II DOMINGO DA QUARESMA ANO C
DEUS FEZ ALIANÇA CONOSCO
POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF


A Liturgia deste Segundo Domingo da Quaresma vem nos preparar para a Semana mais Santa que, como ela, jamais houve nem haverá neste mundo, pois foi a semana na qual Deus feito homem sofreu em nosso lugar, como consequência de nossos pecados o que jamais se poderia imaginar ser capaz de suportar um ser humano. No entanto, para que aqueles doze primeiros membros da Igreja, nem Seus primeiros discípulos e Seus discípulos de todos os tempos não viessem a se escandalizar com tamanha fragilidade na qual ficaria Aquele que esperavam ser O Messias-Salvador e não viessem a desanimar, pensando ser Ele somente um maldito por Deus, sem se dar conta de que Aquele que “se fez maldito por nós” é o mesmo do qual o Pai hoje intervém para dar testemunho dizendo: “este é o Meu filho, O escolhido”.

Deus permite que antevejamos um pouquinho da glória de Seu Filho, ocultada em sua humanidade que, já está para ser completamente desfigurada, para nos animar a subir com Ele outro monte, o monte do calvário no qual Ele e cada um de Seus discípulos precisamos consumar a oferta de nossas vidas para que todos tenham vida plena neste mundo e eterna, no que há de vir.

Eis que está para se consumar o maior evento da história da humanidade, Deus selará com o sangue de Seu filho uma definitiva e eterna Aliança conosco. Já que Aliança é um pacto entre duas ou mais pessoas em que cada pessoa nela empenhada tem obrigações a cumprir e direitos a adquirir, O Pai está para entregar Seu filho para sofrer em si as consequências de nossos pecados e apenas pede de nós que escutemos o Seu filho: “Eis Meu Filho amado, O escolhido, escutai o que Ele diz”. E o que nos diz O Filho? Muitas coisas mas O Pai está advertindo-nos a escutar o que Ele está para dizer, muito mais do que com Suas derradeiras e mais importantes palavras que pronunciou enquanto encarnado entre nós, nos dirá com Seus gestos, atos e atitudes que se inciarão assim que descerem do Monte da Transfiguração para inciarem a subida para Jerusalém, para, no calvário, entregar livremente Sua vida por nós. Estes gestos de Jesus podem se resumir no que Ele já havia dito antes: “quem quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Mas para nos mostrar que vale a pena segui-lO, antes, Ele nos mostra onde desembocará o caminho árduo que está para encetar com Sua Paixão e morte.

E o que Cristo hoje nos faz entrever de forma tão minimizada, da glória que Ele tem junto do Pai, ocultada em Sua humanidade, e o que vão receber todos aqueles que, como Moisés e Elias, adquiriram devido à sua fidelidade a Deus, é tão maravilhoso que, Pedro, estupefato, fica sem saber o que dizer mas o que diz expressa o anseio mais profundo do coração de todo homem, o desejo de se saciar Do Belo que é Deus: “É bom estarmos aqui, vamos fazer três tendas”. Ou seja, é como se dissesse que é tão bom contemplar a glória de Deus que dá vontade de armar as tendas para morar  junto dEle para sempre, no entanto, aquilo a que S. Paulo nos exorta na Segunda Leitura, revela o mesmo sentido da resposta que Cristo deu a Pedro nesta ocasião, que, embora não revelada neste Evangelho de S. Lucas nos é dada a conhecer por outros evangelistas. Escutemos a Segunda Leitura: “Há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz”, não que Pedro tivesse consciência disto, mas a tentação de nos fixarmos nos poucos e parcos momentos de alegrias e glórias que Deus nos concede neste mundo é a tentação de todos os que rejeitam o sofrimento, consequência necessária do pecado original, através do qual rompemos com A Vida que é Deus, tanto assim que a resposta que Cristo dá a Pedro é que é necessário que o Filho do Homem sofra muito, seja rejeitado e morra, para que todos os que nEle crerem tenham não somente a glória que Ele tem na vida eterna da qual nos revela um pouquinho hoje no Monte Tabor, mas já tenham aqui neste mundo uma vida abundante de paz e alegria daqueles que, como Ele abraçam a cruz decorrente de nossos pecados, pela salvação de todos.

“Eu sou o Senhor que te fiz sair de Ur dos caldeus, para te dar em possessão esta terra”, disse Deus a Abraão e o diz a nós hoje, no entanto, a terra que mana leite e mel que Deus deu a Abraão e a sua descendência era apenas uma figura da Pátria definitiva do Céu que Ele dará em possessão a todos os que aceitarem selar com Ele essa NOVA E ETERNA Aliança que Seu Filho está para selar conosco mas não mais com sangue de animais como ocorreu na Aliança com Abraão, mas com Seu próprio Sangue, único capaz de redimir os pecados de todos, de uma vez para sempre desde Adão até o fim do mundo.

Contemplemos então queridos irmãos, essa glória revelada no Tabor, para que tenhamos força para subir com Cristo o calvário que se atualiza em cada Santa Missa, para com Ele ofertamos nossa vida ao Pai em resgate por muitos; resistamos à tentação de fixarmos nossas tendas diante dos momentos felizes que Deus nos concede neste mundo pois são apenas pequenos oásis nos quais precisamos refazer nossas forças para prosseguir o caminho, já que estamos aqui em terras estrangeiras, nossa pátria, nossa meta é o céu e o céu é Deus!

3 comentários:

  1. Vamos contemplar a Glória do Tabor em profunda união com DEUS.Nossa Patria é o Céu!P.Tarcísio desejo que sua Comunidade Teresiniana esteja mergulhando em Águas profundas,com os olhos fixos em Cristo.peço sua Bênção.
    Ir Maria Letícia do Sagrado coração OIC

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  2. Como é gratificante saber que Deus sabendo de nossas fraquezas está disposto a cumprir sua aliança conosco! ele nunca nos abandonará!
    Abração meu irmão querido! Deus abençoe sua vida!

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  3. Padre , és o exemplo de que a gloria de Deus se manifesta em nosso meio, Deus te abençoe nessa missão. Saudades.
    Vera de Itaporanga (SP)

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