A PALAVRA DO FUNDADOR
HOILIA DO 26° DOMINGO COMUM-A
                 
                   A VINHA DO SENHOR
OS FRUTOS QUE DEUS ESPERA DE NÓS
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, 
Estamos em Jerusalém, pouco tempo após a entrada triunfal de Jesus na cidade (cf. Mt 21,1-11). De hora para hora, cresce a tensão entre Jesus e os seus adversários. Os líderes judaicos pressionam Jesus, num esquema que apresenta foros de processo organizado. Adivinha-se, no horizonte próximo de Jesus, a prisão, o julgamento, a condenação à morte. Jesus está plenamente consciente do destino que lhe está reservado, mas enfrenta os dirigentes e condena implacavelmente a sua recusa em acolher o Reino.
O texto que nos é proposto faz parte de um bloco de três parábolas (cf. Mt 21,28-32. 33-43; 22,1-14), destinadas a ilustrar a recusa de Israel em aceitar o projecto de salvação que Deus oferece aos homens através de Jesus. Com elas, Jesus convida os seus opositores – os líderes religiosos judaicos – a reconhecerem que se fecharam num esquema de auto-suficiência, de orgulho, de arrogância, de preconceitos, que não os deixa abrir o coração e a vida aos desafios de Deus. O nosso texto é a segunda dessas três parábolas.
A “vinha” de que Jesus aqui fala é Israel – o Povo de Deus. O dono da “vinha” é Deus. Os “vinhateiros” são os líderes religiosos judaicos – os encarregados de trabalhar a “vinha” e de fazer com que ela produzisse frutos. Os “servos” enviados pelo “senhor” são, evidentemente, os profetas que os líderes da nação, tantas vezes, perseguiram, apedrejaram e mataram. O “filho” morto “fora da vinha” é Jesus, assassinado fora dos muros de Jerusalém.
Diante deste quadro, Jesus interpela directamente os seus ouvintes: “quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?”
Com o fato de que o dono da vinha a tenha tomado e dado a outro povo, Mateus quer sulinhar dois aspectos: Em primeiro lugar, ele explica dessa forma porque é que, na maioria das comunidades cristãs, os judeus – os primeiros trabalhadores da “vinha” de Deus – eram uma minoria: eles recusaram-se a oferecer frutos bons ao “senhor” da “vinha” e recusaram sempre as tentativas do “senhor” no sentido de uma aproximação e de um compromisso. Logicamente, o “senhor” escolheu outros “vinhateiros”. O que é decisivo, para a escolha de Deus, não é que os novos trabalhadores da “vinha” sejam judeus ou não judeus; o que é decisivo é que eles estejam dispostos a oferecer ao “senhor” os frutos que lhe são devidos e a acolher o “filho” que o “senhor” enviou ao seu encontro.
Em segundo lugar, Mateus exorta a sua comunidade a produzir frutos verdadeiros que agradem ao “senhor” da “vinha”. O Evangelho deste domingo, o de Mateus foi escrito no final do séc. I (década de 80); passou já o entusiasmo inicial e os crentes da comunidade de Mateus instalaram-se num cristianismo fácil, sem exigência, descomprometido, instalado. O catequista Mateus aproveita a oportunidade para exortar os irmãos da comunidade a que despertem, a que saiam do comodismo, a que se empenhem, a que dêem frutos próprios do Reino, a que vivam com radicalidade as propostas de Jesus.
 
A parábola fala de trabalhadores da “vinha” de Deus que rejeitam o “filho” de forma absoluta e radical. É provável que nenhum de nós, por um acto de vontade consciente, se coloque numa atitude semelhante e rejeite Jesus. No entanto, prescindir dos valores de Jesus e deixar que sejam o egoísmo, o comodismo, o orgulho, a arrogância, o dinheiro, o poder, a fama, a condicionar as nossas opções é, na mesma, rejeitar Jesus. E o que significa aceitar a Jesus? A Segunda Leitura diz: “Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim, o Deus da paz estará convosco.” Ou seja, o os frutos que Deus espera de Seu povo, o qual cercou de tantos cuidados enumerados tanto na Primeira Leitura quanto no Evangelho, vem da prática da Palavra, e as consequências, quando nos recusamos a dar os frutos da Palavra que escutamos a cada Missa que participamos são enumeradas no Evangelho de hoje e na Primeira Leitura: A primeira consequência nos é apresentada pelo Evangelho de hoje e foi o que Deus fez com Seu Povo eleito1. Tirar do povo a vinha e arrenda-la a outro, os pagãos dos quais fazemos parte, que é a Igreja. De fato, tudo o que aconteceu com o primeiro povo de Deus, os judeus, é um paradigma para nós, ou seja, acontece também com o novo povo de Deus, a Igreja, que somos todos nós.
As demais consequências de nossa má disposição em obedecer a Palavra de Deus nos são enumeradas pela Primeira Leitura no vs. 5: “Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha”:
2.”vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada.” Ou seja, os que se recusam a obedecer a Palavra de Deus e se negam a produzir os frutos que Ela nos pede, se retiram da proteção de Deus. O profeta diz que o vinhateiro retira o muro de proteção o que seria fatal para as cidades antigas, sempre à mercê de constantes ataques com a finalidade de apropriação dos bens, bem como seria fatal uma plantação sem cerca ser pisoteada e devorada pelos animais, como o agado, por exemplo.
3. A terceira consequencia para os que se recusam a pôr em prática a Palavra de Deus nos é narrada no vs 6: “Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela;” o que poderiamos comparar com a alma em estado de pecado mortal dentre os quais podemos destacar, no caso da Parábola deste domingo os pecados de omissão, preguiça e comodismo, que, dependendo de seu contexto, podem se revestir de extrema gravidade devido as terriveis consequencias que podem produzir não só para os outros como para a própria pessoa que, como lemos neste versículo vai se tornando como uma terra inculta onde crescem todo tipo de praga. Assim como as virtudes dependem umas das outras, não dá para conservar um só pecados na alma, sem que este não atraia muitos outros.
4. E finalmente a quarta consequencia tambem nos é narrada no vs. 6°: “não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela.” De fato, lemos no livro do Profeta Isaías Cap.59,1: “não é Deus que é surdo às vossas orações, são os vossos pecados que colocaram uma muralha entre vós e O Vosso Deus”. Por mais que pareça que seja Deus quem deixa de nos abençoar quando estamos no pecado mortal, na verdade, somos nós que com nosso pecado colocamos uma barreira que impede suas bençãos de nos alcançarem pois «Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos» (Mt 5,45). 
Uma vez tendo visto as consequências de não produzirmos os frutos que Deus espera dos que conhecem Sua Palavra resta-nos saber quais são os frutos que Ele espera de nós e como podemos produzir estes frutos, o que também nos é ensinado na Primeira e Segunda Leituras, respectivamente. Assim, lemos na Priemeira Leitura: “ eu esperava deles frutos de justiça  e eis injustiça; esperava obras de bondade e eis iniquidade.” Em primeiro lugar diz que os frutos que Deus espera de nós, Sua vinha, Seu povo são “frutos de Justiça” Mas o que é a justiça? É dar a cada um o que lhe é devido, ou seja, ao próximo o amor como Cristo nos amou e o amor a Deus sobre todas as coisas que implica, justamente, na obediência sem a qual é impossível produzir frutos em nós que são o combate aos vícios e a prática das virtudes de Cristo e para o próximo e para Deus que são justamente as boas obras, as obras de bondade que veremos a seguir.

Em segundo lugar “Obras de bondade” mas o que seria a bondade? Segundo a Bíblia é um dos frutods do Espírito Santo enumerados na lista de Gl 5.22, uma das virtudes que consta é a BONDADE: “Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade”. Mas o que é a bondade?  BONDADE é isso: cumprir um propósito – ser o que Deus queria que fosse. 
Deus fez você com um propósito. Quando você vive da maneira que Deus pretendeu que vivesse, você sente-se bem. Sua vida torna-se significativa – mas qual é a coisa boa para a qual Deus fez você?Ef 2.10 diz: “...ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós”.Não somos salvos por meio de boas obras; somos salvos para as boas obras mas pela graça de Deus em Jesus Cristo e pela nossa fé nEle, no entanto, seremos julgados pelas nossas obras que são parte dos frutos que Deus espera de nós, juntamente com os frutos da justiça.(o estilo de vida do cristão é de BONDADE).
Esse é o estilo de vida que Deus quer para você!

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