HOMILIA DO IX DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

BASTA UMA PALAVRA
POR: PE. TARCISIO AVELINO, OMD 
Iniciamos com este nono domingo do tempo comum do ano C, uma série de intervenções de Jesus em favor de pessoas especiais no Evangelho, iniciando hoje com o milagre de Jesus em favor do servo do centurião de Cafarnaum.
Mas o que era um centurião? Tratava-se de um chefe de um destacamento de guardas composto por cem soldados confirmando os dados históricos de que cafarnaum, cidade que Jesus escolheu por lar e base de seu apostolado era uma cidade importante na época não só por sua posição estratégica geograficamente falando como também porque só em cidades importantes havia uma centúria de guardas romanos para manter a ordem, lembrando que Roma dominava Israel no tempo de Jesus.
Qual é a lição que a Liturgia de hoje nos oferece? A lição de que Jesus é o salvador de todos os povos e nações, como Ele mesmo disse "Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida, ninguém vai Ao Pai senão por mim", e essa lição se torna praticamente importante no contexto atual em que vivemos onde no interior da própria Igreja que Jesus fundou existe uma corrente de pessoas que estão confundindo o respeito que devemos ter por todas as crenças com o fato de que não precisamos evangelizar pois todas as religiões são boas. Realmente o Concílio Vaticano II ensinou que em todas as religiões e culturas existem sementes da verdade que dispõem as pessoas de boa vontade presente em todas elas à salvação, no entanto, daí a concluir que não podemos evangelizar devido ao respeito às outras crenças significa negar completamente O Evangelho que é a base da fé católica! Pois estar-se-ia negando as palavras de Jesus que ordenou: “Ide e fazei discípulos meus entre todas as nações” (Mt 28,19). Esta é a nossa tarefa, a nossa missão: formar discípulos de Cristo pois o estudo comparativo das religiões mostra claraemente que nem todas as religiões libertam o homem na mesma medida então nem todas as religiões são boas na mesma medida. Pelo aspecto filosófico podemos considerar que se existir uma religião melhor do que a outra esta religião seria a que tornasse o homem melhor enquanto ser humano como afirma santo Irineu: "a glória de Deus é o homem plenamente humano". Então para responder a esta pergunta faz-se necessário outra: e o que é que faz o homem mais plenamente humano? Aí podemos nos valer da história para responder que onde quer que tenha chegado  a civilização cristã, os homens passaram a conviver em maior harmonia e respeito uns pelos outros e, como católico posso afirmar que o que diferencia o cristianismo das outras religiões é que o Deus apresentado por Jesus, é O Amor e que este Amor nos ensinou a chamá-lo de Pai! Então sendo nós filhos do amor só nos realizaremos amando, ou seja, vivendo a essência daquilo que somos, filho do Amor é amor é amar é se doar! Como ninguém dá aquilo que não tem podemos supor que este centurião tenha sido muito amado na sua infância para poder ter tanta compaixão de um servo sendo que os romanos tratavam com desprezo seus servos e os descartavam quando não mais eram úteis. Esse amor, respeito e humildade que ele tinha pelos outros era comprovado também pelo fato de ter construído uma sinagoga para o povo que sua cultura estava dominando cultuar o Seu Deus. Como ele tenha chegado a fé não o sabemos mas podemos supor que, residindo na cidade em que Jesus morava, com certeza deve ter ouvido falar das curas que lá Jesus já tinha operado. E vendo o alto padrão moral do povo judeu se tenha convertido ao Deus Único e tenha chegado  à conclusão que que Jesus era o Messias por eles esperado.
Cafarnaum foi sensurada por Jesus quando ele disse que se em Sodoma e Gomorra se tivessem operado os milagres que lá Ele havia operado teriam se convertido é feito penitência. Então era um povo incrédulo e duro de coração. E foi lá que um estrangeiro mereceu ver tamanho milagre que tanto mais se acentua pelo tamanho da fé deste homem que, tinha tanta fé em Jesus ao ponto de considerar que todas as coisas, inclusive a enfermidade eram servos dEle é que, bastava uma Sua Palavra para que a enfermidade lhE obedecesse e se retirasse. E foi isso que aconteceu. Como ele já estava acostumadíssimo a dar ordens e vê las cumpridas mesmo à distância achou naturalíssimo que o mesmo se sucedesse com O Senhor dos Senhores, valendo-se deste recurso para livrar Jesus de se contaminar entrando na casa de um pagão, como previa a lei judaica.
Assim, supor que não precisamos evangelizar em respeito à crença dos outros é incorrer em excomunhão como São Paulo afirma na Segunda Leitura que se alguém pregar um evangelho diferente do que Jesus ensinou e os Apóstolos nos transmitiram seja excomungado pois não faz mais parte da comunhão com a religião que Cristo fundou, que é essencialmente missionária e proselitista no sentido positivo deste termo.
Neste sentido o Evangelho de hoje é uma resposta à oração de Abrãao que, na Primeira Leitura roga a Deus que se algum pagão recorresse a Deus pela fé na grandeza de Seu poder fosse por Deus atendido para que O Nome de Deus fosse honrado por todas as nações.
Se este centurião não tivesse conhecido Jesus com certeza seu servo teria morrido, que este fato nos conscientize da imensa responsabilidade que temos de evangelizar para que todos tenham vida plena pois quem ainda adora outro Deus que não seja O Deus Amor revelado por Cristo pensa que vive mas está morto, pois sem conhecer sua origem, ainda não sabe sua identidade de filho do Amor.


























Nenhum comentário:

Postar um comentário