HOMILIA DO 5° DOMINGO DA PÁSCOA ANO B


COMO OS RAMOS E OS FRUTOS NA VIDEIRA
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
As leituras deste domingo nos ajudam a refletir sobre o itinerário da vida cristã que começa com a conversão passa pela inserção no mistério de Cristo e culmina com o progresso na Caridade.
Assim, na Primeira Leitura vemos que os apóstolos só acreditam em S. Paulo quando Barnabé prova, pela narração dos fatos, a conversão de S. Paulo. Embora nem todos tenham tido a graça de uma conversão repentina, mesmo os que a têm, experimentam que  a conversão não é só o momento de passar da incredulidade para a fé e do pecado para a graça mas é um esforço quotidiano que durará até a morte pois sempre haverá mais para nos assemelharmos a Jesus, sempre é tempo de nos converter mais e mais em nossa mentalidade e em nossos hábitos, passando sempre do bom para o melhor na imitação das virtudes de Cristo e no combate aos vícios.
Pela conversão somos inseridos a Cristo e passamos a viver nEle, de sua vida, como lemos no Evangelho onde Ele compara esse mistério à videira e aos ramos que só podem produzir frutos se a ela permanecerem unidos como nós só podemos produzir frutos de conversão pessoal e frutos de conversão de novos discípulos para Cristo se permanecermos em Cristo o que significa dizer permanecermos em Sua Palavra, ou seja, obedecermos à Sua Palavra pois o pecado é justamente a desobediência que Dele nos separa.  Como lemos no Evangelho de hoje, "Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado" porque quem vive na obediência é porque ama e quem ama só pedirá aquilo que agradará ao amado porque só deseja agradar ao amado e conhece a vontade daquele que ama. Assim somos nós quanto mais amamos a Deus mais crescemos no Seu amor, e mais desejamos agradar a Ele e mais nos capacitamos a agradá-lO porque mais conhecemos Sua santíssima vontade, no entanto, na Segunda Leitura S. João nos exorta a não amarmos só com palavras mas com atos: "Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado." Ou seja, quem obedece os Mandamentos de Deus é aquele que guarda Sua Palavra, adquire tal confiança diante de Deus por não ter a consciencia pesada pela acusação que Sua oração certamente será atendida já que a confiança e a fé são o canal pelo qual Deus nos responde e se comunica conosco já que sabemos que "sem fé é impossivel agradar a Deus pois para se achegar a Ele, primeiro é necessário que se creia que Ele exista". Hebreus 11,6.
Então aprendemos que o que Cristo nos pede hoje é a permanencia nEle para que possamos produzir frutos que agradam ao Pai e que esta permanencia nEle se dá pelo amor que se traduz pela obediencia à Sua Palavra e pela Conversão que é adesão a Ele pela fé.

Então, em resumo, o que nos está sendo pedido é o amor pelo qual permanecemos em Cristo. Mas o que é o amor? Amar é se dar, a Deus pela oração, pelo culto e pela obediencia a Sua Palavra e ao próximo porque A Palavra de Deus no-lo ordena. A amarmos o próximo não só como a nós mesmos mas como O Próprio Cristo nos amou, como lemos na Segunda Leitura: "Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele." E nós fomos capacitados a isso não só porque "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado". Romanos5,5. Bem como porque para que nós pudessemos permanecer sempre Nele e Ele em nós se deu a nós na Eucaristia como lemos mais na frente neste mesmo Capítulo 6 de João no vs.56: "Aquele que come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e Eu nele." Só pode comungar da Eucaristia quem já vive em comunhão com Cristo pela obediência a Sua Palavra, por outro lado, só quem O recebe na Eucaristia vai, pouco a pouco se assemelhando a Ele e recebendo Suas virtudes até estarmos em condição de nos unir eternamente com Ele no Céu quando seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é.

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