões (...)” (Monsenhor Marcel Lefebvre, Fideliter n°59, pag,53).

Há outros testemunhos sobre a influencia do padre Congar?
Monsenhor Desmazières, Bispo-auxiliar de Bordeaux, conta:
“(...) De tarde os trabalhos continuavam. Eu ia ao meu dirigido pelo padre Congar, sobre a Escritura e a Tradição. Éramos uma dúzia. A nós cabia prever as intervenções a serem feitas no dia seguinte (...). pediram-me para tomar a segunda. Não me recusei, mas com a condição do padre Congar preparasse meu texto. Estava de acordo. Ele mo passará amanhã no ônibus (...) Tomei conhecimento do texto no trajeto; não estava decidido mudar o que quer que fosse. Desembarcando em São Pedro, inscrevi-me para falar: era o vigésimo primeiro (...)” (Monsenhor Desmazières. L’Aquitaine, semaine religieuse de Bordeaux, dezembro de 1962, pag.580).

O que disso dizia o padre Congar?
O padre congar, normamente, minimizava sua influencia no Concílio. No entanto, assim resumiu sua ação: “A preparação do Concílio havia estado sob a dominação dos homens da Cúria e do Santo Ofício (...) Tudo consistiu praticamente, em os colocar em minoria.” (Yves Congar O.P., em Une Vie pour la Verité, Jean Puyo interrege Le père Congar, Paris, Centurion, 1975, pag.140). Era para ele uma vitória. Dez anos antes, punido por seus Superiores, anotava em seu diário pessoal as seguintes resoluções:
“Continuar ao máximo a escrever no mesmo sentido, utilizando todas as chances de liberdade. Aí está, sobretudo, meu combate. Eu sei (e ‘eles’ sabem!) que, em maior ou menor escala, tudo o que digo e escrevo é a negação do sistema. Sim, ai está meu verdadeiro combate: em meu trabalho teológico, histórico, eclesiológico e pastoral. O curso que eu componho nesse momento, de Ecclesia, exatamente como não se tratasse de nada, uma verdadeira resposta; é minha verdadeira dinamite sobre a cadeira dos escribas.” (Yves Congar O.P., notas manuscritas de fevereiro de 1954, citadas por François Leprieur O.P. Quand Rome condamne, Paris, Plont/Cerf, 1989, pag.259).
Depois do Concílio, declarou:
“O Concílio liquidou o que eu chamava incondicionalismo do sistema. Entendendo por sistema todo um conjunto muito coerente de ideias comunicadas pelo ensinamento das Universidades romanas, codificas pelo Direito Canonico, protegidas por uma supervisão escrita e bem eficaz sob Pio XII, com resumos, apelos à ordem, submissão dos escritos a censuras romanas e etc. Pelo fato do Concílio, o sistema foi desintegrado.” (Yves Congar O.P., em Une Vie pour la Verité, Jean Puyo interrege Le père Congar, Paris, Centurion, 1975, pag.220).

Quem é o padre Courtney-Murray?
O padre John Courtney-Murray, jesuíta Americano (1904-1967), havia sido condenado em 1955 pelo Santo Ofício, por causa do seu estudo The Problem of Religions Freedom (O Problema da Liberdade Religiosa). Foi, no entanto convidado, como perito, ao Concílio Vaticano II, apartir de 1963. Durante os debates sobre a liberdade religiosa propunha-se aos bispos que redigissem suas intervenções, e assim ele exerceu uma influencia considerável. No fim de sua vida, tentou demonstrar que o ensinamento da Igreja sobre a contracepção podia evoluir, como havia evoluído o ensinamento sobre a liberdade religiosa.

O que se pode concluir disso tudo?
Que homens tais como Kung, Rahner, Congar, Lubac, Courtney-Murray etc., tenham exercido uma influencia sobre o Concílio não advoga em seu favor, nem a favor de suas reformas. Infelizmente, algumas declarações do Papa João Paulo II também não lhe trazem vantagem. Tal como está, que fez em 1963 (quando era um simples bispo):
“Jamais um Concílio conheceu tamanha preparação, jamais se sondou de maneira de maneira tão ampla a opinião católica. Não somente os bispos, as universidades católicas e os superiores gerais das congregações exprimiram suas opiniões sobre os problemas conciliares; mas também uma grande porcentagem de católicos leigos e mesmo de não católicos. Teólogos tão eminetes quanto Henri de Lubac, Jean Daniélou, Yves Congar, Hans Kung, R.Lombarde, Karl Rahner e outros tiveram um papel extraordinário nesses trabalhos preparatórios.” (Citado por M.Malinski, Mona mi Karol Wojtyla, Paris, Le Centurion, 1980, p.189).

Todos os textos do Vaticano II devem ser rejeitados?
Pode-se dividir os textos do Concílio Vaticano II em três grupos:
1)    Alguns poderiam ser aceitos pois estão conformes à Doutrina Católica, como, por exemplo, o Decreto sobre a Formação dos Padre;
2)    Outros são equívocos, isto é, podem ser compreendidos corretamente, mas também podem ser interpretados em sentido errôneo;
3)    Alguns, em fim, não podem ser compreendidos no sentido ortodoxo; na sua atual formulação, não podem ser aceitos. É o caso da Declaração sobre a Liberdade Religiosa.

Os Textos ambíguos podem ser aceitos se forem – segundo a expressão de Monsenhor Lefebvre – interpretados à Luz da Tradição.
Os textos do terceiro grupo não podem ser aceitos antes de terem sido retificados.

De onde vem o caráter ambíguo de alguns textos do Vaticano II?
Os equívocos introduzidos voluntariamente nos textos conciliares para enganar os padres conservadores. Enchia-se-lhes de ilusões, insistindo sobre o fato de que o texto não queria, no fundo, dizer nada diferente do que a Igreja sempre havia ensinado. Mas, na sequencia, foi possível apoiar-se sobre estas passagens para defender teses heterodoxas.

Há provas de que essas ambiguidades foram introduzidas voluntariamente?
Karl Rahner e Herbert Vorgrimler confirmam isso quando escrevem, por exemplo, que se “deixou aberto um certo numero de questões teológicas importantes, sobre as quais não se chegaria a acordo, escolhendo-se formulações que poderiam no Concílio ser interpretadas diferentemente por grupos e tendências teológicas particulares.” (K.Rahner e H.Vorgrimler, Kleines Konzilskompendium. Samtliche Texte dês Zweten Vatikanumes, Fribourg, Herder, 1986, pag.21)

Como se podia se justificar uma tal imprecisão nos textos conciliares?
Essa ambiguidade deliberada era explicada pelo fato de o Concílio Vaticano II querer ser apenas um Concílio “Pastoral”, por isso não seria mais necessário que se exprimisse com toda a clareza teológica requerida para um Concílio dogmático.

Pode-se se citar exemplos dessas ambiguidades calculadas?
Um exemplo dessa ambiguidade é dado pela famosa expressão “subsistit in”, introduzida na Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja (I,8). Declarou-se ali que a Igreja de Cristo “subsiste na” Igreja Católica.

Qual é o ensinamento tradicional sobre esse assunto?
O ensinamento tradicional, diz, expressamente, que a Igreja de Cristo é a Igreja Católica. Essa palavra “est” se acha ainda nos primeiros projetos dessa Constituição sobre a Igreja. A palavra foi, em seguida, substituída pela expressão “subsistit in”.  É evidente que essa mudança não foi feita sem motivo.

Por que a palavra “est” é aqui tão importante?
A Igreja Católica não é somente uma certa realização da Igreja de Cristo: Ela é a Igreja de Cristo. Isso significa que há uma identidade absoluta entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica. As outras comunidades eclesiais não pertencem de modo nenhum à Igreja de Cristo. Ora, a expressão “subsistit in” introduz uma ambiguidade justamente nesse ponto.

A Congregação para a Doutrina da Fé não deu a interpretação correta desse “subsistit in” nos seus documentos de 2000 (Dominus Jesus) e de julho de 2007?
A Congregação para a Doutrina da Fé rejeitou a interpretação modernista mais extremista da expressão: aquela segundo a qual a Igreja Católica seria apenas uma realização, dentre outras, da Igreja de Cristo. A formula “subsistit in” permite com efeito, sustentar que haveria, fora da Igreja Católica, “verdadeiras realidades eclesiais”.

Sabe-se quem está na origem dessa expressão”subsisitit in”?
O pastor protestante Wilhelm Schmidt reivindicou a paternidade dessa nova expressão. Eis seu testemunho:
Era, então, pastor da igreja da Santa Cruz, em Bremen-Horn, e durante a terceira e quarta sessões, observador no Concílio, como representante da Fraternidade Evangélica Michael, a convite do Bea. Propus, por escrito, a formulação “subsistit in” àquele que era, então, o conselheiro teológico do Cardeal Frings: Joseph Ratzinger, que a transmitiu ao Cardeal.” (Pastor Wilhelm Schimidt [não confundir etnólogo homônimo], carta de 3 de abril de 2000 ao autor deste Catecismo. O Pastor Schimidt diz em sua carta: ‘Nada tenho a objetar à publicação desta informação.’”

O Vaticano II não foi infalível enquanto órgão do Magistério Ordinário?
Alguns pretendem que mesmo que o Vaticano II não tenha produzido atos de Magistério Ordinário, a infalibilidade pertencer-lhe-ia enquanto órgão do Magistério Ordinário Universal, por que quase todos os bispos do mundo nele se fizeram presentes. Alem disso – dizem – o ecumenismo e a liberdade religiosa são ensinado hoje pelos bispos do mundo inteiro, o que equivaleria ao exercício do Magistério Ordinário Universal, que é infalível.
Porém essa argumentação está viciada. O Vaticano II, Concílio “Pastoral”, recusou-se a comprometer sua autoridade para definir o que quer que fosse; não impôs a liberdade religiosa e o ecumenismo como Verdades de Fé, por isso encapando ao Magistério Extraordinário. Mas, de uma cajadada só, escapou também do Magistério Ordinário Infalível. Pois não pode haver infalibilidade se os bispos não certificam, com autoridade, que o ensinamento que dispensam pertencem ao Depósito de Fé (ou é-lhe necessariamente ligado) e que deve ser dito como imutável e obrigatório.

Alguns ensinamentos do Vaticano II não são apresentados como “fundados na Revelação”, “conformes à Revelação”, “transmitidos pela Igreja” ou “decretados no Espírito Santo”?
Essas são formas piedosas mas muito insuficientes para assegurar a infalibilidade. Seria preciso impor, com autoridade, esse ensinamento como ligado necessariamente à Revelação Divina, imutável, obrigatório. Ora, a liberdade religiosa e o ecumenismo são novidades contrárias ao ensinamento anterior ao da Igreja. De fato, os bispos não os impõe de forma firme e precisa como Verdades Imutáveis. Não comprometeram formalmente, para os propungnar, sua autoridade de guardiães do Depósito revelado aos Apóstolos; porém as propuseram de modo liberal (“pastora”) como fruto de um diálogo com o mundo modernos e como reflexo do que criam os cristãos de hoje. Isso basta para excluir a infalibilidade. (Ver sobre esse assunto os argumentos desenvolvidos pelo padre Calderon em A Candeia Debaixo do Alqueire, Rio de Janeiro, Ed. Sétimo Selo, 2009).

Não se pode, pois, invocar o Magistério Ordinário Universal , no que concerne ao ecumenismo e à  liberdade religiosa?
Não se pode invocar o Magistério Ordinário Universal em favor do ecumenismo e da liberdade religiosa; porém, se poderia, a bom direito, afirmar que são as condenações trazidas no curso dos dois últimos séculos contra a liberdade religiosa e o ecumenismo que são infalíveis em razão do Magistério Ordinário.

As autoridades atuais da Igreja reconhecem a não infalibilidade do Vaticano II?
O Vaticano II não foi infalível, foi o que afirmou expressamente o Cardeal Ratzinger em 1988, dizendo:
“A verdade é que o Concílio ele mesmo, não definiu nenhum dogma e procurou se situar num nível mais modesto, simplesmente como um Concílio pastoral. Apesar disso, numerosos são aqueles que o interpretam como se se tratasse de um ‘superdogma’ que sozinho tem a importância.” (Alocução do Cardeal Ratzinger diante da Conferencia Episcopal Chilena, em 13 de julho de 1988 [Intinéraites 330, fevereiro, 1989, pag.4).

Por que as autoridades atuais se apegam tanto ao Vaticano II, já que reconhecem que ele não é infalível?
De fato, o Vaticano II é, desde a origem, objeto de um jogo desonesto. Durante o Concílio, insistiu-se sobre seu caráter pastoral para evitar se exprimir com precisão teológica; mas, depois, deseja-se lhe dar uma autoridade igual ou mesmo superior àquela dos Concílios anteriores. Esse jogo desonesto foi denunciado por um dos participantes do Concílio, Monsenhor Lefebvre, a partir de 1976:
“É indispensável desmitificar esse Concílio que eles desejam pastoral em razão de seu horror instintivo ao dogma, e para facilitar a introdução oficial das ideias liberais dentro de um texto da Igreja. Contudo, operação terminada, dogmatizam o Concílio, comparam-no ao de Nicéia, pretendem-no semelhante aos outros, senão superior!” (Mons. Marcel Lefebvre, J’acuse Le Concile!, Matigny (Suiça), Editions Saint-Gabriel, 1976, pag.9)

Fonte: Catecismo da Crise na Igreja. Pe. Matthias Gaudron, FSSPX – Editora Permanência.

A FANTÁSTICA História da Beata Imelda Lambertini




Por Rodrigo de Luna


Apesar dos santos viverem em profunda humildade, escondendo-se de si mesmos e do mundo por amor a Nosso Senhor - assim como fez a Santíssima Virgem Maria - suas vidas se tornam públicas tempos depois. Ouvimos e estudamos histórias extraordinárias que nos inspiram a viver assim como eles uma vida santa. Acontecimentos que marcaram suas vidas, tristezas e alegrias. Tudo, tudo aquilo que os ajudaram a criar uma vida de humildade e desprezo do mundo, e, consecutivamente a santidade reconhecida primeiramente por Deus, depois pela Santa Igreja e finalmente por nós.

Uma das vidas mais desconhecidas por muitos, mas que graças a Deus conheci, é de uma beata que eu faço questão de usar de minhas próprias palavras para contar a vida dela.

Conheci a história por acaso. Hoje a tenho como uma das minhas grandes devoções. Tenho-a como um modelo de dedicação à vida religiosa e extrema devoção à Santíssima Eucaristia.



____



O nome da Bem-Aventurada é Imelda Lambertini. Ela nasceu em Bolonha (Itália) no ano de 1322. Desde pequena sempre cultivou um imenso amor pela oração, pois crescera em um ambiente católico, onde seus pais davam a ela uma educação cristão de grande valor e de sólidas bases. O seu amor pela oração e pelas coisas de Deus era exatamente o seu diferencial e motivo de atenção especial pelos seus pais. Ela sempre se escondia nos locais "obscuros" de sua casa para rezar em silêncio, escondida do mundo, mas vista apenas por Deus.

O seu amor pela oração lhe criou na alma um desejo enorme de ser freira dominicana, isso com apenas 9 anos de idade! Claro que, assim como ocorreria nos dias de hoje, ela não foi aceita por causa da pouca idade. Mas Imelda possuía uma santa insistência que resultou numa conversa entre seus pais e a Madre Superiora do convento das irmãs dominicanas. 

Perguntaram então a ela o que a atraía no convento das irmãs dominicanas, Imelda respondeu: "Nosso Senhor". Nota-se que apesar dela ser apenas uma criança de 9 anos, devido a sua grande devoção pela oração, ela desenvolveu um extraordinário discernimento pelas coisas do Altíssimo.

A madre superiora das dominicanas pediu a devida permissão aos pais de Imelda para que ela pudesse se mudar para o convento. Sob conditio, Imelda não deveria realizar no convento as tarefas árduas e pesadas, mas pequenas tarefas por causa de sua pouca idade, o que a pequena Imelda à princípio não aceitava, pois queria seguir em tudo o que as outras irmãs faziam. A madre pedia para que ela não acordasse tão cedo para rezar na companhia das demais freiras, porém, a grande paixão de Imelda era rezar, portanto acordava cedo e rezava em silêncio pelos corredores do convento.

Apesar de todo seu amor pela ordem São Domingos e por Nosso Senhor Eucarístico, Imelda tinha apenas 9 anos e as normas da Santa Igreja permitia que apenas as crianças que possuíam mais de 12 anos poderiam comungar. Imelda passava horas e mais horas em adoração diante do Santíssimo Sacramento, havia vezes que de tanto rezar diante do Sacrário onde Nosso Senhor morava, sua singela face se transfigurava de alegria. O grande pedido de Imelda era que pudesse receber Nosso Senhor na Sagrada Comunhão, apesar de sua pouca idade.

Em 1333, Imelda completou seus 11 anos de idade. Como era costume: após a Missa e após todas as freiras saírem da capela, Imelda ficava um pouco mais de tempo diante do Santíssimo Sacramento em profunda oração, fazendo companhia a Nosso Senhor. Quantas horas santas a pequena Beata deve ter feito diante do Sacrário! 
Passou-se muito tempo sem que se tivesse "notícias" da pequena Imelda, então umas das freiras do convento voltou para a capela e lá encontrou Imelda em posição de oração, mas com algo extraordinário acontecendo: com a Hóstia flutuando diante da criança e emitindo uma luz que ia direto para Imelda. A freira logo chamou todas as outras irmãs e o padre que tinha celebrado a Missa anteriormente para que pudessem ver o extraordinário milagre que Deus ali fazia e que estava acontecendo diante dos olhos de todos.

O padre tomou o santo conhecimento de que aquele era o momento que Imelda deveria fazer a sua tão esperada Primeira Comunhão. O santo sacerdote aproximou-se com uma patena de ouro em suas mãos, fazendo com que a Hóstia tenha deitado sobre ela, e então entregou a primeira Eucaristia à pequena Imelda Lambertini.

Após ter recebido Nosso Senhor na Eucaristia pela primeira vez, o rosto de Imelda se transfigurou em uma alegria que irradiava a todos os presentes que assistiram àquele grande milagre. Tendo-se repousado para oração, lá permaneceu por muito tempo, como já era de costume. Mas o tempo foi passando, Imelda continuava em oração, recolhida, diante dos olhos de todos. Uma das freiras se aproximou para tocar Imelda e eis que esta cai no chão morta. Morta de alegria!

Lembramo-nos então das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo "Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham."


Então com aquele extraordinário acontecimento a freira lembrou-se do que Imelda Lambertini sempre dizia quando estava na presença das irmãs: "Como é que as pessoas não morrem de alegria quando recebem Nosso Senhor na Eucaristia?".

E assim termina a história terrestre da pequena Imelda Lambertini, que tão nova, teve uma morte santa, merecimento de uma vida dedicada à oração e à adoração ao Santíssimo Sacramento. Tão pouco viveu, quanto se fez! Não deixou escrito algum, mas quantos livros poderiam preencher toda a sua devoção pelo Santíssimo Sacramento? Quantos livros poderiam preencher o seu testemunho e a sua morte?

Imelda Lambertini foi proclamada beata em 1826 sob o pontificado do Papa Leão XII, grande opositor das doutrinas heréticas e anti-católicas. Foi proclamada Patrona das Primeiras Comunhões em 1910 pelo Papa São Pio X (cuja uma lenda diz que o Santo Padre também queria desde criança comungar, mas que não podia por causa de sua pouca idade, então, quando já Papa, e no mesmo ano em que proclamou Imelda como Patrona das Primeiras Comunhões, permitiu que as crianças com menos de 12 anos pudesse comungar, sendo necessária a observância das exigências básicas para que seja concretizado tal feito).

O corpo da Beata Imelda Lambertini continua intacto após mais de 675 anos em sua cidade Bolonha, interior da Itália.



Orações à Beata Imelda Lambertini:

Senhor Jesus, que havendo abrasado com o fogo do vosso amor e recriado milagrosamente com o alimento da Imaculada Hóstia, a Bem Aventurada Imelda, a recebestes no céu, concedendo-nos por sua intercessão aproximar-nos da Sagrada Mesa com o mesmo amor de caridade que ela, de tal maneira que ansiamos separarmos do corpo para unirmos a Vós, que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

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Menina querida do Menino Jesus, vós morrestes de amor na mesma hora em que recebestes a sua Primeira Comunhão, seja vós minha intercessora para com o divino Menino. Apresenta a Ele o meu coração, que fornece o que me falta para agradá-lo; alcança-me a graça de comungar com as devidas disposições; traga-o ao meu lado na hora de minha morte para que minha alma expire abrasada a Ele e que em companhia de ambos, viva e reine nos céus por todos os séculos dos séculos. Amém.




Reflexão:


A meditação da história da pequena Imelda, traduz o pleno conhecimento, o cristalino panorama que uma menina de apenas 11 anos tinha sobre as verdades divinas. Visão tão clara que Imelda não entendia como as pessoas não morriam ao receber Jesus na Eucaristia. São Tomás de Aquino, a respeito desse amor eucarístico, certa vez declarou:

"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".

Amolece, Senhor, o nosso coração petrificado. Aclara, Senhor, nossa visão, obscurecida pelas ilusões mundanas. Abre nossa mente, Senhor, para que possamos compreender a sublimidade da Eucaristia. Tende piedade de nós, Senhor, pela nossa indiferença na fila da Comunhão.

Aproxima-nos, Senhor, do sacramento da Penitência, para que possamos Te receber com a casa limpa, livre das imundícies que todos os dias deixamos agregar à alma. Não permitais, jamais, Senhor, que Te recebamos indignamente. Piedade, Senhor, piedade de nós e da humanidade inteira. Te adoramos na Eucaristia e imploramos, por intercessão de Maria, que o Pão do Céu seja para nós SEMPRE: alimento espiritual, remédio para a alma, força na luta contra o mal, consolo nas tribulações e proteção constante na caminhada terrena. Amém!





* as orações foram traduzidas por mim do espanhol, pois nunca vi traduzida em qualquer outro lugar. Caso contenha algum erro, contate-me!
** divulguem a devoção à pequena beata Imelda Lambertini! Eu, particularmente, agradeceria e muito!
(FONTE:  BLOG CATÓLICOS TRADICIONAIS)