XII DOMINGO COMUM C



           QUEM SOU EU PARA VOCÊ?
              POR: PE. TARCISIO AVELINO   

 

Na Liturgia de hoje Cristo nos revela Sua identidade para, a partir dela, revelar-nos a Sua e a nossa missão neste mundo.

Quem sou eu para você? É a pergunta que Cristo nos dirige a cada momento de nossa vida, para corrigirmos as falsas idéias que o mundo a todo instante insiste em veicular, como se Ele fosse apenas uma idéia e não uma pessoa viva e uma pessoa só se conhece, na medida da intimidade que temos com ela. É preciso conviver com alguém para podermos realmente afirmar que o conhecemos e mesmo assim ainda nos enganamos na maioria das vezes, com relação à maioria das pessoas com as quais convivemos, por isso, na verdade, só se conhece bem alguém se amamos essa pessoa, porque todos somos filhos do amor e o amor é tão criativo que jamais se cansa de industriar todas as maneiras para que se possa conhecer mais aqueles que deseja beneficiar com seu cuidado e doação.

Quem sou eu para você? Com essa pergunta Cristo  convidando-nos a meditar nas implicações que Ele tem em nossa vida que serão de acordo com a idéia que dEle temos. Por exemplo, se para mim Ele é só uma estorinha, como um conto de fadas isso terá poucas ou nenhuma implicação em minha vida do mesmo modo se Ele for somente um fato histórico, real, porém passado, terá muito poucas implicações em minha vida, mas, ao contrário, se Ele for para mim o Meu Senhor e salvador, isso precisa ter consequências em cada ato de minha vida, do contrário, viverei em constante drama de consciência pelo desconfortável conflito que se estabelece quando não se há coerência entre aquilo que cremos e a vida que levamos.

“Tu és O Cristo de Deus”. Foi a resposta de Pedro. “Bem-aventurado és tu Simão filho de Jonas porque não foi a carne e o sangue que lhe revelou isso mas o Meu Pai que está no céu”. Foi, segundo o Evangelho de S. Mateus a resposta de Jesus, ensinando-nos que só O Pai é que conhece o Filho verdadeiramente e vice e versa, então, só por uma abertura aO Pai é que Pedro pode testemunhar a verdadeira identidade de Cristo, e isso fica particularmente claro porque Cristo acabara de lhes ensinar a rezar chamando a Deus de Pai, certamente a catequese de Cristo sobre a oração deve ter deixado Pedro com  o coração atento e aberto para Este Deus que Cristo revelou ser Pai e por isso pôde, por meio do Espírito Santo escutar a voz do Pai que, em Seu interior testemunhou a verdadeira identidade daquele simples homem que com eles convivia já há um ano, filho de carpinteiro e que todos conheciam de diversas formas.

“Tu és O Cristo de Deus” o que significa essa resposta de Pedro? Será que ele conhecia profundamente o significado deste testemunho que O Pai em seu interior dera de Seu Filho? O episódio seguinte mostra que não porque Cristo, ou ungido, era outro nome que se dava ao tão esperado Messias que, segundo as profecias viria libertar a Israel da escravidão. Todos, invariavelmente esperavam um Messias politico que viesse libertar a nação, não só  do jugo de Roma que imperava sobre Israel no tempo de Cristo, como também da dominação de tantas nações que, ao longo dos séculos foram se sucedendo na dominação do povo quando os venciam nas inúmeras batalhas que tiveram que travar para salvar a nação nos momentos de ameaça. Mas na segunda parte de Seu diálogo Cristo corrige essa falsa idéia do Messias revelando que Seu messianismo é totalmente diferente daquele que era esperado pelo Seu povo pois a Libertação que Ele veio trazer não é a libertação politica mas a libertação da raiz de todo mal e dominação a libertação do pecado, por isso afirma a NECESSIDADE que teria de sofrer morrer e ressuscitar.

“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Deve sofrer e morrer porque se fez homem, sujeitando-se à mesma vida de separação de Deus a que os homens, desde Adão e Eva,  haviam escolhido para si. Deve ressuscitar porque ao se tornar homem não deixara de ser Deus e a morte não pode ser mais poderosa do que O Todo Poderoso. Deve sofrer e morrer porque para nos libertar do pecado escolheu redimir-nos de nossas dívidas pagando-as sofrendo em si as consequências de nossa ruptura com Deus, mas deve ressuscitar porque, Ele é A Própria Vida e, sendo Deus é eterno.

Finalmente, depois de revelar-nos Sua identidade e missão, a partir da Sua, Cristo revela a nossa missão de Cristão que é seguir o mesmo caminho por Ele trilhado de renúncia de si a ponto de dar a vida se necessário for, para testemunhar o Evangelho do qual depende a salvação de todos.

Assim, revelando-nos Sua identidade e missão Cristo revela também a nossa pois, diante de Sua Cruz, tomamos consciência do que significa dizer que Deus é amor e, pela fé aderimos a Ele por meio de Cristo, conforme lemos na Segunda Leitura: “vós todos sois filhos de Deus pela fé em jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo”, portanto, diante da Cruz de Cristo, ao me compadecer daquele homem que sofreu tanto e de forma tão magnanime, me abro ao Espirito que, segundo a Primeira Leitura, me move ao arrependimento de todas as maldades que O levaram a sofrer tanto e de forma tão cruel.

“Derramarei (...) um Espirito de graça e de oração; Eles olharão para mim. Ao que feriram de morte hão de chorar (...) Naquele dia haverá uma fonte acessível (...) para ablução e purificação”. Que este mesmo Espírito que revelou a Pedro quem é Jesus nunca permita que nos anestesiemos diante de tantas falsas opiniões do mundo sobre Jesus Cristo para que, diante Sua Cruz possamos sempre nos lembrar do quanto Deus nos ama, e chorando nossos pecados nos disponhamos a renunciar mais e mais nossa vontade própria tão manchada pelo egoísmo e identificando-nos mais e mais com O Filho, possamos nos dispor a renunciar ao pecado que O desfigurou e desfigura tanto e, buscando, como Ele em tudo, a Vontade do Pai possamos segui-Lo e chegar aonde Ele chegou a uma vida que não tem fim. Amem.

X DOMINGO COMUM C
MAIS AMA QUEM MAIS É PERDOADO
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

A Liturgia de hoje nos mostra três atitudes possíveis diante do pecado para nos ensinar como recuperar a paz perdida por se ter agido contra a consciência. O segredo aprendemos desta mulher “conhecida na cidade como pecadora”: 1. A humildade, 2. Amor e 3. Fé.

Quanto à humildade, Humildade significa  terra fértil, vem  da palavra húmus que significa : solo sobre nós. A humildade é a verdade, diz Santa Teresa,  um sentimento adquirido lentamente pelo trabalho interior ou provocado pelo conhecimento, que existe um Ser superior a nós. Aquela pecadora tinha consciência de sua indignidade a tal ponto que, mesmo sendo conhecida na cidade inteira como pecadora, seu desejo de perdão é tanto que, vendo-se diante de alguém que age com misericórdia, diferentemente daquele povo que taxando os outros de pecadores, como o fariseu, não reconhecem que “o justo peca sete vezes por dia” e que “se dissermos que não temos pecados somos mentirosos e a Palavra de Deus não permanece em nós” (I Jo.1,8). Assim, consciente de sua indignidade aquela mulher não se importa com os olhares reprovativos dos comensais daquele banquete e vai direto a alguém que, pressentia poderia lhe devolver a unidade interior e a paz.

Lavar os pés era tarefa dos escravos e isso mostra a consciência do que ela se sentia em relação a Jesus pois lavava com suas lágrimas e enxugava com seus cabelos e os ungia com um perfume caríssimo, dando-lhe um tratamento que só é devido a Deus como aqueles tidos por religiosos que, embora reconhecendo que só “Deus pode perdoar” não reconheceram a natureza divina Daquele que cumpria todas as características profetizadas do Messias pelas Escrituras que os fariseus, conheciam tão bem intelectualmente mas pela sua arrogância de achar que podiam ser justificados pela prática da Lei se tornavam cegos para as ações de Deus. E essa é justamente a segunda atitude que podemos tomar diante do pecado, a atitude do anfitrião que acolhe Jesus em sua casa mais para observá-lo do que por cortesia pois sua atitude mal-educada de não cumprir nada do que as regras que tanto estimavam prescreviam para se acolher um hóspede, demonstrava que não tinha nem estima e muito menos considerava Jesus como Mestre, como cinicamente o chama.

2. Quanto ao amor, Nosso Senhor diz: “os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela muito mostrou muito amor”, fazendo valer A Palavra de Deus que diz que a caridade cobre uma multidão de pecados. Ela demonstrou muito amor não só por prestar as honras devidas ao hóspede desprezado por aquele que o acolhia, mas por ter demonstrado com suas lágrimas o seu arrependimento perfeito, ou contrição que é movido somente pelo amor, diferentemente do arrependimento imperfeito ou atrição que é movido pelo temor ou por qualquer outro sentimento.

3. Quanto à fé, Jesus diz a ela: “a tua fé te salvou, vai em paz”, mostrando que ela chorava diante de alguém que acreditava poder perdoar-lhe os pecados, ou seja, diante de Deus, ou pelo menos de alguém que, por estar tão unido com Deus podia perdoar pecados, como lemos na segunda Leitura, que “somos justificados pela fé e não pela pratica da Lei” já que a fé é a adesão Àquele que já fez penitencia pelos nossos pecados, sofrendo, com Sua Paixão e morte, a consequência de todos eles, pelo que, não precisou pedir uma penitencia para a pecadora que, estando movida pela contrição perfeita, pode, com suas lagrimas e dor reparar não só o pecado como também redimir a pena do pecado, diferentemente de Davi que, na Primeira leitura, profere, como o fariseu do Evangelho, sem o saber sua própria sentença de condenação pois ambos, considerando-se justos perante Deus, se tornaram cegos por sua arrogância necessitando do remédio, a penitência,  que os fizesse despertar de sua cegueira. Essa atitude de Davi é a terceira atitude que podemos tomar perante o pecado, o fariseu se considerava justo ao passo que Davi, embora tenha reconhecido seu pecado, teve o arrependimento necessário, ao pedir perdão para reparar a culpa e a pena, como a mulher pecadora.

“De sua parte o Senhor perdoou o teu pecado, (...) Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento, o filho que te nasceu morrerá”. Deus perdoa para que não pereçamos eternamente, mas castiga para nossa conversão e emenda não porque exija uma glória para si mas através do bom tratamento dado a Seus filhos que não suporta ver injustiçados. Justamente por ser amor, castiga, permitindo que soframos um mínimo das consequências de nossos pecados não só para fazer justiça a seus filhos lesados com nossos pecados, como também para, com isso nos fazer acordar para a verdadeira natureza do pecado e daquele que nos induz a comete-los, aquele que “veio roubar, matar e destruir” (Jo. 10,10).

Assim, tanto o perdão, quanto o arrependimento são dons de Deus que, no entanto, tem que ser pedidos, peçamos portanto, sem cessar essas duas grandes graças já que se dissermos que não temos pecado somos mentirosos e assim possamos recobrar a paz que se perde sempre quando se rompe com O Principe da Paz.
X DOMINGO DO TEMPO COMUM C
DEUS VISITOU O SEU POVO
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

A Liturgia de  hoje nos traz a história de duas viúvas desesperadas pela morte de seu filho único para nos ensinar algumas lições:

1.Que Deus é o Deus da vida e não da morte. Foi preciso o profeta Elias ressuscitar o filho da víuva de Sarepta que o hospedara em sua casa para que esta descobrisse a verdade que Cristo veio nos relembrar quando Deus dissera: “não quero a morte do pecador mas que se converta e viva”. Esta grande verdade nos ensina que Deus não quer a morte em nenhum sentido nem no físico e muito menos no espiritual, nem dos justos e muito menos dos ímpios porque, se morrem fisicamente  antes de se converterem, terão que passar pela segunda morte que é eterna, porque é a cristalização do estado de separação Da Vida que é o Próprio Deus.

2.Que depois que o homem optou, desde Adão e Eva, por viver separado da Vida que é Deus, Deus escolheu, chegada a plenitude dos tempos, vencer o abismo infinito que dEle nos separava para vir comunicar-nos Sua vida, como vemos no Evangelho de hoje, onde duas multidões caminham concentradas em seus objetivos, o cortejo fúnebre que segue o desespero e tristeza da viúva de Naim e o cortejo alegre e cheio de esperança que segue aquele que não somente disse mas demonstrou com muitos milagres que veio “para que todos tenham vida e vida plena.

3. Que Nosso Deus não é insensível à nossa dor pois varias vezes no Evangelho, como neste caso da morte do filho único da viúva de Naim,  vemos que Jesus, O Filho de Deus Encarnado, O Emanuel, Deus conosco se comove perante o sofrimento humano como por exemplo, quando chorou perante a morte de Lazaro, seu amigo e quando chora sobre Jerusalém dizendo: “Jerusalém, Jerusalém, tu que matas os profetas, a quanto tempo desejei reunir os teus filhos como a galinha reúne seus pintainhos debaixo de suas asas!

4.  “Não chores!” Deus diz para diz para todos os que sofrem com a morte de algum ente querido porque  não quer que nosso choro perante a morte seja de desespero pois as ressurreições do corpo que realizou são apenas sinais da ressurreição definitiva que Ele inaugurou com a ressurreição de Jesus que é já uma antecipação de nossa rerrurreição como lemos em: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”. Ora, se primícias significa os primeiros frutos, então após o primeiro vem o segundo e assim sucessivamente, ou seja, após a ressurreição de Cristo virá também a nossa como Ele mesmo prometeu: “Aquele que crer em mim Eu o ressuscitarei no último dia”

5. “Não chores!” Que esta é uma ordem de Deus para todos os desesperados e o motivo pelo qual não devemos chorar, seja quais forem os nossos problemas, é porque “Deus visitou o seu povo”. Ele é um Deus da vida e não da morte como o próprio Jesus se apresentou dizendo: “ Eu vim para que todos tenham vida e vida abundante”. “Deus visitou o seu povo” foi a conclusão a que chegaram depois que Jesus devolveu a vida ao falecido filho único da viúva de Naim” porque todas as profecias afirmavam que quando se visse sobre a terra cegos enxergando, mudos falando, paralíticos andando e mortos ressuscitando seria o sinal de que Deus visitava Seu povo através do Messias que viria para libertar de toda forma de escravidão.

6. Que Deus não nos quer prostrados de jeito nenhum, nem mesmo depois de mortos pelo que ordena a cada um de nós hoje: “jovem, Eu te ordeno, levanta-te!” Quanta diferença da atitude de Elias para devolver a vida ao filho da viúva de Sarepta e Cristo para devolver a vida ao filho da viúva de Naim! Elias tem que suplicar e gesticular para conseguir o milagre, Cristo apenas ordena com autoridade pois é O Senhor da Vida e da Morte, mostrando que é o próprio Deus pois só Deus pode ressuscitar os mortos.

7. Que não devemos temer a nada nem ninguém pois se a esperança só terminava com a morte, agora não termina nunca pois “Deus visitou o seu povo”, Aquele que tem o domínio da morte é por nós, é o Emanuel, Deus conosco! Ora, “se Deus é por nós, quem será contra nos?” (Rm. 8,31).

Assim, queridos irmãos a mensagem desta liturgia de hoje é para nos levantarmos de nosso desespero pois Deus visitou Seu povo para enxugar todas as lágrimas de nossos olhos pois veio para destruír a morte, consequência do pecado que Ele veio perdoar, mostrando isso rompendo, ao se encarnar a distancia infinita que Dele nos separava!
IX DOMINGO DO TEMPO COMUM C
JESUS, O ÚNICO MEDIADOR DA SALVAÇÃO
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

 
A Liturgia de hoje nos ensina que Jesus é o Único mediador de nossa salvação isso é o que S. Paulo está tentando ensinar aos Gálatas que estavam sofrendo influência de uns judeus que achavam ser cristãos mas que na verdade, ainda estavam escravos da mentalidade de sua fé que achava que a Lei que Deus lhes havia dado para orientar sua conduta seria a única mediação da salvação que esperavam receber de Deus, não como um Dom gratuito e sim como um mérito de quem pratica o que Ele ordena. S. Paulo tenta mostrar a eles que agir assim é considerar como inútil a Encarnação de Cristo que, sendo Deus se fez homem, justamente para vencer a distancia infinita que já separava o homem de Sua criatura, mesmo antes do pecado original que alargou mais ainda nossa separação de Deus.

A Encarnação do Verbo de Deus, veio justamente, por iniciativa de Deus romper esta distancia infinita que dEle nos separava e que só Aquele que é infinito poderia romper.

O Evangelho de hoje é justamente a resposta à linda prece de Salomão que, séculos antes da Encarnação do Verbo já tinha conseguido vencer a mentalidade exclusivista da salvação de Deus que, como vemos na Segunda Leitura, nem depois da morte de Cristo tinha sido superada pelos ensinamentos que Ele já havia deixado de que todo aquele que nEle cresse haveria de ser salvo. Salomão pede que Deus não deixe de atender a prece de todos os estrangeiros que por ventura viessem a orar no templo que ele havia construído para Deus, tinha já uma certa consciência da salvação universal querida pelo Deus Único mas nem podia imaginar que o templo no qual todos os povos orariam ao Seu Deus e teriam respondidas suas orações não poderia ser limitado por espaço físico e geográfico pois chegaria o tempo e Cristo afirma que já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em Espirito e em verdade, ou seja, nem no templo de Jerusalém nem no templo de Garizim conforme a samaritana tinha proposto a Jesus, mas os verdadeiros adoradores, que são aqueles que creem em Cristo adoram o Pai em qualquer lugar já que pelo Batismo se tornam templos de Deus, bastando se recolher no interior de seus corações para com Ele conversarem.

O centurião romano é um exemplo típico da única mediação necessária de Cristo para a salvação, dando-nos testemunho de uma fé convicta e humilde no poder ilimitado de Cristo que não está limitado a distancias pois tem consciência de que o poder de Cristo está subordinado à vontade do Todo Poderoso Deus de Israel ao qual todos devem obedecer, assim como ele obedece ao seu superior te tem subordinados que lhe obedecem prontamente em tudo.

O comportamento do Centurião mostra não só o tamanho de sua fé como também o tamanho de sua humildade pois não somente se considera indigno de ir ao encontro de Cristo, como também, de que Ele entre em sua morada pois sabia que um judeu, ainda mais um rabino como Jesus ficava impuro ao entrar na casa de um pagão, por isso, com sua fé inabalável no poder de Deus que supera todas as distâncias e limites, suplica e obtem a cura, de seu servo à distancia, provocando admiração até mesmo em Cristo que exclama: “nem em Israel encontrei tamanha fé”.

“Ele merece que lhe faças este favor pois nos construiu uma sinagoga”. Embora os judeus achassem que o centurião merecesse o favor de Cristo o centurião, em sua humildade de se reconhecer pagão, não pertencente ao povo escolhido de Deus, não se reconhece merecedor e justamente essa sua humildade é que atrai as graças de Deus em seu favor.

“Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada mas dizei uma só palavra e meu servo será  curado”. Que possamos, neste ano da fé cultivar de tal modo nossa fé nas pequeninas coisas para que, como este centurião possamos conseguir de Deus todas as graças que o mundo precisa para se salvar, e que possamos nos colocar sempre em verdade diante de Deus para que exercitando nossa humildade possamos atrair sempre sobre nós o olhar deste Deus que Salomão na Primeira Leitura apresenta como o Salvador, “braço forte” para que o mundo inteiro possa conhecer e amar este Amigo que jamais nos decepciona. Amém.