HOMILIA DO SEXTO DOMINGO PASCAL ANO C

ENQUANTO ESPERAMOS SUA VOLTA

POR PADRE TARCISIO AVELINO
 
Como no domingo que vem estaremos celebrando a despedida de Jesus, no dia da Ascençao, o domingo de hoje trás a continuação do discurso de despedida de Jesus antes de Sua morte proferido na última ceia sendo que no trecho de hoje Ele consola seus discípulos dizendo que não nos deixa sozinhos mas que em breve retornaria a nós enviando Seu Espírito a todo aquele que obedecer Sua Palavra e que com O Seu Esprito viria também Ele e O Pai. Trata-se do anúncio de um novo tipo de presença que Deus, no Novo Testamento inaugura entre os homens, a presença de inabitaçao de Deus na alma em Estado de Graça. E o faz justamente no mesmo dia em que está a inaugurar outra forma de Presença de Deus na humanidade: Sua Presença Real na Eucaristia.
Nesta última Ceia Ele acabara de fundar Sua Comunidade dando a ela seu Estatuto do Mandamento do amor, explica agora como, na Sua ausência física, essa Comunidade manterá Sua relação com Ele dizendo que se eles compreendessem os novos tipos de Presença que se inauguram com Sua ausência física todos se alegrariam pois O Pai que é maior do que Ele passaria a fazer morada em todos os corações e que não estando mais limitado pela Sua Presença física encarnada poderia, por esta presença de inabitaçao, Ele poderia, pelo Espírito Santo ensinar e recordar a todos em todos os lugares a mesmo tempo, tudo o que tinha passado para o grupo restrito dos que com Ele conviveram.
Ele já havia ensinado que Ele próprio é O Caminho para se chegar ao Pai, agora estava a responder como poderiam trilhar esse caminho sem a Sua Presença: por um novo tipo de presença que agora inaugurava e para desfrutarmos desta Sua nova Presença basta que guardemos Sua Palavra, pois o pecado que nos separa de Deus, que impede nossa comunhão com Ele tanto pela Presença de Inhabitacao quanto pela presença Real, consiste justamente na desobediência à Sua Palavra exatamente como nossos pais haviam feito no Paraíso. 
Por esta nova forma de Presença, através de Seus Espírito Ele nos ensina e recorda todas as coisas, ou seja, nos ajuda a interpretar os acontecimentos atuais à luz de Sua Palavra.
Assim, o novo povo que Jesus está a inaugurar, a Comunidade Cristã e cada homem, se torna, na nova economia da graça, o Novo Testamento, morada de Deus. 
E Jesus encerra essa ultima parte do Seus discurso desejando a paz que, na cultura judaica é uma saudação usada tanto no início quanto no fim dos encontros mas Jesus diz aqui que não se despede dando a Paz como o mundo o faz pois sua ausência sera muito breve, para inaugurar um novo tipo de presença muito mais profunda do que simplesmente Sua Presença física que tinham experimentado até agora, pelo que Ele diz: "voltarei não somente no último dia em grande poder e glória, mas em breve, por meio do Espírito Santo que vira em Pentecostes pelo qual Ele e o Pai passariam a fazer morada em todos os que guardassem Sua Palavra, ou seja, estivessem em Estado de Graça. 
A Primeira Leitura mostra justamente como essa nova forma de Presença operaria com a assistência do Espírito Santo, justamente na resposta que os Apóstolos enviam de Jerusalém, por meio de Judas e Silas que enviam a Antioquia, juntamente com Paulo e Barnabé que por sua vez de lá tinham ido até eles também enviados pela Comunidade: "Pareceu bem a nós e ao Espírito Santo não vos impor nenhum fardo a não ser"... Trata-se aqui da superação de um gravíssimo problema que responde à questão se para um pagão se converter a Cristo precisava adotar os ritos antigos do povo ao qual Cristo tinha escolhido para viver entre os homens, a resposta é clara: não! Para fazer parte deste novo povo que Cristo veio inaugurar que é a Igreja, basta a fé em Jesus Cristo que Sua Graça nos faz filhos de Deus pelo batismo, justificando-nos de todo pecado, já que aderir à Cristo pela fé significa aceitar o perdão que Ele veio dar a todos os que aceitarem Sua Redenção. Essa resposta foi dada pelo Espírito Santo à Igreja reunida em Concílio mostrando o cumprimento da promessa de Cristo de que tudo o que Pedro e Seus sucessores ligam na terra é ligado no Céu, mas a experiência deste primeiro Concílio da Igreja, o de Jerusalém revela que a infalibilidade papal está condicionada à Igreja reunida em concílio, por meio de todos os sucessores dos Apóstolos que são os bispos e cardeais.
A Segunda Leitura mostra que a eleição do Povo judeu é tão importante na Economia da Salvação que mesmo que eles ainda não tenham aceitado o Messias eles Irão fazer parte da nova Jerusalém Celeste pois Suas doze tribos são os nomes das doze portas de entrada na Jerusalém Celeste edificado sobre os doze alicerces que são os doze Apóstolos escolhidos por Jesus, guardamos pela Sua Igreja, a Jerusalém terrestre. Isto para dizer que fora da Igreja não há salvação porque precisamos dos ministros por Cristo nela instituídos para nos absolver dos pecados que nos separam de Deus.






 
















 













 

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