NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
Neste Quinto domingo da Páscoa, para
consolar seus discípulos pela notícia que receberam de Jesus no sentido que se
aproximavam da hora de sua partida Jesus os consola ensinando que parte apenas
visivelmente diante deles mas que nunca os deixará e que a partir de agora
devem ter com Ele um relacionamento de fé do mesmo jeito que se relacionam com
Deus, depois de Suam morte e ressurreição devem também se relacionar com Ele
pela fé, revelando-se novamente do mesmo modo que Deus se apresentara a Moisés
na Sarça ardente afirma Sua identidade divina: EU SOU.
Jesus começa com palavras fortes: “Não
se perturbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim”
Jesus assinala a atitude fundamental
com a qual os discípulos devem afrontar a situação da separação à confiança.
Esta exortação vale, não só para os discípulos, mas também para todos aqueles
que crerão depois. Estes últimos se encontram na mesma situação daqueles
discípulos, para os quais não só Deus senão também Jesus mesmo agora se faz
invisível para aos olhos mortais.
Diante deste fato, os discípulos não
devem deixar-se impressionar, perder a compostura, para andar preocupados ou
inquietos. Justo agora devem ter seu mais sólido fundamento e seu
inquebrantável apoio em Deus e em Jesus.
Só na fé serão capazes de enfrentar
esta situação. Jesus falou varias vezes do “crer” como resposta a seus sinais e
como caminho de acesso à vida eterna. Agora que eles não o verão mais, o “crer”
dos discípulos é até mais necessário.
“Vou preparar um lugar”.
A referencia a “muitas moradas” na casa do Pai, expressa ante tudo a idéia de
uma morada permanente. A metáfora não descreve a Jesus arrumando um quarto
senão construindo uma casa: assim como os que se amam, constroem casa para
viver juntos. Na frase há duas pistas importantes:
Para Jesus a morte é um retorno à
casa do Pai: Exaltado e glorificado, ele estará para sempre na comunhão
perfeita com o Pai. Jesus estará sempre na perfeita comunhão com o Pai. Nesta
“morada” serão acolhidos os discípulos de Jesus. Os discípulos têm sua pátria
definitiva não sobre esta terra senão em Deus (no céu).
Jesus não vai abandonar seus
discípulos senão preparar-lhes um lugar junto ao Pai. Vem então para levá-los
consigo e estar em união eterna com eles: “Voltarei e os tomarei comigo,
para que onde eu estiver estejais também vós” . É importante que
os discípulos não se fiem só no fato de que Jesus morra de tal morte e que não
já não esteja com eles. Eles devem ver com fé o fim, ou seja, que tudo aquele
que Jesus já levou a cabo está orientado a sua comunhão perene com Ele e com o
Pai.
Para isso há que pôr-se no caminho
Mas, este dom de Jesus, não pode
levar o discípulo a acomodar-se. Há que pôr-se em movimento no “caminho”
indicado por Ele em suas palavras,obras e tudo o que aprenderam na convivência
com Ele. Isso é o que Jesus quer dizer com a imagem do “caminho”: “Aonde
eu vou sabeis o caminho” . Mas, vem em seguida uma grande
revelação.
Como se acaba de anotar, na primeira
parte acerca do dom da Páscoa, poderia dar a impressão de que os discípulos
permanecem passivos e que sejam simplesmente conduzidos por Jesus ao Pai. O
ensino agora é que os discípulos não podem permanecer parados. Devem agora
mover-se por si mesmos.
Por isso Jesus os instrui sobre o
caminho para chegar ao Pai: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim” .
As características desta revelação: “Eu Sou”
Esta é a sexta vez neste Evangelho
que Jesus se apresenta com um solene “Eu Sou”. Como cada vez que se define com
a expressão “Eu sou”, também aqui, Jesus nos demonstra que em sua pessoa está
presente Deus como doador de salvação para nós. O maior dom que Deus nos fez (e
que nos é manifestado por Jesus) é o fato de poder nos elevar a Ele. Deus está
escondido para nós, é inacessível (“A Deus ninguém jamais viu”), porém
não exclui a possibilidade de que cheguemos a Ele (“Porém o Unigênito, que
estava no seio do Pai, Ele nos revelou”). Em Jesus, Deus mesmo está
presente ante nós em sua verdadeira realidade.
“O Caminho”
O caminho é o mesmo Jesus. Já na parábola do Bom Pastor, ele havia dito: “Eu
sou a porta: se entras por mim, estará
salvo” . Nós não podemos salvar-nos por nós mesmos, esta
possibilidade é inaccessível para nós. Há um único acesso à salvação: Jesus em
pessoa. A salvação consiste na união com Deus graças ao acesso que Jesus nos da
a esta comunhão. Como é a única porta, assim Jesus é também o único “Caminho”
para o Pai, enquanto é a “Verdade” e a “Vida”.
“A
Verdade”
“Ele é a Verdade” significa que só
por meio d’Ele se pode conhecer o mistério de Deus. Só por meio de Jesus, em
sua realidade de Filho, se revela que Deus é realmente Pai e vive desde sempre
em uma afetuosa comunhão com este Filho. Jesus é a perfeita revelação do Pai.
“A Vida”
“Ele é a Vida” significa que temos a
união com Deus Pai, e portanto a verdadeira vida eterna, só através da união
com Jesus. Ele é a fonte de vida
Deus é inacessível a nós em sua
verdadeira realidade de Pai. Também é claro que com nossas forças não podemos
chegar por nenhum caminho até Ele. Só Jesus é o “caminho”.
Então, por meio de Jesus alcançamos a
revelação completa sobre nossa origem e nosso destino (que tem o rosto de um
“Pai” gerador de vida e plenitude da mesma); e não só o sabemos senão que o
ganhamos: n’Ele está a “Vida”.
Só por meio de Jesus nos concede o
conhecimento e a vida do Pai: “Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Enquanto só Jesus é o Filho unigênito
que está a par com Deus, só Ele é a porta de acesso ao Pai. Todos os outros caminhos
não levam ao Pai. Jesus é o único caminho que conduz à meta.
Nós não podemos chegar ao Pai com
nenhum outro guia. Só por meio de Jesus obtemos o conhecimento de Deus e a
união com Ele em sua verdadeira realidade de Pai.
Na terceira parte, que agora
abordamos, Jesus assinala sua profunda unidade com o Pai. Em sua resposta a
Felipe, Jesus torna claro de que modo Ele é o caminho que conduz ao Pai. Felipe
lhe pede: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta” .
Felipe parece estar pensando em uma
teofania, em uma visão direta de Deus, em uma experiência extraordinária.
Jesus não é “caminho” enquanto
transmite fenômenos e experiências excepcionais deste tipo. Mas, do modo que aqui
experimentam os discípulos: com suas palavras e suas obras, com a vida comum
entre si. É enquanto Verbo de Deus feito carne, com seu aspecto humano pleno de
humildade.
A única maneira de abordar e recorrer
esta via é a fé. Para quem tem fé lhes disse: “Quem que me vê, vê o Pai” . Quem reconhece pela fé a Jesus como Filho, logra em seguida pela fé o
Pai. Só para quem crer que Jesus é o caminho, continuará sendo até quando não
estiver visivelmente entre os seus.
A relação com Jesus não é como a que
se tem com um amigo, mas vai além: vai ao conhecimento pleno do mistério de
Deus e cujo fundo é seu rosto paterno, e também a relação mesma com este Deus
descoberto em sua tremenda intimidade de Pai, uma relação que gera vida eterna.
Aquele Pai que Tomé deseja conhecer
com todo seu ser, é o máximo da felicidade, da proteção, da ternura. Por isso
disse: “nos basta”.
(Adaptado do texto de Pe. Fidel
Oñoro, cjm Centro Bíblico del CELAM)
"Na casa de Meu Pai há muitas Moradas" Os Teresinianos Mensageiros de Nossa Senhora de Fatima é uma dessas abençoadas MORADA. Venha conhecer a Fundação do Padre Tarcísio em Marabá Pará ente em Contato: avelino41s@gmail.com
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