MAIS QUE OS PARDAIS

   XII DOMINGO DO TEMPO COMUM - A                                      

  
MAIS QUE OS PARDAIS
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

Neste décimo segundo domingo do tempo comum a Liturgia nos convida a refletir sobre a fonte da confiança exigida no anúncio do Evangelho, como meio de combate ao medo de tudo o que ameaça a integridade dos discípulos de Cristo.
"Não tenhais medo dos homens pois não há nada de encoberto que não venha a ser revelado". Aqui trata-se do medo das calúnias que poderão levantar contra nós ou da impunidade perante aqueles que nos perseguem secretamente. NÃO HÁ NADA ENCOBERTO QUE NÃO VENHA A SER REVELADO. Ou seja, um dia virá a tona toda a maldade que fizeram contra nós muitas vezes com maquinações que nem nós mesmos sabemos, já que o Maligno gosta de agir em segredo, na sorrateira, como a serpente que está sempre pronta a dar o bote quando menos esperamos. Além disso aqui também podemos considerar o medo de perder o bom nome pelas calúnias que muitas vezes armam contra os ministros do Evangelho, uma vez que sua vida ilibada causa incômodo pois denunciam seu modo de agir, como lemos em "Eis o justo matemo-lo pois sua simples presença nos incomoda". (Sb.2,12)É o que experimentou o profeta Jeremias como vemos na Primeira Leitura; "Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e nos vingar dele". Vingar de que? da denúncia que fazemos de seu mau comportamento. 
Mas infelizmente muitos cristãos também se omitem em denunciar os costumes contrários não só à Lei de Deus como também aos direitos humanos que emanam todos desta mesma Lei de Deus, e, sabemos que o respeito humano nada mais é do que o medo de perdermos a estima dos homens mas "o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma no inferno? (Mc.8).
Porque tanta resistencia ao justo ao ponto de que os discipulos de Cristo tenham medo em anunciar o Evangelho? A segunda Leitura responde dizendo que a morte entrou no mundo com o pecado, não só a morte física mas a morte eterna e tudo o que leva a morte, como por exemplo o egoísmo e a vaidade de não querer ser contradito como o será a grande maioria das pessoas que querem ignorar a presença de Deus e de Seus mandamentos pelo que sentirão repugnancia não só pelas palavras dos cristãos mas principalmente pela sua vida que será sempre uma denúncia de sua maneira de agir desencadeando a violencia porque as trevas não subsistem diante da Luz (Jo.1,5).
Alem disso, neste primeiro versículo do Evangelho de hoje, Nosso Senhor está nos dizendo que nem uma vírgula de Sua Mensagem deve ficar guardada só para seus discípulos mas deve ser gritado de cima dos telhados para que todos conhecendo a verdade possam se libertar das trevas os que ainda não Conhecem O Caminho, A Verdade e A Vida.
"Não tenhais medo daqueles que matam o corpo (...) temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno". Aqui, Nosso Senhor acrescenta que os que se envergonharem de Sua Mensagem serão réus de condenação eterna pois se negaram a ser filhos do amor dando a maior prova de amor que se pode dar ao nosso semelhante que é dar a vida para que conheçam a Verdade e se salvem.  "Aquele que se declarar ao meu favor diante dos homens também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está no Céu".
A razão pela qual podemos confiar em Deus é o fato de sermos Seus filhos e para que não duvidemos disso Cristo invoca o exemplo dos pardais que O Pai em Sua Providencia alimenta dia após dia, quanto mais não cuidará daqueles que criou à Sua imagem e semelhança pelos quais entregou Seu próprio Filho quando ainda éramos Seus inimigos, "quanto mais agora estando já reconciliados não nos dará com Ele todas as coisas?" (Rm.8,32)
Para encerrar perguntamo-nos como não temer perante o destino que tiveram tantos mártires baramente torturados por causa do Evangelho? Respondo dizendo que basta olharmos para o exemplo de quantos livramentos Deus concedeu aos Apóstolos na Bíblia, mas quando chegou a hora de partirem deste mundo, já tinham as graças necessárias para passarem pelas maiores torturas com uma fortaleza admirável e com uma alegria tão grande que podemos afirmar com certeza pelos testemunhos de tantos outros mártires que morreram cantando em meio aos tormentos que no momento em que fôr necessário passarmos qualquer dissabor pelo Evangelho, não faltará as graças para sofrer com dignidade, para aqueles que forem fiéis nas pequeninas obrigações de seu dia a dia como lemos na Parábola dos Talentos em Mateus capítulo 25 que quem é fiel no pouco eu lhe confiarei muito mais ou seja, quem é fiel às graças que Deus concede para as mínimas tarefas de cada dia, recebe graças para enfrentar as maiores tentações. E: "Deus não permite que sejamos tentados acima de nossas forças"(1Cor.10,13)  mas, juntamente com a tentação nos concede todas as graças para enfrentá-las.


    

            SANTÍSSIMA TRINDADE: 

        NOSSA ORIGEM, NOSSO PORTO



POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
No dia de hoje como que encerramos a celebração de todos os Mistérios de Deus revelados por Nosso Senhor Jesus Cristo desde Sua Encarnação no ventre de Maria pois celebrar a Santíssima Trindade é como se subíssimos no Monte mais alto da Inteligencia humana onde se descortinasse a paisagem que a alma humana sempre ansiou por contemplar. De fato, como poderia a mente humana imaginar que Deus pudesse ser Três Pessoas num Único Deus indivisível se O Próprio Cristo não no-lo tivesse revelado?
Mais do que nos explicar como se dá essa unidade na Trindade. As leituras da Missa de hoje somente nos revela que são Três Pessoas num só Deus e que esta idéia já estava tão arraigada na mente da Igreja desde o Seu nascimento que a Segunda Leitura nos mostra a saudação trinitária dos primeiros Cristãos e que perpassou toda a História da Igreja até os nossos dias tornando-se o modo habitual de iniciarmos qualquer oração: EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO bem como a conclusão de das principais orações litúrgicas: POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO VOSSO FILHO, NA UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO. A saudação da Segunda Leitura de hoje foi tão importante na Igreja nascente que se tornou a saudação inicial de cada Santa Missa e de alguns Sacramentos da Igreja: A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, O AMOR DO PAI E A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO ESTEJAM CONVOSCO. Analisemos cada elemento desta saudação para que entendamos um pouco da missão principal de cada uma das Pessoas da Santíssima Trindade: 1. A Graça de Nosso Senhor Jesus CRISTO. Porque numa saudação que tem que, necessariamente ser sintética se escolheu a Graça para se referir a Nosso Senhor Jesus Cristo? Porque a missão dele foi justamente possibilitar a reconciliação do home com Deus através da Redenção na qual Ele perdoou  e pagou nossas dívidas em nosso lugar, ou seja, se deu a nós de graça vencendo o abismo que dEle nos separava, vindo habitar entre nós pela Encarnação; 2. O amor do Pai, Porque o amor para se referir ao Pai se as Três Pessoas divinas são todas, O Amor? Porque este atributo se aplica mais propriamente Ao Pai cuja missão principal, embora em todas as missões de cada uma das Pessoas da Trindade todas as pessoas estão implicadas, porque a missão principal do Pai é ser Criador e Ele nos criou por amor, somente para se dar a nós. O Evangelho nos fala justamente de como é este amor do Pai por nós ao ponto de nos entregar O Seu Filho para morrer por nós quando a humanidade inteira era inimiga de Deus pelo pecado: “de tal maneira Deus amou o mundo que entregou Seu Filho Único para que todo aquele que nele crer não pereça mas tenha a vida eterna”
O Evangelho de hoje, é, justamente, a especificação do principal atributo de Deus revelado por Ele mesmo dentre outros, a Moisés, conforme lemos na Primeira Leitura: “Senhor, Senhor! Deus clemente, paciente, rico em bondade e fiel”.
Então para concluir podemos resumir dizendo que Deus só podia ser comunidade, ou seja, comum unidade porque sendo Ele O Próprio amor é necessário que seja uma comunidade para que uma Pessoa possa se dar a outra já que amar é se dar. 
             PENTECOSTES, O FRUTO ACABADO DA MISSAO DE CRISTO
                                                                

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

Como depois do pecado original o homem se separou de Deus, iniciou-se a divisão da humanidade não só em cada pessoa que se via cada vez mais degredada, como também entre os povos, muito bem significada no episódio da torre de Babel onde os homens, inchados pela soberba de ter  conseguido inventar tantas coisas com sua inteligência, inclusive a  tecnologia de construir torres, tem a pretensão de chegar ao céu para usurpar o lugar de Deus e é exatamente neste momento que os homens percebem, como Adão e Eva depois do pecado original, que não se entendem mais. No exato momento em que rompem com Deus não conseguem mais se comunicar pois comunicar-se é dar-se e dar-se é amar. Como amar sem estar unidos à Fonte do amor que é O Próprio Deus, O Próprio amor. Pentecostes mostra-se então, na Primeira Leitura como a Fésta da restauração universal onde as línguas que foram confundidas em Babel são por todos compreendidos independentemente de sua nação, quando O Amor de Deus desce sobre eles.
No Evangelho vemos que o Primeiro Dom comunicado no dia da Ressurreição foi O Espírito Santo como capacitação para perdoar os pecados, mostrando que Pentecostes é o coroamento da Missão de Cristo enquanto encarnado: a reconciliação dos homens com Deus cuja consequência natural é a reconciliação dos homens entre si pois, depois do perdão sacramental, concedido por meio do Espírito Santo, do Espírito do Amor.
Na segunda Leitura lemos que “Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito.” Então Pentecostes é a fundação do novo povo de Deus assim como foi formado o primeiro povo de Deus pelo próprio Deus que no Sinai se manifestou num fogo que ninguém podia chegar perto por causa de seus pecados, na formação do novo povo de Deus O Próprio Deus vem ao encontro dos homens e faz deles um só corpo, A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, congregados pelo Mesmo Espírito que passa a fazer morada em todos os que, pelo testemunho da Igreja aderem pela fé a Cristo no Batismo.

Assim, a Segunda Leitura diz que “a cada um é dado uma manifestação do Espírito para o proveito comum”, ou seja, Deus dá um dom diferente para cada um que recebe o Espírito Santo justamente para nos fazer precisar uns dos outros e assim O Espírito Santo que é a Terceira Pessoa da Santissima Trindade,  O amor do Pai e do Filho nos capacita a amar como Deus ama, fazendo-nos ansiar uns pelos otros como  Deus ansiava por cada um de nós e anseia ainda hoje, por isso no Primeiro dia da Semana comunica logo Seu poder de perdoar os pecados por meio dos que escolheu para isso e cinquenta dias depois da Ressurreição concede a plenitude de Seus dons para que possamos ser testemunhas autenticas de Jesus e de Seu perdão, de Seu amor pelo Seu Próprio Amor que nos foi dado.
                 A CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II E DE JOÃO XXIII - PARTE I

                                                   
   

«S. João Paulo II é o grande apóstolo da mensagem de Fátima nos tempos mais recentes», afirma o Reitor do Santuário de Fátima

2014-04-27


Tem lugar esta manhã no Vaticano a canonização de João XXIII e de João Paulo II. A participar na celebração, o reitor do Santuário de Fátima deixa a sua reflexão sobre a ligação destes papas a Fátima, sobretudo a de João Paulo II, que diz ser o "grande apóstolo da mensagem de  Fátima nos tempos mais recentes". 
 
“A canonização dos Beatos João XXIII e João Paulo II, é motivo de grande alegria e de ação de graças a Deus. Ação de graças pelo dom que ambos constituíram para a Igreja, cada um a seu modo e no seu tempo, e pelo dom que continuam a ser, pelo seu exemplo e intercessão”, afirma o padre Carlos Cabecinhas. 
 
“S. João Paulo II é o Papa de Fátima e o grande apóstolo da mensagem nos tempos mais recentes. Ele levou a mensagem de Fátima a toda a parte, a partir daquele 13 de maio de 1981, quando sentiu ter sido salvo da morte por Nossa Senhora. A mensagem de Fátima atingiu a dimensão eclesial e universal que hoje tem muito graças à ação deste Papa”, diz.
 
Ainda sobre S. João Paulo II, o padre Carlos Cabecinhas recorda que “na sequência do atentado de 13 de maio de 1981, João Paulo II pediu que lhe levassem a carta de Lúcia com a terceira parte do segredo de Fátima. Leu o texto e reconheceu-se no bispo vestido de branco. A partir daí, sentiu como sua missão fazer o que estivesse ao seu alcance para dar pleno cumprimento aos desejos de Nossa Senhora.” 
 
A 7 de junho de 1981, dia de Pentecostes, na basílica de Santa Maria Maior, celebrava-se, recorda ainda o reitor, “o Ato de entrega ou consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, através de uma oração composta pelo próprio João Paulo II”. 
 
Em maio do ano seguinte, no Santuário de Fátima, “o Papa faz de novo a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, procurando cumprir o que fora pedido por Nossa Senhora. Em 8 de dezembro de 1983, escreveu aos bispos do mundo inteiro a pedir que no dia 25 de março do ano seguinte, procedessem à consagração do mundo ao Coração de Maria”. 
 
Nesse dia 25 de março de 1984, “diante da imagem da Capelinha das Aparições, levada expressamente a Roma para o ato, em comunhão com os bispos de todo o mundo, João Paulo II faz essa consagração, e foi nessa ocasião que ofereceu ao Bispo de Leiria-Fátima a bala que o tinha atingido e que se encontra agora encastrada na coroa preciosa de Nossa Senhora”.
 
Neste percurso através da história da ligação de João Paulo II a Nossa Senhora de Fátima, o reitor sublinha ainda dois outros momentos: “Em 1991, João Paulo II regressou a Fátima e, em maio de 2000, fez a sua última peregrinação a este Santuário, para beatificar os pequenos videntes Francisco e Jacinta Marto, as duas candeias que Deus acendeu para alumiar a humanidade nas suas horas sombrias e inquietas”.
 
“Ainda no ano 2000, a imagem de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha da Aparições foi levada a Roma, a pedido de João Paulo II, para a consagração do novo milénio a Nossa Senhora”, acrescenta o Reitor.
 
Recorde-se ainda que, em 2004, João Paulo II ofereceu ao Santuário uma pedra do túmulo de São Pedro para ser tomada como primeira pedra da nova igreja do Santuário de Fátima que, em 2007, se dedicava à Santíssima Trindade e que se encontra inserida no altar daquela que é hoje a basílica da Santíssima Trindade.
EXTRAÍDO DE: SANTUÁRIO DE FÁTIMA