PORQUE CRISTO MORREU E RESSUSCITOU?
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
O Evangelho deste terceiro domingo vem nos ajudar a fazer uma avaliação
de todo o evento que foi JESUS CRISTO na História da Humanidade respondendo à
pergunta que surge naturalmente depois que se escuta falar de Sua vida, Porque
Jesus Cristo morreu e ressuscitou? A resposta está declaradamente clara na
Segunda Leitura: "Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados e não só
pelos nossos, mas pelos pecados do mundo inteiro". É para isso que Deus se
tornou homem, sofreu, morreu e ressuscitou, para satisfazer as exigências de
Seu amor infinito que tudo perdoa e, ao mesmo tempo de Sua Justiça que também é
infinita. Ora, se a ruptura com o amor infinito de Deus requeria uma reparação
de valor infinito, só havia um jeito de satisfazer a descompensação infinita que
passou a existir do homem em relação a Deus, desde que, no Paraíso o homem usou
sua liberdade desobedecer a Deus e,
consequentemente deixando de dar a Deus a glória que lhe é devida por nos ter
criado do nada só por amor, fazendo com que suas criaturas humanas pudessem
desfrutar do convívio da amizade com O Infinito, que é Deus.
Assim, para satisfazer essa ruptura com O Amor Infinito, fazia-se
necessário uma reparação de valor infinito, procedente da parte do homem que
livremente optara por romper com Deus. Como infinito só é Deus só havia um
jeito de compensar a justiça infinita de Deus, que o próprio Deus desse aos
homens uma oferenda de valor infinito para que pelo homem fosse a Ele
oferecida, então Deus se faz homem e se entrega na mão do homem para que o
homem O ofereça livremente a Deus pedindo perdão pelos nossos pecados isso é
que quer dizer que Cristo é a vítima de expiação pelos nossos pecados, por
isso, no Evangelho Ele pode comunicar o principal fruto de Sua Paixão, morte e
Ressurreição, a paz, fruto da reconciliação do homem com Deus e dos homens
entre si e não só isso, constitui àqueles mesmos que O haviam traído e fugido,
com excessão de S. João que, com Maria e as mulheres permaneceu firme, de pé ao
pé da cruz, constitui a estes, ministros de Sua paz pelo sacramento da
Reconciliação, "como o Pai me enviou assim também eu vos envio, os pecados
daqueles que vocês perdoarem serão perdoados".
Porque Cristo morreu? Por nossos pecados. Mas se mesmo depois de Ele ter
pagado o preço dos pecados passados alguém pecar? Esta resposta nos é dada pela
Segunda Leitura, por S. João, o único
apóstolo que ficou fiel até o fim diante da cruz: "Filhinhos, isso vos
escrevo para que não pequeis, mas se alguém pecar, temos junto do Pai um
defensor, Jesus Cristo". João que foi o único que permaneceu fiel com as
mulheres ao pé da cruz viu como Cristo morreu perdoando Seus algozes e é daí
que afirma com certeza até que ponto Ele defende os pecadores, até o fim. Se
alguém pecar, ou seja, atrair o justo castigo de um Pai que castiga para
salvar, Cristo nos defende perante O Pai exibindo eternamente as chagas que
foram o preço de nossos pecados que já pagou por nós, basta que confessemos a
Ele nossos pecados que o preço de todos eles Ele já pagou e é pelo Sacramento
da Penitencia que Ele comunica a paz da reconciliação com Deus e restitui nossa
comunhão com O Pai. Se alguém pecar a Primeira Leitura diz;
"arrependei-vos e convertei-vos para que os vossos pecados sejam
perdoados", essa conversão implica a confissão como Jesus afirma aos
apóstolos que os pecados que eles perdoarem serão perdoados mas como os
ministros de Deus podem perdoar pecados que não conhecem? Ouvindo-os em
confissão. Essa conversão implica também o propósito de não mais pecar e o
cumprimento da penitencia imposta pelo confessor como satisfação pelos danos
causados pelos nossos pecados não só em nós próprios como em todo o mundo, por
mínimo que possa parecer o pecado em questão.
Assim, a Primeira Leitura afirma que a ressurreição e Cristo é o
cumprimento de todas as profecias de Deus. E, como se não bastasse o testemunho
de tantos que conviveram, tocaram e comeram com Ele esta Primeira Leitura é no
contexto da cura do paralítico que pedia esmolas à porta do templo, o que serve
como um sinal de confirmação. Mas o que mais impressiona é que depois que Pedro
afirma que eles ao mandar crucificar Jesus agiram por ignorância aconselha que
se convertam para alcançarem o perdão dos pecados, mas que pecado se só há
pecado quando se tem consciência e Pedro afirma que agiram por ignorância? É
que o pecado que Pedro afirma aqui não é o de terem matado o autor da vida e
sim o de terem se recusado a crer Nele porque se a fé é um dom de Deus, este é
despertado e sustentado pela vontade e pela razão.
Assim o que nos pede a Mensagem deste Terceiro domingo pascal é a nossa arrependimento
e conversão para obtermos o perdão dos pecados. É preciso pedir a Deus esse
arrependimento e excitá-lo em nós pela meditação frequente na Paixão de Cristo
que desmascara para nós o que é o pecado, até onde vai a maldade do homem sem
Deus e até onde vai o amor de Deus pelo homem, o que, com certeza aumentará em
nós o amor por Deus, requisito básico para sermos Suas testemunhas que é a
terceira coisa concreta que nos é pedido hoje, porque a segunda, que é a
conversão requer atitudes concretas que expressem nosso arrependimento dentre
as quais sugiro fugir das ocasiões de queda.
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