O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS E A GRANDE PROMESSA
Sagrado Coração de Jesus é uma das três solenidades do Tempo Comum, dentro da Liturgia da Igreja Católica, comemorada na segunda Sexta-feira, após a solenidade de Corpus Christi. Além disso, essa devoção também é cultivada pela Igreja Católica ao longo de todas as primeiras Sextas-feiras de cada mês. Consiste na veneração do Coração de Jesus, do mais íntimo de Seu Amor.
A origem desta devoção deve-se a Santa Margarida Maria de Alacoque, uma religiosa de uma Congregação conhecida como Ordem da Visitação. A Santa Margarida Maria teve extraordinárias revelações por parte de Jesus Cristo, que a incumbiu pessoalmente de divulgar e propagar no mundo esta piedosa devoção. Foram três as aparições de Jesus: A primeira, deu-se a 27 de Dezembro de 1673, a segunda em 1674 e, a terceira, em 1675. Mais tarde, outra religiosa, a Beata Maria do Divino Coração, condessa de Droste zu Vischering, a partir de Portugal estendeu a esta devoção a todo o Mundo por meio de um acto de consagração solene pedido ao Papa Leão XIII.
Jesus deixou doze grandes promessas às pessoas que, aproveitando-se da Sua Divina Misericórdia, participassem das comunhões reparadoras das primeiras sextas-feiras. Disse Ele, numa dessas ocasiões a Santa Margarida Maria: "Prometo-te, pela Minha excessiva misericórdia e pelo amor todo-poderoso do meu Coração, conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final; não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos, e Meu Divino Coração lhes será seguro refúgio nessa última hora".
Não se sabe quem compôs a lista com as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus, tiradas das revelações de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria de Alacoque. Sabe-se só que são fidedignas – as promessas estão de fato contidas nas revelações – e que o trabalho anônimo foi de grande mérito e utilidade.
M. Kemper, um modesto comerciante de Dayton, cidadezinha norte-americana, iniciou, em 1882, um trabalho de ampla divulgação delas.
A partir desta primeiro impulso, tiveram propagação mundial. Normalmente são conhecidas como as 12 Promessas do Coração de Jesus, a mais importante das quais, é a 12ª, chamada a GRANDE PROMESSA.

[editar] Os Papas que recomendaram esta devoção

Papa Pio XII – “Todas as Bênçãos que, do Céu, a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus derrama sobre as almas dos Fiéis, purificando-os, trazendo-lhes uma grata consolação celeste e exortando-os a alcançar todas as virtudes, são verdadeiramente inumeráveis.”
Papa Pio XII – “A Igreja teve sempre em tal estima a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e de tal modo continua a considerá-la, que se empenha totalmente no sentido de a manter florescente em todo o mundo, e de a promover por todos os meios possíveis.”
Papa Leão XIII disse que a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus era “uma forma por excelência de religiosidade (…) Esta devoção, que recomendamos a todos, será para todos proveitosa.” – “No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do Amor Infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-Lhe esse Amor.”
Papa Pio XII – “O Seu Coração é o sinal natural e o símbolo do Seu Amor sem limites para com a humanidade.”
O Papa São Gregório Magno († 604 AD) disse: “Aprendei do Coração de Deus e nas próprias palavras de Deus, para poderdes aspirar ardentemente às coisas eternas.”
O Papa São Pio X recomendou esta devoção tal como o Papa Pio XI e como, já antes, o fizera o Bem-Aventurado Papa Pio IX.

[editar] Os Santos que recomendaram esta devoção

O exemplo dos Santos, ao mesmo tempo que é um poderoso incentivo que nos incita à prática de uma devoção que eles próprios praticaram, é também, para nós, um guia modelar que nos mostra como a devemos praticar.
O espaço de que dispomos não nos permite anotar todos os Santos que promoveram a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que a viveram e que sentiram o sagrado impulso que dela provinha para amar Jesus mais ardentemente. Recordemos aqui a doutrina e o exemplo dos Santos:
Santa Margarida Maria de Alacoque foi a primeira pessoa a quem Jesus revelou o Seu Sagrado Coração (por meio de diversas aparições) e foi a primeira responsável pela divulgação do Seu culto e devoção ao Mundo.
Santa Gertrudes, a Grande (1256-1302), compôs esta Oração expressando o seu Amor: "Eu Vos saúdo, ó Sagrado Coração de Jesus, Fonte viva e vivificante de Vida Eterna, Tesouro infinito da Divindade, Fornalha Ardente do Amor de Deus…".
Santa Catarina de Siena elevou até um grau extraordinário o Amor que dedicou a esta Devoção (ao Sagrado Coração de Jesus): ofereceu o coração todo inteiro ao seu Divino Esposo, tendo obtido em troca o próprio Coração de Jesus.
A Beata Maria do Divino Coração, condessa de Droste zu Vischering, foi uma religiosa da Congregação das Irmãs do Bom Pastor que pediu, em nome do próprio Jesus Cristo, ao Papa Leão XIII que ele consagrasse todo o Mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Tal facto veio a ocorrer a 11 de Junho de 1899, logo após a publicação da Encíclica Annum Sacrum.
E todos os que leram a vida e a obra de Santos – como São Francisco de Assis, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São Boaventura, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, São Filipe de Néri, São Francisco de Sales, São Luís de Gonzaga, Santa Faustina, entre outros – poderão ver a terna devoção, a admiração e a adoração que estes Santos dedicavam ao Sagrado Coração de Jesus.

 As 12 Promessas do Sagrado Coração de Jesus

  1. Dar-lhes-ei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
  2. Estabelecerei a paz nas suas famílias.
  3. Abençoarei os lares onde for exposta e honrada a imagem do Meu Sagrado Coração.
  4. Hei-de consolá-los em todas as dificuldades.
  5. Serei o seu refúgio durante a vida e em especial na hora da morte.
  6. Derramarei bênçãos abundantes sobre todos os seus empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão no Meu Sagrado Coração uma fonte e um oceano sem fim de Misericórdia.
  8. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.
  9. As almas fervorosas ascenderão rapidamente a um estado de grande perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes o poder de tocarem os corações mais empedernidos.
  11. Aqueles que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no Meu Sagrado Coração e d’Ele nunca serão apagados.
  12. Prometo-vos, no excesso de Misericórdia do Meu Coração, que o Meu Amor Todo-Poderoso concederá, a todos aqueles que comungarem na Primeira Sexta-Feira de nove meses seguidos, a graça da penitência final; não morrerão no Meu desagrado nem sem receberem os Sacramentos: o Meu Divino Coração será o seu refúgio de salvação nesse derradeiro momento. (fonte: WIKIPÉDIA)
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XI DOMINGO COMUM B

ESPERANÇA, O MOTOR PARA ALCANÇAR O REINO

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

Na liturgia de hoje, Nosso Senhor retoma e ao mesmo tempo corrige a imagem do Reino que Israel aguardava, do Reino de Deus identificado com um reino político no qual Israel, como lemos na primeira leitura, seria uma nação que suplantaria todas as outras, apesar de, no momento em que a profecia da Primeira Leitura ter sido escrita num tempo em que eram uma nação pequena e sujeita aos constantes ataques inimigos. Então a Primeira leitura compara Israel como o ramo de um cedro do Líbano que, um dia seria tomado e transplantado sobre o Monte de Sião para dominar sobre as outras nações. No Evangelho, Nosso Senhor retoma a imagem agrária para falar do Reino mas não o compara com uma árvore forte, grande e frondosa e sim com uma pequena e frágil, porém a maior entre todas as hortaliças para nos ensinar que embora O Reino que Ele veio inaugurar começe pequenino como um grão de mostarda no coração de cada pessoa que acolhe Sua Palavra, se tornaria em breve tão grande que poderia abrigar pessoas de todas as nações, para dizer que vem inaugurar um novo povo que não se identifica com uma nação mas que será composto por todos aqueles que nEle creem, alastrados por toda a terra.

No entanto, se Deus tem poder para fazer Sua obra sozinhho, quer contar com nosso humilde trabalho de agricultor para, na paciencia e persistencia, irmos readiquirindo as virtudes que com Ele nos assemelhavam no Paraíso até o dia  em que “cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito”, então cabe a nós o alastramento do Reino no mundo. Somos o agricultor da Parábola, responsáveis em preparar o terreno, semear e cuidar da semente para que ela possa se desenvolver sem impecilhos, emborar independa de nós o seu crescimento, Deus quis fazer com que dependesse de nós a quantidade de frutos.

A semente é a Palavra de Deus semeada através do testemunho de nossa vida, ela é “viva e eficaz” por si mesma mas a quantidade e qualidade de seus frutos dependerá da qualidade do solo pelo que cabe a nós, preparar os corações daqueles que vão recebê-la, com ações conc retas que testemunhem o amor que A Palavra de Deus neles consolidará, provocando neles a conversão para a comunhão com Deus.

Isto é o Reino de Deus, é o aumento de pessoas no mundo que são governadas pelo Espírito Santo que passa a habitar no coração de todos os que pela fé, através do Batismo aderem a Cristo.
HISTÓRIA DA BÍBLIA
Depois de tanta polêmica sobre quem tem razão sobre o número de livros que tem a Bíblia, se os protestantes ou os católicos, bastaria dizer que a única Igreja que recebeu de Cristo o poder de ligar na terra e ser ligado no céu é a Igreja fundada diretamente por Cristo, ou seja, a Católica, por ser a única que tem mais de mil e novecentos anos, e estaria resolvido o caso, no entanto, saber um pouco da História da Bíblia é profundamente esclarecedor do porque a Biblia protestante tem livros a menos que a Bíblia católica.
Espero que este artigo lhes ajude a julgar por vós mesmos, com base em fatos e não em meras teorias infundadas.
Deus lhes abençoe,
O Administrador deste blog.



O Cânon: Antigo e Novo Testamento


O sentido desta palavra tem diversas aplicações, dentre elas, Escrituras Sagradas, consideradas como regra de fé e prática. A palavra cânon é de origem grega. Empregou-se, nesta acepção pelos primeiros doutores da Igreja, mas a idéia é mais remota. Para que um livro tivesse lugar entre os outros livros da Bíblia, precisava ser canônico; outro livro, sem os requisitos necessários para tal fim, chamava-se não canônico.

O cânon do Antigo Testamento (A.T.):
A literatura sagrada evoluiu gradativamente e foi cuidadosamente vigiada.
Os dez mandamentos escritos em tábuas de pedra, e que eram a constituição de Israel, foram guardados em uma arca, Ex 40.20. Os estatutos foram registrados no livro do pacto, 20.23, até cap. 23.33; 24.7. O livro da lei, escrito por Moises, era colocado ao lado da arca, Dt 31.24-26. A esta coleção se ajuntaram os escritos de Josué, Js 24. 26.
Samuel escreveu a lei do reino e a depositou diante do Senhor, 1Sm 10. 25. No tempo do rei Josias, o livro da lei do Senhor, o bem conhecido livro, foi encontrado no Templo e reconhecido pelo rei, pelos sacerdotes, pelo povo, pelas autoridades e pelos anciãos, 2Rs 22.8-20.
Do Livro encontrado se tiraram cópias, Dt 17.18-20. Os profetas reduziram as suas palavras a escrito, Jr 36.32, e eram familiarizados reciprocamente com os seus escritos que os citavam como padrões autorizados, Is 2.2-4; Mq 4.1-3.
A lei e os profetas eram tidos como produções autorizadas; inspiradas pelo Espírito Santo, e cuidadosamente guardadas por Jeová, Zc 1.4; 7.7,12.
A lei de Moisés compreendendo os cinco primeiros livros da Bíblia, circulava como uma porção distinta da literatura sagrada no tempo de Esdras em cujas mãos esteve, Ed 7.14, sendo douto no conhecimento dela, 6,11. A pedido do povo, ele leu publicamente no livro da Lei, Ne 8.1,5,8. Por este tempo, e antes do cisma, entre os judeus e os samaritanos, chegar a seu termo, o Pentateuco foi levado para Samaria.
O colecionamento dos profetas menores em um grupo de doze, é confirmado por Jesus, filho de Siraque, como em voga, no ano 200 A.C. Sua linguagem dá a entender a existência do grande grupo formado pelos livros de Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, que formavam a segunda divisão do cânon hebreu, caps. 46-49.
A existência da tríplice divisão das Escrituras em “Lei, Profetas e os outros que os acompanharam”; ou “a Lei, os Profetas e os outros livros”, ou, “a Lei, os Profetas e o resto dos livros”, é confirmada já no ano 182 A.C. juntamente com a existência de uma versão grega da mesma época, atestada pelo neto de Jesus, filho de Siraque.
O judeu Filo, que nasceu em Alexandria no ano 20 A.C. e ali morreu no reinado de Cláudio, possuía o cânon, e citou quase todos os livros, com exceção dos Apócrifos.
O Novo Testamento cita as “Escrituras” como escritos de autoridade religiosa, Mt 21.42; 26.56; Mc 14.49; Jo 10.35; 2Tm 3.16, como livros santos em Rm 1.2; 2Tm 3.15, e como Oráculos de Deus, em Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11; e menciona a tríplice divisão em Moisés, Profetas e Salmos, em Lc 24.44, cita e faz referências a todos os outros livros, exceto Obadias e Naum, Esdras, Ester, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes.
Josefo que foi contemporâneo do apóstolo Paulo, cujos escritos datam do ano 100 A.D., falando do seu povo, diz: “Nós temos apenas 22 livros, contendo a história de todo o tempo, livros em que “nós cremos”, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos”, e o mesmo escritor exprime em termos bem fortes, afirmando a exclusiva autoridade destes escritos, e continua, dizendo: “Desde os dias de Artaxerxes até os nossos dias, todos os acontecimentos estão na verdade escritos; ma estes últimos registros não têm merecido igual crédito, como os anteriores, por causa de não mencionarem a sucessão exata dos profetas. Há uma prova prática do espírito em que tratamos as nossas Escrituras; apesar de ser tão grande o intervalo de tempo decorrido até hoje, ninguém se aventurou a acrescentar, a tirar, ou a alterar uma única sílaba; faz parte da natureza de cada judeu, desde o dia em que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de Deus; confiar nelas, e, se for necessário, dar alegremente a vida,
em sua defesa”.




Josefo apresenta o conteúdo das Escrituras sob três divisões:
1. “Cinco livros pertencem a Moisés, e contêm as suas leis e as tradições sobre a origem da humanidade, até a sua morte.”
2. Desde a
morte de Moisés até Artaxerxes, escreveram os profetas que viveram depois dele, os fatos de seu tempo, em treze livros.” Josefo acompanhou o arranjo feito nos livros da Escritura pelos tradutores de Alexandria. Os treze livros são provavelmente, Josué, Juizes com Rute, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras com Neemias, Ester, Jó, Daniel, Isaias, Jeremias com as Lamentações, Ezequiel e os doze Profetas Menores.
3. Os quatro livros restantes, contêm hinos a Deus e preceitos de conduta para a vida humana. Sem dúvida ele se refere aos Salmos, ao Cântico dos Cânticos, aos Provérbios e ao Eclesiastes.

Havia uma tradição corrente, que o cânon fora arranjado no tempo de Esdras e de Neemias. Josefo, já citado, fala da crença universal de seus patrícios de que nenhum livro havia sido acrescentado desde o tempo de Artaxerxes, isto é, desde Esdras e Neemias.

Uma extravagante legenda do fim do primeiro século da era cristã deu curso a uma tradição de que Esdras havia restaurado a lei, é mesmo o Antigo Testamento inteiro por se haverem perdidos os exemplares guardados no Templo, Ne 14.21,22,40. Afirma a tal legenda que os judeus da Palestina, naquela época, reconheciam os livros canônicos, como sendo vinte e quatro.
Uma passagem de duvidosa autenticidade e de data incerta, talvez escrita 100 anos antes de Cristo em 2Macabeus 2.13, alude à atividade de Neemias em conexão à segunda e terceira divisão do cânon.
Ireneu transmite a tradição assim: “Depois que os sagrados escritos foram destruídos, no exílio, sob o domínio de Nabucodonosor, quando os judeus, depois de setenta anos, voltaram do cativeiro para a sua pátria, Ele (Deus) nos dias de Artaxerxes, inspirou a Esdras, o sacerdote, da tribo de Levi, para arranjar de novo todas as palavras dos profetas dos dias passados, e restaurar para uso do povo a legislação de Moisés.”
Elias, levita, escrevendo em 1588, fala da crença que o povo tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24 livros ainda não estavam unidos em um volume. Esdras e seus associados fizeram deles um volume dividido em três partes, a lei, os profetas e a hagiógrafa.” Esta tradição contém verdades. Se pode ser aceita em todos os seus particulares, isso depende de determinar a data em que certo, livros foram escritos, tais como Neemias e Crônicas.

O Pentateuco, como trabalho de Moisés, com
p
reendendo a incorporação das leis fundamentais da nação, formou uma divisão do cânon, e com direitos firmados na cronologia, ocupou o primeiro lugar na coleção dos livros.
A segunda divisão dos livros teve a designação de proféticos por serem escritos pelos seus autores assim chamados. Estes livros eram em número de oito, Josué, Juizes, Samuel, e Reis, denominados os primeiros profetas, e Isaias, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, denominados os últimos profetas.
O núcleo da terceira divisão é formado de seções de livros de Salmos e Provérbios.
Tinham duas feições distintas: eram essencialmente poéticos e os seus autores não eram oficialmente profetas. Atraíram para si todas as outras produções de literatura semelhante. A oração de Moisés no Salmo 90, não foi escrita por profeta, mas foi colocada nesta divisão dos livros da Escritura por ser produção poética. Pela mesma razão, as Lamentações de Jeremias, escritas por profeta, e sendo poesia, entraram na terceira divisão do cânon hebreu. Uma razão adicional existiu para separá-las de Jeremias, é que eram lidas por ocasião dos aniversários da destruição de ambos os templos, e por isso, foram postas com os quatro livros menores que eram lidos por ocasião de outros quatro aniversários, Cânticos, Rute, Eclesiastes e Ester, e formavam os cinco rolos, ou Megilloth. O livro de Daniel foi incluído nesta parte por ter sido escrito por homem que, posto dotado de espírito profético, não era oficialmente profeta. Com toda a probabilidade, as Crônicas foram escritas por um sacerdote e não profeta, e por esta razão, foram postas na terceira divisão do cânon.
Não sabemos por que estes livros se acham nesta divisão, quando é certo que alguns deles e partes deles que agora se acham nela, já existiam antes de Malaquias e Zacarias na segunda divisão.
É conveniente que se diga que, conquanto o conteúdo das diversas divisões do cânon permanecessem inalteráveis, a ordem dos livros da terceira divisão variou de tempos em tempos; e mesmo na segunda divisão o Talmude dá Isaias entre Ezequiel e os Profetas Menores. Esta ordem dos quatro livros proféticos, Jeremias, Ezequiel, Isaías, e os Profetas Menores, foi evidentemente determinada pelo tamanho, dando a prioridade aos de maior volume.
Logo no fim do primeiro século da nossa era, o direito de certos livros figurarem na terceira divisão do cânon, foi disputado. Não havia dúvida em pertencerem ao cânon. As discussões versaram sobre o conteúdo dos livros e sobre as dificuldades de harmonizá-los entre si. Estes debates, porém, eram meras exibições intelectuais. Não havia intenção de excluir do cânon qualquer destes livros, e sim tornar bem claro o direito que ele tinham aos lugares que ocupavam.


O cânon do Novo Testamento (N.T.):
A igreja apostólica recebeu da igreja judaica a crença em uma regra de fé escrita.
Cristo mesmo confirmou esta crença, apelando para o Antigo Testamento como a palavra de Deus escrita, Jo 5.37-47; Mt 5.17,18; Mc 12.36; Lc 16.31, instruindo os seus discípulos nela, Lc 24.45.
Os apóstolos habitualmente referem-se ao Antigo Testamento como autoridade, Rm 3.2,21; 1Co 4.6; Rm 15.4; 2Tm 3.15-17; 2Pe 1.21.

Em segundo lugar, os apóstolos baseavam o seu ensino, oral ou escrito na autoridade do Antigo Testamento, 1Co 2.7-13; 14.37; 1Ts 2.13; Ap 1.3, e ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente, 1Ts 5.27; Cl 4.16,17, 2Ts 2.15; 2Pe 1.15; 3.1-2, enquanto que as revelações dadas à Igreja pelos profetas Inspirados, eram consideradas como fazendo parte, juntamente com as instruções apostólicas, do fundamento da Igreja, Ef 2.20.

Era natural e lógico que a literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo, ampliando deste modo o cânon de fé. No próprio Novo Testamento se vê a intima relação entre ambos, 1Tm 5.18; 2Pe 3.1,2,16.
Nas épocas pós-apostólicas, os escritos procedentes dos apóstolos e tidos como tais, foram gradualmente colecionados em um segundo volume do cânon, até se completar o que se chama o Novo Testamento.
Porquanto, desde o princípio, todo livro destinado ao ensino da Igreja em geral, endossado pelos apóstolos, quer fosse escrito por algum deles, quer não, tinha direito a ser incluído no cânon, e constituía doutrina apostólica. Desde os primeiros três séculos da Igreja, era baseado neste principio que se ajuntavam os livros da segunda parte do cânon.

A coleção completa fez-se vagarosamente, por varias razões. Alguns dos livros só eram conhecidos como apostólicos em algumas Igrejas. Somente quando esses livros entraram no conhecimento do corpo cristão em todo o Império Romano, é que eles foram aceitos como de autoridade apostólica.
O processo adotado foi lento, por causa ainda do aparecimento de vários livros heréticos e escritos espúrios, com pretensões de autoridade apostólica.
Apesar da sua lentidão, os livros aceitos por qualquer igreja, eram considerados canônicos porque eram apostólicos. O ensino dos apóstolos era regra de fé, e lido nas reuniões do culto público.

Já no principio do segundo século, os escritos apostólicos eram chamados Escrituras. Os evangelhos segundo Marcos e Lucas entraram na Igreja pela autoridade de Pedro e Paulo, de que foram companheiros. Logo começaram os comentários a estes escritos, cuja fraseologia saturou a literatura da idade pós-apostólica.
São dignos de nota os seguintes fatos para explicar a rapidez com que a coleção dos Livros se estendeu a toda a Igreja.
Os quatro evangelhos entraram nas igrejas desde o principio do segundo século. A segunda epístola de Pedro, cap. 3.16, mostra-nos que as epistolas de Paulo já haviam formado uma coleção de escritos familiares aos leitores das cartas de Pedro.
Muito cedo aparecem as expressões “evangelho” e “apóstolos” designando as duas partes do novo volume. A evidência sobre a canonicidade dos Atos Apostólicos, leva-nos à primeira metade do segundo século. Alguns livros, é certo, sofreram contestações por parte de certos grupos de igrejas, mas serve para provar que tais livros entraram no cânon depois de evidentes provas de sua autenticidade.
Finalmente, vê-se que a Igreja da Síria, no segundo século, recebeu como canônicos todos os livros de que se compõe o atual Novo Testamento, exceto o Apocalipse, a epístola de Judas, a segunda de Pedro, a segunda e a terceira de João.


A Igreja Latina aceitou todos os livros, menos as epístolas de Pedro, a de Tiago, a terceira de João; a Igreja africana do norte aceitou todos os livros, exceto a epístola aos Hebreus, a segunda de Pedro e talvez a de Tiago. As coleções recebidas pelas mencionadas igrejas somente continham os livros que elas haviam recebido formalmente, como de autoridade apostólica, mas isto não prova a não existência de outros livros de igual procedência e autoridade.
Os restantes eram universalmente aceitos no curso do terceiro século, apesar de opiniões diferentes a respeito de alguns deles.
No decorrer dos tempos, e quando entramos na época dos concílios, o Novo Testamento aparece na lista dos livros canônicos como hoje o temos. No quarto século, dez dos padres da Igreja e dois concílios deixaram listas dos livros canônicos. Em três destas listam omitem o Apocalipse, contra o qual se levantaram objeções que desapareceram diante dos testemunhos abundantes em seu favor. As outras listas dão o Novo Testamento como hoje o temos. Em vista destes fatos, deduzimos:

1.Apesar de a formação do N. T. cm um volume ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de ser ele livro considerado como regra de fé primitiva e apostólica.

A história da formação do cânon do N. T. serve apenas para mostrar como se chegou gradualmente a conhecer os direitos que eles tinham para entrar no rol dos livros Inspirado..

2.As diferenças de opinião sobre quais os livros canônicos e sobre os graus de certeza em favor deles, vêem-se nos escritos e nas Igrejas do segundo século. Este fato, pois, mais uma vez vem afirmar o cuidado e o escrúpulo das Igrejas em receber livros como apostólicos sem evidentes provas. Do mesmo modo se procedeu com referência aos livros espúrios.

3.A prova em favor da canonicidade dos livros do Novo Testamento é a evidência histórica. Quanto a isto, o juízo da Igreja primitiva em favor dos nossos vinte e sete livros é digno de inteira fé, enquanto não for provado o contrário. Não os devemos aceitar como tais, só porque os concílios eclesiásticos os decretaram canônicos, nem por causa do que eles dizem. A questão versa só e unicamente sobre a sua evidencia histórica.

4.Finalmente se nota que a palavra cânon não se aplicou à coleção dos livros sagrados antes do quarto século. Não obstante, existia, a noção que representa, isto é, que os livros sagrados eram regra de fé, contendo a doutrina apostólica.

Dicionário da Bíblia John Davis

X  DOMINGO COMUM B: VONTADE DE DEUS,  NOSSO PARAÍSO

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

 Se foi pela desobediencia  do homem que o mal entrou no mundo acarretando uma distancia infinita entre nós e Deus, somente pela obediência de Deus feito homem esta distância infinita poderia ser vencida através da iniciativa Do Infinito que é Deus e Seu perdão.
Certa vez Jesus falou que os fariseus e mestres  da Lei são filhos do diabo (Jo.8), que significa na lingua hebraica do Antigo Testamento, Satã, o adversário e na língua grega do Novo Testamento, diábolos, ou caluniador, sendo que no Evangelho de hoje fica claro o porque disso, pois como a Primeira Leitura nos mostra que desde o princípio Satanás é o adversário e o caluniador de Deus dizendo que Deus era mentiroso ao afirmar que se comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal não morreriam como Deus havia afirmado, mas, pelo contrário, seriam como Ele; Desde o princípio é assim que Satã se revela: o adversário de Deus e do homem, o acusador de Deus e do homem, como hoje os mestres da Lei acusam a Jesus de ser um enviado de Satanás para tentar afastar dEle as pessoas que queriam junto de si por puro desejo de prestígio, por puro orgulho, janela pela qual, desde o princípio Satanás penetra para tentar a humanidade a se afastar da Vontade Do Único que sabe realmente  o que é bom para nós.

Nosso Senhor diz que seus parentes são aqueles que, como Sua mãe, fazem a vontade do Pai. Foi justamente por conhecer de maneira diferente as Escrituras que Maria, diferentemente dos fariseus, soube escutar e obedecer a vontade de Deus, porque é a mais humilde de todas as criaturas e, por isso, a que mais se assemelhou Ao Humilde por excelência, Deus que sendo Todo Poderoso se aniquilou para vencer a distância infinita que o pecado do orgulho pôs entre Ele e a humanidade.
Cristo é o homem forte que derrotou o Maligno e pôs em nós uma sentinela contra o mal que tenda invadir a habitação que Ele escolheu fazer em nossa alma, pelo Espírito Santo que nos capacita não só a discernir a Vontade de Deus e perceber as tentações, como também a executar aquela e rejeitar esta, dando-nos, para isso  força para vencer o mal e para praticarmos o bem. Por isso não há perdão para a blasfêmia contra o Espírito Santo que nada mais é do que atribuir a Satanás aquilo que é de Deus ou que O Espírito testemunha em nós ser a Vontade do Pai.

A oposição à obra de Cristo se revela desde o início de Sua vida pública, quando foi tentado pelo Maligno no deserto, já que ao se encarnar fez-se solidário com a humanidade que havia aderido livremente ao Mal pela desobediência a Deus.
No Evangelho de hoje vemos que O Inimigo se utiliza dos próprios familiares de Cristo para se opõr às obras de Deus, prevenindo-nos para nunca desanimarmos de buscar em tudo a Vontade do Pai seguindo o exemplo de Jesus, Maria e São Paulo que.

Cristo, que, com Seus discípulos não tinham tempo nem para comer em sua obra incansável de levar a Boa Nova e de servir a todos e a cada um daquela multidão que a Ele sempre acorria, mostra-nos não somente como é urgente praticar, como também ensinar os outros a praticar a vontade de Deus que é levar a todos Seu Amor para que todos reencontrem o caminho da felicidade que só Ele pode dar.

Paulo na Primeira Leitura, nos ensina que o segredo de perseverar na vontade do Pai é voltarmos “nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as visíveis, pois o que é visível é passageiro” ao passo que “se a tenda em que habitamos neste mundo for destruida, Deus nos dará uma morada no Céu (...) que é eterna”.

Esta certeza é que nos dá coragem, força e esperança: conservar os olhos fixos na nossa recompensa certos de que “o volume insignificante de tribulações momentâneas nos acarreta uma glória eterna incomensurável”.
SANTÍSSIMA TRINDADE, NOSSO PORTO, NOSSA PÁTRIA
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF



Depois de termos celebrado todos os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, desde Sua Encarnação,  nascimento e Ascenção, celebramos A vinda do Espírito Santo que nos preparou para, agora, contemplarmos, como um panorama completo O Mistério de Deus que Ele veio nos revelar. Ó Mistério infinito e inaudito!! Que mente humana teria sido capaz de conceber tal grandeza que, embora revelada nos é impossível de explicar?
No Antigo Testamento, como lemos na primeira leitura, Deus já se havia revelado como único, uno, infinito, Todo Poderoso, Onipresente, Onisciente e Onipotente, e, embrora já tivesse  nos deixado entrever O Mistério da Santíssima Trindade, se Ele próprio não tivesse se feito homem para poder falar nossa linguagem, jamais nossa mente poderia ter imaginado aquilo que ainda hoje não compreendemos: “Eu e o Pai somos um”, “Quem me vê vê O Pai” e, “Quando Eu fôr, enviar-vos-ei Outor Consolador, é O Espírito da Verdade para que fique sempre convosco, Ele vos revelará toda a verdade”.
Sim. Pentecostes nos preparou para celebrarmos A Ssma. Trindade, e, desde que O Espírito desceu em Pentecostes, e em cada um de nós pelo Batismo, nunca mais nos cansamos de ansiar mais e mais por contemplar A Face deste Deus que O Espírito nos faz ansiar, nos move a buscar e no qual vai nos assemelhando mais a Ele para que com Ele possamos habitar eternamente, como lemos na Primeira Leitura: “Guarda Suas Leis e Seus mandamentos para que vivas longos dias sobre a terra que O Senhor Teu Deus te vai dar para sempre”. Sem o saber, Moisés estava nos ensinando que essa pátria onde habitaremos PARA SEMPRE, é O Próprio Deus que, sendo amor, criou-nos para si, somente para nos amar e fazer felizes como a seus próprios filhos, co-herdeiros de Seu Filho Unigênito. Nossa herança é tudo de bom que se possa desejar, é O Próprio Deus!!!
Quando no Evangelho de hoje Nosso Senhor nos revela o modo pelo qual nos tornamos filhos de Deus, pelo Batismo, pelo qual Deus passa a habitar em nós, Ele també nos revela que Nosso Deus é COMUNIDADE ou seja uma comum unidade de amor e não poderia ser diferente!! Se é próprio do amor se dar como poderia Deus ser uma só pessoa? E se é próprio do amor querer se dar ao amado até ser com ele uma perfeita unidade como poderia ser diferente que Deus seja tres pessoas num Único Deus Uno e indivisível???
Sim!! Nossa Pátria, Nosso Porto Seguro e definitivo é Deus, o céu é Deus e em nossa alma Ele está!!!

EX EVANGÉLICOS QUE SE CONVERTERAM À IGREJA CATÓLICA

ATENÇÃO!!!  A partir de hoje tentarei inaugurar mais esta coluna em nosso blog. Fiquem atentos para conhecer o depoimento de tantas pessoas que tiveram que sair da Verdadeira Igreja fundada por Cristo para ter que fazer e experiência amarga do que é desobedecer a Palavra de Deus que nos ordena em Heb.10,25:"não vos afasteis da vossa Igreja como é costume de alguns, e tanto mais quanto vedes aproximar-se o grande dia".

PRIMEIRO TESTEMUNHO: do ex-Pastor Sidney Veiga


Não estou aqui para falar mal de uma denominação que outrora pertenci. Quero dizer a todos os meu irmãos protestantes, não apenas os da Assembléia de Deus, mas da Batista, da Quadrangular, Adventista, da Presbiteriana, Luterana, de todas, que os amo. Tenho motivos de sobra para amá-los, pois tenho três tios pastores, três cunhados pastores, dois primos pastores, um irmão pastor e minha mãe que é a diretora no instituto Teológico lá na minha cidade. Eu tenho motivos de sobra para amá-los de verdade.
Diante dessa situação, o que vou falar aqui é com muito amor e se muitos dos meus irmãos protestantes caluniam a igreja Católica é porque não tem conhecimento, continuam naquela leitura ao pé da letra. Diante dessa situação eu começo a anunciar “este sim de Maria” sofrendo as piores calúnias possíveis, onde fui muito humilhado. Se outrora cometi muitos erros falando mal da Igreja Católica, tirando muitos Católicos do Catolicismo para o protestantismo, posso dizer como disse o Apóstolo Paulo: “Fiz na minha ignorância” porque desde minha infância eu aprendi a fazer uma leitura fundamentalista da Bíblia, ou seja: uma leitura ao pé da letra.
Neste ensinamento eu fui crescendo e absorvendo uma aversão ao Catolicismo. Eu aprendi que a Igreja Católica era a grande Babilônia descrita no livro do Apocalipse capítulo 18, que o Papa era a Besta do Apocalipse detentor do nº 666. Eu tinha a missão de tirar os católicos dali porque via que eles estavam em um caminho errado. Desde o início de minha vida eu fui criado no protestantismo e minha formação foi muito rígida, minha mãe era presidente do círculo de oração, regente de Coral, professora da Escola Dominical, ela exigia muito de todos nós.
Chegou um dia que tornei-me Pastor Evangelista, depois passei a ser Pastor Titular e comecei a pregar em muitos lugares, sobretudo em rua, praças, feiras, dentro de boates, em delegacias, penitenciárias etc. Chegou o momento de ir no Estado do Amapá onde tive a oportunidade de publicar um livro chamado “A batalha de Davi e o gigante filisteu” Depois publiquei outro livro chamado “Do exílio ao poder”. A partir de então tornei-me muito conhecido, foi justamente a partir desse momento que comecei a entrar pelo Rádio, Televisão, ter uma certa influência.
Eu tinha um grande desejo de fazer um trabalho de recuperação de jovens delinqüentes na cidade de Causueine. Um dia ao chegar da Rádio Difusora de Macapá, por volta das 11:30, tinha um irmão me esperando e sabia do meu grande desejo de ir aquela cidade fazer o trabalho que mencionei. Ele me disse: “Amanhã estarei indo em um garimpo perto daquela cidade e se o senhor quiser ir, eu deixo lá. Quando eu retornar a noite, eu pego o senhor e trago de volta”. Eu disse: “Não vai dar por agora pois estou sem recursos e não tenho dinheiro para fazer isso agora”. E ele disse assim: “Mas Pastor, não é o senhor que diz que para se fazer a obra de Deus não precisa de dinheiro?” Diante daquilo eu nunca gostei de ser desafiado por nada, sobretudo para fazer alguma coisa para Deus e eu disse a ele: “Pode passar que nós vamos juntos”.
Naquele dia eu estava com R$14,00, pois tinha pago R$86,00 ao sonoplasta da Rádio Difusora. Como eu tinha que fazer um trabalho muito grande, parecia uma brincadeira ir aquela cidade apenas com R$14,00, que mesmo assim, ainda deixei com minha esposa. Chegamos as 9:30 da manhã e ele deixou-me em frente a cachoeira, próximo a entrada da cidade, para me pegar a noite.
Ao chegar, eu tinha uma idéia de ir a casa do pastos, dizer o meu projeto e com certeza eu teria cama, mesa e banho até o horário de voltar. E então eu poderia conhecer a cidade.
Esse foi o meu plano, mas não sabia que o plano de Deus era outro na minha vida. E isso eu vim ter certeza quando cheguei, depois de informar-me onde era o templo da Assembléia de Deus e a casa pastoral. Ao chegar lá e saber que o pastor tinha viajado com a esposa e com a filha para uma outra cidade, fiquei apavorado e decepcionado, pois não conhecia ninguém. Mesmo assim eu dei uma volta pela cidade de Causueine, conversei com várias pessoas, dizendo o que eu era e o que pretendia fazer naquela cidade. Por volta de 11: 30 da manhã eu já estava com muita fome, cansado, com sono e comecei a sair da cidade. Cerca de uns 200 metros, fui descansar em baixo de uma árvore, pois o carro só viria a noite e assim poderia descansar um pouco.
Naquele momento comecei a fazer um questionamento e pensei: “Meu Deus porque os seus filhos tem que sofrer tanto? A minha vida desde a infância foi nos teus caminhos, foi te servindo, foi te glorificando e vim aqui para fazer um trabalho justamente com crianças e jovens delinqüentes e eu estou aqui nesta situação com fome, sono, sem dinheiro, porquê? Porque seus filhos tem que sofrer tanto para fazer tua obra?”.
Neste momento, eu levanto a cabeça, numa distância de uns três metros estava uma mulher, morena, dos cabelos longos, com uma roupa branca que até hoje não sei dizer se era uma blusa ou saia ou um vestido. Ela disse assim: “Você está com fome?” Eu disse: “Sim, estou” Ela afirmou: “Você vai viajar”. Aproximou-se, colocou algo em minha mão direita, passou pelo meu lado esquerdo e não falou mais nada. Quando abri a mão, era simplesmente uma nota novinha de R$ 50 Reais. Ao ver aquilo eu caí de joelhos chorando. Não vi como esta mulher apareceu e desapareceu.
Enquanto eu estava de joelhos chorando, vai saindo um carro da cidade indo para Macapá. Era uma D20 de um senhor muito conhecido, o senhor Jacó. Quando ele me viu, parou o carro bruscamente e disse: “Pastor Sidney o que aconteceu?” Eu disse: “Nada” “Como não aconteceu nada? Disse ele, o senhor está chorando!”. Se for para Macapá eu lhe dou uma carona. Foi o 2º milagre que aconteceu. Contei o que havia acontecido e ele começou a chorar, ele é católico, então me disse: “Eu sei o que é isso, mas não adianta falar essas coisas para o senhor porque eu sei que não vai acreditar nisso”.
Cheguei oito horas da noite, contei tudo para minha esposa e logo depois fui para a Igreja. Contei tudo para o Pastor Moisés, Pastor Natanael, Pastor Sebastião. Nessa altura, eu não conseguia falar sem chorar. Eles concluíram: “Foi um Anjo, foi um Anjo”.

Passaram 02 anos e logo fui visitar meus familiares passando pela cidade de Santa Isabel no Pará, onde morava meu sogro. No dia 15 de Dezembro eu saí de manhã cedo para a oração no Templo Central e as 11:30 horas da manhã, eu parei debaixo de uma árvore, pois o sol estava muito quente, para descansar um pouco e chegar então de volta na casa de meu sogro.
Bem na entrada de Santa Isabel do Pará tem a imagem de Santa Isabel de Portugal que é a Padroeira da cidade. Sentei-me e coloquei a cabeça entre os dois joelhos. Quando levantei a cabeça e olhei para aquela imagem que estava em minha frente, algo diferente estava acontecendo ali. Pela frente da imagem tinha como que um manto amarelo, como se um fogo estivesse acesso. Aquele amarelo fogo sobre a coroa da imagem tinha uma bola vermelha, parecendo com o Sol. Entre a coroa e aquela bola vermelha, tinha a letra “A”, um traço e a letra “M”. Fiquei olhando aquilo num período de cinco minutos.
Exatamente nesta mesma hora, um cunhado meu estava passando por ali e oferece uma carona em sua bicicleta. Antes de eu ir a bicicleta, eu voltei o olhar para a imagem de Santa Isabel de Portugal, mas não tinha mais nada de diferente. Estava do mesmo jeito como estava anteriormente. Fiquei perturbado e confuso. Ao chegar na casa do meu sogro, contei tudo para minha esposa. Ela disse: “Você saiu em jejum de manhã cedo para orar, não foi?” Eu disse que sim! Ela então falou que o meu mal era fome. Disse que eu estava com fome e que tinha andado muito no sol quente e que isso fazia com que eu visse coisas.
Tomei banho, tomei café, almocei, dormi, a noite fomos a Igreja, voltamos, jantamos e dormimos. Nessa noite eu tive um sonho e neste sonho vi a mesma coisa que eu tinha visto meio dia naquela Imagem de Santa Isabel, do mesmo jeitinho eu estava debaixo daquela árvore.
Eu sempre digo que se meu cunhado não tivesse chegado naquele momento, não seria preciso o sonho, ele não tinha existido. Mas como eu fui interrompido, o sonho teve que existir porque era um complemento daquilo que tinha acontecido no dia anterior. A mesma coisa, aquela bola vermelha. A letra “A” e a letra “M” e que como flutuando ao lado da imagem, a mulher que a dois anos atrás tinha me dado a nota de 50 Reais. E em sonho ela me deu uma mensagem dizendo: “Eu te escolhi, não temas”. Tu converterás multidões antes do grande acontecimento, encontrarás um que tudo te explicarás. Muitas lutas enfrentarás mas terá a vitória e o que tu queres não te preocupes, tudo será resolvido.
Acordei, olhei no relógio, eram 03 horas da madrugada. Chamei minha esposa, a qual acordou espantada e eu disse a ela: “Aquilo que aconteceu ontem, você disse que era fome, mas agora eu já almocei, já dormi, já jantei e aconteceu tudo isso”.
A partir desse momento eu não dormi mais. Peguei a minha Bíblia, li alguma coisa, dobrei os joelhos e fiquei orando até as seis da manhã, pedindo discernimento, pedindo que Deus me iluminasse para saber o que era aquilo. Foi exatamente que as 6 horas da manhã, quando levantei e estava convicto de procurar um Padre, porque somente um Padre poderia me explicar o que estava acontecendo. Dias posteriores encontrei com o Padre Cláudio de Souza Barradas que me explicou muitas coisas.
No dia 17 de Dezembro de 1998, as 10 horas da manhã, dois Pastores chegaram na residência de meu sogro para conduzirem-me até São Luís do Maranhão. As 4 horas da tarde nós estávamos na cidade de Paruá já no Estado do Maranhão. Combinamos de visitar o Pastor daquela cidade. Logo que chegamos o Pastor quando viu-me disse: “Pastor Sidney, Deus mandou o senhor aqui e agora, porque estamos iniciando um trabalho hoje e o Pastor que viria fazer a pregação terminou de ligar dizendo que não poderia vir e foi Deus que lhe mandou aqui”. Eu disse: ” Não Pastor, não tem como eu ficar, nós estamos de viagem e precisamos chegar rápido a São Luís, porque amanhã tem pregação a fazer lá”. Ele disse: ” O senhor pode sair daqui cedo até as 10 horas da manhã e cedo vai chegar a São Luís, não é preciso, o senhor vai pregar aqui. Combinamos e ficamos na cidade de Paruá. Nesta noite eu fiz a pregação e foi a última vez que tirei Católicos do Catolicismo para o Protestantismo.
Na manhã seguinte, nós estávamos a mesa para tomar café, quando alguém bateu a porta. O Pastor foi atender, era um rapaz com o seguinte recado: “Pastor é para o senhor ir na casa do titio que teve um problema sério lá”. O Pastor disse assim: “Eu não posso ir porque tenho visitas”. Diante disso eu disse: “Pastor, se o senhor permitir, eu irei com o rapaz”. Ele disse: “O senhor é que sabe, contanto que o senhor esteja aqui antes de 10 horas para a viagem”. Peguei a Bíblia e acompanhei aquele rapaz. Quando chegamos ele bateu na porta e seu tio veio atender. O rapaz disse: “O Pastor que veio foi este, o outro não pode vir”. Eu entrei na casa e aquele senhor já foi logo trazendo a sua esposa. Ela estava com o corpo cheio de hematomas, inclusive o olho dela estava quase saindo do corpo. Ele disse assim: “Mandei chamar o Pastor para fazer uma oração de separação. O que o senhor está vendo aí foi muita pancada que eu dei nela, nós já havíamos discutido muito, mas nunca tinha ocorrido isso, mas hoje diante do que aconteceu eu tenho a plena convicção de que se continuarmos juntos eu irei matá-la. E para que isso não aconteça eu quero que o senhor dê uma bênção de separação, para ir abençoada para um lado e eu para outro.
Comecei a falar para eles sobre o perdão, sobre a misericórdia, a tolerância, o amor, mas no meio das minhas palavras, aquele homem interrompeu-me e disse: “Pastor, pare de falar, nós já decidimos que vamos nos separar, só queremos a sua bênção e uma oração”. Eu peguei a mão dele de um lado e a dela de outro e comecei a fazer uma oração. Em meio aquela oração eu senti que alguma coisa tinha caído sobre as minhas mãos. Ao abrir os olhos eles estavam chorando e eu prossegui aquela oração. No final daquela oração eles se abraçaram chorando e disseram que não iriam mais se separar, que eu tinha sido um Anjo de Deus enviado aquela casa para uni-los novamente. Aquele conflito tinha servido de alicerce para uma nova construção matrimonial.
Aquele foi o momento muito forte, de grande emoção, as lágrimas caíram dos nossos olhos, nós vimos porém uma manifestação da presença de Deus. Porém, assim que terminou aquela oração, aquele homem começou a olhar atônito para os quatro cantos da sala. Ele olhou no corredor para os fundos de sua casa, ele foi até a janela, olhou para o lado direito, para o lado esquerdo, olhou para frente e quando eu vi aquela ociosidade, eu fiquei comigo dizendo: “Será que este homem está vendo algum demônio, um espírito mal?”. Então o interroguei: “Irmão o que está acontecendo?”. Ele disse: “Não Pastor, eu quero saber da mulher que estava aqui e agora não está mais”. Eu disse: “Meu irmão, a única mulher que tem aqui é só a tua que está aí”. Ele disse: “Não Pastor, tinha uma mulher”. De repente eu lembrei-me do sonho e perguntei: “Como é esta mulher?” . Ele disse: “É uma mulher alta dos cabelos longos com uma roupa branca”. Aí foi quando pela primeira vez aquilo saiu de dentro de mim, dizendo: “Há meu irmão, eu já sei quem é esta mulher, esta mulher é Maria, é Nossa Senhora, que anda comigo para todo lugar que vou, mas ela é desse jeito. Ela aparece, resolve o problema, vai embora e me deixa sozinho”. Ele disse: “Isso é verdade Pastor?” Respondi então! ora você não viu a mulher?
Neste dia eu vi um milagre porque eles estavam para separar e de repente uniram-se novamente e estão juntos até hoje, porque em viagens que sempre fiz, eu os visitei. Pela característica que ele deu foi a mesma mulher que tinha dado a mensagem no meu sonho e a mesma que me deu a nota de 50 Reais.
Eu saí de imediato para a casa Pastoral. Ao chegar lá com os olhos um pouco avermelhados, que eu tinha também chorado lá, comecei a contar o que tinha acontecido e comecei a falar que aquilo não era Anjo como tenho dito e sim Nossa Senhora, a Maria dos Católicos. O Pastor disse assim: “A melhor coisa que fazemos é não levar mais o Pastor Sidney a São Luís, porque quando chegar lá no Estádio, no meio de tanta gente, a primeira coisa que ele vai fazer é dizer que a Maria dos Católicos apareceu para ele e vai acabar com todo nosso trabalho”. E eu iria contar mesmo! Porque o número 3 na Bíblia é um número muito forte, é uma confirmação e Nossa Senhora tinha aparecido 3 vezes até aquele momento.
Eles começaram a tratar-me com indiferença, conversavam somente entre eles, me deixando de lado. Eu disse: “A partir de agora eu não os acompanho mais. Vão a São Luís, peçam desculpas aquele povo que me esperam para a pregação” Disse Mais: “Eu estou contando para vocês, algo que aconteceu ali na casa do irmão, que ele viu e isso era para ter acontecido com o senhor, Pastor, mas o senhor deu prioridade para mim, o senhor deixou sua ovelha sofrendo, chorando, eu fui atendê-lo e aconteceu o que aconteceu. Aqui terminou a minha viagem com vocês”.
Relatei tudo ao Padre Cláudio de Santa Isabel que atendeu-me muito bem dizendo: “Não quero precipitar em nada, amanhã eu irei a Belém e se o senhor quiser, irei leva-lo aos nossos Bispos”. Chegando lá contei tudo novamente aos Bispos a minha história e ao final eles chegaram a uma conclusão e disseram o seguinte: “Pode ter sido uma aparição de Nossa Senhora”. Dom Vicente colocou a mão no meu ombro e disse assim: “Pelos frutos conheceremos a árvore”.

Ninguém convidou-me a passar para a Igreja Católica, eu continuei sendo Pastor. Até esse momento eu tinha muitas dúvidas sobre o Catolicismo, mas um dia tive a oportunidade de tirar essas dúvidas com o Padre Cláudio. Fui fazendo muitas perguntas e ele foi respondendo tudo. Começou a dizer quem era Maria para a Igreja Católica, o que eram as imagens, o que era adoração, veneração etc. Quando ele terminou de dar todas aquelas explicações, eu já não tinha mais nenhuma pergunta. Eu disse a ele: “Puxa Padre, eu termino de saber que nem mesmo a Bíblia eu sabia ler, porque eu entendia ao pé da letra e via totalmente o contrário”. Na humildade daquele diálogo eu fui compreender o quanto eu estava errado, o quanto eu condenava, julgava e massacrava os Católicos.
Hoje eu vejo que as imagens são referencias para nós Cristãos. Elas são indicadoras, são sinalizações, são setas ao longo de uma estrada. A placa não é para onde o condutor vai, mas está indicando o lugar para onde ele tem que ir. Hoje a Igreja venera estes Santos, segue o testemunho de vida e fé. Testemunhos que foram selados com o próprio sangue, com a própria vida.
Continuei sendo Pastor e ao chegar no Estado do Amapá e em todos os lugares que eu ia pregar, eu comecei a ensinar o “Sim de Maria”, pois não saía mais das minhas mensagens a figura de Maria, eu estava convicto do que ela era. Comecei a ver os Católicos de outra forma e lia muitos livros sobre Maria, o que era o Catolicismo e muitas outras coisas. Foi a partir daí, quando eu estava pregando esta nova mensagem, a Convenção do Ministério que eu pertencia, chamou-me para que eu fizesse uma retratação e deixasse de pregar a doutrina dos Católicos, pois senão seria afastado das funções pastorais.
Naquele momento quando deram-me a palavra, levantei e disse: Hoje estou sendo interrogado, porque estou pregando sobre o “Sim de Maria” porém quero fazer uma colocação. “Porque nós ensinamos sobre todos os homens e mulheres que a Bíblia fala, pregamos sobre Moisés, sobre Noé, Adão, Davi, Salomão, Pedro e dezenas e dezenas de outros que foram grandes homens de Deus, mas foram grandes pecadores. Muitos cometeram pecados de adultério, tiraram a vida de outros, alguns traíram o próprio Cristo e mesmo assim com os seus testemunhos de vida, nós levamos muitas pessoas a Jesus e muitas, a se converterem. Procuramos seguir o exemplo deles, porém, eles tiveram grandes falhas, grandes momentos negros”.
Eu quero dizer a vocês que estou disposto a deixar de ensinar sobre Maria com uma condição apenas. Peguei a Bíblia e ergui diante de todos eles. “Se algum dos Pastores aqui presentes me provar dentro da Bíblia um só pecado que Maria cometeu, eu não deixo apenas de falar sobre ela, mas deixo também de falar sobre qualquer outro assunto”. Neste momento fez-se um silêncio, ninguém falava. Foi quando o Pastor Édio interrompeu aquele silêncio e disse: “Pastor Sidney, o senhor sabe que nós não temos como provar isso dentro da Bíblia, mas o senhor sabe que isso é doutrina dos Católicos. Ou o senhor se retrata ou o senhor será disciplinado hoje”. Foi quando eu disse: “Se eu tenho que tomar uma decisão entre continuar ser Pastor e falar o “Sim de Maria”, pois eu deixo de ser Pastor hoje e vou continuar pregando o “Sim de Maria” que ela deu ao nosso Deus”.
A partir daí eu saí pelo corredor central, alguns ainda diziam que eu estava possuído por alguma força estranha e com isso começaram algumas perseguições. Os momentos negros vieram, começaram as calúnias, passei as piores coisas, fui agredido, apanhei na rua. O Padre da cidade me disse: “Pastor, vai embora daqui, se não alguém vai matá-lo”. Neste momento, eu fui embora para o Estado do Pará, sem ter onde morar, perdi tudo o que tinha, toda aquela projeção.

Cheguei na casa de minha mãe com minha esposa e dois filhos. Ela me disse: “Aceito você na minha casa de qualquer jeito, menos sendo Católico, porque não foi isso que lhe ensinei, a porta da rua é a serventia da casa”. De lá mesmo eu saí sem até a benção de minha mãe. Minha esposa disse assim: ” Vamos a Santa Isabel do Pará”. Como eu tinha um cunhado que era Pastor e morava lá, eu pensei: “Minha esposa vai pedir um lugar para ficarmos alguns dias”. Ao chegar na cidade de Santa Isabel, duas horas depois desse acontecimento com minha mãe, minha esposa pediu para que eu abençoasse Jônatas e Natanael, nossos filhos, mandou que eles entrassem e na frente da casa do meu cunhado, ela disse assim: “Quando nós cometemos qualquer erro, todas as pessoas ficam contra nós, mas tem uma pessoa que nunca fica contra o filho, que é a mãe. A mãe sempre vai estar ao lado, mas você está tão amaldiçoado que nem a tua mãe ficou a seu lado e eu também não vou ficar. Aqui terminou o nosso casamento, vai embora. Viva sua vida que eu vou ver o que faço para criar nossos filhos”. Eu saí de lá chorando. Foi o fundo do poço, foi um momento muito triste, muito crucial na minha vida. Foi nesta hora que comecei a sentir o que era o amargor da vida, o que era estar sofrendo por ser Católico.
Enquanto eu viajava de Santa Isabel do Pará a Belém, no Santuário de Fátima tinha uma senhora que estava rezando o terço, coisa costumeira que ele fazia no Santuário. Enquanto ela estava rezando, escutou uma voz que dizia: “Vai a rodoviária agora porque tem um filho meu precisando de muita ajuda” E ela foi a rodoviária. Foi neste exato momento que fui desembarcando do ônibus. Naquela hora aquela mulher estava uns 5 metros na minha frente e olhava para mim e logo aproximou-se e disse: “Meu filho, eu não sei o que está acontecendo com você, mas eu quero te dizer que Maria, que é minha mãe e sua também pediu que eu viesse aqui e era para lhe ajudar no que fosse preciso.” Ela perguntou: “O que você mais está precisando?” Eu disse para ela: “Eu não tenho onde morar, eu terminei de ser expulso da minha casa por minha mãe, minha esposa terminou de separar de mim e não tenho para onde ir”. Ela me abraçou e disse: “Meu filho, vamos para minha casa, porque você vai ficar lá, não se preocupe que tudo será resolvido”. Fui com aquela senhora e fiquei na casa dela. Depois consegui um outro lugar para ficar. Foi um outro momento muito negro da minha vida. Foi quando eu comecei a passar muita fome, não tinha roupa, creme dental, sabonete, não tinha nada.
Mas eu louvo a Deus porque neste momento, de tanta desilusão, eu sentia que a graça de Deus envolvia minha vida. Eu sentia que o amor de Maria dominava-me e era um amor muito forte, algo muito grande para fazer com que eu não desistisse, até porque a minha própria família começou neste momento, a trazer várias propostas mandando pastores até minha pessoa para eu parar neste caminho, para voltar, pois tinha Rádio, tinha Televisão, poderiam me dar uma Igreja e fazer um grande trabalho, pois eu tinha muito talento. Eu não aceitei nada disso e passei muito tempo rezando, questionando, mas em todos esses momentos Deus me concedeu a graça de manter-me de pé.
Depois de um ano e meio que minha esposa me deixou, eu fui convidado para pregar em uma paróquia. Nesse período, apesar de minha mãe estar com raiva de mim e minha esposa ter me abandonado, eu sempre pedia a Nossa Senhora: “Se realmente tu existe, se realmente foi tu que entrastes em minha vida, faça com que minha esposa volte para mim”.
Nesta noite quando o Padre deu-me o microfone, uma Ministra da Eucaristia subiu ao Altar e disse assim: “Pastor, tem uma mulher lá fora querendo falar com o senhor. Ela disse que é sua esposa e está chorando muito”. Larguei o microfone e fui lá fora. Quando cheguei vi que era ela e estava desesperada. Perguntei: “O que aconteceu? Teve algum problema por lá?” Ela disse: “Não, eu vim aqui para te pedir perdão e dizer que quero ser Católica junta com você”. A partir desse momento, choramos muito e agente se abraçou entrando dentro da Igreja que tinha umas 2 mil pessoas. E nesta noite que eu ia dar o meu testemunho, Deus deu-me uma unção para pregar sobre a família e aquele recinto foi tomado por uma unção do Espírito Santo muito forte. Eram muitos maridos pedindo perdão para esposas, esposas para maridos, filhos para pais e Deus tomou conta daquele lugar.
A partir desse momento, eu começo viver uma outra situação. Minha mãe pediu que eu fosse falar com ela. Eu fui um pouco retraído sem saber o que ela queria falar comigo. Quando eu fui chegando na casa de mamãe, a garagem estava aberta. Quando eu fui chegando ela vinha saindo e esse foi um dos momentos muito forte de minha vida, porque naquele mesmo lugar, onde mamãe disse que a porta da rua era a serventia da casa, quando ela me avistou entrando, ela abriu os braços chorando e disse, meu filho, me perdoa, eu te amo, eu não quero que nenhuma indiferença religiosa exista entre nós, eu te amo… eu te amo…eu te amo. Se você quiser ser Católico, se você quiser pregar na Igreja Católica, pode continuar pregando e eu quero que você saiba que sua mamãe vai estar sempre orando por você para que Deus te use sempre e sempre.
Isso foi muito forte. É assim que Deus faz, é assim que Deus trabalha. Hoje ainda temos muitos problemas, muitas dificuldades. O que aquela mulher disse-me no sonho, que eu enfrentaria muitos problemas, isso tem se cumprido a risca. Sei que as dificuldades foram grandes e sei que muitas talvez maiores virão, mas eu tenho a plena convicção que a mesma graça que Deus e Maria concedeu-me até hoje para vencer todas as dificuldades, essa mesma graça estará na minha vida envolvendo-me para que eu super quantas possam surgir como disse o Apóstolo Paulo: “Eu estou indo para outros lugares, eu não sei o que lá me espera, a não ser tribulações e tribulações, mas sei que Deus conceder-me-á a graça para vencer a todas elas”.
Eu sei que essa graça de Deus que tem sustentado-me nos seus caminhos enfrentando as dificuldades do dia a dia, as contradições, as rejeições, o ódio de uns, a indiferença de outros, mas eu me sinto feliz porque hoje eu tenho a plena convicção que eu faço parte da geração e da multidão daqueles que Maria mesmo disse: “Todas as nações me chamarão de Bem Aventurada”.
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Contato: Quem quiser pode entrar em contato com o Missionário Sidiney Woster Veiga por e-mail (sidineveiga@bol.com.br) ou pelo telefone (24) 3341-4929 para aquisição de material (cds, livros) e agendamento de eventos.