XXX DOMINOGO COMUM A

UM SÓ É O VOSSO PAI
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO 

 Embora a advertência do Evangelho de hoje seja dirigida especialmente àqueles que na Igreja detêm cargos de governo, precisamos, cada um de nós em cada passagem da Sagrada Escritura, o que é que Deus está querendo dizer a mim pessoalmente, principalmente nas palavras selecionadas pela Igreja para a Liturgia na qual Deus fala a cada um de Seus amados filhos, num encontro pessoal.
Sendo assim, como sacerdote que sou, depois de ter entendido aquilo que cabe a mim na Palavra de hoje, preciso procurar também, sempre, a mensagem que, porventura Deus queira dirigir ao rebanho a mim confiado, no caso, na parcela da Igreja que está na PARÓQUIA S. JOSÉ OPERÁRIO, da Diocese de Marabá e para aqueles que ele me confiou nesta COMUNIDADE DOS TERESINIANOS MENSAGEIROS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.
Sendo assim, a liturgia de hoje nos adverte a cada um de nós, especialmente aos pastores, sobre o perigo e os danos da hipocrisia que é a incoerência entre nossa fé e nossa vida, o desejo de querer aparecer e parecer ser aquilo que não somos. Tocamos aqui, em cheio, no motivo pelo qual Nosso Senhor trata com tanta dureza os fariseus e doutores da lei, porque, estando eles à frente do rebanho que são chamados a conduzir para Deus, ao invés de apontar o fim do caminho, que é O Nosso Criador, procuram prender a si cada pessoa, atraindo-as para si, ao invés e encaminhá-las para O Único que nos pode preencher, Deus.
Os fariseus e doutores da lei procuravam ao máximo chamar a atenção sobre si, esquecendo-se de que, todos nós que conhecemos a Deus, temos a gravíssima responsabilidade de ser setas que apontam para a Meta, se as pessoas ficarem apegadas a nós, cairão porque não somos nada e não podemos nada sem Deus do qual nos afastamos Sempre que nos colocamos em Seu lugar.
Os fariseus e doutores da lei gostavam muito dos títulos honoríficos como de pai e mestre no entanto a advertência que Nosso Senhor faz especialmente não está, de modo algum nos impedindo de cumprir o 4º mandamento: Honrar PAI e mãe. Se Deus mandou honrar pai e mãe, como não pode chamar de "pai"? Deus se contradiz?
A Bíblia quer ensinar a humildade. Que ninguém queira ocupar o lugar do Pai celeste, de onde origina toda paternidade.
Não se trata de sentido literal, pois a mesma Bíblia chama as pessoas de "pai" em muitos textos, como: At 7,2; 22,1; Rm 4,16; Tt 1,4; 1Cor 4,14-15; Fm 1,10. São Paulo diz textualmente: "venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo"(Fm 1,10); outro exemplo:"não tendes muitos pais; ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho"(1Cor 4,15). Também Pedro, primeiro Papa, confirma a paternidade espiritual, chamando Marcos de "meu filho". Confira em 1Pd 5,13.
Sendo assim, o Bíblia está simplesmente nos dizendo que ninguém nesta terra deve pretender ocupar o lugar de Deus pois toda a paternidade neste mundo é derivada da única paternidade de Deus, sem nos esquecer jamais que a paternidade espiritual é infinitamente superior à paternidade biológica e, se o quarto mandamento nos manda honrar pai e mãe, devemos honrar, principalmente aqueles que nos geraram na fé para a vida eterna, principalmente o padre que nos batizou, se não fosse assim o Apóstolo Paulo não se compararia com uma mãe, por ter gerado na fé os tessalonicenses aos quais se dirige com tanto afeto e ternura por terem “acolhido a palavra de Deus” que também hoje somos chamados a acolher na imitação dAquele que sendo Senhor se fez servo de todos e nos convida a imitá-lO não somente no serviço humilde a todos, diferentemente dos doutores da lei que buscavam sempre os primeiros lugares para serem melhor servidos ao invés de procurar os lugares onde melhor pudessem servir os irmãos: “o maior dentre vós seja aquele que serve”.
“Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado” podemos concluir assim nossa reflexão usando a sábia definição de Santa Teresa d’Ávila sobre a humildade: “a humildade é a verdade”, para dizer que somente aquele que meditar sempre na sua condição de pó poderá verdadeiramente levar uma vida que lhe constitua sinal que aponta para o único que é Pai, do qual provém o nosso ser e o de tudo o que existe, jamais incorrendo no perigo que ameaça, principalmente aqueles que, na Igreja ou fora dela detêm cargos de governo.


      

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM


O DEVER DE AMAR
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO
Mais uma vez os fariseus vêm para pôr Jesus à prova trazendo a Ele uma das questões mais polêmicas da época: “qual é o maior de todos os mandamentos?”, afinal, os fariseus haviam criado tantos preceitos, na tentativa de conseguirem, que com o cumprimento deles se tornasse impossível quebrar um dos dez mandamentos dados diretamente por Deus, que acabaram se perdendo igualando e confundindo os preceitos divinos com os preceitos humanos, por isso, cada escola rabínica defendia um como sendo o maior de todos os mandamentos. Jesus dirime logo a questão mostrando que se o único, entre os dez mandamentos, que é positivo é o mandamento do amor, é porque quem ama jamais fará o mal a alguém e muito menos será injusto com quem quer que seja.
O que mais nos impressiona é o fato de que Deus tenha colocado o amor entre os mandamentos já que ninguém pode mandar ninguém amar alguém uma vez que o amor é espontâneo. Então porque será que Deus nos MANDA amar? Justamente porque amar é a realização plena de nosso ser, fomos criados pelo Amor e para o amor.
Ao ordenar que O amemos e que nos amemos, o Pai está nos ordenando assumir a nossa essência, sem a qual ninguém se realiza. É como se Ele nos dissesse: sejam felizes! Assumam a vossa essência, seja você mesmo! Tudo isso se resume num fato concreto, o de não resistir ao fluxo que, desde toda eternidade brota no seio da Santíssima Trindade e transborda, desde o momento da criação humana, no coração dos homens. Resistir a esse fluxo é uma violência tão grande, que nos faz adoecer!!
Amar é se dar e se doar, gratuitamente, sem nada esperar em troca, como o amor de uma mãe pelo seu filho pequenino, sobre o qual se debruça desveladamente tentando adivinhar-lhe todas as necessidades, como o amor descrito na primeira leitura, cuja atenção se volta principalmente, para o desvalido, para a viúva e o órfão, que não tem como nos retribuir nada em troca. É abrir mão de seus direitos em prol daqueles que não têm como devolver o que nos pertence.  Assim é o amor daquele que nos criou à Sua imagem e semelhança, ao qual devemos nos conformar sempre mais se não quisermos nos transformar em seres doentes e frustrados por se violentar para negar aquilo que somos.
Amar assim é se tornar modelo para os outros como S. Paulo o fora para os tessalonicenses que, por sua vez, por terem imitado Paulo, perfeito imitador de Cristo, se tornaram referencia para os que iam conhecendo a mensagem de Cristo.
 Todas as  pessoas no mundo estão procurando a sua auto-realização, que jamais conseguirão , negando  a nossa essência, aquilo que somos de fato, filhos dO  Amor, criados para amar.

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM A

A DEUS O QUE É DE DEUS


POR: PE. TARCÍSIO AVELINO
“De quem é a figura e a inscrição desta moeda?” Com esta pergunta o Senhor nos coloca, de cheio, diante da nossa identidade para nos convidar a refletir sobre a questão da justiça.
De quem é a figura e a inscrição da moeda que somos nós? Se fomos cunhados à imagem e semelhança de Deus, então somos propriedade dEle, somos filhos porque fomos criados, gerados por Ele e para Ele. Ora, se somos de Deus, então porque resistimos tanto em nos dar a Ele??? Fomos cunhados, feitos à Sua imagem e semelhança, temos em nós a inscrição Do Artista que nos entalhou!!!
Ó cristão! Toma consciência de tua dignidade e te comportes como tal para que possais encontrar tua felicidade Na Forma que te gerou!!
Se nos irritamos tanto quando são injustos conosco, porque então não sermos justos com Deus dando a Ele o que lhe pertence e aos outros o que lhes é devido?
Se uma das definições de justiça é dar a cada um o que lhe é devido, então precisamos dar a nos entregar a Deus, o que significa, viver para Ele e por Ele, o que significa se abandonar a Ele com total confiança.
Se quizermos continuar dizendo que somos discípulos de Jesus, O Justo por excelência, e que se encarnou não somente para  sofrer em nosso lugar as conseqüências de nossos pecados, como também para nos ensinar, com Sua Vida, o caminho de volta para O Pai, então precisamos dar a Deus o que lhE é devido. E o que é devido a Deus? A primazia sobre todas as coisas,O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força pertencem ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos” (Apc.7,12), e qual é a honra que podemos dar a Deus? Nos comportarmos como filhos dEle, não há nada que desonre mais um pai do que um filho mal comportado, de mal caráter e sem palavra, por isso escutemos o lamento de Nosso Pai: “se Eu sou Pai, onde está a honra que me é devida? Se Eu sou o dono, onde está o respeito a mim?” (Ml.1,6). Ele é o nosso dono! Ele não só nos criou para Si (deixando nos livres para nos dar a Ele ou não), como também nos resgatou pelo preço de Seu Preciosíssimo Sangue, quando Dele nos havíamos perdido!Porque fostes comprados por um alto preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. (1 Cor.  6:20 ), portanto, glorificai a Deus com o vosso corpo, com o vosso comportamento, com a vossa maneira de vestir e de agir, com a vossa postura, etc. Nao vos pertenceis mais! Sois o templo do Espirito Santo! Essa é a vossa dignidade! Se O Santo dos Santos nos comprou para fazer em nós Sua morada, quão grande não deverá ser a nossa santidade de vida! Então demo-nos a Ele pois!
“Dar a Deus o que é de Deus” significa pois, viver para Ele, e tudo fazer para que Ele seja mais amado e glorificado.
Na segunda leitura vimos S. Paulo dizendo aos tessalonicenses e a nós hoje qual é a nossa dignidade: “sois do número dos eleitos” ou seja, dos escolhidos. Mas escolhidos para que? Para manifestar Deus ao mundo. Essa é a missão daqueles que O conheceram por primeiro, como Ele mesmo disse: “Vós sois a luz do mundo”. Ora, para que serve a luz senão para iluminar? Portanto, se vivermos à altura de nossa dignidade, nossa vida será como a luz pois o nosso testemunho clareará  O Caminho, para todos os que jazem nas trevas.
Não resistir à finalidade para a qual fomos criados! Assim como a colher não serve para cortar, como a tesoura, os nossos cabelos, também o homem não serve para mais nada a não ser para amar, pois é filho Do Amor! Somente amando é que poderemos agir com justiça para com Deus, isso é o que lhe dará honra, que nos comportemos como Seus filhos.
É amando que vamos dar a César o que é de César e a Deus  o que é de Deus, ou seja, a cada um o que lhe é devido, não somente o respeito por ser nosso semelhante e irmão, como também a reverencia que se deve aos templos de Deus. Pois amar é se dar e dando-nos ao próximo nos damos Àquele que disse: “Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos foi a mim que o fizeste”.
Os enviados dos fariseus armaram uma cilada engenhosa para peagar Jesus pois se este respondesse que não se deve pagar o imposto a César encontrariam motivo para O acusar perante o imperador e o executariam, se respondesse que se deve pagar o imposto ao Imperador, atrairia sobre si a vingança do povo judeu que odiava o império que lhes dominava, achando que se opunha aos desígnios de Deus esquecendo-se que, como lemos na primeira leitura, Ele sempre se serve de tudo e de todos, até de uma autoridade pagã para cumprir os Seus propósitos.
Se os enviados dos fariseus esperavam apanhar Jesus em alguma cilada, merecendo todo nosso repúdio por este gesto odável, merecem toda nossa gratidão porque essa sua arrogancia nos valeu tão nobre ensinamento sobre a justiça que devemos ter para com Deus, para com nossos governantes e nação e para com nosso proximo.

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM A

O BANQUETE ESTÁ PRONTO!!
POR: PE. TARCISIO AVELINO


“Ide pelas encruzilhadas e chamai os coxos, os aleijados e os estropiados”.
Amados irmãos esse versículo acima nos colocam de cheio dentro do espírito da liturgia de hoje. Um Deus cujas entranhas de misericórdia nos explica o brado de Jesus na cruz: “tenho sede”, sede de se dar! Foi para isso que Ele nos criou, para se derramar em nós. Se Deus é amor e se a doação é a característica principal do amor, então não poderia ser diferente, a fonte eterna, constante e ininterrupta do amor do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai no Espírito Santo, não poderia ficar contida em si haveria que transbordar para fora de si!!!!!! Esse versículo acima expressa o brado de um Deus que tem sede de amar!!! Desde a encarnação do Verbo Deus desposou a nossa humanidade, inaugurando Sua festa de bodas que só se consumará na eternidade.
Os mil cuidados na preparação do banquete expresso na primeira leitura expressam todos os cuidados que Deus prodigalizou para atrair a Si os homens desde a criação, culminando com o envio de Seu filho para assumir nossa humanidade e sofrer em si as conseqüências do mal uso de nossa liberdade que optou por dEle se separar pelo pecado.
Os convidados que rejeitaram Seu convite são os judeus que, desde o princípio rejeitaram a Jesus, mas representam todos aqueles que, ao longo da história, apresentam mil desculpas para não aceitar esse convite que implica em mudança de vida, expressa pelo traje nupcial que o próprio Deus preparou para que sejamos admitidos em Seu banquete.
Essa veste nupcial trata-se da mesma veste batismal que recebemos imaculada, alvejada no Sangue do Cordeiro, e que assim devemos conservar se quizermos habitar com O Fogo devorador que é Deus. Somente quem em fogo tiver se transformado pela aceitação deste convite de Deus é que poderá suportar tanta luz, brilho e calor de amor que emanam Sua presença.
A severidade com a qual O Dono do banquete, Deus, trata o que não tinha o traje nupcial expressa a indignação de Alguem que, amando cada pesso como a Seu filho único não suporta a negligencia daqueles que, pelo Batismo aceitaram a incumbência de ir pelo mundo inteiro e a todos pregar o Evangelho, ou seja de “sair pelas encruzilhadas e chamar os coxos, os cegos e estropiados.
Sendo assim, aprendemos nas leituras desta Missa que os requisitos para respondermos adequadamente a Esse Amor são:
1.       A humildade de reconhecer-se “cego, coxo e estropiado”, ou seja, doente porque Cristo, O Médico dos Médicos não veio para os sãos mas para os doentes, não veio chamar os justos, mas os pecadores.
2.       Um coração de pobre como o de Paulo citado na segunda leitura que afirma saber viver tanto na fartura quanto na penúria dizendo: “tudo posso nAquele que me fortalece. Somente quem tem coração de pobre se abandona em Deus ao ponto de jamais nada antepor a Ele, muito menos nossas ocupações diárias com as coisas que vão passar.
3.       Um coração de missionário que busque se assemelhar Aquele com o qual queremos nos unir eternamente e que sendo O Próprio amor, sai de si para ir ao concontro dos outros, principalmente dos mais necessitados. Se quizermos nos unir eternamente Ao Pai, por meio do Filho, no Espírito, precisamos nos assemelhar a eles por meio desta doação disposta até a dar a própria vida, já que “não há maior prova de amor do que dar a vida”.  Jamais poderá o cristão permanecer indiferente a quem quer que seja, principalmente os milhares de semelhantes que vagueiam pelo mundo como sonâmbulos vivendo uma vida que não é vida, vegetando por não estarem na excencia de sua criação, a de sermos filhos Do Amor.

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM A

   OS FRUTOS QUE DEUS ESPERA DE NÓS

POR: Pe. Tarcísio Avelino

“O que eu poderia ter feito a mais pela minha vinha e não fiz?”. Esse é o lamento de um Deus correspondido que, no início deste mês missionário nos convida a refletir sobre os frutos de nossa vocação cristã.
É impressionante constatarmos, tanto pela primeira leitura, quanto pelo Evangelho os cuidados e desvelos com os quais Deus cumulou o seu povo representado pela vinha, que, no Antigo Testamento era símbolo do povo eleito de Israel mas que, segundo o Evangelho de hoje, é símbolo do Reino de Deus, do qual a Igreja militante é uma parcela, à qual foi confiada a missão de fazer essa vinha frutificar. No entanto, se é à Igreja que foi confiada a tarefa de fazer frutificar O Reino de Deus, é preciso nos lembrarmos que Igreja somos todos e cada um de nós.
Que mais poderia ter Deus feito por nós se, quando a humanidade inteira havia virado as costas para Ele que é A Luz e A Vida e  jazia nas trevas de morte, Ele nos deu O Seu Próprio Filho para sofrer em si as conseqüência de nossa separação dEle pelo pecado?
O que mais poderia ter Deus feito por nós, se ao se encarnar aceitou morrer em nosso lugar, sendo que nos havia ensinado que “não há maior prova de amor que dar a vida por seus amigos”, Ele que morreu pelos seus inimigos??? Não! Decididamente não há mais nada que Deus pudesse ou possa fazer por nós!!! Ele se entregou por nós quando o havíamos rejeitado e nos deixa livres para aceitar o Seu perdão ou não.
O filho do proprietário que foi morto fora da vinha é Jesus Cristo, que foi levado para fora das muralhas de Jerusalém como um grande criminoso que não era considerado mais digno de morrer dentro das muralhas da capital do povo de Deus, como um maldito, um abandonado por Deus como eram  considerados os criminosos e pecadores.
Considerar o que Deus fez por nós é refletir sobre a imensa responsabilidade de termos recebido tantos dons, é preciso fazê-los frutificar em favor dos outros irmãos, por isso a segunda leitura não só nomeia 7 frutos que devemos produzir com os benefícios que Deus nos concedeu, como também nos ensina como devemos produzir esses frutos: “em todas as circunstancias apresentai a Deus vossas orações de súplicas e ações de graças” ou seja, permanecendo sempre em Deus é que poderemos dar frutos e isso só se consegue por meio da oração contínua que nada mais é do que conservar o pensamento sempre em Deus agradecendo a todo o momento por tudo com brevíssimas e sinceras palavras, bem como pedindo a ajuda dEle em tudo, nas mínimas coisas conscientes do que Ele disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15,5)
Tanto no Evangelho de hoje, quanto na primeira leitura somos convidados nós mesmos a emitir o juízo sobre as pessoas que recebem tudo de Deus e não só não correspondem aos Seus dons e favores, como também o desprezam e matam, com Seus pecados, O Seu Amadíssimo  Filho enviado: “Pois bem quando o dono da vinha voltar o que fará com esses vinhateiros?” A resposta que os sacerdotes e anciãos do povo encontra eco de unanimidade em nós quando nos colocamos no lugar de Deus lembrando das pessoas que foram ingratas conosco: “com certeza mandará matar de modo violento esses perversos”. Esse é o julgamento que nós mesmos emitimos contra nós todas as vezes que não fazemos frutificar os dons que Deus não cessa de nos prodigalizar a todo momento. E que frutos são  esses que devemos produzir com os dons de Deus? Como vemos na segunda leitura são 7: 1. “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro”, ou seja buscar em tudo a verdade e odiar a mentira. 2. “Respeitável”, devemos nos ocupar somente com aquilo que vai atrair o respeito de todos pois até os pagãos sabem reconhecer o valor dos gestos feitos exclusivamente pelo amor sobrenatural e gratuito, pois todos fomos criados para o amor, mesmo que alguns se recusem a aderir a ele. 3. “justo”, ou seja, devemos agir somente segundo a justiça que significa dar a cada um o que lhe é devido. A Deus o que é de Deus: a primazia absoluta em tudo. E ao próximo o serviço e a reverencia por serem filhos amados e templos vivos de Deus. 4. “puro” é aquilo que não tem mistura, que é límpido e transparente, casto e virginal, ou seja que não é manchado, dissimulado e falso, mas que é autêntico e sincero. 5. “amável”, significa que devemos nos ocupar somente com aquilo que vai aumentar o amor nas pessoas. 6. “honroso”, ou seja, devo me ocupar somente com aquilo que não vai diminuir minha dignidade nem a de ninguém de ser filho e templo do Espírito santo. E finalmente, 7. “virtude ou que de qualquer modo mereça louvor”, podemos dizer que virtudes são todas as qualidades de Jesus que devemos imitar, mortificando as más tendências que em nós se despertaram com o pecado original”. É neste sentido que Cristo é a pedra que, tendo sido rejeitada pelo povo eleito de Deus, lançado fora de Jerusalém para ser crucificado, se tornou a pedra angular, ou seja o fundamento do novo povo de Deus a Igreja.
Que no início deste mês missionário, possamos a exemplo de Santa Teresinha, segunda padroeira dos Teresinianos, nos exercitarmos no combate contra o homem velho que insiste em nos dominar, e, através de uma perseverante imitação de Cristo, oferecer todas as ocasiões que a vida nos apresentar em prol da conversão dos pecadores, pois somente assim estaremos cumprindo nossa vocação de missionários que recebemos no batismo e produzindo os frutos que Deus procura em nós não por necessidade Sua mas de cada um de Seus Filhos que ama como se fosse seu filho único. Amém.



1 DE OUTUBRO: DIA DE NOSSA SEGUNDA PADROEIRA

A Santa que perfumou o claustro de Lisieux e todo o mundo!

Como todos sabem, nossos primeiros padroeiros são os Pastorinhos de Fátima, videntes da Senhora vestida de sol que lhes aparecera na cova da Iria, no entanto, como nossas regras foram inspiradas tanto nos escritos da Ir. Lucia sobre fátima quanto nos de Santa Teresinha, levamos o nome de santa teresinha, TERESINIANOS, porque o modo como vivemos a mensagem de Fátima, ou seja, nossa Regra, é o caminho da Infância Espiritual, a pequena via ensinada por esta que é a mais jovem doutora da Igreja.

Que ela, rogue a Deus por nós para que sejamos fiéis ao chamado de seguir seus passos.

Deus abençoe a todos, Pe. Tarcísio Avelino

menina linda” Não quero ser santa pela metade, escolho tudo”.

Francesa, que nasceu em Alençon no dia 2 de janeiro de 1873 e morreu dia 30 de setenbro de 1897, depois de uma agonia de dois dias.<<oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja>>.

*Santa Teresinha não só descobriu no coração da Igreja que sua vocação era o amor, mas sabia que o seu coração – e o de todos nós – foi feito para amar. Teresinha entrou com quinze anos no Mosteiro das Carmelitas Descalças em Lisieux, com a autorização do Papa e sua vida passou na humildade, simplicidade e confiança em Deus.

*Foi uma religiosa carmelita, missionária da oração, do sofrimento e do amor. Teresinha transformou a vida fechada no convento em luz, a dor em amor, o pequeno em grande, a terra em céu, o tempo em eternidade, a vida contemplativa de convento de clausura num horizonte missionário, em Igreja universal .

*Nunca foi para as missões, no entanto o Papa Pio XI a nomeou Padroeira das Missões e dos missionários, junto com São Francisco Xavier. Sua festa é celebrada no dia 1º. de outubro.

teresa novissa


*Santa Teresinha é com Santa Joana d’Arc padroeira da França!

“Apraz-me recordar como santa Joana d’Arc teve uma profunda influência sobre uma jovem santa da época moderna: Teresa do Menino Jesus. Numa vida completamente diferente, transcorrida na clausura, a carmelita de Lisieux sentia-se muito próxima de Joana, vivendo no coração da Igreja e participando nos padecimentos de Cristo para a salvação do mundo. A Igreja reuniu-as como Padroeiras da França, depois da Virgem Maria. Santa Teresa tinha expresso o seu desejo de morrer como Joana, pronunciando o Nome de Jesus (Manuscritto B, 3r), e era animada pelo mesmo grande amor a Jesus e ao próximo, vivido na virgindade consagrada”  Santo Padre Bento XVI(26 de Janeiro de 2011 ).

com acruz
Leitura da Autobiografia de Santa Teresa do Menino Jesus, virgem
(Séc.XIX)
No coração da Igreja serei o amor
Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver
se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da
Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo
apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser
mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e
dar-me a paz.
Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores
carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31). O Apóstolo esclarece
que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente
que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso.
Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros
enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-
me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários
membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a
Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da
Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não
mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e
reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os
tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.
Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação:
minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu
Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo
se realizará.”
Cópia de slideteresita
(extráido do blog do MOSTEIRO DE S. JOSÉ)