Homilia do domingo da Misericórdia

" A paz esteja convosco!"

Por: padre Tarcísio Avelino,OMD

Queridos irmãos irmãs encerramos hoje oitava da Páscoa na qual, durante uma semana inteira, assistimos ao nascimento da fé Pascal e a liturgia de hoje nos traz justamente a confirmação de que a a fé pascal não foi fruto de mentes alucinadas mas que os apóstolos tiveram que passar por um processo árduo de recordar a Palavra de Jesus e dos profetas que dizia que ele devia sofrer muito morrer e ressuscitar o terceiro dia. Foi tão árduo este processo da fé em Jesus ressuscitado que Jesus teve que abrir a inteligência deles para que entendessem essa palavra. A promessa estava lá debaixo do nariz de cada um deles, mas a cruz os escandalizara de tal maneira que os tornava cegos para realidade: Jesus " devia ressuscitar " porque sendo Deus a morte jamais pode ser mais forte do que Ele. É neste sentido que a dúvida de Tomé serviu como remédio para todos nós: tocando  nas Chagas Jesus nos capacitou a compreender que depois da ressurreição teremos o mesmo corpo que tínhamos antes, porém um corpo glorificado, não mais, sujeito aos limites da matéria, ao ponto de que Jesus tenha conseguido atravessar as paredes com as portas fechadas. Só um fantasma pode fazer isso, no entanto um fantasma não tem um corpo  em que se possa tocar. E foi isso que a dúvida de Tomé nos comprovou: Jesus ressuscitado tem mesmo corpo que assumira  para sofrer e morrer no nosso lugar, pela nossa salvação.

Por causa deste Evangelho de hoje, durante quase toda a história do cristianismo, Tomé foi tido como um homem de pouca fé, medroso, fraco, incrédulo – afinal, ele foi o discípulo que não acreditou na ressurreição de Jesus, quando disse: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. (João XX, 25). No entanto em João capítulo 11 versículo 16 lemos que quando Jesus planejava ir apertando e por causa da morte de Lázaro tomei foi o primeiro a dizer aos outros discípulos: " vamos também para morrermos com ele ". somente alguém com muita fé poderia dizer algo assim. Então porque tu me teria jeito desta maneira afirmando que se não tocasse na Chagas de Jesus não acreditaria? De todas as explicações que já encontrei sobre sentimentos se torne neste momento o que eu mais gostei foi a explicação do Pe. Carlos Padilla: " Quan

do estamos tristeza alegria dos outros parecer nos doer mais. Talvez tome preferisse que Jesus não tivesse aparecido que não estivesse vivo ao invés de que isso tudo acontecesse sem que ele estivesse presente. Isso é inveja, ciúmes. Talvez essa seja uma explicação plausível. Há momentos na vida que não estamos no lugar certo. Não estamos presentes quando acontece algo importante. E nos lamentamos depois. São Tomé ter mesmo problema. Justamente numa mente que o senhor chegou, na hora em que ele se fez presente, tomei e não estava lá. Precisamente quando Tomé precisava experimentar o amor de Jesus, tocar suas feridas, escutar suas palavras, receber sua paz… Ele estava ausente. Como deve ter sido grande a sua dor talvez ele tenha sentido angústia diante de um Deus que se faz presente não sente falta dele ; Um Deus que parece ter escolhido dia e a hora errados; um Deus que não conta com ele. Porque tudo aconteceu enquanto ele estava ausente. Os outros estão pouco sentiram sua falta. E quantas vezes isso acontece conosco também! Queremos estar, queremos que as coisas aconteçam quando estamos presentes, queremos ser protagonistas. Queremos que tudo gira ao nosso redor. Estar a par de tudo, saber tudo, estar informados."  E continua padre Padilla:

Sempre me impressionam essas pessoas que se preocupam com os outros sem pensar nelas mesmas. Que se alegram de coração, oferecendo sua renúncia com simplicidade, sem esperar o agradecimento. Essas pessoas amam como Jesus, como Maria. E fazem do mundo um lugar melhor.

Precisamos trabalhar os sentimentos do coração. Cada um de nós tem seu lugar na vida, sua missão. Precisamos nos educar, e pedir ajuda a Maria, para cuidar do lugar do outro e proteger sua missão. Admirar o outro pelo que ele é. Agradecer pela vida dos mais próximos.

“Nós vimos o Senhor”, disseram a Tomé. Os apóstolos quiseram compartilhar com ele o que tinham vivido, sua alegria. Eles certamente lhe contaram tudo com entusiasmo, talvez sem perceber o quanto isso lhe doía.

Tomé não confiou nos outros. Como é importante aprender a confiar nas experiências dos outros, ainda que eu não as viva! Porém, Tomé queria tocar Jesus. A experiência dos outros não era suficiente. Queria ser ele. Ele queria tocar as feridas de Jesus.

Mas Jesus já não estava presente. Tomé havia abandonado tudo para seguir Cristo. Ele amava Jesus, mas, agora que tanto precisava dele, o Senhor não estava presente, e Tomé não sabia o que fazer. Sua vida não tinha mais sentido. E, ainda por cima, os outros ficavam dizendo que tinham visto o Senhor.

Tomé não esteve lá e não acreditou. Não conseguia acreditar. Foram os 8 dias mais difíceis da sua vida. Ele se sentia sozinho. Antes, desde a morte de Jesus até agora, ele havia compartilhado seu medo com os outros apóstolos, sua falta de paz. Mas agora sua alegria o incomodava. Ninguém o compreendia. E ele desejava, com todas as suas forças, acreditar e estar com Jesus.

Mas Jesus sempre volta, sempre nos surpreende. Após 8 dias, Tomé estava presente. Todos estavam lá. E Jesus voltou por causa dele, porque o amava. Olhou para ele com ternura, vendo-o tão fraco.

Jesus viu, por trás dessa incredulidade e dureza, o anseio de Tomé por estar com o Senhor. Viu o quanto Tomé precisava dele. Viu a necessidade que ele tinha de tocar para crer – não só na ressurreição, mas no seu amor. E então se adaptou ao seu pedido, ao seu capricho de criança frágil. À sua pequenez."

Neste  momento eu, Pe.  Tarcísio retoma palavra e afirmo que o erro de Tomé foi não estar no lugar em que deveria estar. O Evangelho de hoje começa dizendo que era o primeiro dia da semana que Cristo apareceu aos apóstolos estando Tomé  ausente e que somente no primeiro dia da semana, oito dias depois, estando ele presente, apareceu Jesus novamente para confirmá-lo na fé. A lição que tiro deste fato É que nosso senhor escolheu primeiro dia da semana para que os cristãos estejam reunidos em seu Nome, fazendo memória à Sua morte e ressurreição através da Eucaristia. Precisamos de uma comunidade para superar nossas dores, e perseverar na fé por isso Jesus fundou uma Igreja. Precisamos da Eucaristia para termos forçando a nossa caminhada e foi das Chagas de Jesus que brotou para nós este e todos os sete sacramentos, pelo que, nosso senhor confirma a fé  Tomé por meio de suas chagas, já está mente no domingo quando devemos fazer memória de seu ato Redentor, por isso ele disse que ele ordenou: " Fazer isso tem memória de mim ". Precisamos da igreja para receber o perdão de Deus, por isso hoje ele sopra o Espírito Santo sobre eles e diz: " recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados... Como pai me enviou eu também vos envio ". Instituindo assim o sacramento da Confissão E confiando a igreja administração da paz que brota da reconciliação que ele veio promover entre os homens e Deus, entre os homens entre si, e entre cada um de nós conosco mesmos. Por isso hoje é o domingo da misericórdia, esse amor de Deus que nos ama incondicionalmente, Como amou  Tomé, não obstante seus pecados e incredulidade. Porque Deus é amor!













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