XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A



A NECESSIDADE DA CRUZ



A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a “loucura da cruz”: o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz).
Na primeira leitura, um profeta de Israel (Jeremias) descreve a sua experiência de “cruz”. Seduzido por Jahwéh, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projectos. Nesse “caminho”, ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição… É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Jahwéh no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus.
A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência.
No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.



• Frente a frente, o Evangelho deste domingo coloca a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus). A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito; garante-nos que a vida só tem sentido se estivermos do lado dos vencedores, se tivermos dinheiro em abundância, se formos reconhecidos e incensados pelas multidões, se tivermos acesso às festas onde se reúne a alta sociedade, se tivermos lugar no conselho de administração da empresa. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade. Na minha vida de cada dia, estas duas perspectivas confrontam-se, a par e passo… Qual é a minha escolha? Na minha perspectiva, qual destas duas propostas apresenta um caminho de felicidade seguro e duradouro?

• Jesus tornou-Se um de nós para concretizar os planos do Pai e propor aos homens – através do amor, do serviço, do dom da vida – o caminho da salvação, da vida verdadeira. Neste texto (como, aliás, em muitos outros), fica claramente expressa a fidelidade radical de Jesus a esse projecto. Por isso, Ele não aceita que nada nem ninguém O afaste do caminho do dom da vida: dar ouvidos à lógica do mundo e esquecer os planos de Deus é, para Jesus, uma tentação diabólica que Ele rejeita duramente. Que significado e que lugar ocupam na minha vida os projectos de Deus? Esforço-me por descobrir a vontade de Deus a meu respeito e a respeito do mundo? Estou atento a esses “sinais dos tempos” através dos quais Deus me interpela? Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projectos pessoais?

• Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus? Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser baptizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre… Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.

• O que é “renunciar a si mesmo”? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a auto-suficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.

• O que é “tomar a cruz”? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.
(extraído do blog PORTAL DOS DEHONIANOS).
21° DOMINGO DO TEMPO COMUM - A

                                                                     
TU ÉS PEDRO!
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

No centro da reflexão que a liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum nos propõe, estão dois temas à volta dos quais se constrói e se estrutura toda a existência cristã: Cristo e a Igreja.
O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n’O como “o Messias, Filho de Deus”. Dessa adesão, nasce a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves – isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.
A primeira leitura mostra como se deve concretizar o poder “das chaves”. Aquele que detém “as chaves” não pode usar a sua autoridade para concretizar interesses pessoais e para impedir aos seus irmãos o acesso aos bens eternos; mas deve exercer o seu serviço como um pai que procura o bem dos seus filhos, com solicitude, com amor e com justiça.
A segunda leitura é um convite a contemplar a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus que, de forma misteriosa e às vezes desconcertante, realiza os seus projectos de salvação do homem. Ao homem resta entregar-se confiadamente nas mãos de Deus e deixar que o seu espanto, reconhecimento e adoração se transformem num hino de amor e de louvor ao Deus salvador e libertador.


 O Evangelho de hoje pode dividir-se em duas partes. A primeira, de carácter mais cristológico, centra-se em Jesus e na definição da sua identidade. A segunda, de carácter mais eclesiológico, centra-se na Igreja, que Jesus convoca à volta de Pedro.
Na primeira parte (vers. 13-16), Jesus interroga duplamente os discípulos: acerca do que as pessoas dizem dele e acerca do que os próprios discípulos pensam.
A opinião dos “homens” vê Jesus em continuidade com o passado (“João Baptista”, “Elias”, “Jeremias” ou “algum dos profetas”). Não captam a condição única de Jesus, a sua novidade, a sua originalidade. Reconhecem, apenas, que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão – como os profetas do Antigo Testamento… Mas não vão além disso. Na perspectiva dos “homens”, Jesus é, apenas, um homem bom, justo, generoso, que escutou os apelos de Deus e que Se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes d’Ele (vers. 13-14). É muito, mas não é o suficiente: significa que os “homens” não entenderam a novidade do Messias, nem a profundidade do mistério de Jesus.
A opinião dos discípulos acerca de Jesus vai muito além da opinião comum. Pedro, porta-voz da comunidade dos discípulos, resume o sentir da comunidade do Reino na expressão: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (vers. 16). Nestes dois títulos resume-se a fé da Igreja de Mateus e a catequese aí feita sobre Jesus. Dizer que Jesus é “o Cristo” (Messias) significa dizer que Ele é esse libertador que Israel esperava, enviado por Deus para libertar o seu Povo e para lhe oferecer a salvação definitiva. No entanto, para os membros da comunidade do Reino, Jesus não é apenas o Messias: é também o “Filho de Deus”. No Antigo Testamento, a expressão “Filho de Deus” é aplicada aos anjos (cf. Dt 32,8; Sal 29,1; 89,7; Job 1,6), ao Povo eleito (cf. Ex 4,22; Os 11,1; Jer 3,19), aos vários membros do Povo de Deus (cf. Dt 14,1-2; Is 1,2; 30,1.9; Jer 3,14), ao rei (cf. 2 Sm 7,14) e ao Messias/rei da linhagem de David (cf. Sal 2,7; 89,27). Designa a condição de alguém que tem uma relação particular com Deus, a quem Deus elegeu e a quem Deus confiou uma missão. Definir Jesus como o “Filho de Deus” significa, não só que Ele recebe vida de Deus, mas que vive em total comunhão com Deus, que desenvolve com Deus uma relação de profunda intimidade e que Deus Lhe confiou uma missão única para a salvação dos homens; significa reconhecer a profunda unidade e intimidade entre Jesus e o Pai e que Jesus conhece e realiza os projectos do Pai no meio dos homens. Os discípulos são convidados a entender dessa forma o mistério de Jesus.
Na segunda parte (vers. 17-20), temos a resposta de Jesus à confissão de fé da comunidade dos discípulos, apresentada pela voz de Pedro. Jesus começa por felicitar Pedro (isto é, a comunidade) pela clareza da fé que o anima. No entanto, essa fé não é mérito de Pedro, mas um dom de Deus (“não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim o meu Pai que está nos céus” – vers. 17). Pedro (os discípulos) pertence a essa categoria dos “pobres”, dos “simples”, abertos à novidade de Deus, que têm um coração disponível para acolher os dons e as propostas de Deus (esses “pobres” e “simples” estão em contraposição com os líderes – fariseus, doutores da Lei, escribas – instalados nas suas certezas, seguranças e preconceitos, incapazes de abrir o coração aos desafios de Deus).
O que é que significa Jesus dizer a Pedro que ele é “a rocha” (o nome “Pedro” é a tradução grega do hebraico “Kephâ” – “rocha”) sobre a qual a Igreja de Jesus vai ser construída? As palavras de Jesus têm de ser vistas no contexto da confissão de fé precedente. Mateus está, portanto, a afirmar que a base firme e inamovível sobre a qual vai assentar a Ekklesia de Jesus é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professam: a fé em Jesus como o Messias, Filho de Deus vivo.
Para que seja possível a Pedro testemunhar que Jesus é o Messias Filho de Deus e edificar a comunidade do Reino, Jesus promete-lhe “as chaves do Reino dos céus” e o poder de “ligar e desligar”. A entrega das chaves equivale à nomeação do “administrador do palácio” de que falava a primeira leitura: o “administrador do palácio”, entre outras coisas, administrava os bens do soberano, fixava o horário da abertura e do fechamento das portas do palácio e definia quais os visitantes a introduzir junto do soberano… Por outro lado, a expressão “atar e desatar” designava, entre os judeus da época, o poder para interpretar a Lei com autoridade, para declarar o que era ou não permitido, para excluir ou reintroduzir alguém na comunidade do Povo de Deus. Assim, Jesus nomeia Pedro para “administrador” e supervisor da Igreja, com autoridade para interpretar as palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos de Jesus a novas necessidades e situações, e para acolher ou não novos membros na comunidade dos discípulos do Reino (atenção: todos são chamados por Deus a integrar a comunidade do Reino; mas aqueles que não estão dispostos a aderir às propostas de Jesus não podem aí ser admitidos).
Trata-se, aqui, de confiar a um homem (Pedro) um primado, um papel de liderança absoluta (o poder das chaves, o poder de ligar e desligar) da comunidade dos discípulos? Ou Pedro é, aqui, um discípulo que dá voz a todos aqueles que acreditam em Jesus e que representa a comunidade dos discípulos? É difícil, a partir deste texto, fazer afirmações concludentes e definitivas. O poder de “ligar e desligar”, por exemplo, aparece noutro contexto, confiado à totalidade da comunidade e não a Pedro em exclusivo (cf. Mt 18,18). Provavelmente, o mais correcto é ver em Pedro o protótipo do discípulo; nele, está representada essa comunidade que se reúne à volta de Jesus e que proclama a sua fé em Jesus como o “Messias” e o “Filho de Deus”. É a essa comunidade, representada por Pedro, que Jesus confia as chaves do Reino e o poder de acolher ou excluir. Isso não invalida que Pedro fosse uma figura de referência para os primeiros cristãos e que desempenhasse um papel de primeiro plano na animação da Igreja nascente, sobretudo nas comunidades da Síria (as comunidades a que o Evangelho de Mateus se destina).
 Quem é Jesus? O que é que “os homens” dizem de Jesus? Muitos dos nossos conterrâneos vêem em Jesus um homem bom, generoso, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros vêem em Jesus um admirável “mestre” de moral, que tinha uma proposta de vida “interessante”, mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns vêem em Jesus um admirável condutor de massas, que acendeu a esperança nos corações das multidões carentes e órfãs, mas que passou de moda quando as multidões deixaram de se interessar pelo fenómeno; outros, ainda, vêem em Jesus um revolucionário, ingénuo e inconsequente, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “status quo”. Estas visões apresentam Jesus como “um homem” – embora “um homem” excepcional, que marcou a história e deixou uma recordação imorredoira. Jesus foi, apenas, um “homem” que deixou a sua pegada na história, como tantos outros que a história absorveu e digeriu?
 Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Defini-l’O dessa forma significa reconhecer em Jesus o Deus que o Pai enviou ao mundo com uma proposta de salvação e de vida plena, destinada a todos os homens. A proposta que Ele apresentou não é apenas uma proposta de “um homem” bom, generoso, clarividente, que podemos admirar de longe e aceitar ou não; mas é uma proposta de Deus, destinada a tornar cada homem ou cada mulher uma pessoa nova, capaz de caminhar ao encontro de Deus e de chegar à vida plena da felicidade sem fim. A diferença entre o “homem bom” e o “Messias, Filho de Deus”, é a diferença entre alguém a quem admiramos e que é igual a nós, e alguém que nos transforma, que nos renova e que nos encaminha para a vida eterna e verdadeira.
 “E vós, quem dizeis que Eu sou?” É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência… Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir… Quem é Cristo para mim?
 É sobre a fé dos discípulos (isto é, sobre a sua adesão ao Cristo libertador e salvador, que veio do Pai ao encontro dos homens com uma proposta de vida eterna e verdadeira) que se constrói a Igreja de Jesus. O que é a Igreja? O nosso texto responde de forma clara: é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”. Que lugar ocupa Jesus na nossa experiência de caminhada em Igreja? Porque é que estamos na Igreja: é por causa de Jesus Cristo, ou é por outras causas (tradição, inércia, promoção pessoal…)?
 A Igreja de Jesus não existe, no entanto, para ficar a olhar para o céu, numa contemplação estéril e inconsequente do “Messias, Filho de Deus”; mas existe para O testemunhar e para levar a cada homem e a cada mulher a proposta de salvação que Cristo veio oferecer. Temos consciência desta dimensão “profética” e missionária da Igreja? Os homens e as mulheres com quem contactamos no dia a dia – em casa, no emprego, na escola, na rua, no prédio, nos acontecimentos sociais – recebem de nós este anúncio e este convite a integrar a comunidade da salvação?
A comunidade dos discípulos é uma comunidade organizada e estruturada, onde existem pessoas que presidem e que desempenham o serviço da autoridade. Essa autoridade não é, no entanto, absoluta; mas é uma autoridade que deve, constantemente, ser amor e serviço. Sobretudo, é uma autoridade que deve procurar discernir, em cada momento, as propostas de Cristo e a interpelação que Ele lança aos discípulos e a todos os homens.
(Extraido do blog Portal dos Dehonianos)
        VIGÍLIA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA



POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

“A morte foi tragada pela vida. Ó morte onde está a tua vitória?” Esta pergunta da Segunda Leitura nos põe, de cheio dentro do sentido da celebração da Solenidade de hoje, pois se com a ressurreição de Cristo esta pergunta já se aplicava perfeitamente pois Seu corpo, que já havia três dias estava sepultado, ou seja, quando, para os judeus havia certeza de que uma pessoa realmente tivesse morrido, saiu ileso da decomposição que começa imediatamente após a morte, é com a Assunção de Maria que esta pergunta acima exposta adquire todo seu sentido, pois Maria é o primeiro ser humano, já que Jesus não deixou de ser Deus após ter se encarnado, que ressuscitou dentre os mortos e, o primeiro e o único que está no Céu em corpo e alma, os demais santos estão no Céu, apenas com suas almas, seus corpos, por mais santos que e incorruptos que tenham sido, todos, aguardam a ressurreição do último dia quando, novamente a alma de todos os falecidos será unida ao corpo refeito por Deus para receber a recompensa eterna, segundo as obras de cada um.
“morte onde está o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado”, ora, se O Anjo chamou Maria de “cheia de graça”, então nEla não havia espaço para a desgraça que é  o pecado, então a morte não podia ter poder sobre Ela tanto como não teve sobre Jesus, por ser O Santo dos Santos, por ser Deus. Assim, era necessário que após Sua dormição, que é o modo como a Igreja chama Seu passamento deste mundo para o outro, Ela fosse imediatamente elevada ao Céu pois convém que tudo o que pertence ao filho, seja também da Mãe, Ora, se O Filho de Deus preparou para si uma Mãe sem pecado, como poderia permitir que Ela conhecesse as consequências do pecado se no Evangelho de hoje lemos que “muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”, querendo nos dizer que Maria é mais feliz por ter como ninguém, ouvido e praticado a Palavra de Deus podendo assim acolhe-lA Encarnada em Seu Ventre por isso Ela é a Nova Arca da Nova e Eterna Aliança que merece todo nossa honra e respeito e culto já que A Palavra de Deus diz que todas as gerações devem proclamá-lA Bem Aventurada, como leremos no Evangelho de amanhã, respondendo a Isabel que A elogiou: “Feliz és tu que acreditou pois em ti serão cumpridas todas as promessas do Senhor”. Ninguem acreditou como Maria por isso ninguém recebeu a recompensa que Ela recebeu, o privilégio único de ir em corpo e alma para junto de Seu Filho, imediatamente ao deixar este mundo. Isso é o que celebramos hoje e será uma digna celebração a Deus, autor da obra prima que é Maria, tanto quanto mais estivermos dispostos a escutar e praticar a Palavra de Deus para chegarmos onde Ela chegou.
         HOMILIA DO 18° DOMINGO COMUM - ANO A


                                                                                

"CORAGEM! SOU EU"!
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

A Liturgia de hoje traz uma palavra para todos os que estão passando por tribulações em sua vida. Por mais que pareçam que são fantasmas que estão lhe rondando e que vc está sendo abandonado por Deus, eu tenho uma coisa para lhe dizer, um recado do próprio Deus: “coragem! Sou Eu! Não tenhais medo”! Mas como? Voce poderá perguntar. É O Senhor que me visita no meio desta tempestade de problemas e tribulações? Então Ele sabe de tudo o que me está acontecendo e sendo Todo- Poderoso não faz nada? Pensei que Ele estivesse dormindo ou que se havia esquecido de mim! Calma, eu lhe  respondo. Vejamos o que nos ensina O Evangelho de hoje, sobre como nos devemos comportar quando a tribulação nos visita.
1°. Não se esquecer de que Deus é onisciente, ou seja, que conhece, que sabe, que vê todas as coisas perfeitamente, tal como são, ao mesmo tempo e inteiramente, tanto que, o Evangelho de hoje afirma que embora Jesus estivesse orando veio em socorro dos seus fiéis discípulos, no momento em que Dele necessitavam, embora possamos supor que os tenha deixado sofrer por um tempo o medo da ameaça do vento e das ondas, para que jamais se esqueçam que, embora Ele não esteja visível conosco nunca nos abandona, muito menos no momento dos perigos, se não tiver chegado ainda a melhor hora para partirmos deste mundo, pois vemos nos Atos dos Apóstolos inúmeras provas de livramentos milagrosos experimentado pelos Apóstolos, no entanto, quando chegou a hora de darem testemunho com seu sangue, Deus não deu livramento milagroso mas concedeu Fortaleza extraordinária para dar a maior prova de amor que é dar a vida testemunhando sua fé.
2°. Não se esquecer que Deus é onipresente, ou seja está em todos os lugares ao mesmo tempo, portanto, está aí, agora, do teu lado apenas esperando que você clame por Ele dizendo, como Pedro: “Senhor, salva-me!” e o que foi que Pedro experimentou ao ter clamado por Ele? O Evangelho de hoje diz que apenas Ele clamou e a mão de Cristo veio em socorro de Pedro que se afogava em meio as ondas. Muitas vezes Deus parece demorar em se fazer notar, sim digo em se fazer notar porque Ele é onipresente, prometeu que estará conosco todos os dias até o fim do mundo, portanto, quando demora em se manifestar é somente para nos lembrar de clamar por Ele pois, na maioria das vezes quando tudo vai bem ou nos esquecemos de Deus, ou nos esquecemos de nossa total dependência dEle, então, faz-se necessário que Ele permita que experimentemos um pouquinho das consequências dos pecados, nem sempre pessoais, para que na provação adquiramos um grau a mais de fé, necessária para progredirmos sem parar na perfeição necessária para chegarmos ao Céu e nos unir com Ele, O Santo dos Santos, eternamente. Essa meta de perfeição quem nos colocou foi o próprio Jesus: “Sede perfeitos como o Vosso Pai é perfeito”.
3. Que embora o Senhor possa se manifestar também por meio de uma tempestade, na verdade Ele é como a brisa suave na qual se revelou ao Profeta Elias como vemos na 1° Leitura, Ele é Todo Poderoso mas o Salmo 102 diz que Ele se compadece de nós porque sabe do barro que somos feitos, por isso não nos castiga em proporção a nossas culpas. Deus não estava no fogo, nem no furacão nem no terremoto, porque prefere se revelar como uma criancinha na manjedoura ou na fragilidade de um derrotado crucificado porque quer ser obedecido por ser amado e não por Sua força e Poder.
Ele nunca abandona os amigos, nós é que O abandonamos por isso experimentamos perigos, porque nos colocamos longe dEle que é a Nossa Fortaleza. Não podemos nos esquecer que os discípulos estavam no barco por obediência a Ele que os havia mandado embarcar e ir na frente dEle enquanto despedia as multidões, mas a afirmação de que a tempestade tenha se acalmado assim que Ele subiu no barco pode ser vista como uma insinuação de que devemos levá-lO sempre no barco de nossas vidas se quisermos experimentar a paz no meio das tribulações. Talvez os discípulos tenham se esquecido de leva-lo junto, por estarem demasiado acostumados com Sua presença física se houvessem esquecido de que Deus é espírito, e onipresente.


XVII° DOMINGO DO TEMPO COMUM - A
                                                                         
                                                         
                                        A MULTIPLICAÇAO DOS PÃES
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

Como a vida humana sobre a terra é uma preparação para o encontro definitivo com Deus, a Liturgia de hoje nos traz o segredo para que possamos caminhar com mais segurança de estar no rumo certo do Céu, pois, para que possamos estar capacitados a ser um com Deus eternamente Ele se dá inteiramente a nós na Comunhão Eucarística da qual a multiplicação dos pães é a figura.
O Evangelho de hoje nos narra como Jesus na Sua imensa compaixão até se esqueceu do tempo que empregou para alimentar aquela multidão que, talvez com medo de perdê-lO nem se preocupou em levar o alimento nem mesmo em ir embora comer provando uma outra afirmação de Cristo que diz: "não só de pão vive o homem mas de toda a Palvra que sai da boca de Deus" e é por isso que quando Seus discípulos lhe observam que já se faz tarde e O aconselham a despedir a multidão para que possam ir "comprar alimento", Nosso Senhor lhes responde: "dai-lhes vós mesmos de comer" como se dissesse: "não só de pão vive o homem mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus", o que significa dizer que para termos o Pão material é preciso a Palavra Criadora de Deus que não cessa de providenciar todo alimento necessário para cada um de Seus filhos, ao mesmo tempo, significa que só terá condições de se alimentar do pão material, quem se alimentar da Palavra de Deus sem a qual pode-se perder a tal ponto o sentido da vida que sobrevindo uma depressão em alto grau, não só tira todo apetite, como também pode levar ao suicídio. Não só de pão vive o homem também significa que sem a Eucaristia, pão e vinho transubstanciados em Corpo e Sangue de Cristo pela Palavra de Deus, ninguém pode alcançar a vida eterna pois tanto os que comungam na Igreja Católica como os que não creem na Eucaristia e que alcançarão a vida eterna por seguir a lei da Consciência em todos colocada por Deus, se salvarão pelas graças que jorram da Mesa de Eucaristia, por meio da Igreja Católica.
O Milagre da Multiplicação dos pães revela a solicitude e misericórdia de Deus que cuida de todos os Seus filhos e que não deixa faltar nada para aqueles que em primeiro lugar o buscam, como Ele mesmo diz: "buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado", por isso a Primeira Leitura, também prefigurando a Eucaristia diz: vinde a mim, inclinai o vosso ouvido e saciai-vos e alimentai-vos bem, porque gastar dinheiro com aquilo que não sustenta e alimenta? o que significa dizer que só Cristo preenche todos os anseios do coração humano e fora dEle nada nos sustenta.
Na Segunda Leitura, o quanto Deus nos amou em Jesus Cristo São Paulo pergunta: "Quem nos separará do amor de Cristo?" Tribulação, angústia ou perigo? Não, podemos responder porque O Todo Poderoso habita dentro de nós e "se Deus é por nós quem será contra nós". Perseguição ou espada? Não, pois O Todo Poderoso, na Cruz venceu por nós: "na verdade, somos mais que vencedores" Naquele que venceu por nós. "fome?" Não, Pois Deus se fez alimento que nos sustenta para a vida eterna!!