VI DOMINGO DA PASCOA


DA IGREJA MILITANTE PARA A IGREJA TRIUNFANTE
POR PE. TARCISIO AVELINO,TF

Nos próximos domingos estaremos celebrando a Ascenção de Cristo ao Céu e Pentecostes, por isso a Liturgia nos apresenta o final do discurso de despedida de Cristo onde Ele nos ensina como viver na Igreja neste mundo para que possamos fazer parte da Igreja Triunfante.

No Evangelho Cristo pede que permaneçamos no Seu amor para que Ele, O Pai e o Espirito possam vir fazer morada em nós e nos ensina que permanecer no Seu amor, é a garantia da peranencia de Deus em nós e que permanecer no Seu amor significa obeder A Sua Palavra. De fato, pecar é justamente romper com Deus pela desobediência à Sua Palavra.

Um dos primeiros sinais de que alguém ama alguém é o imenso desejo de servir, obedecer e agradar àquele que se ama, por isso Cristo nos convida a obedecermos Sua Palavra, para que Ele possa se dar a nós e nos fazer felizes já que nos criou para Si, com um abismos infinito em nosso interior, como capacidade de entrarmos em comunhão com Deus.

O que Deus nos pede sempre vem acompanhado da capacitação para obedecer, para nos capacitar a amar Cristo nos concede o Seu próprio amor que é O Espírito Santo, como lemos em Romanos 5, 5: “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado”, que, como aprendemos no Evangelho de hoje, é também quem nos ensina e recorda tudo o que Jesus nos ensinou para que conhecendo melhor possamos amar mais e optarmos melhor por obedecer.

O Espirito Santo que virá em breve em Pentecostes é a garantia da infalibilidade da Igreja, que, como vemos na Primeira Leitura, deve sempre se reunir com a Igreja-mãe para decidir questões que ameaçam a unidade da Igreja local, como a Igreja de Antioquia que estava ameaçada por alguns judeus que queriam impor seus costumes a eles só porque foram os primeiros convocados a fazer parte da Nova Aliança que Cristo veio inaugurar, assim são enviados duas lideranças da Igreja local para apresentar o problema aos lideres da Igreja-mãe que se situava no local onde Jesus a havia fundado, em Jerusalem.

A resposta enviada pelas lideranças que se haviam reunido em Jerusalem nos revelam o papel do Espirito Santo na Igreja Militante e como devemos sempre agir em Comunhão com Ele se quisermos permanecer na verdade e no caminho que nos conduz ao Céu, à Igreja Triunfante: “pareceu  bem a nos e ao Espirito Santo” e foi, justamente por contar com O Espírito Santo que a Igreja nascente superou uma dos maiores perigos que a ameçou traçando uma norma segura de conduta para que, todas as vezes que esteve para evangelizar uma nova cultura, não sucumbisse à tentação de impor costumes supérfluos, a não ser tradições ainda difícil de se superar, aos novos povos que iam aderindo ao Evangellho. Isto é o que significa a forma da Jerusalém celeste que vemos na Segunda Leitura onde vemos que, embora ela esteja edificada sobre doze alicerces com as doze tribos de Israel, suas portas de todos os lados com os nomes dos doze Apostolos mostram que a Igreja fundada por Cristo é aberta aos povos dos quatro cantos do mundo e não somente aos judeus. Não somos uma seita judaica mas uma família composta de todos os povos, cada um com seu jeito próprio de ser mas todos fundamentados em Cristo e Sua Palavra.
Desta forma o Espírito nos conduz, não como alguém que conduz um fantoche, mas numa comunhão, numa parceria. É o que nos relata a primeira leitura onde vemos Paulo e Barnabé que estavam pregando para os Gentios sem a exigência dos preceitos judaicos – o que neste inicio da comunidade cristã ainda não estava bem entendido como se deveria anunciar o evangelho – e diante desta celeuma foram encaminhados aos chefes da Igreja – Pedro, Tiago e João e aos anciãos da comunidade – e depois de muitos argumentos enviaram representantes com uma carta para esclarecer o caso e dar liberdade a Paulo e Barnabé de continuar sua missão entre os gentios. Importante no texto é perceber - “Porque decidimos, o Es­pírito Santo e nós...” Assim percebemos que o Espírito Santo se faz presença em nós mas não age sem nós. É da vontade de Deus que participemos de sua obra livremente e que experimentemos as alegrias de Deus em uma participação mutua, onde possamos saborear os mistérios de Deus nas realizações do Reino neste mundo e que possamos ser protagonista deste Reino sendo operários, discípulos e missionários, fazendo o Reino crescer no meio de um mundo tão perturbado pelo pecado.
Quando nos deixamos conduzir pelo Espírito para que Ele nos oriente e juntos possamos construir as nossas vidas, o Espírito nos leva a almejar a bem aventurança celeste é o que vemos no texto do Apocalipse – a Jerusalém Celeste – é para onde iremos, é nossa morada definitiva, é para lá que caminhamos. A visão de João é um despertar para nós, é uma manifestação de Deus em nos mostrar o que nos espera, é uma motivação para não desanimarmos diante dos problemas do mundo e perdermos o norte de nossa caminhada na terra. E isto muitas vezes acontece. A pessoa envolta pelos problemas, doença, desemprego, dívidas, abalos sísmicos, violência... E tantas outras situações que nos abalam e acabamos perdendo as esperanças e nos deixando levar pelas avalanches negativas que o mundo nos oferece.

Que a Comunhão com o Espírito Santo seja a garantia de que estamos no caminho certo para chegarmos onde Cristo está e assim, a comunhão da Igreja militante possa durar eternamente com Aquele que veio quebrar todas as barreiras que nos separava de Deus.


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