HOMILIA DO 27 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C: SE TIVERDES FÉ!

POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD 

Como temos estudado neste ano o Evangelho de S. Lucas que concebe a vida de Jesus como uma grande caminhada rumo a Jerusalém, onde consumará sua missão neste mundo, a Liturgia de hoje nos traz o tema da fé necessária para não nos escandalizarmos da Cruz, modo que Deus escolheu para que o Messias Prometido nos libertasse da raiz de toda escravidão que é o pecado. 
Quantos de nós nunca sentiu sua fé ameaçada ao se confrontar com experiências chocantes de violência com nossos queridos como o Profeta Habacuc na Primeira Leitura? Ele viveu no  interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado… Deus, em resposta, confirma a sua intenção de actuar no mundo, no sentido de destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o momento oportuno, de acordo com o seu projecto; ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o “tempo de Deus”. Não se sabe quase nada sobre esse profeta mas menção dos “caldeus” (Hab 1,6) parece situar a proclamação de Habacuc na época em que os babilónios, depois de desmembrarem o império assírio, procuravam impor o seu domínio aos povos de Canaan. Estaríamos, pois, nos finais do séc. VII a.C.… O rei de Judá é, nesta altura, Joaquim (609-598 a.C.). Trata-se de um rei fraco, incompetente, que explora o povo, que deixa aumentar as injustiças e cavar um fosso cada vez maior entre ricos e pobres; além disso, o rei desenvolve uma política aventureirista de alianças com as super-potências da época… Apesar das simpatias pró-egípcias de Joaquim, Judá sente já o peso do imperialismo babilónio e vê-se obrigado a pagar um pesado tributo a Nabucodonosor. Prepara-se a queda de Jerusalém nas mãos dos babilónios, a morte de Joaquim, a deportação do seu filho e sucessor Joaquin (que reinou apenas três meses – cf. 2 Re 24,8) e a partida para o exílio de uma parte significativa da classe dirigente de Judá (primeira deportação: 597 a.C.). Portanto o profeta terá que esperar mais de quinhentos anos para ver respondida sua oração quando, Deus enviaria Seu Filho para que todo aquele que nele cresse tivesse a vida eterna onde não haverá mais injutiças. 
No Evangelho de hoje, tendo terminado  a parábola do rico e do pobre Lázaro Jesus ensinou as duas ultimas exigências  para os que O querem seguir, a de perdoar sempre, o que chocou tanto os discípulos que estes pedem a Jesus que lhes aumente a fé. Jesus aproveita essa ocasião para contar a parábola do servo inútil ensinando-nos que a última exigência para segui-lO é a fé,  exigência esta, que engloba e resume todas as que Jesus mensionou anteriormente.
Para mostrar que por pequena que pareça ser a fé que temos, ela já é suficiente até para transportar montanhas compara a fé que precisamos para segui-lo com um grão de mostarda, sugerindo que não é Deus que tem a incumbência de aumentar a nossa fé mas nós mesmos pois, assim como o grão de mostarda e a menor das sementes mas que, semeada torna-se a maior das hortaliças conhecidas de então, mostra para com a nossa fé se aplica a mesma lei da semeadura e da colheita, quem tem o trabalho de plantar e cultivar vai colher certamente pois a semente da fé é de excelente qualidade já que é um dom de Deus. Neste sentido, a segunda leitura nos apresenta o modo como podemos ver aumentar a nossa fé pois o autor escreve para o bispo Timóteo numa época em que as heresias haviam se infiltrado de tal forma nas comunidades cristãs que fazia-se necessário não só o bispo reavivar o ministério que recebera pela imposicao de suas mãos como também o de proteger a fé dos fiéis fazendo um compendio das verdades recebidas dos apóstolos que deveria ser sempre ensinado. Assim existem muitos meios de progredirmos na fé além deste destacado na segunda leitura que é o de recorrer sempre às Escrituras onde se encontra o conteúdo de nossa fé, o de protegê-la de tudo o que a põe em risco, como as heresias que hoje são veiculadas por tantas e tantas seitas, músicas, livros e programas de tv e sites da internet. 
Ao pedido a Jesus que lhes aumente a fé Jesus ensina que o dom da fé que recebemos de Deus no dia do nosso batismo já é suficiente para coisas que impressionariam o mundo e a nós próprios mas se a quisermos ver aumentada precisamos protege la e cultiva-la pela assídua leitura e estudo da Palavra de Deus, pela oração onde através da intimidade com Deus nossa amizade com Ele vai aumentando nossa confiança na Sua Santíssima Vontade e finalmente, podemos aumentar nossa fé quando, no exercício de nossa missão não exigirmos direitos de Deus pois não há nada de bom em nós que dEle não tenhamos recebido pelo que Ele resiste aos soberbos mas da sua graça aos humildes, ou seja, àqueles que, mesmo sendo servos fiéis que fazem sempre tudo o que teem que fazer nunca presumem direitos nenhum perante Deus e se reconhecem servos inúteis já que Deus se basta a si mesmo e não precisa de nossos serviços, mas nós dá a graça de servi-lo para nos conceder o privilégio de nós assemelharmos mais e mais a Ele que sendo O Próprio amor se fez servo de todos. Amém. 












HOMILIA DO 26 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C - A ETERNIDADE SE DECIDE AQUI

POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD
Como no Domingo passado Jesus contou uma Parábola para advertir-nos sobre o fato de que, neste mundo somos apenas administradores dos bens que temos a nossa disposição, a Liturgia deste 26 domingo do tempo comum nos traz outra parábola que nos exemplifica como será o destino eterno dos que administram mal suas riquezas.
Na Primeira leitura fica claro que no tempo do Profeta Amós os que residiam nas partes ricas do país não se importavam com os que padeciam a miséria nas partes pobres e anuncia o exílio como castigo, imagem do eterno exílio onde viverão todos aqueles que vivem neste mundo despreocupados das necessidades do seu próximo como o rico epulao da parábola que hoje Cristo nos propõe que, de tão escravo do pecado da gula, se tornou insensível às necessidades do pobre Lázaro que tentava se alimentar das migalhas que caiam de sua mesa.
Depois que Jesus tinha terminado de contar a parábola do administrador desonesto, como vimos no domingo passado, Lucas afirma que os fariseus, amigos do dinheiro que consideravam sua riqueza como sinal da benção de Deus, ao passo que desprezavam os pobres por considera los amaldiçoados por Deus, zombavam de Jesus então Jesus, para chama los a realidade conta-lhes está parábola que vem muito a propósito neste mês da Bíblia para nos chamar a responsabilidade que temos de conhecer A Verdade sem nos deixar modelar por ela, como os fariseus. Isto vemos nesta Parábola quando o o rico depois de sua morte, atormentado pelas chamas roga ao Pai Abraao pedindo que mande Lázaro Lázaro ir advertir seus parentes para que não fossem parar naquele lugar de tormentos ao que Jesus lhe responde que se eles não escutam Moisés e Elias, que era um dos termos usados para se referir as Sagradas Escrituras, na época não adiantava nem os mortos ressuscitarem para se comunicar com eles que não se converteriam. Essa resposta de Jesus, com certeza, foi direto na consciência dos fariseus que apesar de conhecer a Palavra de Deus estavam vivendo como o rico desta parábola proposta por Jesus, sem se preocupar com as necessidades dos pobres. 
Como já sabemos que tudo na Bíblia deve ser lido em relação a todo o seu conteúdo, esta parábola não pode ser lida isoladamente para que compreendamos que se o pobre Lázaro foi para o Céu não foi somente pelo fato ter sido pobre mas, com certeza, pelo modo como viveu sua pobreza pois a Palavra de Deus ordena que nos contentemos com o que temos (13,1-6) e ordena que não murmuremos (ICor.10,1-13). Ou seja, não é a pobreza que garante a salvação mas o modo como a vivemos do contrário Jesus não teria dito bem aventurados os pobres em espírito mas simplesmente os pobres porque os pobres em espírito são aqueles que, sendo ricos ou pobres não se apegam a nada neste mundo nem se deixam escravizar pela ganância. Contudo Cristo também afirmou que dificilmente um rico entrará no Reino de Deus afirmando duas coisas, primeiro, que não é impossível um rico se salvar  portanto não podemos afirmar que o rico da parábola hoje proposta tenha se condenado somente por ter sido rico como afirmam os teólogos comunistas que se dizem catolicos e podemos concluir também que não foi somente por ter sido pobre que Lázaro se salvou mas com certeza, pelo fato de ter aceitado resignadamente sua Pobreza, sem ódio aos ricos como propõe os ditos teólogos da libertação, com certeza também Lázaro se salvou porque não  questionou Deus que apesar do fato de nenhuma folha cair de uma árvore sem que Ele não queira, sabe o que é melhor para nossa salvação e se permite uns nascerem na abundância e outros na miséria é porque pobreza ou riqueza não são benção nem maldição mas são dons de Deus que devemos saber administrar para que sejamos salvos já que se formos analisar na perspectiva evangélica o rico terá muito mais dificuldade em se salvar por causa das muitas ocasiões de tentação que terá que enfrentar, então o pobre é muito mais agraciado por Deus do que os ricos pois tem mais ocasiões de mortificar a vontade egoista que domina o homem depois do pecado original. 
Assim, essa parábola proposta por Jesus exemplifica perfeitamente o que é que Jesus queria dizer no domingo passado para usarmos nossos bens para fazer amigos neste mundo que nos receberão no Céu pois no Céu não há ingratidão e se o rico da parábola tivesse ajudado o pobre Lázaro com certeza O Pai Abrãao teria permitido não somente que Lázaro lhe refrescasse a língua mas também Lázaro teria o que alegar para interceder pela sua salvação antes que ele caísse no lugar de tormentos eternos.

















I formum saleteano


HOMILIA DO 25 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C: ADMINISTRADORES DE DEUS

POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD
Em relação à nossa salvação os bens mateiriais representam um perigo tão grande que nos seus últimos ensinamentos na subida para Jerusalém, essa é a segunda vez que Jesus trata deste tema ensinando-nós hoje que ninguém é dono de nada que possui neste mundo. Tudo, pobreza ou fartura, beleza ou feiura é dom de Deus dos quais somos apenas administradores. É neste sentido que Jesus conta hoje a parábola do administrador infiel a qual, para entedendermos bem é preciso saber que no tempo de Jesus os administradores eram escravos apenas dotados para essa função, portanto não tinham direito a salário por isso Nosso Senhor na Parábola de hoje não está elogiando a desonestidade deste administrador e sim sua esperteza em abrir mão de sua comissão para fazer amigos que lhe valerão no momento da adversidade. 
Assim são 5 as atitudes que a liturgia de hoje nos propõe em relação aos bens deste mundo sendo que três são tiradas desta parábola: 1. Os filhos da luz devem ser, na administração de seus bens, tanto quanto ou mais espertos que os filhos deste mundo pois os filhos deste mundo visam somente o bem estar neste mundo ao passo que os filhos da Luz são assim chamados porque são filhos dAquele que se intitulou A Luz do Mundo justamente por ser A Sabedoria encarnada e a fonte de todo conhecimento e visão uma recompensa eterna e não apenas o bem estar passageiro deste mundo que termina com a morte. 2. A segunda atitude proposta por Cristo  com a parábola de hoje está contida neste ensinamento: "Fazei amigos com o dinheiro injusto a fim de que no dia em que faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos". Nosso Senhor exorta-nós a ter a mesma esperteza que os filhos deste mundo teem em administrar os bens terrenos já que os bens que somos chamados a administrar são eternos, são os únicos bens que poderemos levar deste mundo, que são as boas obras que podemos fazer em favor dos necessitados pois se eles forem para o Céu antes de nós tornar-se-ão nossos intercessores junto à Deus pois no Céu não há ingratidão, já que esta atitude não combina com a condição necessária para lá entrar que é a santidade. 3. terceira atitude proposta por Jesus: "quem é fiel nas pequeninas coisas também o será nas grandes e quem é fiel no pouco também o será no muito". Aqui Nosso Senhor nos convida a não nos convida a ser honestos em tudo porque se relaxarmos naquilo que nos parecer mínimo abriremos precedente para coisas mais graves já que qualquer desonestidade por mínima que possa parecer ser é um pecado venial e que a Bíblia diz que "um abismo atrai outro abismo" para dizer que para cairmos num pecado mortal basta consentirmos num pecado venial que satanás sempre usará como brecha para entrar em nosso coração e nos seduzir com tentações em matérias mais graves. 4. A quarta atitude dos cristãos em relação aos bens deste mundo nos é proposta na Primeira Leitura onde o profeta Amós repreende os ricos que ficam torcendo para passar logo o sábado que pensavam guardar em obediência e honra a Deus maquinando como fazer para traspassar os pobres no dia seguinte. O profeta adverte que Deus jamais esquece as injustiças que se faz aos pobres, porque, como Cristo diz: tudo o que fazemos ao menor dos nossos irmãos é a Ele que o fazemos. O culto que agrada a Deus é a justiça que dá a Deus o que é de Deus e a cada um o que lhe é devido. Se somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai devemos nos tratar uns aos outros com o respeito e a honestidade que todos merecem. 5. A quinta lição nós é apresentada pela Segunda Leitura onde O Apóstolo nos exorta a rezar por todos principalmente para os que nos governam dos quais depende o bem-estar da nação inteira. No contexto do Evangelho podemos interpretar que o perigo da corrupção ao qual as riquezas nos expõe e tão grande e forte precisamos rezar uns pelos outros para que a idolatria do dinheiro não nos desvie dos bens eternos, especialmente os governantes que lidam com muito dinheiro, que são um bem público. Como diz o ditado: "a ocasião faz o ladrao"e sabemos que ninguém mais dos que os políticos são expostos às tentações que o dinheiro apresenta.
Sendo assim Cristo conclui o Evangelho de hoje duas perguntas e com um princípio geral: primeira pergunta: "portanto, se não fostes fiéis quanto ao dinheiro iníquo quem vos confiará o verdadeiro bem? Ou seja só vai ganhar o verdadeiro bem que é o Céu quem tiver administrado bem o dinheiro que quase sempre é  sempre iníquo por ser manchado de injustiças, já que nada é nosso, são dons dados por Deus para o bem de todos. A segunda pergunta: "se não fostes fiéis em relação ao dinheiro alheio, quem vos dará o que é vosso". O dinheiro que temos, por mais que tenhamos ganho honestamente não nos pertence, nos foi dado para fazer o bem para os outros a começar em nossa família, o que quer dizer que quem for egoista pensando só em si, não recebera a única coisa que nos cabe por direito, a salvação eterna comprada pelo Sangue de Cristo, pois só suportará a luz dAquele que é Justo quem tiver sido justo neste mundo. 
Finalmente a conclusão geral de Jesus que é um princípio geral, que vale para todas as circuntancias é este: "ninguém pode servir a Deus ao dinheiro" pois só se serve a um Senhor já que Senhor significa aquele que tem direito a dedicação exclusiva e total de seus servos sendo que o Único e verdadeiro Senhor é o Nosso Criador que ainda por cima nos resgatou da escravidão na qual nós havíamos metido por culpa própria, só a Ele então vale a pena servir neste mundo e no outro.


























HOMILIA DO 22 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

A HUMILDADE E A GRATUIDADE, ROUPA DO BANQUETE CELESTIAL

POR PE. TARCISIO AVELINO, OMD 

A Liturgia de hoje, continua a nós ministrar os ensinamentos de Jesus antes de dar Sua vida na Cruz onde por amor de cada um de nós ocupará o último de todos os lugares, morrendo a morte destinada aos piores criminosos para pagar o preço o salário de nosso pecado.
A Bíblia revela que fomos criados por Deus mas desde o princípio o homem usou de sua liberdade para se excluir do convívio íntimo com Deus que desfrutava no Paraíso. Desde então Deus não cessou de enviar convites de reconciliação convidando a humanidade a participar do banquete que O Pai preparou para todos os Seus filhos Pródigos e é neste sentido que Nosso Senhor, no Evangelho de hoje, aproveita-se do banquete no qual se encontrava para nos ensinar as vestes necessárias para entrar neste banquete, fornecendo, ao mesmo tempo, uma chave de leitura para o que em breve está para realizar na cruz, da qual se escandalizam todos os que não entendem a lógica da mensagem desta parábola do banquete nupcial. 
A Primeira Leitura do Livro do Eclesiástico traz a exortação de um pai a Seu filho, ensinando que quanto maior ele fosse um dia pela projeção que pudesse vir a ter perante a sociedade, mais humilde ele deveria ser, por dois motivos, primeiro pela experiência comprovado de que o soberbo pode levar vantagem neste mundo mas não goza da amizade de ninguém já que sua prepotência o leva a desprezar os outros ao passo que o humilde, tem mais amigo do que os ricos que usam de suas riquezas para fazer o bem. É essa leitura se encerra com o segundo argumento a favor da humildade, dizendo que Maior que Deus não há, no entanto Ele se compraz em ser servido pelos humildes. De fato, se Deus é a fonte de todas as virtudes, Ele é a fonte de toda humildade o que se comprova pelo fato de, mesmo sendo O Senhor de todos não se cansa de nos servir em todos os sentidos, para nos criando o planeta e todo o universo com suas leis inteiramente programadas para o bem do homem e, como se não bastasse, quando o homem elevou ao infinito, pelo pecado, a distância que o separava de Deus, Deus se rebaixou três vezes para nos alcançar no abismo de nossa miséria, primeiro, vindo a nós como uma criancinha, os mais desprezados na cultura de Jesus, segundo, se dando a nós na Eucaristia pela ficou se rebaixou a condição de alimento e ficou conosco mudo e imóvel, prisioneiro do nosso amor até o fim dos tempos e, finalmente, na cruz do calvário, onde aceitou ser vítima da maldade humana até as últimas consequências, para nos revelar a hediondidade do homem sem Deus e até onde vai o amor gratuito de Deus por cada um de nós. É esta humildade de Deus revelada em Jesus Cristo que a Segunda Leitura invoca para nos alertar para a imensa responsabilidade diante da Nova Aliança que Deus, em Jesus Cristo selou conosco, na singeleza do modo como se encarnou para nos alcançar, totalmente diferente do modo como selou a Primeira Aliança no Sinai, com manifestações tão terríveis de Sua Santidade, Majestade e Poder que o povo e até Moisés suplicaram não mais se manifestasse. Isto é uma advertência para nos lembrar que não é porque Deus tenha ocultado, em Jesus Cristo, para não nos intimidar de aceitar seu convite, que nós podemos protelar a aceitação de Seu chamado pois assim como o povo judeu desprezou o convite e Deus mandou seu servo Jesus sair pelas encruzilhadas chamar os mendigos, cegos, coxos e aleijados, símbolo de como os judeus consideravam os pagãos, nós uma vez convidados podemos ser rejeitados por Deus se desprezarmos esse convite como fizeram os judeus.
Nós estamos vivendo no tempo da Graça, ainda há lugar no banquete e Deus ainda está convidando para as núpcias que terão lugar no fim do mundo quando Ele mesmo quer saciar todos os anseios de nosso coração como um noivo que desposa sua bem amada.
As desculpas descabidas que os primeiros convidados apresentaram para não comparecer ao banquete, na parábola de Jesus, representa o tremendo desprezo a Deus quando assim agimos, já que na cultura de Jesus, rejeitar um convite significava total desconsideração do convidado para com o anfitrião tanto que a fúria daquele que convidou se justifica em ter respeitado o costume que havia, já que não se tinha muito atenção com os horários, de enviar um servo para relembrar ao convidado o compromisso assumido uma vez que a festa era planejada de acordo com os convites aceitos. A ira do anfitrião da parábola se explica pelo fato do tempo e dinheiro desperdiçados num banquete para o qual os convidados já haviam aceitado o convite, comprometendo se em comparecer. 
O fato de que o anfitrião diga que não quer que fique nenhum lugar vago a mesa significa o quanto Ele ama a cada um de nós e nos espera para se dar a nós por toda a eternidade no Céu pois as iguarias do banquete será Ele mesmo.


























HOMILIA DO 24 DOMINGO DO TEMPO COMUM-C: O AMOR DE DEUS

    
POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD 
Na Liturgia de hoje Jesus continua sua catequese enquanto sobe a Jerusalém onde está para dar a maior prova do amor de Deus pela humanidade jamais vista até então, por isso se aproveita do escnadalo dos fariseus por Seu relacionamento com os pecadores para contar as três Parábolas da Misericórdia de Deus por meio das quais tem o objetivo de nos oferecer as características do amor de Deus por cada um de nós.
Neste sentido todas as parábolas tem algo em comum que é a importância de cada pessoa para Deus a ponto de que Ele seja representado pelo pastor que, ilogicamente, deixa as noventa e nove ovelhas no deserto para ir atrás de uma só que se perde,  arriscando sua vida para salvá-la, e Deus está para fazer isso pois Cristo é o Bom Pastor que veio arrancar cada um de nós das garras de um lobo tão feroz que deixa suas marcas profundas no corpo de Cristo na cruz. Jesus também compara Deus a uma mulher que vasculha a casa inteira para procurar uma só moeda que se perde, mostrando a solicitude de Deus em procurar por cada filho seu que se perde. E finalmente na Parbola do Filho Pródigo Cristo ressalta principalmente a festa do reencontro do filho que também aparece nas outras duas parábolas para ressaltar a alegria imensa de Deus quando um só pecador se converte.  Mas para que não corramos o risco de interpretar erroneamente essas Parábolas achando, por exemplo, que Deus não seja justo aceitando simplesmente o arrependimento do filho mais novo que, será novamente feito herdeiro em detrimento da herança que deveria ser do filho mais velho, é preciso entender que a misericórdia de Deus não exclui Sua justiça, não é possível que o amor seja injusto pois Deus ama a cada pessoa como se fosse filho único por isso não pode simplesmente perdoar nossas faltas sem exigir justiça aos nossos semelhantes que sempre são prejudicados com nossos pecados porque se Deus ama o que peca e o perdoa, também ama o que foi lesado pelos nossos pecados e deseja lhe fazer justiça. Então como foi possível que o pai da Parábola tenha simplesmente perdoado as terríveis consequências do pecado do filho mais novo é simplesmente o tenha acolhido no banquete que simboliza a Vida Eterna??? E aqui que entra a Primeira Leitura onde vemos a justiça de Deus em ação querendo castigar um povo que, mesmo depois de experimentar Sua intervenção no sentido de liberta-lo da escravidão, o traiu exatamente no momento em que estava selando com ele uma Aliança de amor. No entanto a Primeira Leitura nos ensina que quando Deus intervém com os castigos merecidos por nossos pecados que despreza Seu Amor e Sua justiça e por dois motivos, o primeiro é para acordar  as consciências adormecidas no pecado, pelo temor de Deus que provoca o arrependimento que atrai Sua Misericórdia, e, ao mesmo tempo, para despertar a compaixão dos pecadores mais adiantados na perfeição, como Moisés, para os assemelhar mais a Si pelo despertamento da misericórdia que move à intercessão que obtém a salvação para nossos semelhantes e, ao mesmo tempo nos faz uma luz para que outros desejem imitar a misericórdia do Pai. É também neste sentido que na primeira Parábola a da Ovelha Perdida aprendamos que não tem pecado que o Pai não perdoe, bastando somente que nos arrependamos e nos convertamos, como o filho pródigo o fez, deixando-se condenar pela sua consciência e empreendendo do humilhante caminho de retorno. E que O Pai deu Seu Filho, O Bom Pastor para vir atrás de cada um de nós dando sua vida para nos resgatar das garras do Lobo. A justiça que Deus deveria fazer em cada um de nós Ele a fez em Seu Filho que veio pagar nossos pecados. Estamos todos perdoados, desde que aceitemos a Redenção operada pelo Sangue de Cristo e assumamos O Senhorio que Ele já tinha sobre cada um por ser nosso Criador, muito mais agora que se tornou nosso redentor.
A segunda Leitura é um exemplo vivo do filho mais velho que, na parábola representa os fariseus que questionavam a misericórdia de Jesus pois Paulo era um fariseus que perseguia de morte os cristãos mas reconhece que o fato de Deus ter vindo ao Seu encontro na etrada de Damasco foi a pura misericórdia de Deus que queria fazer dele um exemplo do que Deus pode fazer com aqueles que, reconhecendo seus erros pede perdão.


















Homilia 23 Domingo do Tempo comum ano C: LIVRES E FIEIES EM CRISTO

Na Liturgia de domingo passado aprendemos que todos são convidados para o Banquete do Reino inclusive os pobres, cegos, aleijados e estropiados, o que jamais poderia ser imaginado no contexto do tempo de Jesus, no domingo de hoje a Liturgia nos diz o porque todos os excluídos são convidados e nos ensina também as condições para que neste banquete sejam admitidos a todos independentemente de sua condição neste mundo e Jesus coloca tres condições: a primeira é que a nada anteponhamos a Cristo que podemos resumir na palavra renúncia, renúncia a tudo o que antes de conhecermos a Cristo estava em primeiro lugar em nossas vidas para colocá-lO em primeiro lugar. Como este não é um caminho fácil Nosso Senhor nos coloca a segunda exigência, a da prudência  contando duas parábolas: a do homem que inicia, sem planejamento a construção de uma casa e não a podendo terminar, sofre a chacota de seus amigos e a parábola do general que sai para o combate sem antes examinar se o número de seus homens é suficiente para enfrentar o efetivo que vem contra ele, sendo terrivelmente derrotado ao constatar que o número de inimigos e muito superior ao seu efetivo. Com ecoloca então, a segunda condição ou exigência para se ser admitido no banquete do Reino: a prudência, isso porque o imprudente pode, no entusiasmo do primeiro momento de contato com Cristo, fascinado pela Sua proposta absolutamente inclusiva, fazer promessas que não dará conta de cumprir, como a que se requer no momento da adesão à Cristo, quando no Batismo fazemos as renúncias. Sem a prudência, corremos o risco de dois graves perigos o primeiro é o de pedirmos o batismo e nos dizermos cristãos e não estarmos ainda em condições de fazer todas as renúncias exigidas, e, com nosso comportamento, escandalizarmos não só os irmãos na fé, com nossas incoerências, como também os do mundo que, pensando que nossa conduta é a normal de todo cristão, por nossa causa, venha a se excluir do convite à conversão. 
As duas parábolas propostas por Jesus não foram escolhidas ao acaso mas são as que servem melhor para nos dar uma ideia do que siginifica ser seu discípulo para entrar no banquete de Seu Reino. Já que o discipulado de Cristo realmente como a construção de uma casa
Tendo esplanado sobre a segunda condição, detenhamo-nos agora, antes de passarmos à terceira, a examinar mais detidamente na primeira condição pois esta renúncia, Cristo a específica em três categorias: 1. Renúncia aos parentes, trata-se de um problema que os cristãos estavam enfrentando no tempo em que Lucas escreveu este evangelho e que, décadas antes Jesus já havia profetizado aconteceria com os cristãos de todos os tempos, a perseguição dos familiares não convertidos aos membros de sua família que se tornavam cristãos como o próprio Cristo disse em outra passagem: "vim trazer a divisão pois de agora em diante numa mesma família ficarão divididos a sogra contra a nora e a nora contra a sogra o pai contra o filho e o filho contra o pai ...." Embora esta condição não se refira somente as perseguições dos familiares, mas também a escolha que muitos cristãos teriam que fazer devido à sua vocação de deixar a família para abraçar a vida sacerdotal, monástica ou missionária, o que é certo é que Cristo está nos ensinando que nada devemos antepor a Ele, nem mesmo as pessoas que mais amamos que são nossos familiares! Nem mesmo pai, esposa ou filhos! Trata se da consequencia pratica do mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas; 2. A segunda renúncia é a própria vida pois seguir a Cristo significa imita lo em tudo, em seu modo de viver que foi se consumindo para nos dar a vida eterna, dando a vida na cruz pela nossa salvação, esta deve ser a atitude do discípulo pois quem ficar apegado na sua vida egoisticamente não suportará viver no Amor eternamente pois é pela doação que nos tornamos semelhantes Àquele com o qual queremos viver para sempre; 3. A terceira renúncia é a renúncia aos bens já que se não tivermos uma atitude constante de desapego a eles eles nos escravizarão a tal ponto que se tornará para nos como um Deus e Cristo deixou bem claro que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo pois ter um senhor significa que ele tem direitos absoluto sobre nós, o que significa ser dele servo exclusivo.
Tendo discorrido sobre as duas primeiras exigências para se entrar no banquete do reino, passemos agora a terceira: o abraçar a própria Cruz para seguir a Jesus, o que significa aceitar com amor todas as dificuldades próprias vocação que cada um de nós recebeu, cada um no seu Estado de vida. Não podemos seguir a Cristo reclamando das contradições próprias de nossa vocação. Ninguém é obrigado a fazer voto a Deus mas se fizer que os cumpra porque de Deus não se zomba, diz o eclesiástico, ora, sabemos que o Batismo e um voto de ser discípulo de Cristo e filho de Deus, então, se fomos livres para pedir o Batismo, que sejamos coerente com as implicações deste nosso voto feito a Deus, que sendo Senhor de todos se fez nosso escravo pelo que, na segunda leitura São Paulo pede a Filemon que abra mão de seu escravo fugitivo e o deixe ser livre já que ele era escravo de seus pecados pelos quais merecia um castigo eterno do qual Cristo nos livrou pagando nossas dívidas. Em Cristo não há escravos ou livres e sim irmãos filhos de um mesmo Pai, se o escravo era considerado uma ferramenta de trabalho, Paulo pede que Filemon renuncie a um bem para ser coerente com sua nova condição de discípulo do amor que não faz distinção entre as pessoas. 
Somente uma sabedoria vindo do Próprio Deus nos dá condições para entender o Reino que Cristo vem inaugurar e leva lo até as últimas consequências e isso o que nos ensina a Primeira Leitura convidando nos a pedi la a Deus para que cumpramos a Palavra de hoje. Amém.