XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM A

   OS FRUTOS QUE DEUS ESPERA DE NÓS

POR: Pe. Tarcísio Avelino

“O que eu poderia ter feito a mais pela minha vinha e não fiz?”. Esse é o lamento de um Deus correspondido que, no início deste mês missionário nos convida a refletir sobre os frutos de nossa vocação cristã.
É impressionante constatarmos, tanto pela primeira leitura, quanto pelo Evangelho os cuidados e desvelos com os quais Deus cumulou o seu povo representado pela vinha, que, no Antigo Testamento era símbolo do povo eleito de Israel mas que, segundo o Evangelho de hoje, é símbolo do Reino de Deus, do qual a Igreja militante é uma parcela, à qual foi confiada a missão de fazer essa vinha frutificar. No entanto, se é à Igreja que foi confiada a tarefa de fazer frutificar O Reino de Deus, é preciso nos lembrarmos que Igreja somos todos e cada um de nós.
Que mais poderia ter Deus feito por nós se, quando a humanidade inteira havia virado as costas para Ele que é A Luz e A Vida e  jazia nas trevas de morte, Ele nos deu O Seu Próprio Filho para sofrer em si as conseqüência de nossa separação dEle pelo pecado?
O que mais poderia ter Deus feito por nós, se ao se encarnar aceitou morrer em nosso lugar, sendo que nos havia ensinado que “não há maior prova de amor que dar a vida por seus amigos”, Ele que morreu pelos seus inimigos??? Não! Decididamente não há mais nada que Deus pudesse ou possa fazer por nós!!! Ele se entregou por nós quando o havíamos rejeitado e nos deixa livres para aceitar o Seu perdão ou não.
O filho do proprietário que foi morto fora da vinha é Jesus Cristo, que foi levado para fora das muralhas de Jerusalém como um grande criminoso que não era considerado mais digno de morrer dentro das muralhas da capital do povo de Deus, como um maldito, um abandonado por Deus como eram  considerados os criminosos e pecadores.
Considerar o que Deus fez por nós é refletir sobre a imensa responsabilidade de termos recebido tantos dons, é preciso fazê-los frutificar em favor dos outros irmãos, por isso a segunda leitura não só nomeia 7 frutos que devemos produzir com os benefícios que Deus nos concedeu, como também nos ensina como devemos produzir esses frutos: “em todas as circunstancias apresentai a Deus vossas orações de súplicas e ações de graças” ou seja, permanecendo sempre em Deus é que poderemos dar frutos e isso só se consegue por meio da oração contínua que nada mais é do que conservar o pensamento sempre em Deus agradecendo a todo o momento por tudo com brevíssimas e sinceras palavras, bem como pedindo a ajuda dEle em tudo, nas mínimas coisas conscientes do que Ele disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15,5)
Tanto no Evangelho de hoje, quanto na primeira leitura somos convidados nós mesmos a emitir o juízo sobre as pessoas que recebem tudo de Deus e não só não correspondem aos Seus dons e favores, como também o desprezam e matam, com Seus pecados, O Seu Amadíssimo  Filho enviado: “Pois bem quando o dono da vinha voltar o que fará com esses vinhateiros?” A resposta que os sacerdotes e anciãos do povo encontra eco de unanimidade em nós quando nos colocamos no lugar de Deus lembrando das pessoas que foram ingratas conosco: “com certeza mandará matar de modo violento esses perversos”. Esse é o julgamento que nós mesmos emitimos contra nós todas as vezes que não fazemos frutificar os dons que Deus não cessa de nos prodigalizar a todo momento. E que frutos são  esses que devemos produzir com os dons de Deus? Como vemos na segunda leitura são 7: 1. “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro”, ou seja buscar em tudo a verdade e odiar a mentira. 2. “Respeitável”, devemos nos ocupar somente com aquilo que vai atrair o respeito de todos pois até os pagãos sabem reconhecer o valor dos gestos feitos exclusivamente pelo amor sobrenatural e gratuito, pois todos fomos criados para o amor, mesmo que alguns se recusem a aderir a ele. 3. “justo”, ou seja, devemos agir somente segundo a justiça que significa dar a cada um o que lhe é devido. A Deus o que é de Deus: a primazia absoluta em tudo. E ao próximo o serviço e a reverencia por serem filhos amados e templos vivos de Deus. 4. “puro” é aquilo que não tem mistura, que é límpido e transparente, casto e virginal, ou seja que não é manchado, dissimulado e falso, mas que é autêntico e sincero. 5. “amável”, significa que devemos nos ocupar somente com aquilo que vai aumentar o amor nas pessoas. 6. “honroso”, ou seja, devo me ocupar somente com aquilo que não vai diminuir minha dignidade nem a de ninguém de ser filho e templo do Espírito santo. E finalmente, 7. “virtude ou que de qualquer modo mereça louvor”, podemos dizer que virtudes são todas as qualidades de Jesus que devemos imitar, mortificando as más tendências que em nós se despertaram com o pecado original”. É neste sentido que Cristo é a pedra que, tendo sido rejeitada pelo povo eleito de Deus, lançado fora de Jerusalém para ser crucificado, se tornou a pedra angular, ou seja o fundamento do novo povo de Deus a Igreja.
Que no início deste mês missionário, possamos a exemplo de Santa Teresinha, segunda padroeira dos Teresinianos, nos exercitarmos no combate contra o homem velho que insiste em nos dominar, e, através de uma perseverante imitação de Cristo, oferecer todas as ocasiões que a vida nos apresentar em prol da conversão dos pecadores, pois somente assim estaremos cumprindo nossa vocação de missionários que recebemos no batismo e produzindo os frutos que Deus procura em nós não por necessidade Sua mas de cada um de Seus Filhos que ama como se fosse seu filho único. Amém.



Um comentário:

  1. que Sta Teresinha interceda pela comunidade dos Teresinianos, para que consigam assumir sua missão de cristãos, de católicos e de missionários.

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