PASCOA: QUEM PODE CORRER MAIS


POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF.
“Os dois corriam juntos mas o outro discípulo correu mais depressa e chegou primeiro”. A liturgia deste domingo de Páscoa já nos mostra a grande importância destes dois discípulos que ocupavam lugar de destaque entre os doze Apóstolos de Cristo, João, o discípulo amado, que em Seu Evangelho, como no de hoje, se auto-denomina de “o outro discípulo” e Pedro aquele que Jesus elegeu como chefe dos demais, É a eles dois que Madalena vai anunciar a irregularidade de ter encontrado o túmulo vazio quando esperava ainda encontrar entre os mortos Aquele que está vivo. Os dois saem correndo para constatar por si mesmos o fato, mas o discípulo amado, protótipo de todo o discípulo de Cristo chegou primeiro, mostrando o primado do amor sobre todos os mandamentos e Deus. Quem ama mais sempre chegará primeiro e é neste sentido que a Segunda Leitura nos exorta: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, ode está Cristo”. Ele esta vivo como havia anunciado e é entre os vivos que devemos procurá-los não num túmulo! No entanto, apesar de ter corrido mais e chegado primeiro, os discípulo amado não entrou antes de entrar Aquele que seu Mestre havia constituído seu chefe pois o amor é obediente. O amor sempre chega primeiro, mas “não busca Seus próprios interesses e sim os dos outros” (I Cor.13).
Embora Pedro o chefe tenha entrado primeiro não foi ele mas o discípulo amado quem primeiro acreditou. Pedro apenas constatou o túmulo vazio ao passo que João “viu e acreditou”. Viu o que? Um sepulcro vazio e acreditou não ainda na ressurreição mas que ali estava o dedo de Deus, pois “ainda não haviam compreendido a Escritura segundo a qual Ele deveria ressuscitar dos mortos”. João, pelo Seu amor Ao Mestre, sabe com uma certeza interior que “o amor é mais forte do que a morte” mas ainda não havia concluído que Ele ressuscitara dentre os mortos”. A primeira que acreditou foi A Mãe de Jesus que não vai ao túmulo com as outras mulheres para ungir o corpo de Seu Filho, pois “guardava todas as Suas Palavras meditando-as em seu coração”, sabendo que Ele é o Filho de Deus, aguardava Sua ressurreição pacientemente.
“O outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro” pois ainda seria necessário que Pedro reparasse sua tríplice negação por uma tríplice confissão do seu amor, antes que pudesse confirmar seus irmãos na fé, presidindo-os no seguimento de Cristo, como testemunha abalizada de Sua ressurreição. “Pedro tu me amas?” “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. Esta foi a terceira resposta que ele dera a Cristo em uma de suas aparições como ressuscitado que lhe deu a oportunidade de, com seu tríplice ato de caridade reparar sua tríplice negação. Só então estava em condições de ouvir: “Apascenta minhas ovelhas” e receber a confirmação de seu encargo de chefe da Igreja nascente, para só então estar em condições de testemunhar como ouvimos na primeira leitura: “Eles O mataram pregando-O numa cruz. Mas Deus O ressuscitou no terceiro dia”... e “disso nós somos testemunhas”.
Ser testemunhas de Cristo, eis o modo como corremos ao Seu encontro, e quanto mais O amarmos mais depressa correremos porque esta corrida é a  nossa conformação com Ele que se dá pela nossa purificação através de Seu amor acendido em nós pelo Seu Espírito que nos foi dado. Este Espírito é que nos impulsiona a “buscar as coisas do alto e não as da terra”. O discípulo amado correu mais e chegou primeiro, quanto mais amarmos a Cristo mais desejaremos a Ele nos assemelhar e mais depressa correremos, ou seja galgaremos os degraus da perfeição que nos aproximam do céu mais depressa chegaremos no destino no qual pusermos nossos olhos.
Praza aos céus que não sejam num túmulo que colocamos nosso alvo pois “Ele não está aqui, ressusciou como havia dito”!!! ALELUIA!!!!!!!!

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