EPIFANIA DO SENHOR


POR: PE. TARCISIO AVELINO
  Encerrando o tempo do Natal, todos os anos a Igreja nos convida a meditar no mistério da manifestação do Senhor ao mundo.

Embora sendo Deus terrível em grandeza, beleza, poder, força e majestade, Ele se revelou ao mundo na fragilidade de uma criançinha à qual aqueles que mais deveriam estar preparados para nela reconhecer a visitação de Deus, por causa de seu orgulho estava cega, como os demais no mundo que viviam nas trevas do pecado.     Quem O reconheceu foram as pessoas que para os judeus não eram tidas em conta na sociedade por não conseguirem praticar os muitos ritos de culto a Deus que haviam acrescentado na Lei, tão simples dos dez mandamentos que Deus nos havia dado através de Moisés no Monte Sinai.

“Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz”

 essa profecia da primeira leitura se cumpriu em Jesus. Ele é a Luz do mundo, que, encarnando-se no seio de Maria, trouxe ao mundo a compreensão do caminho que leva Ao Pai. Assim como o caminho pelo qual, dEle nos afastamos foi o orgulho, Cristo, na manjedoura do presépio, Cristo nos mostra que o caminho pelo qual a Deus voltamos é o caminho da humildade. Cristo é a Luz do mundo porque toda a sua vida nos ensinou uma lição de humildade, por isso Ele é O Caminho e é exatamente por isso que, ao longo destes dois mil anos, temos visto se cumprir integralmente essa profecia de Isaías contida na Primeira Leitura: “Todo esse reuniram e vieram a ti (...) pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio das nações (...) virão trazendo ouro, incenso e proclamando a glória do Senhor”. De fato, os magos que hoje, vemos se inclinando diante desta criança e oferecendo seus presentes, são os primeiros de um cortejo que perdura nestes dois mil e doze anos nos quais tanto em Jerusalém quanto em Roma a sede da nova Jerusalém que é a Igreja, vemos as riquezas das nações sendo trazidas para decorar as Igrejas e monumentos em honra dAquele que se encarnou, que se aniquilou tão baixo para nos alcançar no abismo de nosso pecado e de nosso orgulho.

Isso é a Epifania, é o reconhecimento por parte das nações, deste Deus que vem a nós tão frágil e tão pequenino. “Esse mistério Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesa da herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Seu Evangelho”. Foi isso que Cristo veio fazer, veio trazer a salvaçao a todos, mediante o perdão de todas as dívidas que tínhamos para com Deus, sofrendo em si as conseqüências dos pecados de todos. Neste sentido, a rejeição dos judeus, povo por Ele escolhido para revelá-lO às nações, se tornou uma benção para todos os pagãos que hoje são cristãos, graças à fuga dos apóstolos de Cristo que, sendo judeus tiveram que abandonar sua terra por causa da perseguição de seus conterrâneos que rejeitaram Jesus, obrigando-os a se abrigar em outras nações nas quais sua vida foi o maior anúncio da vinda do Salvador, ocasionando as conversões de todos os membros da Igreja ao longo dos séculos.

Os magos representam as nações do mundo inteiro que haveriam de aderir a Cristo pela luz da estrela que deve ser a vida de cada cristão, também denominados de luz do mundo pelo próprio Cristo.