HOMILIA DO II DOMINGO DO ADVENTO ANO C:

PREPARAI OS CAMINHOS DO SENHOR
Por: Pe. Tarcísio Avelino, OMD
Se a liturgia do primeiro domingo do advento definiu para nós o que significa esse tempo litúrgico falando nos das quatro vindas do Senhor, a liturgia do segundo domingo do advento nos apresenta a figura de São João Batista o precursor do Messias em sua primeira vinda, e nos convida a ser os precursores do Senhor em sua segunda vinda.
A descrição precisa das autoridades que estavam no poder religioso e político no tempo do aparecimento de São João Batista e de Jesus tem a finalidade de nos mostrar a situação deplorável de dominação e exploração do povo não só pelo império Romano que dominava nação, como também, dos sacerdotes que deveriam ser os intercessores do povo e seus defensores, no entanto, escolhidos pelos interesses dos imperadores , Contribuíam para onerar ainda mais o peso de exploração e opressão sobre o povo.
 É neste cenário que João Baptista aparece,  usando as mesmas palavras que seus antecessores, os profetas, Usaram para descrever A volta do povo eleito do Exílio  para sua pátria. 
Conforme lemos na primeira leitura, a imagem do regresso do povo à sua terra era descrita pelos profetas do mesmo modo como deveriam ser os preparativos para entrada de um imperador governador ou autoridade em uma cidade. Como as vias públicas não eram bem cuidadas antigamente, quando  uma autoridade devia chegar, era praxe que as vias públicas fossem aplainadas para facilitar o acesso das autoridades com seu cortejo. Assim os profetas anunciaram os preparativos que deveriam ser executados para o regresso do povo a sua pátria, mostrando  que os judeus são o povo eleito,  são o cortejo pessoal do Rei dos Reis e Senhor dos senhores, O Deus Todo Poderoso e Único.
Como a opressão política no tempo de João Baptista se fazia  insustentável , era natural que o povo distorcesse as interpretações das profecias imaginando Messias como general que viria libertar o povo da dominação política. 
No entanto embora João Baptista não tenha sido o Messias, nem muito menos correspondido ao sinais de poder e força que deveria ter um general, sua santidade de vida sua coerência, autoridade de suas palavras, sua  austeridade eram tão grandes que não hesitaram em confundi-lo com o Messias no entanto ele deixa bem claro afirmando que era apenas "uma voz que clama no deserto preparai os caminhos do Senhor". Se define como a voz por que viria A Palavra, Jesus, O Verbo encarnado de Deus pois a voz ecoa e passa, mas " A palavra de Deus permanece eternamente ".
O batismo de João Baptista não conferia a graça santificante que traria o batismo instituído por Jesus, no entanto dispunha  as consciências para o arrependimento dos pecados, para uma mudança de mentalidade, dispondo as para reconhecerem  e obedecerem o Messias quando ele se manifestasse. 
Assim a liturgia desse segundo domingo do advento nos mostra quem é João Baptista, o precursor do Messias para nos convidar a seguir seu exemplo, convidando-nos assumir nossa missão de batizados que é a de ser  os precursores da segunda vinda de Jesus como  João Baptista foi o precursor da primeira vinda de Jesus.
E como ser precursores de Jesus? É João Baptista que nos ensina, nos responde dizendo: " todo vale seja aterrado toda montanha seja aplainada ". Convidando-nos não somente a rebaixar as montanhas do nosso orgulho e os Vales de nossa mediocridade como também exortar a todos a fazerem o mesmo. Pois o Messias que virá, virá  como uma criança na manjedoura e quem é orgulhoso e soberbo jamais poderá reconhecer a visita de Deus se não substituir o orgulho pela humildade da qual Deus se reveste para nos ensinar que o caminho pelo qual devemos ir a Ele  é o caminho oposto pelo pau Dele nos afastamos. Por isso vem como uma criança vem humilde para nos ensinar que o primeiro degrau de nosso retorno a Ele  é a virtude da humildade.
 Aterrar os vales da mediocridade significa não se contentar com o que já fizemos por Deus pois não é nada perto do que ele fez por nós. sempre devemos  progredir mais e mais na imitação de Jesus Cristo e na mortificação do  homem velho,  que,  pelo pecado original,  mesmo depois do batismo, deixou sua sequela em nós.
Em segundo lugar São João Batista nos fala sobre as passagens tortuosas  que devem ser endireitadas e dos caminhos acidentados que devem ser aplainados exortando nos à virtude da  retidão contra o vício da racionalização que consiste,  justamente em achar desculpas na nossa consciência para continuarmos no erro e no pecado sem permitimos que a palavra de Deus provoque nossa conversão.
João Baptista conclui dizendo: " que todos verão a salvação de Deus ". Essa afirmação é o oposto do que aconteceu na primeira vinda de Jesus refere-se à Sua segunda vinda  pois na primeira poucos O reconheceram na fragilidade de uma criança, mas, na segunda, todos verão Sua  glória e poder sobre as nuvens do céu e reconhecerão que ele é o Senhor nas será tarde demais para aderir a ele o que devemos fazer agora pela busca de uma sincera conversão que nos faz ver em função de Deus como O  Deus que vem mostra que vive em função de nós.
É neste sentido que a segunda leitura nos exorta a não desanimarmos diante de tantos fracassos que temos quando tentamos mudar de vida e substituir os vícios  pelas virtudes de N. Senhor Jesus Cristo. 
 a segunda leitura nos diz que " aquele que começou em nós uma obra boa há de levá-la à perfeição ". 
 De fato, no batismo, Deus nos concedeu a graça santificante  que nos capacita a imitar Jesus e a vencer O homem velho, e, embora nos vejamos incapazes de atingir a meta da perfeição do Pai,  a qual nos propõe Jesus nosso Mestre,  não podemos nos esquecer que 99% da obra de nossa perfeição depende de Deus mas que Ele não abre mão dos 1% que cabe a nós, que significa nosso esforço constante pois somente aquele que perseverar até o fim será salvo.

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