V DOMINGO DA PÁSCOA ANO C: O DISTINTIVO DO CRISTÃO

POR: PE. TARCISIO AVELINO


Estando há apenas duas semanas do dia de Pentecostes quando encerraremos o Tempo Pascal, a liturgia nos apresenta hoje as últimas instruções de Jesus nos últimos momentos que ele passa com seus discípulos. Aproxima-se da hora o momento que vai nascer a partir do seu amor total manifestado na cruz, o homem novo e a nova Comunidade. O contexto é o da última ceia na qual Jesus acabara de lavar os pés dos seus discípulos ele é o amor que não julga não condena, como vemos no seu comportamento com Judas. lava também os pés deste e com ele também divide  o pão . Também a e esse seu inimigo mortal manifesta Seu total amor.
Aproximando-se o fim, faz-se necessário que o Mestre recorde a seus discípulos o essencial na vida cristã. 
O texto do Evangelho de hoje se divide em duas partes: 1. Nesta parte Jesus interpreta a saída de Judas como o momento de glória dEle e do Pai pois, diferentemente da lógica humana, a glória de Deus não é revelar Seu poder e esplendor, sua riqueza,  nem muito menos a o aniquilamento do inimigo pela violência por um triunfo espetacular, mas consiste na manifestação de seu amor pois o amor é a essência de Deus, um amor extremo até ao dom total que não reserva nada para si.
2. Na segunda parte Jesus apresenta o Mandamento Novo que na verdade não tem nada de novo já que o decálogo já ordenava amar Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, na verdade a novidade está no modo como devemos amar o próximo: como Jesus nos amou. E como Jesus nos amou? Até ao dom total de si sem reservar nada para si. Trata-se do testamento de Jesus que começa com as palavras "meus filhos" pois trata-se, de fato, do Testamento de um Pai extremoso que, à beira da morte transmite aos filhos sua sabedoria de vida e o que é fundamental de tudo o que lhes procurou ensinar. E qual é o ensinamento fundamental de Jesus? "Amai-vos como eu vos amei". Trata-se aqui do verbo ágape da língua grega que significa amor extremo e total que não que se dá totalmente sem reservar nada para si.
O ponto de referencia deste amor com o qual os discípulos e os cristãos são chamados a amar é o Próprio Jesus, sendo que seu gesto precedente, o lava pés, revela em que consiste este amor: acolher, serviço, dar dignidade a pessoa pois lavar os pés era próprio dos escravos para com seus senhores e nesta seria O Senhor é que lava os pés de seus súditos mostrando o valor de sua dignidade. Um amor que leva até às últimas consequências  a liberdade do próximo, ao ponto de também servir à mesa e lavar os pés de seu inimigo Judas.
É através de seus discípulos que o amor de Jesus será visível a todos: "nisto vos reconhecerão como meus discípulos, se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei". O que significa dizer que esse o distintivo das comunidades cristãs que não são apenas os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, nem os observantes de leis e de ritos mas os que pelo amor manifestam o amor do Pai.
Cabe aqui a pergunta: posso dizer que minha religião consiste na manifestação de amor a Deus e ao próximo ou o centro de meu culto a Deus consiste em meras observâncias de leis e de ritos, vazios de amor?
Uma comunidade de amor é o que realmente foram os primeiros cristãos como vemos na primeira leitura onde os apóstolos não só exerciam seu papel de zelar e velar pelo destino de seu rebanho como bons pastores mas instituíam presbíteros que significa anciãos cuja missão era justamente servir o rebanho guiando e defendendo os que lhe foram confiados como seus responsáveis e administradores.
A Segunda Leitura nos revela o destino de uma comunidade cristã é o Céu onde só suportará tanto amor, o amor infinito de Deus que nunca se cansou de nos servir neste mundo providenciando a cada momento o sustento e a proteção, as graças para Seus Filhos e que prodigalizará Seus cuidados por toda a eternidade, quando enxugará todas as lágrimas de nossos olhos. Só resistirá a tanto amor sem sucumbir quem a Ele tiver se assemelhado amando como Jesus amou, doando-se inteiramente para que todos tenham vida em abundância.































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