A PALAVRA DO FUNDADOR
HOMILIA DO I° DOMINGO DA QUARESMA ANO B
POR PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
As Leituras da Liturgia deste Primeiro Domingo nos convidam a
meditar sobre a Nova Aliança que Cristo veio inaugurar com a humanidade na qual
se ingressa pelo Batismo que nos confere uma nova vida de filhos de Deus que
consistirá, neste mundo numa constante purificação das más tendências que o
pecado original deixou em nós, por meio das tentações que Deus permitiu desde o
princípio para aumentar no homem as virtudes que mais o assemelhariam Àquele
que o criara e com o qual desejava se unir eternamente.
Assim, a Primeira Leitura nos propõe os termos de uma
Aliança, oferecida por Jahwéh à nova humanidade (representada por Noé e sua
família, presente e futura) e a todos os seres criados (representados pelos
animais que saíram da Arca). Nela, Deus compromete-Se a depor o seu “arco de
guerra” e a garantir a perenidade da ordem cósmica.
A Aliança com Noé apresenta-se, no entanto, como uma Aliança completamente diferente da Aliança feita com Abraão, ou da Aliança feita com Israel no Sinai, ou de qualquer outra Aliança que Jahwéh fez com os homens. Nas outras Alianças, um indivíduo ou um Povo eram chamados a uma relação de comunhão com Deus e aceitavam ou não esse desafio; se o indivíduo ou o Povo em causa não aceitassem, não haveria relação e, portanto, não haveria Aliança… Ao contrário, a Aliança de Jahwéh com Noé não implica nenhuma adesão ou reconhecimento da parte do homem, nem implica qualquer promessa, por parte do homem, no sentido de não voltar a percorrer caminhos de corrupção e de pecado. A Aliança que Jahwéh faz com Noé aparece, assim, como um puro dom de Deus, um fruto do seu amor e da sua misericórdia. É uma Aliança incondicional e sem contrapartidas, que resulta exclusivamente da bondade e da generosidade de Deus.
O sinal desta Aliança será o arco-íris. Em hebraico, a mesma palavra (“qeshet”) designa o “arco-íris” e o “arco de guerra”… Jogando com esta duplicidade, o teólogo sacerdotal, autor deste texto, sugere que Jahwéh pendurou na parede do horizonte o seu “arco de guerra”, a fim de demonstrar ao homem as suas intenções pacíficas. O “arco-íris”, sinal belo e misterioso que toca o céu e a terra, é o “arco” de Jahwéh, através do qual a bondade de Deus abraça o mundo e os homens. O “arco-íris é assim, para o teólogo sacerdotal, um sinal que sugere a vontade que Deus tem de oferecer a paz a toda a criação.
A Aliança com Noé apresenta-se, no entanto, como uma Aliança completamente diferente da Aliança feita com Abraão, ou da Aliança feita com Israel no Sinai, ou de qualquer outra Aliança que Jahwéh fez com os homens. Nas outras Alianças, um indivíduo ou um Povo eram chamados a uma relação de comunhão com Deus e aceitavam ou não esse desafio; se o indivíduo ou o Povo em causa não aceitassem, não haveria relação e, portanto, não haveria Aliança… Ao contrário, a Aliança de Jahwéh com Noé não implica nenhuma adesão ou reconhecimento da parte do homem, nem implica qualquer promessa, por parte do homem, no sentido de não voltar a percorrer caminhos de corrupção e de pecado. A Aliança que Jahwéh faz com Noé aparece, assim, como um puro dom de Deus, um fruto do seu amor e da sua misericórdia. É uma Aliança incondicional e sem contrapartidas, que resulta exclusivamente da bondade e da generosidade de Deus.
O sinal desta Aliança será o arco-íris. Em hebraico, a mesma palavra (“qeshet”) designa o “arco-íris” e o “arco de guerra”… Jogando com esta duplicidade, o teólogo sacerdotal, autor deste texto, sugere que Jahwéh pendurou na parede do horizonte o seu “arco de guerra”, a fim de demonstrar ao homem as suas intenções pacíficas. O “arco-íris”, sinal belo e misterioso que toca o céu e a terra, é o “arco” de Jahwéh, através do qual a bondade de Deus abraça o mundo e os homens. O “arco-íris é assim, para o teólogo sacerdotal, um sinal que sugere a vontade que Deus tem de oferecer a paz a toda a criação.
No Evangelho uma catequese sobre as opções de Jesus.
Marcos sugere que, ao longo de toda a sua existência, {representada pelo número
“quarenta dias”, que lembra a geração do povo que, no deserto marchava para a
terra prometida e que passou a simbolizar a caminhada da humanidade neste mundo
rumo ao Céu}, Jesus confrontou-Se com dois caminhos, com duas propostas de
vida: ou viver na fidelidade aos projetos do Pai, fazendo da sua vida uma
entrega de amor, ou frustrar os planos de Deus, enveredando por um caminho
messiânico de poder, de violência, de autoridade, de despotismo, ao jeito dos
grandes deste mundo. Jesus escolheu viver na obediência às propostas do Pai; da
sua opção, vai surgir um mundo de paz e de harmonia, um mundo novo que reproduz
o plano original de Deus.
Na segunda parte do Evangelho deste domingo (vs. 14-15), temos uma outra cena. Marcos transporta-nos para a Galileia, onde Jesus aparece a concretizar esse plano salvador do Pai que, na cena anterior, Ele escolheu cumprir.
Jesus começa, precisamente, por anunciar que “chegou o tempo”. Que “tempo” é esse? É o “tempo” do “Reino de Deus”.
O “Reino de Deus” é uma noção que resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de abundância, preparado por Deus para o seu Povo. Esta esperança está bem viva no coração de Israel na época em que Jesus aparece a dizer: “cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus”. Certas afirmações de Jesus, transmitidas pelos Evangelhos sinópticos, mostram que Ele tinha consciência de estar pessoalmente ligado ao Reino e de que a chegada do Reino dependia da sua acção.
Jesus começa, precisamente, a construção desse “Reino” pedindo aos seus conterrâneos a conversão (“metanoia”) e o acolhimento da Boa Nova (“evangelho”).
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores que orientam a própria vida. É reequacionar a vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível que esse mundo novo de amor e de paz se torne uma realidade, sem que o homem renuncie ao egoísmo, ao orgulho, à auto-suficiência e passe a escutar, de novo, Deus e as suas propostas.
“Acreditar” não é, apenas, aceitar um conjunto de verdades intelectuais; mas é, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, escutar a sua proposta, acolhê-la no coração, fazer dela o guia da própria vida. “Acreditar” é escutar essa “Boa Notícia” de salvação e de libertação (“evangelho”) que Jesus propõe e fazer dela o centro à volta do qual se constrói toda a existência.
Na segunda parte do Evangelho deste domingo (vs. 14-15), temos uma outra cena. Marcos transporta-nos para a Galileia, onde Jesus aparece a concretizar esse plano salvador do Pai que, na cena anterior, Ele escolheu cumprir.
Jesus começa, precisamente, por anunciar que “chegou o tempo”. Que “tempo” é esse? É o “tempo” do “Reino de Deus”.
O “Reino de Deus” é uma noção que resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de abundância, preparado por Deus para o seu Povo. Esta esperança está bem viva no coração de Israel na época em que Jesus aparece a dizer: “cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus”. Certas afirmações de Jesus, transmitidas pelos Evangelhos sinópticos, mostram que Ele tinha consciência de estar pessoalmente ligado ao Reino e de que a chegada do Reino dependia da sua acção.
Jesus começa, precisamente, a construção desse “Reino” pedindo aos seus conterrâneos a conversão (“metanoia”) e o acolhimento da Boa Nova (“evangelho”).
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores que orientam a própria vida. É reequacionar a vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível que esse mundo novo de amor e de paz se torne uma realidade, sem que o homem renuncie ao egoísmo, ao orgulho, à auto-suficiência e passe a escutar, de novo, Deus e as suas propostas.
“Acreditar” não é, apenas, aceitar um conjunto de verdades intelectuais; mas é, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, escutar a sua proposta, acolhê-la no coração, fazer dela o guia da própria vida. “Acreditar” é escutar essa “Boa Notícia” de salvação e de libertação (“evangelho”) que Jesus propõe e fazer dela o centro à volta do qual se constrói toda a existência.
Mas para tanto é necessário que aprendamos com Cristo que, ao
ser tentado nos ensina em que consiste, desde o pecado original a vida humana
na terra, onde, desde o princípio Deus nos criou livres, permitindo, já no
Paraíso a presença de Satã o mesmo que, ao tentar Jesus no deserto nos ensina
que as tentações são permitidas para exercitar em nós as virtudes de Nosso
Senhor até que, assemelhando-nos mais a Ele com Ele estejamos em condições de
nos unir eternamente no Céu.
A Segunda Leitura nos
adverte que se a Aliança que Deus fizera com Noé era puro dom de Sua
Misericórdia que inaugurava uma nova humanidade sem, diferentemente de todas as
Alianças anteriores, exigir nada em troca por parte do homem, na Aliança
definitiva que Cristo vem inaugurar, é necessário que o homem entre na
"nova Arca" que é o Batismo pelo qual aderimos a Cristo pela fé
recebendo a salvação que mais uma vez
Ele oferece de graça, fazendo-se necessária a conversão no sentido de conformação
da nova vida de filhos de Deus recebida no Batismo com a vida de Cristo nosso
Mestre e Modelo.
“Conversão” e “adesão ao projecto de Jesus” são, neste sentido, duas faces de uma mesma moeda: a construção de um homem novo, com uma nova mentalidade, com novos valores, com uma postura vital inteiramente nova. Então, sim teremos um mundo novo – o “Reino de Deus”.
“Conversão” e “adesão ao projecto de Jesus” são, neste sentido, duas faces de uma mesma moeda: a construção de um homem novo, com uma nova mentalidade, com novos valores, com uma postura vital inteiramente nova. Então, sim teremos um mundo novo – o “Reino de Deus”.
(adaptado do PORTAL DOS DEHONIANOS)
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