XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM C












O PODER DA ORAÇÃO
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

A Liturgia de hoje gira em torno da importancia da oração perseverante que já nos é dada logo antes da Parábola do juiz iníquo com essa finalidade contada por Jesus: “contou aos discípulos uma parábola para mostrar a necessidade de orar sempre, e nunca desistir” e conta esta parábola na qual mostra um juiz iníquo “que não temia a Deus e não respeitava homem algum” que muda sua atitude em não fazer justiça a uma viúva, não por ter mudado seu coração mas somente para não ser mais importunado pela insistência desta mulher e conclui: “E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele sem cessar? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa” ao que nós podemos argumentar dizendo, mas comigo e com todas as pessoas que conheço não tem sido bem assim. A gente ora por anos a fio pedindo uma graça e nada de obtermos a resposta!!! Então surge logo a pergunta: Para que então perseverar numa oração insistente se não temos visto acontecer isso que Jesus insinua dizendo que Deus que é amor atenderá sempre a oração que fazemos insistentemente, sem nos deixar esperar? É exatamente sobre isso que eu gostaria de tratar neste momento. Sobre a NECESSIDADE de orar sempre sem nunca desistir. Numa análise de relance sobre essa NECESSIDADE encontrei logo 5 motivos: 1. Deus parece demorar porque o tempo de Deus não é o nosso tempo como lemos em 2 Pedro 3,8 que “um dia para Deus é como mil anos e mil anos como o dia de ontem que passou”. Ou seja, o tempo de Deus não é o nosso por isso não podemos comparar nossos critérios com os de Deus já que os muitos meses e anos que passamos em oração para conseguir alguma graça de Deus deve ser por Ele usado em reparação dos nossos pecados pelos quais teríamos que passar muito tempo no Purgatório. O tempo de Deus é sempre visto em relação à nossa eternidade. 2. A aparente demora de Deus é porque antes de nos conceder o que Ele nos pede Ele tem que preparar-nos para receber o que estamos pedindo porque talvez se respondesse prontamente, rapidamente deixaríamos de recorrer a Ele e nos perderíamos para sempre. 3. A necessidade de orar sempre sem nunca desistir também poderia ser porque a demora de Deus em nos atender seria para que durante o tempo que passamos na oração possamos ir aumentando nossa fé já que a obtemos, bem como todas as graças necessárias para nossa  salvação, somente através da oração pela qual nos tornamos mais aptos a corresponder a todas as graças que Ele não cessa de nos conceder com essa finalidade. 4. O quarto motivo se deve ao fato de que mais importante do que o que pedimos é o tempo que gastamos pedindo já que Deus nos ama tanto que gostaria que orássemos sem cessar, ou seja, qua nunca nos apartássemos de Sua presença, já que quem ama gosta de sempre estar perto daquele que ama e, não tendo ninguém que nos ame mais do que Deus e sabendo que só na hora da necessidade é que nos lembramos de entrar na presença dEle para pedir, então, desejando Ele estar mais tempo conosco, demora em nos atender para que gastemos mais tempo na presença dEle pedindo o que necessitamos. 5.Finalmente, o quinto motivo pelo qual devemos orar sempre sem jamais desistir, mesmo que pareça que Deus demora em nos atender nos é revelado na Primeira Leitura onde vemos que à medida que Moisés mantém os braços erguiddos em preçe a Deus é que Israel vence a batalha. Desde o princípio, depois do pecado original a humanidade se mergulhou numa batalha que só terá fim no Juízo final como dissera Deus à serpente maligna que era o maligno disfarçado para tentar Adão e Eva: “porei inimizade entre a tua descendencia e a que dela nascerá”. Assim como foi pelo pecado que se inciou uma batalha ininterrupta para a humanidade, também é pelo pecado que se iniciam as guerras no mundo e cada que vez que Israel pecava, seu afastamento de Deus o tornava voluntário aos ataques de seus inimigos, a vitória então dependia de seu  retorno a Deus pelo que entendemos que se pelo afastamento de Deus nos tornamos vulneráveis aos ataques do Inimigo, a vitória nos ataques depende de nossa união com Ele que se dá justamente pela oração. Quanto mais tempo passamos em oração mais força teremos no combate, pelo que se fez necessário Moisés interceder pelos que combatiam “até ao pôr do sol”.

No entanto, sabemos que a oração é um diálogo entre o homem e Deus pelo que nos perguntamos que diálogo é esse que nunca ouvimos a resposta de Deus, ao que respondo que ouvimos a Deus sempre que ouvimos Sua Palavra proclamada na Liturgia, ou quando  a lemos particularmente ou quando ouvimos uma boa homilia. É Deus que nos fala. Por isso na Segunda Leitura S. Paulo exorta a Timóteo e a nós que não só recorramos sempre às Escrituras como também que preguemos A Palavra de Deus oportuna e inoportunamente já que “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, afim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra”
Assim, resumindo, a necessidade de orar sempre sem jamais desanimar é que estamos sempre em combate e a Primeira Leitura mostra que não é pelo número de combatentes nem pela força dos mesmos ou  pela força das armas que se obtém a vitória mas pela nossa comunhão com O Todo Poderoso.


Um comentário:

  1. "Orai sem Cessar" "Peça a Mãe que o filho atende"
    Profundo Comentário D. Tarcísio o Espírito Santo sempre o inspira em suas homilias
    Ir Maria Letícia do Sagrado Coração OIC

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