II DOMINGO DA PÁSCOA: FÉSTA DA MISERICÓRDIA
 
 
 


               "VIMOS O SENHOR!"
                                          POR PE. TARCISIO AVELINO


II DOMINGO DA PÁSCOA: FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA

 “VIMOS O SENHOR!”

POR: PE. TARCISIO AVELINO, TF

É significativo o fato de que Jesus tenha revelado Sua insondável e inconcebível misericórdia a Santa Faustina Kovalska, pedindo que fosse instituída no Segundo Domingo da Páscoa, uma  festa em honra a Ele com o título de Jesus Misericordioso, justamente neste dia em que o Evangelho da Missa é o da Instituição do Sacramento da Penitencia, tribunal de Sua Misericórdia.

No Evangelho de hoje vemos Jesus comunicando, justamente o primeiro e maior fruto de Sua Paixão, morte e Ressurreição, a Paz, que, por sua vez é justamente fruto da reconciliação entre os homens consigo mesmos, entre seus semelhantes e com Deus, e não podia ser de outro modo, uma vez que o Evangelho faz questão de frisar que nestas duas Aparições do Ressuscitado aos Seus as portas estavam fechadas por causa do medo que estavam sentindo, então Jesus entra atravessando portas fechadas e lhes permite ver e tocar em Suas chagas, que são, justamente o preço da Paz que agora, lhes pode comunicar, investindo-os da capacidade de comunica-la, investindo Seus escolhidos dos poderes do ressuscitado: “e soprando sobre eles o Espírito Santo diz: como o Pai me enviou assim também Eu vos envio”. E como O Pai lhE enviara? Como ministro da Paz e é assim que Ele também os envia.

Ao puxar as orelhas de Tomé dizendo: “creste porque me viste? Felizes aqueles que crerão sem terem me visto” de fato, somente um milênio depois Ele revelaria ao mundo a tabua de salvação para este tempo em que nunca como antes a humanidade acumulou pecados que mesmo profetizados como sinais precursores do próximo regresso do Filho do Homem, nos fazem pasmar. Mais uma vez a Misericórdia, principal atributo de Deus supera Sua justiça, e nestes quase dois mil anos, desde que, apartir do Evangelho deste dia instituiu o Sacramento da Reconciliação, vem fazendo perdurar o tempo da Misericórdia, sendo que em breve virá o tempo da Sua Justiça, quando, por dez anos fará a humanidade experimentar um pouquinho mais das consequências de seus pecados que por tanto tempo Deus tem segurado, por amor, minimizando os sofrimentos que deveriam ser causados quando dEle, o Amor e A Vida, nos separamos.

Ó feliz incredulidade de Tomé que nos valeu um testemunho mais claro da Ressurreição do Senhor! Pois, o fato de Ele ter tocado nas profundas cicatrizes das Suas chagas nos fazem entender que Aquele que atravessara as paredes não é um fantasma, que a ressurreição é realmente ressurreição da Carne e que O Ressuscitado é o mesmo que fora crucificado para nossa salvação. Além disso, o fato de que Jesus tenha atravessado portas fechadas para alcançar os corações amedrontados de Seus discípulos nos mostra a absoluta liberdade que teremos quando formos semelhantes a Ele depois da Ressurreição no último dia, uma liberdade na qual nossos corpos não estarão mais sujeitos as limitações de espaço e tempo.

Vimos O Senhor! Eis o feliz anúncio que podemos levar a todos pois como os primeiros discípulos somos testemunhas oculares da Ressurreição do Senhor, já que mesmo sem te-Lo visto com os olhos da carne o vimos e tocamos pela fé, não somente quando em cada Eucaristia participamos de Sua mística morte e ressurreição, como também porque a testemunha principal de todos os fatos conhecidos e desconhecidos relacionados a Jesus é o Espírito Santo que O testemunha em nós fazendo de nós testemunhas ousadas como os primeiros discípulos que morreram sofrendo atrozes martírios por causa de Sua fé, como haveria de ser a morte do próprio Tomé que tão maravilhosamente comprovara sua divindade ao tocar Sua humanidade ressurrecta, e como S. João o discípulo amado que, como lemos na Segunda Leitura, justamente na ilha de Patmos onde fora aprisionado, como ele mesmo diz: “por causa da Palavra e do testemunho que eu dava de Jesus” foi, justamente no “dia do Senhor”,  “pelo Espírito”, testemunha da glória que O Ressuscitado ocultou ao se deixar tocar por Tomé para que este, ainda em seu corpo não morresse esmagado pela grandeza de Seu Poder, Beleza, grandez, glória e majestade.

“Não tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para sempre. Eu tenho a chave da morte e da região dos mortos”. Eis os poderes do Ressuscitado, que, por misericórdia Ele hoje comunica aos Seus escolhidos para que estes, por sua vez, deles se utilizem para servir a todos.

A festa da Misericórdia nos ensina tantas maravilhas que nem no céu seremos capazes de conhece-las todas, isso foi o Próprio Jesus que revelou a sua confidente Santa Faustina, mas dentre os muitos ensinamentos que conhecemos desta festa, se destaca, como podemos aprender na Liturgia de hoje o fato de que Deus escolha homens para serem ministros de Sua Paz através de Seu perdão e isso fica claro não só no Evangelho de hoje  como também na Primeira Leitura onde lemos: “nenhum dos outros ousava se juntar a eles” e lemos ao mesmo tempo: “crescia mais e mais o número dos que aderiam ao Senhor pela fé”, mostrando que há uma diferença entre os leigos e os ministros que Deus escolhe para conceder Seu perdão através do Sacramento da Confissão, diferentemente do que pensam aqueles que dizem que se confessam diretamente com Deus. Se fosse assim Ele teria dito a toda uma multidão e não somente aos que escolhera: “os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados e os pecados daqueles que vocês retiverem serão retidos”, pois lemos na Carta aos Hebreus que ninguém pode se apropriar da honra de ser sacerdote, a não ser aqueles que Deus escolheu.

Que estes quase dois mil anos nos quais no tribunal da Misericórdia que é o confessionário tenham sido suficientes para nos fazer dizer com fé a oração que Jesus Misericordioso pediu-nos para repetir sempre que nos vemos novamente traindo a Deus pelo pecado: “JESUS, EU CONFIO EM VÓS”. AMÉM!


Um comentário:

  1. "JESUS EU CONFIO EM VÓS" Santa Faustina foi a Mensageira da misericórdia Divina. Todos somos filhos da "Misericórdia"
    Padre Tarcísio Fundador dos Teresinianos foi muito feliz na sua colocação. "VIMOS O SENHOR"

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