XII DOMINGO DO TEMPO COMUM - A

IMPLICAÇOES  E RECOMPENSA DO SEGUIMENTO DE JESUS
POR: PE. TARCISIO AVELINO


A Liturgia de hoje nos fala das implicações e da recompensa no seguimento de Jesus Cristo, mostrando que o seguimento de Cristo consiste na vivência radical do Batismo.
A segunda leitura nos coloca diante das últimas consequências do Batismo, lembrando-nos que, assim como o batizando desaparece nas águas, significando a participação na morte de Cristo, o cristão deve fazer morrer em si as más tendências que permanecem em nós mesmo após o Batismo quando, apesar de ser apagada em nós a mancha do pecado original e perdoado todos os pecados com suas penas, permanecem em nós a concupiscência ou pecaminosidade que é a propensão para o mal que se ascendeu em nós desde a desobediência de nossos primeiros pais. É contra essa concupiscência que devemos lutar diariamente, mortificando nossa vontade própria que foi ferida, desde o “NÃO” de Adão e Eva, pelo egoísmo. Isso é o que significa estar mortos para o pecado, significa que uma vez que no Batismo foi arrancado em nós a raiz de todo mal que é o pecado original, já somos vencedores do pecado, mesmo que este tenha deixado em nós os vícios. No entanto, os vícios deixados em nós pelo pecado original não são como os de um drogado que já está irreversivelmente dependente da droga, são como o vício dos fumantes que, com muita força de vontade, conseguem parar de fumar. Isso é o que significa renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus Cristo, como nos pede o Evangelho de hoje.
O Evangelho de hoje mostra que o seguimento de Cristo consiste numa renuncia tal de si mesmo que a pessoa esteja disposta a morrer se necessário for para que todos tenham a vida plena que Nosso Mestre e Senhor comprou para nós ao preço de Seu preciosíssimo sangue. Este é o grau de perfeição máximo ao qual todo discípulo deve almejar chegar pois trata-se da plena configuração com Nosso Mestre cujas lições a nós ensinadas se resumem na palavra amor. Se não há maior prova de amor do que dar a vida por seus amigos e foi isso o que Ele fez, chamando de amigos a todos os que, pelo pecado haviam virado as costas para Ele, esse deve ser o objetivo de todos aqueles que aceitam ser Seus discípulos.
Trata-se de uma morte constante de si mesmo para se doar mais plenamente, mas a recompensa por Ele prometida é a indicação que vale a pena perder, ou seja, gastar essa passageira vida servindo, doando-se, para, depois estar em condições de viver eternamente em comunhão com Aquele cuja vida consistiu em morrer para que todos tenham a salvação.
Nesta doação que fazemos, de tudo o que temos e que somos aos outros, devemos seguir o exemplo da Sunamita que, observando atentamente o homem que sempre acolhia em sua casa constatou que tratava-se de “um homem santo de Deus” e POR CAUSA DISSO, fez até uma quarto para que fosse melhor acolhido, por isso,  por ter dado ao profeta uma acolhida digna de um profeta, de um servo de Cristo, se tornou em condições de receber a recompensa de um profeta, um filho. Assim como todo profeta tem seus seguidores que perpetuarão seu nome e sua mensagem, a Sunamita, abrindo-se para acolher um servo de Deus, abriu-se para acolher em seu seio já estéril pela idade, a vida de um filho.
Toda vez que nos doamos a alguém, por ser servo e filho de Deus, nos abrimos para a vida de Deus, e nos curamos de toda a esterilidade.
Doar-se é abrir-se para a corrente da vida que, desde toda eternidade jorra do seio da Trindade.

2 comentários:

  1. é verdade! é preciso muita força de vontade para vencermos o pecado!

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  2. Linda homilia! O que mais quero é livrar das minhas más tendencias (preguiça, medo de errar, comodismo, pré-julgamento das pessoas, etc) confesso que tenho muitos defeitos, por isso não encontrarei paz enquanto não superar minhas dificuldades. Por isso rogo a Deus que me permita permanecer na sua graça de filha batizada e um dia tornar-me tão fiel e obediente,para que se realize a Vossa vontade na minha vida.

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