HOMILIA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

POR PE. TARCISIO AVELINO, OMD
"Agora realizou-se a salvação". Esse versiculo da Primeira Leitura, do Livro do Apocalipse nos ajuda a entender que celebrar a Assunção de Nossa Senhora é celebrar a realização completa da Salvação trazida por Cristo uma vez que os teólogos ensinam que tudo o que se diz de Maria se aplica à Igreja e vice-versa. Então, se a Segunda Leitura diz que Cristo é a primicia dos que ressuscitaram e que, depois dele se seguirão os Seus fiéis discípulos, a glorificação de Maria é o vislumbre da glorificação da Igreja que somos todos nós. 
Maria é a Mulher vestida de Sol pois assim como a lua brilha com a luz do sol que ela reflete, Maria Santíssima foi a discípula que mais imitou Jesus por isso nela brilha, de modo iminente as virtudes de Cristo e, tendo sido glorificada em corpo e alma neste dia de hoje, pois celebrar a Liturgia é revivenciaremos os acontecimentos passados, então, podemos dizer com o Apóstolo João, não Primeira Leitura, "agora se realizou a salvacao" porque Maria Santíssima é a primeira a ressuscitar de pois de Cristo, só Ela, está no Céu em corpo e alma convidando-nos todos a fixar os olhos na meta que queremos alcançar para que, olhando para Ela não nos esqueçamos da recompensa que aguarda os que, como Ela, fazem tudo é somente o que Jesus manda.
As razões da Assunção de Maria são todas de conveniência, ou seja, de necessidade pois se, como Lemos no início do Evangelho, Ela foi chamada pela Própria Verdade de "Cheia de Graça, é porque Ela correspondeu a todas as graças que recebeu de Deus uma vez que da fidelidade a graça de cada momento depende a recepção das graças futuras, então se Ela é chamada de cheia de Graça é porque com certeza correspondeu a todas as graças. Ora, sabemos que Deus concede as graças proporcionais à missão que Ele confia a cada um por isso sabemos que ninguém recebeu mais graças de Deus do que Maria porque ninguém, nem os Anjos receberam maior missão do que a dela, a de ser Mãe do Filho de Deus, por isso, se Ela é cheia de graça, somos forcados a concluir que Seu corpo não pode ter sofrido nem de leve a decomposição dos cadáveres, nunca adoeceu nem sequer envelheceu pois é cheia da graça, o que corresponde dizer, que nunca pecou nem sequer tem o pecado original do contrário a Palavra com a qual Deus se dirigiu a Ela seria imprópria pois dizer que está cheia de graça corresponde dizer que nela não há nenhuma desgraca e sabemos que o pecado original, como todo pecado é a pior desgraca que o homem pode causar se a si mesmo e no universo.
"Bem aventurada aquela que acreditou porque Verá se cumprir tudo o que O Senhor lhe prometeu". Esse louvor de Isabel a Maria nos ensina que celebrar a Assunção de Maria é descortinar a glória que aguarda os que, como Maria aderem à Deus pela fé. Vera cumprida todas as Suas promessas pois fiel é Aquele que prometeu.
No entanto, se,  como Maria, somos membros do corpo de Cristo que é a Igreja só nos revestiremos das virtudes de Cristo, se, como Ela formos obedientes a Cristo e a Sua Palavra e para isso é preciso todos os dias, como Maria, travarmos uma batalha contra o dragão vermelho, satanás, a antiga serpente a qual Deus pos inimizade entre ela e a descendencia da Mulher que são todos os que, aderindo a Cristo pela fe, recebem Maria por Mae.
Se a missão de Maria foi gerar Jesus para o mundo a missão da Igreja é a mesma por isso o dragão que se posta diante da Mulher para lhe devorar o filho logo que nasça se posta diante de cada um de nós que, assumindo nossa missão de evangelizar, recebida no batismo, geramos Jesus nos corações de todos os que acolhem a mensagem que somos encarregados de divulgar. Amém. 
















HOMILIA DO XX DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

O DESTINO DOS PROFETAS
POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD
Na Liturgia deste vigésimo domingo do tempo comum Jesus continua Sua catequese rumo a Jerusalém revelando as últimas consequências de Sua missão e de todos aqueles que seguirem Seus passos. Todos os que seguem a Cristo se tornam portadores de uma mensagem que denuncia um mundo que de tal maneira se distanciou de Deus, que não só sofrerá incompreensão e rejeição como até poderá pagar com a vida o preço de nadar contra a correnteza. A vida do discípulo de Cristo desmascara as incoerências de todos aqueles que, escravos de sua própria vontade se acostumaram a desobedecer às suas consciências. Neste sentido é muito esclarecedor o que  a primeira leitura diz a respeito de onde a mensagem do Profeta Jeremias o conduziu:
"E assim, ia-se  Jeremias afundando na lama". Esta lama representa o desprezo de todos aqueles que, acomodados em suas convicções  se sentem incomodados pela mensagem dos profetas, como lemos no livro da Sabedoria capítulo 2 vs primeiro: "eis o justo, mate-mo-lo pois a sua simples presença nos incomoda".  A tal ponto a mensagem de Jeremias incomodou seus compatriotas  que o rei permitiu que os príncipes o jogassem num posso de lama para calar sua voz incomoda que profetizava desgraças, como consequencia da ruptura de Israel com Deus, adorando os ídolos dos egípcios com os quais fizeram aliança para fugir do jugo do rei da Babilônia ao invés de chorarem seus pecados, reconciliando-se com Deus, o único no qual há verdadeira segurança: "se o senhor não guardar nossa cidade em vão vigiarão as sentinelas"(Sl.126,1). 
    Quando está para desnudar, diante dos olhares estupefatos da humanidade as últimas consequências de Sua missão Jesus convida Seus discípulos de todos os tempos a refletir se estão dispostos a pagar o preço altíssimo que Ele vai pagar por nos amar com um amor que é um fogo que o devorava sem cessar e que estava destinado a se alastrar no mundo inteiro: "Eu vim para lançar fogo à terra e como gostaria que já tivesse aceso!". Quando este fogo desceu em Pentecostes aqueles medrosos discípulos que, quando Jesus pronunciou estas palavras estavam para fugir diante de Sua Cruz, seriam incendiados a tal ponto por este zelo de Jesus que não esitariam em dar a vida pela fé a exemplo de Seu Mestre. Fogo este que, fazendo a alma arder de amor e gratidão pela consciência do amor de Deus se vê consumida no desejo de se unir a Ele mas ao mesmo tempo este fogo ilumina a consciência da imundície de seus pecados que a separam de Deus e a tristeza de entender sua imensa ingratidão para com tão grande amor, a faz se purificar para se unir com Ele eternamente como deseja.
    "Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!" Aqui batismo é usado como uma das palavras de seu significado: lavado, banhado. Trata-se do banho que Cristo tomará em breve, no Seu próprio Sangue, preço de nossa salvação. Se o "salário do pecado é a morte", ou seja, se a consequencia da ruptura com Deus que é A Vida, é a morte, Cristo paga com a sua vida o direito não só de termos vida neste mundo mas, com o perdão dado pelo pagamento das dívidas que tínhamos com Deus, por meio desta reconciliação quiz nos dar o dom de habitarmos eternamente com Deus aqui está a justificação do porque Ele diz que anseio por este batismo de sangue. Anseio por dar Sua vida por mim e por ti para que, quebrando as barreiras que Dele no separavam pudesse logo nos dar o abraço que tanto anseio de dar o Amado no amante. O desejo, que devora O Pai, de abraçar Seus filhos.
    "Vim trazer a divisão" eis aqui a última conseqúência dos que se deixam incendiar por este amor, a divisão, em todos os lugares onde houver quem rejeite esse amor que impele à mudança de vida, mesmo  na própria família! Sim! Enquanto este amor traz a verdadeira paz da consciência reconciliada e aumenta os laços de união entre os que a ele aderem, provoca rejeição dos que, acomodados em sua vida de prazeres imediatos não estão dispostos a se converterem, pelo que, embora os cristãos desejem atrair a todos para este amor que nos plenifica, os que só pensam em si se corroem de ódio por aqueles que os incomodam pois sua simples presença desmascara seu modo de agir (Sb.2,1-22). 
     Da medo seguir este Senhor por esta senda sinuosa da renúncia? A segunda Leitura nos propõe o exemplo dos mártires sugerindo-nos uma imagem que nos abre os olhos para a realidade dos cristãos de todos os tempos, como se estivéssemos numa arena onde o imperador reunia os expectadores como testemunha das torturas as quais submetia os que não renunciavam a fé cristã para adorar os deuses pagãos. No entanto a Segunda Leitura diz que as testemunhas do que sofremos pela nossa fé são aqueles que nos precederam no martírio. Assim como eles venceram, intercedem por nós e nos servem de testemunhas do que sofremos pelo Mártir dos Mártires que suportou os mais atrozes sofrimentos por nossa salvação. "Rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve. Empenhemo-nos no combate que nos é proposto, com o olhos fixos em Jesus, que em nós completa e termina a obra da fé... Para que não vos deixeis abater pelo desanimo. Vos ainda não resististes até ao sangue na luta contra o pecado". Quer dizer, tão terrível é o pecado que nos separa de Deus que vale a pena suportar tudo para vencermos as tentações de abandonar Aquele que por nós deu a vida para que vivamos sua vida de felicidade sem fim. Convém fixar nEle os olhos e não olhar as cirunstancias para não esmorecermos nas dificuldades. Amém.
























HMILIA DO XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C: O SEGREDO DA VIGILÂNCIA



POR PE. TARCISIO AVELINO, OMD.
A Liturgia de hoje continua a catequese de Jesus subindo para Jerusalém. São as últimas instruções dele ao povo e principalmente aos Seus discípulos antes de consumar sua missão dando a vida por nós na cruz sendo que a lição de hoje se refere a uma atitude geral que engloba todas as outras nas quais Ele nos instruiu nestes últimos cinco domingos. Trata-se da atitude que nos protege contra todos os perigos que podem assolar a caminhada de um discípulo na ausência de seu mestre e Jesus nos ensina hoje que enquanto aguardamos Seu regresso Ele nos dotou de dons e graças que temos que administrar em favor do próximo é que para não sucumbirmos na tentação de, vendo que Ele demora desistir de nossa missão Ele nos recomenda a atitude da vigilância e é também neste sentido que vão todas as leituras da Liturgia de hoje.
Sendo assim a Primeira Leitura nos fala da fé e da Esperança com as quais devemos aguardar o Senhor é a Segunda Leitura juntamente com o Evangelho nos apresenta exemplos para  nos ensinar como aguardar o Senhor, sustentando nossa vigilância com a Fé e a Esperança.
Na segunda Leitura vemos que foi pela vigilância e solicitude que Abraao cumprindo o dever da hospitalidade, sem o saber, acolheu o próprio Deus merecendo dEle como recompensa, um filho em Sua velhice que se tornou o pai de uma númerosa multidão que são os crentes do mundo inteiro. 
Na catequese anterior a de hoje Nosso Senhor ensinou nos como nos proceder com relação aos bens materiais e agora nos ensina como já tornar presente o Reino de Deus que ainda aguardamos e como ser admitidos neste Reino quando este se manifar plenamente. Para  tanto nos conta três parábolas: 1. A  Parábola dos rins cingidos e da lâmpada acesa nos lembra a atitude do povo quando partiam do Egito para a terra prometida ensinando que quando O Senhor voltar vai ser para nos ajudar a fazermos nossa Páscoa definitiva, nossa passagem para uma vida eterna, sem fim que é o próprio Deus, que vira como noivo símbolo da união humana de maior vínculo de comunhão revelando como será, dali para frente a vida dos fiéis discípulos com Deus. 2. A Segunda Parábola é a do ladrão que, como tal chega sempre de improviso para nos exortar a vigilância pois o Senhor voltará na hora em que menos esperarmos. 3. A Terceira Parábola é a do chicote que o Senhor usará quando voltar para punir proporcionalmente os servos que tenham optado pela infidelidade que pode ser de dois tipos: a infidelidade consciente que será punida com muitos açoites e a inconsciente que também será punida mas com poucos açoites porque mesm que haja alguém na face na terra que não tenha consciência da Palavra de Deus tem dentro de si os limites de ação segundo cada cultura que será o critério de julgamento dos que ainda não conhecerem o Evangelho, mas se há ainda alguém no mundo que não conhece o Evangelho é por culpa dos discípulos, infieis, dos servos imprudentes pelo que o Senhor conclui dizendo que a quem muito foi dado muito será cobrado ou seja, que cada um tem que fazer render os talentos conforme a quantidade que recebeu do Senhor, sabendo que os que receberam a vocação de pastores sejam como padres, catequistas, país, etc. serão mais cobrados pois receberam muito mais talentos proporcionais à responsabilidade que assumiram perante Deus ao assumir sua vocação.