I DOMINGO DA QUARESMA – ANO B


“E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO”
POR: PE. TARCÍSIO AVELINO, TF

A primeira leitura em relação ao Evangelho e à segunda leitura nos mostra que os 40 dias da Quaresma são uma referência aos 40 dias e 40 noites do dilúvio, através dos quais Deus purificara a terra de toda uma humanidade que com Ele haviam rompido pelo pecado que culminou com uma Aliança simbolizada por um Arco-íris, que, por sua vez era uma prefiguração da Nova e Eterna Aliança que Deus selaria com a humanidade ao enviar Seu filho, para nos redimir, assumindo nossa humanidade para poder sofrer em si as conseqüências de nosso pecado que, desde Adão e Eva nos separavam de Deus.
O numero 40 simboliza também, toda aquela geração do povo de Deus que tivera que, por causa de seu pecado, perecer no deserto antes que seus filhos pudessem entrar na terra prometida de Canaã, sendo assim o número quarenta representa toda a caminhada da humanidade sobre a terra rumo à pátria definitiva do céu, que consiste justamente numa constante luta contra o nosso “adversário o diabo, que anda ao nosso redor, como leão que ruge, procurando a quem devorar”.
É por isso que Nosso Senhor vai para o deserto antes de iniciar sua vida pública, não somente para nos ensinar a combater pela Palavra de Deus, como também para nos merecer as graças que constituiriam a resposta ao pedido que Ele mesmo colocou em nossos lábios ao nos ensinar a rezar com o Pai Nosso: “e não nos deixeis cair em tentação”.
Com este pedido não pedimos que Deus afaste de nós as tentações mas que nos conceda as graças para vencê-las uma vez que são necessárias  por se constituírem numa academia onde fortalecemos as virtudes a elas contrárias, que serão sempre aquelas que mais necessitamos na imitação de Cristo.
Cristo, foi para o deserto porque o Espírito que O conduziu e todos nós que quizermos ser cristãos autênticos teremos que, nos deixar também conduzir pelo Espírito que, certamente nos conduzirá ao deserto, mas é Ele mesmo que nos dará a vitória no combate contra as tentações e então, poderemos ver cumpridas em nós a Sagrada Escritura que diz: “e todos os que se deixam conduzir pelo Espirito de Deus, são filhos de Deus”, porque, nas tentações O Espírito Santo vai nos ajudando a combater em nós as tendências do homem velho e exercitando em nós as virtudes do Filho de Deus, assemelhando- nos mais e mais a Ele para com Ele podermos nos unir eternamente no céu.
A segunda leitura nos fala do Batismo no qual recebemos justamente O Espirito Santo, com todos os seus dons, necessários para o combate, as águas do Batismo, prefiguradas pelas águas do dilúvio, não purificam mais a terra pela exterminação dos pecadores mas pela santificação dos mesmos pelo Espírito Santo que neles passa a habitar.
“convertei-vos e crede no Evangelho”, eis o remédio e a prevenção que Cristo nos apresenta contra as tentações, a fé pela qual aderimos a Deus e a Ele nos mantemos fiéis e a conversão que é a constante busca de mudança de vida para mais nos assemelharmos a Cristo, isso é resistir ao Diabo para que Ele fuja de nós. ASSIM SEJA.

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