DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF
A Liturgia de hoje, depois de nos ter no natal, feito voltar
os olhos inteiros para O Menino Jesus, nos convida a olhar um pouco em torno
dEle para percebermos que Ele não está sozinho, quis vir a nós como um ser
humano qualquer, ou seja, no seio de uma família, e assim nos ajudar a refletir
sobre a missão e a importância da família cristã, que deve ter como modelo a
Sagrada Família de Jesus, Maria e José.
Lendo os Evangelhos, percebemos que não foi do interesse dos
evangelistas narrar pormenorizadamente a infância de Jesus pelo que resumiram
simplesmente, não somente este Seu tempo de vida como também todos os trinta
anos da vida de Jesus na casa de Maria e José com estas pouquíssimas palavras
mas que nos dizem tudo o que os filhos devem ser em relação aos seus pais: “ E
era-lhes submisso” que, embora alguns autores traduzam por submisso por
obediente e já seria suficiente, é muito mais do que isso, significa que O Deus
Todo Poderoso, ao entrar no mundo se sujeitou aos homens. Aquele ao qual tudo
está sujeito, pois sendo o criador de tudo, é também o Senhor de todos e de
tudo, se fez obediente até a morte e morte de cruz, e começou por se submeter
às Leis que Ele mesmo promulgara, aprendendo com Seus pais, que conforme o
Evangelho de hoje eram obedientes à Lei de Deus, levando O Menino para ser
consagrado ao Senhor, conforme prescrevia a Lei, que todo primogênito do sexo
masculino seria dedicado Ao Senhor ou resgatados por um animal, um cordeiro
para os abastados ou um par de rola ou de pombos para os pobres que era a Deus oferecido, quarenta dias após seu
nascimento quando era imposto o nome da criança.
É na contemplação da vida de Jesus que os filhos aprendem
como devem se comportar com seus pais conforme lemos na Segunda Leitura onde
vemos o que significa comprir o 4° mandamento de honrar pai e mãe, significa:
respeitá-los, obedece-los, ampara-los, consola-los, contentá-los (não
desgostá-los), compreende-los, não humilha-los e ser caridosos para com eles. A
estas oito ordenanças correspondem oito promessas: a de obter o perdão e a
reparação de todos os pecados, a de ser ouvido e atendido na oração, a de uma
vida longa que podemos tomar como a vida eterna, a de ajuntar tesouros que são
os méritos diante de Deus e finalmente a de ter filhos lhe honrarão. Com isso a
Primeira Leitura ressalta a importância capital deste mandamento para nossa
salvação já que quem não aprende a se sujeitar neste mundo não saberá se sujeitar
a Deus eternamente no Céu.
Assim, tanto quanto o foi Jesus, toda a vida da Sagrada Família pode ser resumida
numa só palavra: OBEDIENCIA pelo que José e Maria, esta mais do que este,
também estavam destinados a comungar profundamente com os sofrimentos da humanidade
a qual Jesus se sujeitou para nos resgatar e salvar, isso é o que significa a
profecia do velho Simeão a Maria: “uma espada de dor lhe transpassará a alma”.
Contemplando a Sagrada Família somos convidados a refletir na
missão e identidade de toda família cristã no mundo, já que no Céu as Três Pessoas
da Santissima Trindade se dão umas as outras desde toda eternidade, somos
convidados, conforme lemos na Segunda Leitura a nos amarmos de tal maneira que
saibamos perdoar e ser pacientes uns com os outros filhos, pais e esposos se
respeitando e se doando mutuamente. Sendo assim, podemos concluir que Deus quis
nascer no seio de uma família para nos mostrar que é aí, no seio de nossa
família que vamos nos treinar para viver no Céu, ou seja, onde aprendemos a
sair de nós mesmos para nos doarmos mutuamente, numa palavra, a amar, que será
nosso ofício por toda a eternidade e para termos condição disto nos é ensinado
a todo momento cantarmos salmos, hinos e cânticos espirituais a Deus em Ação de
Graças, porque tudo é dom de Deus e a gratidão é a porta aberta para recebermos
novas graças necessárias para progredirmos na perfeição e habitarmos com Aquele
que é Perfeito por excelência conforme Cristo nos ordenou: “sede santos como o
Vosso Pai é Santo”
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