XXX DOMINOGO COMUM A

UM SÓ É O VOSSO PAI
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO 

 Embora a advertência do Evangelho de hoje seja dirigida especialmente àqueles que na Igreja detêm cargos de governo, precisamos, cada um de nós em cada passagem da Sagrada Escritura, o que é que Deus está querendo dizer a mim pessoalmente, principalmente nas palavras selecionadas pela Igreja para a Liturgia na qual Deus fala a cada um de Seus amados filhos, num encontro pessoal.
Sendo assim, como sacerdote que sou, depois de ter entendido aquilo que cabe a mim na Palavra de hoje, preciso procurar também, sempre, a mensagem que, porventura Deus queira dirigir ao rebanho a mim confiado, no caso, na parcela da Igreja que está na PARÓQUIA S. JOSÉ OPERÁRIO, da Diocese de Marabá e para aqueles que ele me confiou nesta COMUNIDADE DOS TERESINIANOS MENSAGEIROS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.
Sendo assim, a liturgia de hoje nos adverte a cada um de nós, especialmente aos pastores, sobre o perigo e os danos da hipocrisia que é a incoerência entre nossa fé e nossa vida, o desejo de querer aparecer e parecer ser aquilo que não somos. Tocamos aqui, em cheio, no motivo pelo qual Nosso Senhor trata com tanta dureza os fariseus e doutores da lei, porque, estando eles à frente do rebanho que são chamados a conduzir para Deus, ao invés de apontar o fim do caminho, que é O Nosso Criador, procuram prender a si cada pessoa, atraindo-as para si, ao invés e encaminhá-las para O Único que nos pode preencher, Deus.
Os fariseus e doutores da lei procuravam ao máximo chamar a atenção sobre si, esquecendo-se de que, todos nós que conhecemos a Deus, temos a gravíssima responsabilidade de ser setas que apontam para a Meta, se as pessoas ficarem apegadas a nós, cairão porque não somos nada e não podemos nada sem Deus do qual nos afastamos Sempre que nos colocamos em Seu lugar.
Os fariseus e doutores da lei gostavam muito dos títulos honoríficos como de pai e mestre no entanto a advertência que Nosso Senhor faz especialmente não está, de modo algum nos impedindo de cumprir o 4º mandamento: Honrar PAI e mãe. Se Deus mandou honrar pai e mãe, como não pode chamar de "pai"? Deus se contradiz?
A Bíblia quer ensinar a humildade. Que ninguém queira ocupar o lugar do Pai celeste, de onde origina toda paternidade.
Não se trata de sentido literal, pois a mesma Bíblia chama as pessoas de "pai" em muitos textos, como: At 7,2; 22,1; Rm 4,16; Tt 1,4; 1Cor 4,14-15; Fm 1,10. São Paulo diz textualmente: "venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo"(Fm 1,10); outro exemplo:"não tendes muitos pais; ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho"(1Cor 4,15). Também Pedro, primeiro Papa, confirma a paternidade espiritual, chamando Marcos de "meu filho". Confira em 1Pd 5,13.
Sendo assim, o Bíblia está simplesmente nos dizendo que ninguém nesta terra deve pretender ocupar o lugar de Deus pois toda a paternidade neste mundo é derivada da única paternidade de Deus, sem nos esquecer jamais que a paternidade espiritual é infinitamente superior à paternidade biológica e, se o quarto mandamento nos manda honrar pai e mãe, devemos honrar, principalmente aqueles que nos geraram na fé para a vida eterna, principalmente o padre que nos batizou, se não fosse assim o Apóstolo Paulo não se compararia com uma mãe, por ter gerado na fé os tessalonicenses aos quais se dirige com tanto afeto e ternura por terem “acolhido a palavra de Deus” que também hoje somos chamados a acolher na imitação dAquele que sendo Senhor se fez servo de todos e nos convida a imitá-lO não somente no serviço humilde a todos, diferentemente dos doutores da lei que buscavam sempre os primeiros lugares para serem melhor servidos ao invés de procurar os lugares onde melhor pudessem servir os irmãos: “o maior dentre vós seja aquele que serve”.
“Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado” podemos concluir assim nossa reflexão usando a sábia definição de Santa Teresa d’Ávila sobre a humildade: “a humildade é a verdade”, para dizer que somente aquele que meditar sempre na sua condição de pó poderá verdadeiramente levar uma vida que lhe constitua sinal que aponta para o único que é Pai, do qual provém o nosso ser e o de tudo o que existe, jamais incorrendo no perigo que ameaça, principalmente aqueles que, na Igreja ou fora dela detêm cargos de governo.


      

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