HOMILIA PARA O DOMINGO DA MISERICÓRDIA
POR PE. TARCISIO AVELINO, TF

Republico aqui a homilia que postei a alguns anos atrás pretendo publicar a homilia de hoje sábado não sei se conseguirei. Deus abençoe a todos.

“Bendito seja Deus, que em Sua infinita MISERICÓRDIA nos fez nascer de novo”, este versículo com o qual se inicia a primeira leitura de hoje evoca a MISERICÓRDIA de Deus, revelada e derramada sobre o mundo através das chagas do Crucificado, especialmente da chaga do Seu  Amorosíssimo Coração do qual, em 1931, numa aparição a Santa Faustina Kowalska, jorrava um feixe de luz vermelha e um feixe de luz branca que representa o sangue e a água que jorrou de Seu lado aberto pela lança do soldado.
Essa MISERICÓRDIA se manifesta, especialmente, no sacramento da Confissão, onde todo pecador arrependido, pode renascer de novo pela purificação de seus pecados que nos sujam e nos afastam da Vida que é o Próprio Deus como lemos em Sua Palavra que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23) e “vós estáveis mortos por causa de vossos pecados” (Cl.2,13-14). É por isso que, no mesmo dia de Sua Ressurreição Nosso Senhor comunica o primeiro fruto de Sua Paixão e Morte: a paz que provém da reconciliação dos homens com Deus e entre si: “a paz esteja convosco (...) os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados, os pecados daqueles que vocês não perdoarem não serão perdoados”. Deus quer comunicar a paz que provem de Seu perdão gratuito, através dos seus ministros escolhidos, desde o tempo dos apóstolos, até nós hoje, pelos sacerdotes.
Não foi à toa que Jesus escolheu justamente o Segundo Domingo da Páscoa, quando o Evangelho narra a instituição do Sacramento da Penitência, como o DIA DA MISERICÓRDIA, confirmado e instituído pelo saudoso Papa da Divina Misericórdia, o Papa João Paulo II, hoje foi beatificado em Roma pelo seu sucessor e amigo pessoal o Papa Bento XVI.
No entanto, hoje é também o dia de S. José Operário do qual Deus quis fazer depender as condições de que Seu Filho se Encarnasse, sofresse e morresse, para, do alto da cruz, atrair todos a si, pela manifestação mais eloquente de Sua Misericórdia. Foi S. José que, com sua obediência, salvou da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, que, se ceifada na infância não teria chegado até o momento da crucifixão quando, de Seu lado aberto revelou Sua Misericórdia ao mundo. Se não fosse também pela providência de S. José Operário, este menino não teria atingido a fase adulta para consumar sua obra de redenção, porque foi SÃO JOSÉ que, com o trabalho de suas mãos santas, providenciou o sustento para a Sagrada Família de Nazaré. Que hoje ele rogue por todos os trabalhadores para que, com seu trabalho possam colaborar com Deus na obra da criação e, como ele, oferecendo seus cansaços e suores Ao Pai, possam colaborar com Cristo na redenção do mundo.
Hoje, festa da Divina Misericórdia, nenhum católico poderia perder a oportunidade de alcançar o que Cristo prometeu para todos os que estivessem em estado de graça. Comungassem e rezassem pelo Santo Padre o Papa: “aquele que, neste dia se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e das penas” (Diário,420), ou seja, se na confissão recebemos o perdão das culpas, ou seja, pelos pecados confessados, por maiores que sejam, não iremos mais para o inferno, no entanto, o dano que eles continuam causando no mundo exigem as penas que só podem ser reparadas por um arrependimento perfeito, muito difícil de se alcançar, bem como pelos sofrimentos, penitencias e trabalhos livremente aceitos e oferecidos a Deus nesta intenção e, para aqueles que não conseguirem, através destas obras, reparar perfeitamente os estragos causados por seus pecados, restará uma segunda chance depois da morte: O Purgatório. O PERDÃO TOTAL DAS PENAS que Jesus promete para o dia de hoje, é justamente o livramento do Purgatório o qual, foi descrito pelos santos que tiveram a graça de ver, disseram que um segundo no Purgatório é mais terrível do que toda uma vida longa neste mundo acometida pelas piores enfermidades e sofrimentos.
No entanto, ser devoto da Divina Misericórdia não é somente venerar o quadro, ler o Diário de Santa Faustina e rezar o terço da Misericórdia às 15 horas como Jesus pediu, é preciso também praticar as obras de misericórdia conforme descritas por Jesus a Santa Faustina: “Estou exigindo de ti atos de misericórdia, que devem decorrer do amor para comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os outros sempre e em qualquer lugar (...) Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem um prova irrefutável do amor por Mim.” (Diário,742).
Isto se deve ao fato de que é impossível alcançar o perdão de Deus sem mudança de vida, ou seja, sem a conversão, como lemos na primeira leitura os atos concretos praticados pelos primeiros que aderiam à fé testemunhada pelos apóstolos: “ os que se haviam convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.”
Não podemos mais esperar para amanhã o dia de nossa conversão pois estes são os últimos momentos que antecedem ao retorno glorioso de Jesus. Então terá cessado o tempo da MISERICÓRDIA pois Ele voltará como Juiz. Ele prolonga o Seu regresso para dar chance de salvação a um número maior de pecadores. Vejamos o que Ele próprio diz a este respeito para que Santa Faustina o dê a conhecer ao mundo: "prepara o mundo para minha vinda. Fala ao mundo da minha Misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça (...) Antes de vir como Justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia. Antes de vir o dia da justiça, nos céus será dado aos homens este sinal: apagar-se-á todas as luzes no céu e haverá uma grande escuridão sobre a terra. Então, aparecerá o sinal da cruz no céu e dos orifícios onde foram pregadas as mãos e os pés do Salvador sairão grandes luzes, que por algum tempo iluminarão a terra. Isto acontecerá pouco antes do último dia" (Diário,83).

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