Homilia 23 Domingo do Tempo comum ano C: LIVRES E FIEIES EM CRISTO

Na Liturgia de domingo passado aprendemos que todos são convidados para o Banquete do Reino inclusive os pobres, cegos, aleijados e estropiados, o que jamais poderia ser imaginado no contexto do tempo de Jesus, no domingo de hoje a Liturgia nos diz o porque todos os excluídos são convidados e nos ensina também as condições para que neste banquete sejam admitidos a todos independentemente de sua condição neste mundo e Jesus coloca tres condições: a primeira é que a nada anteponhamos a Cristo que podemos resumir na palavra renúncia, renúncia a tudo o que antes de conhecermos a Cristo estava em primeiro lugar em nossas vidas para colocá-lO em primeiro lugar. Como este não é um caminho fácil Nosso Senhor nos coloca a segunda exigência, a da prudência  contando duas parábolas: a do homem que inicia, sem planejamento a construção de uma casa e não a podendo terminar, sofre a chacota de seus amigos e a parábola do general que sai para o combate sem antes examinar se o número de seus homens é suficiente para enfrentar o efetivo que vem contra ele, sendo terrivelmente derrotado ao constatar que o número de inimigos e muito superior ao seu efetivo. Com ecoloca então, a segunda condição ou exigência para se ser admitido no banquete do Reino: a prudência, isso porque o imprudente pode, no entusiasmo do primeiro momento de contato com Cristo, fascinado pela Sua proposta absolutamente inclusiva, fazer promessas que não dará conta de cumprir, como a que se requer no momento da adesão à Cristo, quando no Batismo fazemos as renúncias. Sem a prudência, corremos o risco de dois graves perigos o primeiro é o de pedirmos o batismo e nos dizermos cristãos e não estarmos ainda em condições de fazer todas as renúncias exigidas, e, com nosso comportamento, escandalizarmos não só os irmãos na fé, com nossas incoerências, como também os do mundo que, pensando que nossa conduta é a normal de todo cristão, por nossa causa, venha a se excluir do convite à conversão. 
As duas parábolas propostas por Jesus não foram escolhidas ao acaso mas são as que servem melhor para nos dar uma ideia do que siginifica ser seu discípulo para entrar no banquete de Seu Reino. Já que o discipulado de Cristo realmente como a construção de uma casa
Tendo esplanado sobre a segunda condição, detenhamo-nos agora, antes de passarmos à terceira, a examinar mais detidamente na primeira condição pois esta renúncia, Cristo a específica em três categorias: 1. Renúncia aos parentes, trata-se de um problema que os cristãos estavam enfrentando no tempo em que Lucas escreveu este evangelho e que, décadas antes Jesus já havia profetizado aconteceria com os cristãos de todos os tempos, a perseguição dos familiares não convertidos aos membros de sua família que se tornavam cristãos como o próprio Cristo disse em outra passagem: "vim trazer a divisão pois de agora em diante numa mesma família ficarão divididos a sogra contra a nora e a nora contra a sogra o pai contra o filho e o filho contra o pai ...." Embora esta condição não se refira somente as perseguições dos familiares, mas também a escolha que muitos cristãos teriam que fazer devido à sua vocação de deixar a família para abraçar a vida sacerdotal, monástica ou missionária, o que é certo é que Cristo está nos ensinando que nada devemos antepor a Ele, nem mesmo as pessoas que mais amamos que são nossos familiares! Nem mesmo pai, esposa ou filhos! Trata se da consequencia pratica do mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas; 2. A segunda renúncia é a própria vida pois seguir a Cristo significa imita lo em tudo, em seu modo de viver que foi se consumindo para nos dar a vida eterna, dando a vida na cruz pela nossa salvação, esta deve ser a atitude do discípulo pois quem ficar apegado na sua vida egoisticamente não suportará viver no Amor eternamente pois é pela doação que nos tornamos semelhantes Àquele com o qual queremos viver para sempre; 3. A terceira renúncia é a renúncia aos bens já que se não tivermos uma atitude constante de desapego a eles eles nos escravizarão a tal ponto que se tornará para nos como um Deus e Cristo deixou bem claro que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo pois ter um senhor significa que ele tem direitos absoluto sobre nós, o que significa ser dele servo exclusivo.
Tendo discorrido sobre as duas primeiras exigências para se entrar no banquete do reino, passemos agora a terceira: o abraçar a própria Cruz para seguir a Jesus, o que significa aceitar com amor todas as dificuldades próprias vocação que cada um de nós recebeu, cada um no seu Estado de vida. Não podemos seguir a Cristo reclamando das contradições próprias de nossa vocação. Ninguém é obrigado a fazer voto a Deus mas se fizer que os cumpra porque de Deus não se zomba, diz o eclesiástico, ora, sabemos que o Batismo e um voto de ser discípulo de Cristo e filho de Deus, então, se fomos livres para pedir o Batismo, que sejamos coerente com as implicações deste nosso voto feito a Deus, que sendo Senhor de todos se fez nosso escravo pelo que, na segunda leitura São Paulo pede a Filemon que abra mão de seu escravo fugitivo e o deixe ser livre já que ele era escravo de seus pecados pelos quais merecia um castigo eterno do qual Cristo nos livrou pagando nossas dívidas. Em Cristo não há escravos ou livres e sim irmãos filhos de um mesmo Pai, se o escravo era considerado uma ferramenta de trabalho, Paulo pede que Filemon renuncie a um bem para ser coerente com sua nova condição de discípulo do amor que não faz distinção entre as pessoas. 
Somente uma sabedoria vindo do Próprio Deus nos dá condições para entender o Reino que Cristo vem inaugurar e leva lo até as últimas consequências e isso o que nos ensina a Primeira Leitura convidando nos a pedi la a Deus para que cumpramos a Palavra de hoje. Amém.























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